7 de abril de 2011

Parte 23 - A Morte e a Morte de Lewis Brian Hopkin-Jones


Brian também fala em ter outra criança. Passa a misturar tintas até encontrar uma cor para as paredes que lhe agrada. Batiza a cor de Azul Marroquino e com Anne ao seu lado, passam a pintar o quarto da futura criança. Anne deseja crianças, porém em um futuro longínquo. Contudo, em parte, não quer estragar o prazer de Brian sonhar, por outro lado, encantada com a casa e com a vida que está levando, começa a cogitar se o destino já não estivesse querendo lhe dizer que está mesmo na hora. Brian sonha com uma filha para quem escolheu o nome de Johanna.
Sustentação
No ultimo domingo de junho, Anne recebe uma chamada internacional de um amigo da Suécia. Conversando na língua mãe com o homem, Brian começa a circular na cozinha tentando entender do que o assunto se trata. De uma hora para outra Brian pula sobre ela, caindo os dois no chão. Em seguida se ouve um estrondo. Dissipada a poeira, enquanto se refaziam do susto, aos poucos vão se dando conta do que havia acontecido. Uma das vigas de sustentação caiu, uma ponta apoiada sobre a mesa, a outra no chão, parando ao lado da cabeça de Anne. Se Brian não tivesse pulado na hora que pulou, certamente ela teria se ferido bastante, ou pior, estaria morta. Brian tira Anne da cozinha, voltando apenas para inspecionar rapidamente as outras vigas.
Depois do susto, a raiva toma conta de Brian que culpa Frank Thorogood pelo acidente. Está certo de que Frank tem interesse em deixar a obra rolar frouxa pois assim ele pode continuar vivendo às suas custas. Brian fala agora ríspido, querendo se ver livre de Frank, para a alegria de Anne que nunca confiou mesmo neste obreiro assanhado. Brian vai pro telefone falar com seu contador para bloquear todos os pagamentos para Frank, assim como também pedindo que lhe mandem todos os recibos e faturas emitidos por Frank, relacionados com a obra. Brian está certo que irá encontrar alguma discrepância nestas contas. Antes do almoço chegar, Brian já estaria falando que Frank tentara matá-lo de propósito, sua neurose já a pleno vapor.
Na manhã seguinte, Sra. Hallett chega e está surpresa em ver a viga caída na cozinha. Consta que quando Anne conta como foi o ocorrido, ela comenta, "Como que algo assim possa acontecer? Sr. Jones tem um coração grande demais. Já percebi que as pessoas tendem a tomar vantagem dele por isso. Espero que ele consiga tomar a devida atitude desta vez." Ao acordar, Brian está intimidado com a idéia de mandar Frank embora. Começa a cogitar que a culpa na verdade é sua, que deveria ter vigiado melhor a obra. Anne briga com ele pela covardia e logo Brian volta a falar em não aceitar mais desculpas de Frank. Para levantar seu astral, coloca o disco do Creedence Clearwater Revival na vitrola e vai escovar os dentes. Depois desce para se encontrar com Frank que acabara de chegar.
Brian discute aos berros, reclamando de tudo, desde a qualidade do trabalho, ao uso abusivo de seu bar. Frank muito calmamente se desculpa pelo ocorrido assumindo a culpa uma vez que a responsabilidade é sua. Confirma que irá pedir a alguém para ajeitar a bagunça, porém iria custar um pouco mais para refazer o serviço. Brian prontamente grita como um sultão todo poderoso, "Não me importo o preço, isto é problema seu. Tem mais, está despedido!" Frank fica em silencio enquanto Brian continua falando, ameaçando que irá ver que Frank nunca mais consiga um serviço e que não só bloqueou todos os pagamentos, como também mandou ser feita uma análise de todas as suas faturas até então. Depois manda Frank chamar seu pessoal para concertar imediatamente a viga, caso contrário, ele irá processá-lo.
Brian então vai para sua sala de som onde Anne depois o encontrou. Ficou lá tocando violão por uma hora, depois colocou sua fita dos flautistas de JouJouka. A música o acalma e o leva para um lugar melhor. O casal ficou trancado lá por horas, ouvindo várias de suas gravações mais recentes, Brian evitando assim sair e encontrar novamente com Frank. No final do dia, a viga estava no lugar e Frank havia sumido.
Brian começa a falar com Anne de como Frank tem mulher e filhos e que ele não iria procurar prejudicá-lo. Teme que talvez ele não devesse ter agido com Frank da maneira que fez. Ele então liga para Alexis Korner para contar o ocorrido e pedir sua opinião, Alexis evidentemente dando lhe total apoio. Não satisfeito, Brian liga para outras pessoas, uma delas Keith Richards, que resumiu seu pensamento assim, "Você é maluco em deixar este cara trabalhando na tua casa por tanto tempo! Nunca deixe um gato entrar no seu terreno. Se você trata-lo bem, ele sempre voltará para mais".
Frank foi passar uns dias em Londres, mas deixou sua amante, Janet Lawson, morando lá naquela semana. O fato de Frank ter convidado Janet a morar lá por algum tempo, sem sequer consultá-lo, deixa Brian novamente furioso.
A Festa
Brian Jones, preocupado que sua namorada Anne possa estar entediada com a vida excessivamente sossegada do campo, prepara uma festa com intuito meramente de socialização. Na festa, entre os convidados, estava Frank Thorogood, que acaba entrando em outra discussão pesada com Brian sobre £8000 em despesas não definidas. No outro dia, Brian está novamente agindo como se estivesse com remorso por ter judiado de Frank em frente de todos. Anne comenta que não entende o porque da importância que Brian dava para o que Frank pensa ou deixa de pensar dele. Brian mesmo não sabe explicar, apenas sabe que quer que Frank entenda suas razões por despedi-lo para que não haja ressentimentos.
O assunto é esquecido até a noite quando Brian volta a comentar na sua necessidade de falar com Frank e deixar a coisa toda explicada e resolvida. Por volta das oito a dez da noite, Brian decide ir pessoalmente chamá-lo para um drink. A noite de verão é quente e o convite se estendeu para um mergulho na piscina. Brian volta então com Frank e Janet, a que foram servidos drinks; Frank tomando vodka, Brian brandy, e Anne vinho. Janet aparentemente não bebeu.
Frank bebia calado enquanto Brian falava que não tinha mais raiva dele e pedia para que Frank entendesse sua posição. O calor da noite e o álcool, fizeram a idéia da piscina mais do que convidativa e a reunião naturalmente seguiu para lá. Brian, Anne e Frank entraram na água enquanto, Janet mais preocupado com problemas pessoais, declina o programa e permanece na sala. Ela porém menciona certo receio quanto aos dois homens tendo bebido, irem agora nadar.
Na Piscina
Brian está sempre à vontade na piscina e brinca alegremente, mexendo com Frank e tentando fazê-lo rir. Frank está tenso e não muito a fim de brincar. Brian com seu humor, começa a sacanear Frank tentando arrancar-lhe alguma reação. Começa a chamá-lo de um velho carrancudo, o que deixou Frank irritado. Ele devolve chamando Brian de um roqueiro decadente e metido a estrela. Brian apenas ri. "É melhor do que ser um mestre de obra. O dinheiro é melhor e as mulheres correm atrás de mim e não o contrário." Com cada resposta, Frank ficava mais furioso.
Brian nada em direção a Frank que aproveita a oportunidade para lhe dar um caldo, segurando sua cabeça abaixo da superfície da água. Brian depois sobe buscando ar tossindo. Depois ri, levando tudo na brincadeira. Ficaram os dois se sacaneando mutuamente enquanto Anne fazia exercícios do outro lado da piscina. Janet que ficara na sala, vem a piscina chamar Anne para atender uma ligação. Porém, quando Anne atende o telefone, a linha havia caído. Ela aproveita para trocar de roupa, a tempo de atender a ligação quando o telefone chama novamente. Do outro lado da linha está uma amiga sueca que está em Londres, as duas meninas comentam alegremente nas ultimas fofocas londrinas.
Neste ínterim, Janet havia ido dar uma caminhada pelo jardim. Ao retornar, cerca de dez minutos depois, a piscina estava deserta, embora a água trêmula. Ao se aproximar, encontra o corpo de Brian no fundo e sai gritando por socorro. "Anne! Anne! Algo aconteceu com Brian!" Anne larga o aparelho e corre passando por Frank na sala, suas mãos trêmulas tentando acender um cigarro. Ao chegar na piscina, viu o corpo de Brian estendido no fundo. Ela prontamente pula e tenta tirá-lo da água mas ele é pesado demais. Anne grita por ajuda enquanto Janet apenas assiste a tudo, não sabendo nadar, nada mais pode fazer. Frank então vem (diz Anne, sem pressa), cai na água e ajuda a tirar o corpo.
Brian ainda está vivo. Ele está inconsciente mas há pulso. Janet é enfermeira e imediatamente tenta reavivá-lo com massagens no coração enquanto Anne fazia respiração boca a boca. Frank encaminha-se de volta para a casa para chamar uma ambulância. A mão de Brian de repente agarra o braço de Anne bem ao seu lado. Anne insiste na respiração boca a boca mas Janet já não sente mais nenhuma pulsação. "Anne, não há mais o que ser feito."
Frank Thorogood, antes de chamar uma ambulância, telefonou para seu amigo Tom Keylock. Ele não estava, sua mulher Joan sendo quem atendeu. Foi Joan que ligou para o Olympic Studios procurando por Tom. Ian Stewart atendeu. "Tom tem que ir imediatamente para Cotchford Farm." "É mesmo?" ri Stu, “o que aquele idiota fez desta vez?" "Ele está morto." E de repente um peso o invade.
Tom Keylock liga para o advogado dos Rolling Stones, Les Perrin e depois segue correndo para Cotchford Farm. Lá chegando, vasculhou primeiro a casa procurando limpar evidências de qualquer flagrante (como possivelmente tentando encontrar algum dinheiro solto), antes da chegada eminente da polícia.
Fim da História
Anne estava abraçado ao corpo ainda morno, chorando, quando a ambulância chegou. Os médicos utilizando uma bomba, ainda tentaram trazê-lo de volta porém sem nenhum resultado. Tiveram trabalho para tirá-la, agarrado a Brian que estava, para poderem colocar o corpo na maca e levá-lo até a ambulância. O médico então mandou chamar a polícia.
Anne em estado de choque foi levada até o quarto onde um médico ficou ao seu lado, vigiando-a. Um amigo, Jim Carter-Fea, dono do Revolution Club em Londres, por acaso ligou da boate naquele momento e Anne contou-lhe aos prantos o ocorrido. Depois o médico oferece aplicar-lhe um sedativo para que ela possa dormir, porém ela recusa desconfiada. Exausta de tanto chorar, acaba dormindo sem auxílio farmacêutico. Enquanto isto, em Londres, no Revolution Club, Jim Carter-Fea, ao desligar a chamada, foi até a pista de dança, mandou desligar o som e os efeitos de luz, e pediu um momento de silêncio para um grande artista, anunciando assim, a morte de Brian Jones.
Paralelamente, a policia local já chegara, com Les Perrin chegando em seguida. Tom Keylock recebe o Detetive Inspetor Chefe Ron Marshall e seus homens, supervisionando toda a operação como se ainda fosse empregado do Brian e portanto responsável pela casa. Les Perrin ligava para seus amigos dentro da imprensa dando o furo de reportagem. Ninguém ligou para os pais de Brian. Somente a policia, depois de investigar todo o terreno da casa, ao voltarem para a delegacia, é que ligam para Cheltenham e informam a família Jones.
Mick, Keith e Charlie ficaram pasmos com a notícia, sem saber ao certo o que pensar. Charlie literalmente começou a chorar. Instintivamente Mick e Keith acharam inacreditável a hipótese de Brian morrer afogado na piscina. Brian sabia nadar melhor do que qualquer um deles. Bill que já havia retornado para casa, foi acordado no meio da noite por uma ligação de Charlie ainda no estúdio. Bill amargurado e em choque com a notícia, conta que abraçou-se a Astrid e começou a chorar.
Dia 3 de Julho de 1969
Ao amanhecer, Tom e Les fazem uma caminhada pelo terreno onde encontraram o inalador de Brian com remédio contra ataques asmáticos, localizado perto da piscina. Por alguma razão, a policia aparentemente não encontrou esta evidência. Por volta das sete da manhã, a rádio BBC estava anunciando que o líder dos Rolling Stones havia morrido. Algum conhecido ligou para Keith mas foi Anita Pallenberg quem atendeu. "É verdade que Mick morreu?!" foi a pergunta feita. "Mick!? Deus não! Foi apenas o Brian" foi a resposta da mulher a quem Brian mais amou e cujo amor ele nunca conseguiu de volta.
A frente da casa foi rapidamente sendo tomada pela imprensa, Tom Keylock guardando a entrada. Quando Anne finalmente acordou por volta do meio dia, Keylock teve uma conversa com ela, dando-lhe as ordens do que fazer e do que dizer. A menina, uma estrangeira de vinte e poucos anos, foi facilmente intimidada, sem ter em quem confiar. Anne conta que em certo momento, começou a duvidar se tudo foi mesmo um acidente. Assim, ela logo começou a também temer pela própria vida.
Ela foi instruída a se vestir como um menino para despistar a imprensa que não a conhecia. Anne foi levada para dar seu testemunho, colocada sentada do lado de Frank Thorogood. Frank aproveita a oportunidade para sussurrar em seus ouvidos, "Lembra de dizer que foi Brian que me convidou para a casa. Pense bem no que vai dizer para a polícia. A única coisa que precisa contar é que Brian andou bebendo e que acabou se afogando. Foi um acidente."
A Versão Conhecida
Frank, Janet e Anne deram seus testemunhos. O consenso criou a seguinte versão que é a mais conhecida como oficial do que ocorreu naquela noite. Frank, Janet, Brian e Anne estavam bebendo e conversando na sala quando de repente, Brian insistiu que queria tomar um banho de piscina. Frank e Anne trocaram para roupa de banho e foram com ele para vigiá-lo. Frank conta que Brian não estava bêbado mas sua fala já estava um pouco arrastada. Janet conta que Brian queria pular do trampolim e Frank teve que ajudá-lo a andar até a ponta, por recear que ele perderia o equilíbrio, caindo e batendo a cabeça na tábua.
Janet ficou de fora mas, entediada com a conversa, voltou para a sala. Depois chamou Anne para atender um telefonema. Frank não demorou muito, saiu para pegar uma toalha e acender um cigarro. Janet ao perceber que Brian estava na piscina sozinho voltou imediatamente para vigiá-lo e o encontrou no fundo. Frank chegou e chamou por Anne, que veio correndo. Pularam juntos para socorrê-lo. Fizeram massagens no coração e respiração boca a boca, porém já era tarde. Uma ambulância então foi chamada.
Dispersão
Keylock cuidou de tudo. Mandou Frank voltar e pegar suas coisas no bangalô em cima da garagem cedido pelo Brian e voltar para sua casa, sua mulher e seus filhos. Janet também pegou suas coisas e voltou para seu esposo em Londres. Ele então vai até o quarto de Brian onde Anne está tentando se refazer do choque e manda ela pegar uma bolsa e algumas de suas coisas. Ela é informada que o local todo precisa ser inspecionado pela policia e portanto ela não podia levar quase nada. Dentro de alguns dias ela poderia retornar para pegar os demais pertences. Anne é então levada para o escritório dos Rolling Stones em Londres onde teve que aguardar uma hora até ser recebido por Les Perrin. Depois ela é levada até o Londonderry Hotel, onde estavam hospedados Bill Wyman e sua namorada sueca Astrid. A intenção era de oferecer a Anne alguma possibilidade de relaxar e acalmar, estando com uma conterrânea.
Rolling Stones Inc.
Enquanto isto, no escritório dos Rolling Stones, Alexis Korner liga de manhã, assim que soube da noticia. Shirley Arnold, presidente do Fã Clube atende e conversam rapidamente. A conversa é interrompida com Korner caindo em uma crise de choro, acompanhado de perto por Shirley na outra ponta da ligação.
Aos poucos, todos os cinco Rolling Stones chegam, cada um tentando entender o que se passava, ninguém muito certo. Havia um show marcado da banda dentro de dois dias em Hyde Park. Como fazê-lo? Mick Jagger então decreta, "Naturalmente vamos ter que cancelar." Foi Charlie Watts que de repente sugere. "Podíamos fazer o show como uma homenagem ao Brian." A idéia é imediatamente aceita por todos. Mick Jagger então dá inicio à máquina de publicidade anunciando aos quatro ventos que o show no Hyde Park seria realizado agora como um memorial ao Brian Jones. "Entendo como algumas pessoas vão se sentir, porém pensamos muito a respeito e resolvemos fazer o show por causa dele." Cancelaram uma sessão de fotos porém foram para a BBC-TV e filmaram um seguimento para o programa Top of the Pops, como ditava o cronograma do dia preparado no inicio da semana.
Tanto Anita quanto Marianne estavam em choque com a noticia da morte de Brian. Cada uma reagiu de uma maneira. À noite, Mick e Marianne freqüentam uma festa dado pelo Príncipe Rupert Lowenstein no jardim de sua residência em Kingston. Mick conta com a possibilidade de que Lowenstein se torne um aliado valioso para seu plano de resolver definitivamente as pendências legais da Rolling Stones Inc. Na festa, Mick socializou com demais convidados entre os quais estão a Princesa Margaret, irmã da Rainha, Lord Harlech, Lord e Lady Tavistock, além dos atores Peter Sellers e Peter Wyngarde. Mick vestiu sua roupa branca que seria imortalizado no dia 5 durante o show do Hyde Park. Entre as três bandas que tocaram para o evento, estava um grupo pouco conhecido chamado Yes.
A Entrevista
Foi dada uma suite particular para Anne no Londonderry Hotel. Ela foi informada que o hotel estava cercado de jornalistas querendo entrevistá-la e portanto haveria alguém do escritório no corredor para guardar sua porta. Ela conta que lá permaneceu por horas sozinha, se sentindo prisioneira em uma gaiola dourada. Um amigo dela porém consegue entrar em contato pelo telefone e Anne conta de suas suspeitas quanto a Brian não tendo morrido por um acidente. Mais tarde ele entra novamente em contato dizendo que teria um jornal interessado em pagar-lhe £50.000 pela historia. Manda ela se encontrar com ele imediatamente mas Anne fica de voltar a chamar. Anne conta hoje que, idealisticamente pensava que seria uma maneira dela poder contar a verdade. Sua inocência a leva a ligar então para Astrid e perguntar o que ela achava da proposta.
Menos de três minutos depois alguém do escritório entra no quarto e a manda seguí-lo. Anne é levado para algum lugar onde encontra com dois outros homens que ela não sabe identificar quem sejam. Um deles pergunta quanto ela quer para ficar calada, se £50.000 seriam o suficiente, ou talvez ela preferia £100.00. Anne recusa qualquer dinheiro, o que deixa a pessoa espantada e é depois de meia hora, levada de volta para o hotel.
Na manhã seguinte passa mal, vomitando. Depois, enquanto os Rolling Stones estão tocando no Hyde Park, Anne é levada novamente por alguém, desta vez para o escritório de Les Perrin que obrigou-a a assinar um documento dizendo que ela não poderia dar nenhuma entrevista nem escrever nada a respeito dos Rolling Stones ou Brian Jones, sem antes passar pela sua aprovação. Com o documento assinado, Perrin promete conseguir ajudá-la a encontrar algum lugar para morar dentro de Londres, pois ela não poderia ficar mais em Cotchford Farm. Apesar de Tom Keylock ter prometido que ela poderia ficar com a cadela Emily, todos os cães foram entregues a um canil para revenda no mesmo dia da morte.
Hyde Park
Havia um excesso de pólen no ar inglês, o que é relativamente normal para a época do ano. Mick Jagger começou a sofrer com febre, os olhos lacrimejando e até as vésperas do show no Hyde Park, ele estaria com laringite. O parque totalmente tomado por gente, foi o maior publico em um show publico na historia da cidade, recorde mantido até hoje. Mick subiu ao palco naquela tarde movido puramente a adrenalina e cocaína.
As Versões
A noticia da morte de Brian Jones se espalha rapidamente nos dois lados do Atlântico e atingem as pessoas de forma diferente. Ex-namoradas pareciam ainda sentir compaixão e sinais de amor pelo guitarrista. Porém pessoas dentro do meio começam a cogitar e literalmente inventar versões para o acidente.
Uma das primeiras versões dão conta de que Brian havia se suicidado. Esta hipótese foi vastamente espalhada por pessoas que não conheciam Brian Jones direito, apenas sua reputação de junkie. Porém até os amigos mais chegados, que o conheciam melhor, não puderam colocar totalmente de lado a hipótese. Não que Brian teria planejado se matar, porém que, uma vez debaixo d'água, não era totalmente impensável cogitar que Brian pudesse abrir mão da vida.
Entre as várias versões desta história, estão a de que Mick Jagger havia roubado uma namorada de Brian similarmente como Keith havia feito em relação a Anita. A tristeza da perda e a humilhação o levando ao suicídio. Garantem existirem provas concretas que sustentam esta versão, porém os Stones pagaram todo mundo para esconder a verdade e proteger a imagem da banda.
Outra versão igualmente popular é de que Brian havia tomada muito álcool, misturando com drogas e enquanto estava na piscina, teve um ataque de asma. Estando bêbado, acabou se afogando. Uma variação depois largamente aceita como verdade conta que ele teve câimbras e estando bêbado e sobre a influência de um barbitúrico, acabou se afogando.
Suspeitas recaiam sobre a idéia de que estava havendo uma festa naquela noite, a casa portanto estando cheio de gente tomando todo tipo de narcótico e curtindo a noite de verão. Quando Brian foi encontrado afogado, todos sumiram, ficando apenas os que estavam morando na propriedade, Tom, Janet e Anne. Até Mick e Keith estavam propensos a acreditar nesta historia conhecendo como Brian podia ser facilmente manipulado pelos outros. Keith chegou a falar com um reporter "Talvez tivesse mesmo uma festa lá, com dúzias de pessoas que sumiram de repente. Mas ninguém lá iria querer matar Brian e talvez seja mesmo melhor não envolver desnecessariamente pessoas. Não tenho a minima idéia do que realmente aconteceu naquela noite. Talvez ele foi mesmo tomar um mergulho e teve um ataque de asma. Havia alguém contratado para cuidar dele portanto algo assim não deveria ter acontecido."
Afinal houve uma festa, ou houve uma reunião? Seria a festa supostamente realizada dias antes na verdade sido realizado no dia 2? Seriam estes dois eventos na verdade um só? Outro cenário para a noite conta que não houve festa alguma. Que Brian não queria fazer as pazes mas sim expulsar seu mestre de obras da residência. Brian estava em casa a sós com Anne e muito irritado com Frank Thorogood, por ele ter recebido sua amante sem antes consultá-lo. Hartfield é uma cidade pequena e Brian não deseja ter problemas com falação de vizinhos. Esta versão sugere que Brian, preocupado com esta situação, estava se mexendo muito na cama. Ele então tomou uma pílula para dormir mas ainda assim não conseguia. Resolveu então levantar e chamar Frank e sua amante Janet, para expulsá-los da casa.
Frank prontamente recusa e passam a tomar uns drinks enquanto discutem. Esta reunião, é que seria depois chamada de festa. O que reforça esta teoria é a concepção de que se Brian fosse dar uma festa, porque teria tomado uma pílula para dormir? Sem conseguir expulsá-los, Brian resolveu dar um mergulho na piscina. A água está constantemente aquecida e a piscina, iluminada. Por ter tomado a pílula para dormir, somados a bebida e a temperatura morna da água, é aceitável presumir que Brian acabou por dormir dentro d'água, e se afogou.
O pai de Brian, Sr. Lewis Jones, irritando-se com a menção da palavra drogas em todos os jornais, escreveu uma carta para a polícia afirmando que a droga encontrado no corpo de seu filho foi receitado por um médico e que havia uma receita para confirmar isto. Portanto poderiam investigar este fato e ter este lado da historia esclarecido publicamente. Ele mandou a carta numa sexta-feira e na segunda-feira, o tal médico já havia deixado o país. Sr. Lewis embora surpreso e cheio de incertezas, não sabe ao certo como entender a relação destes fatos.
Anne depois de décadas sumida, iria aparecer no final do milênio contando que não viu Brian tomando nenhuma pílula. Fica a pergunta no ar, teria alguém colocado o barbitúrico em sua bebida? Teria Brian ido nadar sem saber que ele estava sobre o efeito de um barbitúrico? Brian há muito tempo deixou de misturar as duas coisas, apavorado com o prospecto de repetir seus deslizes do passado. Como podem ver, há várias inconsistências, todas pequenas, nesta historia oficial.
O Que Os Médicos Concluem
No dia 7 de julho, Frank, Janet e Anne foram reunidos novamente no necrotério de East Grinstead. O local também estava infestado de jornalistas, portanto Frank procurou estar sempre perto de Anne para "protegê-la". Lá, o grupo foi acompanhado também pelo pai de Brian, Sr. Lewis Jones e pela irmã caçula de Brian, Barbara Jones. Com este grupo presente, os doutores Angus Sommerville e Albert Sachs que haviam estudado o defunto, fazem algumas perguntas e informam de seus achados e suas conclusões.
Encontram um corpo cujo coração era maior do que deveria ser para sua idade, estando gordo e flácido. Seu fígado estava com o dobro do tamanho e peso, encontrando-se em alto estágio de decomposição. Nenhuma evidência de um ataque asmático fora encontrado, embora estava evidente que ele sofria da doença. Haviam porém sinais de que Brian havia ingerido álcool e barbitúricos.
Perguntaram a Anne se alguma vez haviam visto Brian tomar uma pílula chamado Durophet. A resposta foi positiva, porém só uma vez. Anne também comentou que naquela noite, ele havia apenas tomado brandy. Quando perguntado sobre o inalador, garantiu que nunca viu Brian ter um ataque de asma, embora sempre levasse seu inalador para a piscina. Com a maior parte do corpo dentro d'água, é sempre mais difícil respirar. Os médicos então concluem que Brian teria morrido por um acidente, causado por excesso de bebida e barbitúricos que resultaram com ele se afogando.
O Enterro
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Três dias antes do enterro, Anne foi levada contra sua vontade para o aeroporto. Foi-lhe entregue uma passagem para Estocolmo e colocada dentro do avião. As despesas foram deduzidas da conta de Brian. Amargamente, ela terá que ler sobre o enterro nos jornais suecos. Ela continuaria passando mal e vomitando toda a manhã até passar a sangrar. Foi quando descobriu que estava gravida porém era tarde, seu corpo abortando o feto antes mesmo do primeiro mês.
Pai e mãe, Lewis e Louisa Jones, com a filha Barbara imediatamente atrás
Pai e mãe, Lewis e Louisa Jones, com a filha Barbara imediatamente atrás

No dia do enterro, dia 10 de julho, realizado em Cheltenham, parecia que a cidade toda parou para ver a procissão de 14 veículos. Dos Rolling Stones estavam Bill Wyman com Astrid; Charlie Watts com Shirley; Ian Stewart com Cynthia; Fred, o contador; Shirley Arnold, e mais Tom Keylock. Outros identificados no enterro eram Eric Easton, Linda Lawrence com o filho Mark Julian e Suki Poiter. 
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Mick Jagger e Marianne Faithfull estavam já na Australia, onde iriam iniciar filmagens para o filme Ned Kelly. Keith e Anita resolveram não comparecer, Anita já no oitavo mês de gravidez do primeiro filho do casal.
Um policial guardando a entrada do cemitério, fez continência quando o caixão de Brian passou. Charlie Watts que observou o incidente, riu sozinho imaginando Brian em algum lugar, às gargalhadas com esta ironia.
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Cerca de quinhentas pessoas, a grande maioria mulheres, vindas de todo o país apareceram, a maioria de preto, muitas levando rosas. Todos se aglomeravam no cemitério perto de Prestbury, a maioria chorando enquanto assistiam o caixão de bronze descendo para o fundo da cova. Fotógrafos empurravam pessoas para conseguir um melhor ângulo do caixão e cova. Embora houvesse chovido levemente de manhã, o sol brilhava forte e a cova, embora funda, estava iluminada por ele. No calor e na emoção Shirley Arnold desmaia e é levada até o carro.
Epílogo
O que aconteceu realmente com Brian Jones continua um mistério. Até as explicações mais recentes, revistas e revistadas, continuam encobertas por dúvidas. No final do milênio, Tom Keylock conta que visitou seu amigo Frank Thorogood que estava moribundo. Antes de morrer, Thorogood teria confessado que ele havia afogado Brian Jones. A noticia espalhou relativamente rápido e vendeu alguns livros, Keylock recebendo algum dinheiro pela exclusividade. A pergunta que fica é de quão sincera é esta informação, já que Thorogood nunca comentou isto com mais ninguém e, agora morto, não tem como defender seu nome. Estaria Keylock apenas arrumando uma maneira de levantar uma verba? Não seria a primeira vez.
Dois anos depois do anúncio de Tom Keylock, foi a vez de Anne Wohlin ressurgir do nada e escrever o seu livro. Conta de seu relacionamento amoroso ardente com Brian Jones e que sempre sentiu suspeitas em relação a Frank Thorogood, justamente por ele ser a última pessoa a estar com Brian ainda com vida. Reforçam suas suspeitas a questão dele ter sido despedido e tendo que dar conta de dinheiro gasto indevidamente. Thorogood se apresenta agora como alguém tendo um motivo. Porém, novamente fica a pergunta, porque tanto tempo se passou para ele contar "a verdade"? Uma vez que Frank Thorogood está morto, seria este mais um caso do ditado popular, "Cão danado, todos a ele"?
A policia inglesa não tem restrições de tempo para um caso de assassinato. Porque algo não foi movido? Aparentemente, a policia chegou a conversar com algumas pessoas depois das novas alegações, todavia não encontraram nada que pudessem sustentar um novo julgamento.
Toda essa controvérsia trouxe de volta o caso à memória de muitos. Hollywood está pensando seriamente em fazer um filme sobre a vida de Brian e encerrando a historia com a teoria do assassinato. Evidentemente Tom Keylock receberá como consultor técnico. O filme porém pode não ter este final pois a família de Frank Thorogood luta na justiça para preservar o seu nome, negando todo e qualquer envolvimento dele na morte de seu antigo patrão. São eles quem mais acusam Tom Keylock de estar tentando faturar em cima do falecido amigo. Do lado dos Rolling Stones e pessoas que conheceram Brian no final de sua vida, são poucos os que acreditam que Tom só ficou sabendo da verdade com Frank moribundo. Isto é, se esta nova teoria, for mesmo a verdade.
O Ultimo Mistério
Antes mesmo de Brian Jones ser enterrado, houve um incidente que não chegou aos jornais, mas todos ligados ao músico ficaram cientes. Alguém chegou em Cotchford Farm, munido com a chave da porta da frente e uma equipe de mudanças. Encostaram um caminhão e levaram tudo. Os móveis, os tapetes, as roupas, as jóias, as guitarras e demais instrumentos, os equipamentos de som, todos os rolos de fita com todas as gravações particulares do famosos Rolling Stone. Tudo. A casa foi encontrada depois, totalmente vazia.
Tom Keylock havia pedido demissão pouco antes de sumir do mapa. Ou foi mandado embora. Afinal, era a obrigação dele cuidar de Brian e ele falhou. É incerto se há alguma relação entre uma coisa e a outra, porém há muitas suspeitas.
Falando Sobre Brian Jones
"Quando Brian estava na sexta serie, foi suspenso por não estar trajando o uniforme completo do colégio. Eu o sentei no meu colo e fui lhe dar um sermão. Mas ele me olhou sério e disse 'Escuta papai, eles são apenas professores. Eles nunca realizaram nada. Você quer que eu faça as coisas que você fez, mas não posso ser como você. Quero viver a minha vida.' Sempre terrivelmente lógico... Nunca consegui nada tentando argumentar com ele."
"Quando Brian formou os Rolling Stones, parecia que ele havia encontrado sua alma. Sempre que a banda aparecia sendo criticado nos jornais, ele nos ligava. Quando ele foi preso pela segunda vez, ele me ligou aos prantos jurando inocência. Que foi tudo armação. Eu acredito nele. Brian nunca mentiu para mim."
"Eu nunca pude entender como se espalhou esta historia sobre uma festa. Se você vai dar uma festa, você não toma uma pílula para dormir, não é? Ninguém indagou a respeito disto."
Lewis Jones - pai de Brian Jones

"Brian irradiava como um sol, mas dava para perceber que ele tinha todos os problemas do mundo sobre os ombros. Havia muita feiura além da beleza."
Shirley Arnold - Presidente do Rolling Stones Official Fan Club

"Na audição, toquei um pouco de ragtime no piano do pub e Brian pegou sua guitarra e começamos a improvisar. Percebi logo que Brian era um talento. Ele conhecia muito bem rhythm and blues e sabia fazer um slide guitar perfeito. Quando descobri que ele também tocava saxofone, gaita, clarinete e praticamente qualquer instrumento de uma banda, minha admiração só aumentou."
"É realmente uma pena. Bastou o cara começar a ganhar muita grana que ele enlouqueceu."
"Me parece que ele nunca conseguiu se encontrar por não saber o que ele queria, ou não saber como expressar uma parte dele mesmo. Na verdade, ele era um cara bem legal que não queria que todos soubessem que ele era legal. Ele queria ser conhecido como uma figura do mal, mas ele não era. O resultado final acabou levando-o a ser evitado por muitos."
Ian Stewart

"Eu realmente acredito que foi um engano, não acredito que Brian tenha planejado cometer suicídio. Eu teria sentido muito mais pena dele e menos por mim, caso ele tivesse intenção de morrer. Mas agora sinto mais pena de mim e de todos nós porque ele não está mais aqui. Muito da tristeza é porque sinto saudades dele, mas não posso deixar de pensar que, se ele tivesse que morrer, esta era uma boa época. Porque ele estava tão feliz naquela momento de sua vida. Se ele tivesse morrido uns seis meses antes, teria sido bem mais triste pois era um período de sua vida onde ele estava extremamente deprimido. Pelo menos ele morreu depois que ele já havia reencontrado com a felicidade."
Alexis Korner

"Que cara legal! Ótima pessoa como companhia. Bondoso e sempre com consideração por todos. Eu nunca pernoitei na sua casa porque era mal-assombrada, mas Brian tinha a capacidade de fazer qualquer criança amedrontada se sentir melhor."
Damian Korner - filha de Alexis Korner sobre os passeios em Cotchford Farm

"Quando Brian estava fora do palco, me parece que ele tinha dificuldades de lidar com o mundo real. Eu mesmo sofri do mesmo mal anos depois. Brian aparentava ter problemas adicionais, sendo um pouco esquizofrênico. Mas quem não seria em uma banda como aquela? Tendo dito isto, Brian era ainda claramente a estrela maior dos Rolling Stones."
Ray Davies

"Foi um dia normal para Brian. Ele morria todo dia. Os outros Stones pareciam não gostar muito dele. Acabei escrevendo uma canção chamada 'A Normal Day For Brian, The Man Who Dies Everyday'."
"Brian deveria ter sido colocado em uma camisa de força e tratado. Eu conhecia Brian bem; os Stones sendo uma banda do qual sempre gostei. Curtia inclusive o aspecto indisciplinado deles e Brian sempre foi o que eu considerava indisciplinado. Quando ele parou de tocar com eles, pensei que a dinâmica da banda se perderia mas parece que continua lá. Talvez o fato dele ter morrido tornou aquela dinâmica eterna. Um pouco de amor poderia ter dado um jeito nele. Não sei se a morte foi necessariamente algo ruim para Brian. Ele fará melhor na próxima vez. Eu acredito em reencarnação."
Pete Townshend

"Acho que ele não recebeu muito amor ou compreensão."
George Harrison

"No inicio Brian era o cara mais interessante dentro dos Stones porém ele mudou através dos anos, enquanto desintegrava. Ele acabou se tornando o tipo de cara que você teme ter que atender no telefone, porque você sabe que ele só trazia problemas. Ele estava mergulhado em muita dor. No inicio ele era legal porque era jovem e cheio de confiança. Ele era uma destas pessoas que desintegravam à sua frente.
John Lennon

"Brian sempre tinha uma palavra agradável para dizer sobre tudo. Nos dávamos muito bem. Ele tinha um ótimo senso de humor; lembro-me de rir muito com ele. Brian era um cara meio nervoso, extremamente introvertido, quieto e sério. Acho que talvez ele tenha se metido com drogas um pouquinho acima de sua própria resistência, pois ele vivia tremendo. Porém ele era uma ótima pessoa. Sei que muitas pessoas ficaram um pouco irritadas com ele mas ele era ótimo. Não posso dizer que conheço ele bem porque a gente só conhece certas pessoas em um nível."
Paul McCartney

"Ele era sujo, temperamental e não muito amigo - parcialmente pelo seu hábito de pedir pequenas somas de dinheiro emprestado e nunca pagando de volta, e parcialmente porque seus amigos podiam perceber claramente que ele estava jogando sua vida fora enquanto reclamava de tudo no processo. As meninas tinham pena dele por causa daquele seu ar de solitário e deprimido e ele jogava com isso. Talvez porque ele era tão baixinho ou porque ninguém o levava a sério, mas ele parecia gostar de usar meninas para se vingar do mundo. Aparentemente ele achava que o mundo de alguma forma havia lhe lesado. Ele gostava de mostra a suas visitas, as fronhas manchadas de sangue da virgem que ele havia deflorado na noite anterior. Gostava de se gabar da quantidade de mulheres com quem ele havia dormido. Ele era um escroto."
Barry Miles

"Eu gostava de Brian e confiava nele. Percebia-se que ele tinha muita criatividade. Ele era um poeta, um "enfant terrible", eu sei, mas ele era um cara em sincronia com seu tempo. Ele também era muito apaixonado por Anita. Era fácil gostar de Brian; ele estava sempre alegre! Ao mesmo tempo, ele muitas vezes tornava difícil uma amizade, preferindo te desafiar, te provocar. Sim, definitivamente havia algo demoníaco sobre Brian. Ele percebia suas fraquezas com uma intuição incrível, e, caso estivesse com disposição, a explorava. Pro outro lado, ele conseguia ser incrivelmente cândido e simpático com você. Eu gosto de Brian. Mas ele era um cara complicado. Deve ter sido difícil."
Volker Schlondorff - Diretor do filme Mord Und Totschlag (A Degree Of Murder)

Brian era um músico totalmente dedicado que jamais conseguiu se adaptar com o aspecto comercial de ser um Rolling Stone."
Jimmy Miller

"Brian era consumido por medo. Esta é sua característica mais gritante. Medo. Jamais encontrei uma pessoa com tanto medo na vida."
Violet e Alex Lawrence - os pais de Linda Lawrence

"Quando meu namorado Tara Browne morreu, Brian me deu um ombro para chorar. Ele juntou os pedaços e fez eu me sentir como uma mulher novamente. Eu jamais vou esquecer dele. Ele foi uma pessoa incrível e maravilhosa."
Suki Poiter

"O fato só entrou na minha cabeça bem mais tarde quando eu mesma ouvi no rádio. Chorei tanto. Com todas as nossas discussões, jamais quis isto para ele. Ele precisava estar cercado de mulheres porque era inseguro. Acho que todos nós acreditávamos que poderíamos compreendê-lo se tentássemos o suficiente. Mas acho que ninguém conseguiria. É tão injusto ele morrer antes de ter uma chance de amadurecer. Pelo menos agora ele não precisa se esforçar tanto em viver."
Pat Andrews

"O temperamento de Brian dependia muito da lua; coisa que eu gostava nele. Ele era fisicamente atraente também. De uma forma engraçada, ele parecia uma menina. Sexualmente, eu gosto tanto de meninas quanto meninos e Brian conseguia, ao meu ver, combinar os dois sexos. Ele tinha um ótimo senso de humor. Como poderia não me apaixonar por um homem que sabia me fazer rir? Outra característica de Brian era que ele falava tudo que tinha na cabeça. As coisas mais absurdas. Ele era maravilhosamente curioso sobre coisas novas, lugares novos; queria saber de tudo que se passava. Conhecer pessoas novas, idéias novas, aprender as novas danças..."
Anita Pallenberg

"Brian era uma pessoa que podia tocar qualquer instrumento. Ele era uma destas pessoas que por um prisma, são incríveis, por outro, são babacas completos."
"Há pessoas que você conhece na vida, que você sabe que jamais chegarão aos trinta. Brian era uma dessas pessoas e ele sabia disto.”
"Havia tensões extras entre eu e Brian porque eu levei sua mulher. Sabe; ele gostava de bater em suas mulheres. Não é um cara que se possa gostar."
Keith Richard

"Estou sem palavras, triste e em choque. Algo se foi. Éramos uma família, nós os Stones. Rezo por ele. Espero que ele seja abençoado. Que encontre a paz. Não nos conhecíamos muito bem"
"Foi realmente um choque quando Brian morreu. Suponho que havia um sentimento geral de que se alguém fosse morrer, seria Brian. Ele viveu sua vida rapidamente, como uma borboleta. Já fomos mais próximos mas aí o mito explodiu."
"Ele estava em outro mundo. Na maioria das vezes ele sequer aparecia e quando vinha, estava sem condições de fazer nada. Perdíamos tempo tendo que paparicá-lo. Foi muito triste."
Mick Jagger

"Brian foi a primeira pessoa na Inglaterra a tocar bottleneck guitar, antes das outras pessoas saberem do que se tratava. Ele continuou a se desenvolver com outros instrumentos trazendo para a nossa atenção muitas coisas que de outra forma, nos teriam passado despercebidos. Quanto a sua personalidade, com todas as suas fraquezas e inseguranças, sua impertinência e terrível conduta, ele ainda assim era uma figura pivô. Um símbolo dos anos sessenta, que ajudou a nos moldar. Ele merece perdão total."
"Se há um homem que genuinamente representa a vida rock and roll e que naturalmente caracterizava os Rolling Stones em todos os aspectos, muito antes que nós cinco tenhamos assumido um estilo, este homem é Brian Jones. A banda jamais teria existido sem ele. Muito das atitudes e sons da década de sessenta foram desenvolvidos através do estilo pessoal e determinação de Brian. Ele era o típico garoto de classe média que fez todo o possível para se libertar de suas origens, trabalhando em qualquer emprego até encontrar um nicho. E quando encontrou, ele martelou até o mundo todo conseguir ouvi-lo, com idealismo e seriedade."
"Ele podia ser a pessoa mais doce, meiga e cheia de considerações do mundo. E a pior e mais perversa pessoa que você já encontrou na vida. Sempre opostos, pulando de um para o outro. Não dando a minima para nada e depois se preocupando com o menor detalhe. Um hipocondríaco extremamente inteligente e muito articulado."
Bill Wyman

"Nos primeiros anos era bem diferente. Éramos como uma matilha. Brian ainda estava vivo e de certa forma, formávamos uma família. Hoje, tem horas que sequer tenho certeza se conheço os outros.”
"Nunca ouvi uma pessoa tocar um bottleneck guitar como o Brian. Exceto o Geoff Bradford, claro. Todavia Geoff é mais para folk enquanto Brian mais cru como Elmore James. Era fantástico e ninguém havia ouvido alguém tocar assim antes."
"O problema do Brian era que ele não tinha mesmo muita saúde. Ele tinha uma incrível fraqueza para tentações. Ele não era uma pessoa agradável realmente, mas acho que ele estava mergulhado em muita dor. Ele conseguia ser bastante inconveniente se o pegasse em um dia ruim, mas podia também ser extremamente charmoso em outros dias."
"Ele ficou bem mais simpático no final de sua vida. Porem eu fiquei ainda mais triste pelo o que fizemos com ele. Tiramos dele aquela uma coisa, que era ser parte de uma banda. Em minha opinião."
Charlie Watts

Ophiolatry x Abhorrence - Split CD


Malignant Art está disponibilizando seu primeiro lançamento, o split CD com duas grandes e promissoras bandas do death metal brasileiro: o Ophiolatry e Abhorrence, ambas atuando há anos no underground e tendo participado de vários registros. Cada conjunto traz quatro faixas, três de estúdio e uma ao vivo, extremas, profanas e totalmente sem concessões.



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O Ophiolatry tem em sua formação Antonio Costa (voz e baixo), Fabio Sperandio (guitarra) e Jorge ‘Dog’ Duart (trigger drums). Este split CD apresenta uma nova versão de “Havoc”, um cover do Napalm Death para a ótima “Scum”, “Impaling The Christian Race” (faixa bônus gravada no álbum de estréia) e “Opposity Monarchy”, numa versão matadora ao vivo.
O brutal Abhorrence vem de São José do Rio Preto (SP) e é formado por Marcello Marzari (voz e baixo), Rangel Arroyo (guitarra) e Fernando Arroyo (bateria), trazendo as faixas “Evoking the Abomination”, que já havia saído em seu álbum deestréia, duas excelentes músicas inéditas chamadas “Shatterer Merciless” e “Blackest Execration” e, por fim, “Sacrificial Offerings” em versão ao vivo.
Este split resume bem o quão agressivo é a cena do underground brasileiro, não devendo em absolutamente nada às bandas gringas. Pelo contrário, em muitos casos somos exemplos de total rebeldia para com os dogmas e outras imposições de leis ao homem, expressadas em forma de violência sonora.
Contato Ophiolatry: www.ophiolatry.com.br
Contato Abhorrence: www.siage.com.br/abhorrence.htm
OPHIOLATRY x ABHORRENCE – split CD
(2005 / Malignant Art)

01. Havoc
02. Scum
03. Impaling The Christian Race
04. Opposite Monarchy (live)
05. Evoking The Abomination
06. Shatterer Merciless
07. Blackest Execration
08. Sacrificial Offerings (live)

Die Welt brennt - Umbra et Imago


O Umbra et Imago nasceu em 1991 na cidade alemã de Karlsruhe, já lançou uma dezena de álbuns e conquistou uma fiel legião de fãs no underground europeu. "Die Welt brennt", lançado originalmente em 2002 no velho mundo, finalmente ganha versão nacional, e é um item no mínimo interessante.



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Liderado pelo vocalista Manuel Munz, conhecido como Mozart, o grupo faz um gothic rock muito competente, bastante soturno e climático, que cai bem aos ouvidos. Visualmente a banda explora muitos elementos teatrais e performáticos em seus shows, e usa e abusa da sexualidade como fator dominante de sua obra. Mulheres nuas entram no palco, algumas estão em gaiolas suspensas, outras interagem com o vocalista, levando a platéia ao delírio.
É inegável que a performance da banda impressiona. Algumas vezes ficamos chocados, outras achamos interessante, e em alguns momentos tudo não parece passar de um teatro um tanto quanto ridículo, mas, de maneira geral, o show do grupo é um todo muito bem montado e pensado, que alcança com propriedade aquilo que se propõe a fazer: explorar até o limite a dramaticidade de sua música, somada a uma sexualidade extrema. O tema vampirismo é mais do que relevante aqui, tanto na forma da banda se vestir e postar, quanto de seu próprio público, repleto de figuras estranhas.
Assistir aos extras do DVD é fundamental para entender mais sobre o Umbra et Imago e seu mundo próprio. Venerado pelos fãs, Mozart assume a postura de apóstolo gótico, um personagem enigmático e bastante complexo. O sexo é o tema principal da obra do conjunto, e shows sadomasoquistas complementam as entrevistas, com cenas que podem chocar os mais puritanos, mas que revelam o quanto um considerável segmento de adeptos da música pesada mergulhou nos recantos mais soturnos do gênero, temperando-o com aspectos controversos de outras manifestações artísticas, gerando um resultado final bastante interessante. Ainda que a Hellion Records, seguindo o seu padrão ridículo de qualidade e respeito aos consumidores, tenha feito o favor de não legendar as entrevistas - que são em alemão -, mesmo assim dá pra entrar no clima. Pelo menos o DVD vem com um ótimo CD bônus ao vivo com o áudio do show.
Tem gente que vai odiar, tem gente que vai amar, mas é inegável que "Die Welt brennt" é um item curioso e diferenciado, que serve como referência de uma cena que se torna cada vez mais popular na Europa.
Vale a pena dar uma conferida, sem dúvida alguma.
Fonte desta matéria: Collector´s Room

Paralytic - Deceivers


Tendo sua origem em Brasília (DF), o Deceivers já vem batalhando desde o distante ano de 1994, tendo como frutos os álbuns "Third Machine" (02) e o excelente "Everbreathe" (05), que foram muito bem recebidos pela imprensa especializada e, inclusive, encontraram selos dispostos a lançá-los em território gringo. E o saldo foi tão positivo que o pessoal passou um bom tempo tendo como base Los Angeles (EUA), visando promover o máximo possível o nome Deceivers.



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Pois bem, agora o Deceivers está dando continuidade à sua carreira e liberando o EP "Paralytic" (EP profissional, e não uma simples demo, que fique claro), que revela toda a experiência adquirida ao longo dos anos. Sua fórmula, tão amadurecida e que funde de maneira incendiária a fúria do Heavy Metal e Hardcore, com algumas linhas vocais hip hop, apresenta três faixas ainda mais trabalhadas e com letras de forte teor pessoal e auto-reflexivo, em detrimento dos aspectos sociais e políticos de outrora.
E é sempre gratificante ter em mãos um disco com um projeto gráfico que consiga fugir do convencional... Além de a imagem de sua capa já ser provocante, "Paralytic" é envolto em uma embalagem digipak, cujas proporções visaram algo mais vertical, além de conter um encarte de excelente qualidade em papel fosco, bem colorido e com todas as informações pertinentes.
Como a maioria dos EPs, "Paralytic" tem como único inconveniente sua breve audição: são apenas 10 minutinhos que realmente deixam o ouvinte querendo escutar mais. Muito mais. Esta é uma banda que não precisa provar mais nada a ninguém, e fica a recomendação em acessar o MySpace do Deceivers, pois toda sua discografia está à disposição para os amantes do gênero fazerem download. Que venha o próximo disco completo!
Formação:
Gregório - voz
Márcio - guitarra
Caio - guitarra
João Henrique - baixo
Arnoldo - bateria

Deceivers – Paralytic
(2010 / independente – nacional)

01. Paralytic
02. The Red Moon
03. Hemoglobine