6 de abril de 2011

Pode Crer ! 2007







Com todos os elementos que fazem parte da vida de um adolescente - a descoberta do sexo, as festas, a música, as intrigas, o tormento do vestibular -, 'Podecrer!' mostra uma geração que começava a recuperar a liberdade roubada nos tempos da ditadura e que, às vésperas do boom do Rock-Brasil, renovou os costumes e valores do país.



Parte 22 - A Vida de Brian


Vem de Ian Stewart a sugestão de se trazer Mick Taylor, guitarrista virtuoso do John Mayall & the Bluesbreakers, banda escola de bons músicos, muito como Alexis Korner & the Blues Incorporated eram no início da década. Convidado para um ensaio teste no dia 1 de junho, eles tocam um blues improvisado sem nome, sendo depois convidado a participar da gravação de uma das canções de trabalho. A sessão, que terminaria por volta das três da manhã, rendeu um compacto vencedor, Honky Tonk Woman.
Fé Cega
Mick e Marianne foram convidados para jantar na casa de Eric Clapton. Jagger e Clapton tem se visto e falado muito durante os últimos meses, pois sua nova banda, Blind Faith, estava no Olympic Studios desde abril gravando com Jimmy Miller o álbum de estreia. Blind Faith tem grande expectativa da imprensa e são chamados de supergrupo porque seus três membros são grandes estrelas de arrecadação. São eles Eric Clapton e Ginger Baker do Cream, mais Steve Winwood do Traffic. Precisando de um baixista para as apresentações ao vivo, Rick Grech, baixista do Family, é convidado a excursionar com eles. Grech, porém, na simpatia, acaba participando do disco e se tornando um quarto membro.
Clapton convida Mick para ir ao show de estréia da banda a ser realizado no Hyde Park dia 7 de junho. Seria a primeira vez que uma banda de maior expressão realizaria na Inglaterra um show gratuito. No sábado, dia do show, Mick ao lado de Marinanne, está nas nuvens ao ver tamanha aglomeração de pessoas, quase 150 mil de público. Nunca os Stones conseguiram tocar para tamanho publico de uma só vez!
Os Rolling Stones haviam marcado dois shows em Roma, onde tocariam no mesmo Coliseu onde os Romanos assistiam gladiadores e mártires cristãos serem engolidos por leões famintos, tudo em nome do espetáculo. O show seria filmado e projetado para todo o mundo, no lugar do já velho Rock 'n' Roll Circus. Havia grande euforia de toda banda para o evento mas infelizmente as duas noites são canceladas e Mick olha para Hyde Park como uma opção digna. Seria uma oportunidade de apresentar a formação nova da banda para um público gigantesco, filmando o evento, que seria posteriormente televisionado para o mundo afora.
Ele procurou ser apresentado ao responsável pelo evento, este sendo Peter Jenner, e fez logo a proposta: "O que acharia de ter os Rolling Stones no Hyde Park?" Em uma rápida conversa e em acordo de cavaleiros, Mick Jagger marca para dia 5 de julho a data do show. Depois, assistem a apresentação do Blind Faith que perto do final, homenageiam os Stones com uma versão de Under My Thumb.
Acidente de Carro
Naquele mesmo sábado, de manhã, Keith e Anita começavam o dia fumando ópio na suite do hotel em que estavam hospedados. Anita já está no quinto mês de gravidez e embora a sala não esteja rodando, estão todos em um agradável estado de intoxicação. Foi quando chegou a noticia que o seu Mercedes amarelo, fabricado na época do nazismo, estava pronto e poderia ser entregue. O veículo havia passado pouco mais de um ano em reforma, depois de Keith tê-lo destruído em um acidente no primeiro dia que dirigiu o carro. O veiculo longo e imponente foi então colocado a sua disposição, estacionando à frente do hotel. "Vamos voltar a residir em Redlands" Anita decide, e com isto, resolvem fazer as malas. Intoxicados pelo ópio, levam quase quatro horas arrumando desorganizadamente todos os seus pertences pessoais, aparelhos eletrónicos e bugigangas em geral, vários comprados recentemente.
Dentro do carro, Keith continua sem saber dirigir um veiculo de cambio manual. Desta maneira, volta a ter os mesmos problemas que o levaram a bater da primeira vez. Dirigindo em alta velocidade, ao fazer uma curva na West Wittering Road, o pneu traseiro bate no meio fio e o carro fica descontrolado, derrapando para a contra mão, depois capotando de lado, rolando por uma ribanceira. Ao encontrar o auxílio de um carvalho, o veículo parou; milagrosamente de cabeça para cima.
Anita geme de dor, localizando seu foco maior vindo do ombro esquerdo. Keith levanta preocupado. Suas primeiras palavras são "Rápido! Precisamos esconder o flagrante!" e sai à caça de todo os pertences do casal, colocando todo flagrante em um saco plástico e escondendo tudo num buraco de uma arvore vizinha. No saco malocado, cocaína, heroína, ópio e haxixe, os mantimentos usuais deste casal nada conservador. Mais tarde, alguém seria mandado para buscar estes e outros pertences que ficaram para trás. Não demorou muito e a policia chegou. De fato, a primeira preocupação da policia era de encontrar entorpecentes entre as coisas do casal, mesmo com Anita grávida, sangrando e em dor. Pediram para esvaziar os bolsos e ao achar duas seringas e duas capsulas usadas na sua bolsa, obrigaram o casal a ir à delegacia.
Anita explica que ela precisa ir para um hospital, que as capsulas são de vitamina b12 que ela toma regularmente, como orientada pelo seu médico. Um dos policiais faz parte do grupo que participou da batida em Redlands no ano anterior e desconfiado, não lhe dar credito, e o casal acaba mesmo sendo levado para a delegacia. Lá, o médico policial confirma a versão de Anita como plausível e dá ordens para que ela seja imediatamente levado para um hospital. Os guardas de moral muito baixa, fazem escolta policial para o St. Richard's Hospital, onde ela foi diagnosticado com fratura óssea na altura do ombro. Na manhã seguinte, Keith leva Anita para ser internada no London Clinic, visitando-a regularmente todos os dias, enquanto lá estivesse. Por causa da gravidez, os médicos acharam melhor que ela fique em observação. Durante este tempo, Keith aluga um apartamento em Park Lane embora passasse a maior parte do seu tempo ou visitando Anita ou na casa de Spanish Tony e sua namorada Madeleine.
Curiosamente Brian também quase sofre um acidente de carro no mesmo dia que Keith. Sendo um motorista disperso, estava contando um caso para Anne enquanto ao volante e se distraiu perto de um cruzamento, onde a preferencial era do outro veículo. Brian freia a tempo de evitar uma colisão, mas a possibilidade de acidente o deixa atormentado. Volta imediatamente para casa e não consegue dormir à noite. Bem ao seu estilo, fala sem parar, esticando o assunto para infinitas possibilidades, cada uma com um resultado mais trágico que o outro. "E se tivéssemos batido e você se machucado feio. Poderia ter quebrado um osso. Poderia ter ficado aleijada e tudo por minha culpa! Imagina se você fosse morrer!" Depois de passar horas no mesmo assunto, prontamente jura que jamais voltará a dirigir na vida.
Cortado
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No dia 8 de junho, Mick, Keith e Charlie se reuniram no estúdio à tarde, onde entre outras coisas, terminam de mixar Honky Tonk Woman. Por volta das 18 horas encerram e seguem juntos em direção a Cotchford Farm. Mick e Keith, com receio de que Brian pudesse aprontar uma situação de conflito, que poderia terminar de forma extremamente desagradável, convencem Charlie a acompanhá-los. Quando os dois carros estacionaram na garagem, à frente da casa, Brian olhando pela janela, já os aguardava. Brian deixa Anne no quarto e desce ao encontro dos colegas. Ele sabe que é chegada a hora.
Nenhum deles tiveram como encarar Brian nos olhos durante toda a reunião que foi na prática, sem incidentes, e bem mais amena do que puderam supor. A conversa realizada na cozinha durou pouco mais que meia hora. Curiosamente eram Keith e Mick que estavam nervosos, Brian se mostrando calmo de uma forma mais para apático do que para tranqüilo. Ninguém sabe por onde começar até Keith esfaquear o assunto, "Viemos aqui falar sobre a excursão americana." Brian timidamente replica, "Eu não posso ir, vocês sabem. Não tenho saúde para uma excursão longa no momento. Alias, faz tempo que não sou um Rolling Stone de fato". Mick apanhando a deixa, entrega logo a situação no pé que está e a solução melhor cabível encontrado por eles.
Para o desgosto de Allen Klein, os Rolling Stones concordaram em pagar ao Brian Jones a soma de £100.000 por ano, valor que seria rateado entre os quatro membros restantes, até o dia que a banda acabar. Brian também poderia retomar o seu lugar na banda em uma futura data se assim ele desejar. Em troca, ele teria apenas que dizer que a idéia foi sua de sair e não tratar o assunto como se ele tivesse sido demitido. Todos concordam que esta é a melhor maneira de se ir publicamente sobre a separação. Desta forma, nenhuma das duas partes ferem a outra. Brian aceitou os termos sem nenhuma discussão, assegurando que Mick poderia fazer o anúncio oficial da forma que melhor entendesse, e que ele confirmaria tudo. O acordo foi verbal mas um documento seria aprontado no futuro próximo pelo escritório de Allen Klein. Ao saírem, Mick, Keith e Charlie estão visivelmente aliviados que tudo foi de fato, feito da forma mais civilizada e amena possível.
Antes de irem embora, Keith oferece de presente um papelote com cocaína. Sozinho na cozinha, Brian aguarda um pouco em silêncio, se dobra sobre a mesa e começa a chorar, como quem acaba de ser informado de seu divórcio. Depois de se recompor, volta para a cama onde Anne o aguarda, anunciando que a ruptura está oficializada. Mais tarde, depois de quase cinco meses de abstinência, Brian vira a noite cheirando toda a cocaína, pateticamente agradecido pela consideração de Keith de lhe dar um presente. O pó é de extrema pureza, porém Brian está totalmente desacostumado, e seu corpo depois da inicial sensação de ligação, passa a rejeitar os cristais. Brian passa muito mal, e com Anne segurando sua cabeça, vomita até o amanhecer.
O Anuncio Oficial
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Os Rolling Stones com Brian Jones, oficialmente não existe mais. Mick agora está pressionado a divulgar a notícia da saída de Brian em função do show em Hyde Park no mês que vem. Como Keith corretamente o lembrou, "O povo pode não gostar de anunciarmos a saída de Brian, mas irão gostar ainda menos se simplesmente aparecermos no palco com Mick Taylor."
O anúncio sai em apenas um jornal no dia 9 de junho, Mick intencionalmente tentando ver se a noticia passa sem ninguém se dar muito conta do fato. Doce ilusão. O assunto se espalha rapidamente e Jagger é obrigado a dar entrevistas a respeito. Brian é acordado pelo telefone neste dia, ainda de ressaca da cocaína da noite anterior. Está enjoado mas atende o reporter do outro lado da linha, lhe dando seu "pronunciamento oficial". Confirma toda a historia que é parcialmente a verdade; Brian estava mesmo se afastando daquele tipo de música e buscando algo que melhor representasse suas necessidades como artista.
Porém, seu mal humor é provocado ao ver um exército de jornalistas à frente da entrada de sua residência. Recusa-se a falar com todos, mandando Sra. Hallett dizer que ele já dera uma declaração e que não irá dar mais nenhuma entrevista a respeito do assunto. Brian se esconde no seu quarto de som enquanto Anne está tomando banho de sol na piscina. O telefone agora não pára de tocar, todos querendo saber como ele está. Em Londres, Anita chora com a notícia, sabendo como Brian é sensível e como a banda era importante para ele. Ela teme que ele se perca de vez. Keith, enciumado, lembra a ela que Brian vai receber uma grana preta pra fazer absolutamente nada, portanto não está exatamente na pior. Marianne também chora por Brian, preocupada com seu futuro. Acredita como Anita que Mick e Keith ao expulsá-lo da banda, poderão destruir seu amor próprio de forma irremediável. Liga para saber como ele está, assim como também ligaram Bill, Charlie, Mick, Alexis e incontáveis outros amigos e não tão amigos.
John Lennon é outro que ligou, os dois passando quase uma hora conversando ao telefone, Lennon procurando lhe dar força e coragem, e o parabenizando por ter tomado o primeiro passo na direção de uma nova carreira. Brian sorri e embora ainda inseguro quanto ao futuro, fala de como pretende montar uma nova banda. Lennon fica feliz com a notícia e vai até Cotchford Farm passar a tarde com ele. Ficam os dois na sala de som tocando juntos. Depois, ao se despedir, conversa com Anne sobre a importância do apoio dela para a autoconfiança de Brian. Deu força para o casal e foi embora, deixando Brian em um estado de espirito otimista.
Brian Em Casa
Brian ao lado do trampolim da piscina
Brian ao lado do trampolim da piscina

Neste verão de 69, um dos mais quentes da década, Brian tem prazer e orgulho especial de sua piscina. Tem nadado todos os dias e às vezes a noite, dado o calor. A piscina é térmica e tem iluminação noturna. Brian tem como regra não permitir ninguém entrar na piscina sozinho ou pelo menos, ter alguém do lado de fora vigiando. Ele não esquecera do aviso que teve em Ceilão e por via das dúvidas, não quer arriscar.
Outro grande prazer que Brian tira é de sua horta. O fato de poder comer comida tirada do seu próprio quintal lhe é fonte irradiante de prazer. Ao lado de Anne, ele estava vivendo uma período extremamente feliz e otimista. Até voltara a pegar seu violão, fazendo suas serenatas na cozinha, enquanto assistia sua jovem namorada aprendendo como cozinhar.
Um dos seus maiores refúgios é o quarto de som que ele montou, onde faz suas experiências sonoras e grava diversas coisas. Nele se encontravam três máquinas para gravação profissional, dois órgãos, um piano, além de uma variedade de instrumentos que vão desde guitarras, várias gaitas de boca, percussões variadas, saxofone, balalaika, accordion, cítara, e provavelmente mais algumas coisas.
Até o momento, pouco se pode comprovar sobre os arquivos sonoros de Brian Jones. Sabe-se apenas que ele passou um período muito interessado em sons eletrônicos, música do norte africano, além de rhythm 'n' blues e rock 'n' roll. Sabe-se também que ele recebeu amigos ocasionalmente, dos quais gravaram diversos jams, e possivelmente alguns temas mais estruturados. Os amigos são vários, dos quais, alguns dos nomes são Alexis Korner, Peter Thorup, John Lennon, Denny Lane, Mitch Mitchell e John Mayall. Surgem como possíveis títulos de canções, nomes como "Chow Time", "Go To The Mountains", "Sure I Do" e "Has Anybody Seen My Baby", nenhum confirmado. Sabe-se porém que muita coisa estava inacabada e a grande maioria, se não tudo, era instrumental.
Brian voltara a ouvir discos. Entre as coisas que ele mais ouve em casa estão discos de Liberace e Richie Havens. Uma de suas favoritas canções desta época era "The Ballad of John & Yoko" dos Beatles, que, sempre ao ouvir o refrão "the way things are going, they're gonna crucify me" Brian sorri em reconhecimento a vivência própria desta sensação. "Nashville Skyline" de Bob Dylan é um LP que está sempre na vitrola, principalmente à noite, antes de dormir, onde as letras de "Lay Lady Lay" e "To Be Alone With You" se tornam as favoritas do casal. Outro disco, este nunca prensado (só anos depois como pirata) que Brian voltou a ouvir com bastante freqüência, foi a fita rolo que os Rolling Stones fez antes de assinarem com Andrew Oldham em inicio de 1963 e com Ian Stewart ainda como membro. Vários de seus convidados pegaram Brian ouvindo esta fita, e declarando claramente que em sua opinião, este é tranqüilamente o melhor material gravado pelos Rolling Stones. Todavia, de todas as coisas que Brian estava ouvindo nesta época, nenhum lançamento recente é de maior impacto para ele do que "Proud Mary" de Creedence Clearwater Revival. Esta nova banda serve de enorme inspiração para suas intenções musicais futuras.
Um Toque Feminino
Visão lateral da casa de Brian Jones
Visão lateral da casa de Brian Jones

Já há um mês morando em Cotchford Farm, Anne começa a querer dar um toque feminino na casa. Sugere que Brian lhe permita ir decorando o lugar, aos poucos, quarto por quarto. Garante que bom gosto não necessariamente representa gastar fortunas e Brian consente.
Anne conta que enquanto na cozinha, ouve Brian dando uma relação de mantimentos para serem comprados para um dos empregados da casa. Intrigada com a quantidade de comida encomendada, pergunta se irão receber visitas. Brian não entende a sutileza da pergunta, pois a quantidade solicitada é a mesma de sempre. Ficou evidente para ela que Brian não tinha nenhuma noção do custo das coisas. Guiado por ela, o casal faz um levantamento do que tem na casa e montam uma lista de comida para os dois. Ela então leva Brian até o armazém local com ela, para que ele possa ver e testemunhar por si mesmo, quanto custa cada coisa.
O valor dos gastos semanais caíram a menos de metade e Brian passou a ter um motivo a mais para confiar em sua namorada. Mas se Brian antes estava comprando comida em excesso, e toda semana precisava comprar mais comida, para onde iam estes mantimentos? É através de relatos como este, que percebemos que algumas das queixas que Brian vem fazendo no último ano podem não ser totalmente fruto de sua paranóia. Outro incidente similar acontece quando Anne, durante a janta, ao ouvir um barulho, levanta e olha pela janela. Ela então testemunha três empregados guardando, na mala de um carro, várias sacolas com legumes tirados da horta. Ela informa Brian que sai furiosamente para enfrentar a situação. "O Frank nos falou para pegar o que quisermos" teria sido a defesa, Brian mandando devolver tudo. Seria este um incidente isolado, ou será que o hábito de "pegar o que quiser" também já estava acontecendo há tempos?
Brian e Alexis
Os fundo da casa e a piscina
Os fundo da casa e a piscina

Nos fins de semanas Alexis, sua mulher Bobbie, e os três filhos, visitam a fazenda. Enquanto Bobbie e Anne vigiam as crianças na piscina, Brian e Alexis conversam caminhando pelo jardim. Os dois haviam entrado em um acordo onde Alexis o ajudaria a montar uma banda, encontrando os músicos certos e, ouvindo de fora, melhor ajudando-o a atingir suas metas musicais.
Brian divaga sobre unir concepções diferentes, juntando o som de uma banda como Creedence Clearwater Revival, com o gospel de James Cleveland. Suas aspirações incluindo Mezzerow e Brechet, com Muddy Waters e Elmore James. A idéia aparentemente confusa, poderia funcionar quando alguém como Brian Jones está envolvido no projeto. Basta ver que se em 1969 ninguém dava a menor atenção para o som criado no norte africano, Brian continuava a ouvir The Pipes of Pan JouJouka, como se a música fosse a porta do novo. Hoje, estamos atravessando a porta do novo milênio e Sting está nas rádios fazendo sucesso com um som emerso em influências daquela parte do mundo. Brian Jones, trinta anos a frente de seu tempo? É um caso a se pensar.
Alexis, quando convidado a falar sobre Brian Jones, diria que a hojeriza por drogas e a paixão por bebida pode ter um simbolismo representativo a ser considerado. A bebida pode ser vista como o passatempo de homens, o oposto do ácido e outras substâncias, que ajudam a nublar a suposta linha bem definida entre o que é masculino e o que é feminino. Brian poderia estar querendo conscientemente ou no mínimo subconscientemente, estar se posicionando agora no extremo oposto ao mundo semi-andrógino que Mick Jagger representa, e que há poucos anos atrás, ele Brian ajudou a construir. Alexis conclui que, para Brian Jones recomeçar sua carreira, ele sente que precisa buscar também recriar sua imagem e personalidade própria.
Aliás, quanto a imagem própria, a metamorfose tem sido a olhos vistos. Dono de quase dez armários apinhados de roupas, sapatos, chapéus e jóias, o homem que ajudou a criar uma consciência de moda entre os homens, hoje dá as costas para o assunto, vestindo-se muito casualmente, quase sempre de bermudas e camiseta, ou uma calça bege que se torna sua favorita para caminhar pelo jardim no final da tarde. Vendeu seu Mercedes e comprou o carro usado de seu jardineiro. Brian aparenta quer se afastar da mística do estilo de vida de um superstar.
A Banda Nova
Pouco se sabe sobre os nomes que foram cogitados para esta banda nova. Não houve tempo para aprofundar muito no assunto, uma banda nunca sendo de fato formada. Sabe-se apenas que Brian conversou com algumas pessoas. Na verdade era Alexis quem tinha os números telefônicos de todas os contatos; ele sendo o principal elo de Brian com a geração nova de músicos. Brian foi aconselhado a optar por tocar com toda uma turma nova de pessoas onde ele poderia reter melhor o controle sobre o que está se fazendo. Em seu entusiasmo, Brian combinaria que Alexis faria os primeiros contatos e em seguida ligaria ele mesmo, bagunçando um pouco a organização. Alexis embora irritado com os furos, entendia que a atitude de Brian demonstrava bem o interesse com que passou a abraçar o projeto. Keith Richard e outros do antigo ciclo, sabendo das novidades, ficaram também satisfeitos que Brian estava finalmente se empolgando com alguma coisa e com isto, passa a ter anseios por uma vida produtiva. Keith supostamente teria dito "Brian tem sorte em ter um amigo como Alexis."
Que se saiba, entre os músicos que em julho estavam dentro dos planos desta nova banda, estava Micky Waller, ex-baterista do Jeff Beck Group. Brian também procurara a antiga cantora Cleo Sylvester, que ele conhecera em 1962, cantando para os All Stars de Cyril Davies. Surpresa com a chamada telefônica, ela riu da proposta, achando que Brian estava brincando com ela. Brian insiste que tem um espaço para ela cantar no material novo que ele pretende montar, querendo saber se pode ou não contar com ela. Cleo acaba concordando em participar dos ensaios a serem marcados em um futuro próximo.
Junho '69
A entrada da casa de Cotchford Farm
A entrada da casa de Cotchford Farm

Este é o Brian Jones em junho de 1969. Muito diferente do Brian Jones de poucos meses antes. Mais calmo, empolgado e desintoxicado. Nada na sua piscina regularmente procurando recuperar a forma, intenção reforçada por uma dieta balanceada. Começa o dia com um café completo com ovos, bacon, torrada, suco e leite. Passa a ler a bíblia à noite, interessado em seus contos de amor, busca, e fé. É respeitado, querido e protegido pelos seus vizinhos.
Se afasta de praticamente todos os seus antigos conhecidos, uma vez que proíbe toda e qualquer companhia que venha visitar-lhe trazendo tóxico. Porem há algumas exceções. Alexis Korner é um que sempre que visita, pede a Anne para passear com ele e mostrar o jardim. É o código que Anne, Bobbie, e se bobear, até o próprio Brian, já sabem o que quer dizer. Alexis vai até a beira da floresta fumar um baseado, Anne que o acompanha aproveitando para dar uns tapinhas também.
Dentro deste ambiente comparativamente mais calmo, não é surpresa que Brian passa a pensar novamente em seus filhos e na possibilidade de voltar a revê-los, concertando a relação distante e afastada que ele manteve até então. Fala com certa freqüência em procurar Julian e Mark, os únicos entre suas crianças, com quem ele tem, ou melhor tinha, algum contato. Ele também sonha em criar outra família, começando do zero. Segundo Anne, Brian a pediu em casamento na presença de Frank Thorogood. Ela assustada recusa, estando com apenas um mês ao seu lado. Ela sabe que Brian é mesmo assim impulsivo. Conversando sobre Marrocos, se empolga e liga para seu amigo Biron Gysin que mora lá. Manda Anne fazer as malas e depois muda de idéia, desmarcando tudo. Em outra ocasião, fala em visitar Portugal, planos que acabariam sendo postergados para agosto quando iriam com o fotógrafo David Bailey e sua esposa, ambos amigos de Brian e dos demais Stones. E se de uma hora para outra ele mudar de idéia e não quiser mais ficar casado?
Frank e Tom
A vida não é só de prazeres e amenidades. Na incapacidade de Brian de fincar o pé e brecar abusos, ele permite a pessoas mais fortes que ele a entrar em sua vida e tomar posse de suas coisas. Frank Thorogood está entre estes. Provoca Brian, convidando Anne para ir com ele para Londres. Quando não na sua frente para irritá-lo propositadamente, faz isto pelas costas, Anne desconversando e tentando se afastar de suas cantadas. Brian e Frank discutiam freneticamente. Brian por vezes humilhando Frank, o chamando de velho e fracassado, enquanto ele Brian era jovem, rico, culto e tinha viajado o mundo todo diversas vezes, como quem diz, ponha-se em seu lugar. Depois Brian passa a se sentir extremamente culpado de ter humilhado o sujeito e o convida para jantar, Frank novamente comendo, bebendo e morando de graça, as custas de seu patrão rico e mimoso.
Personagem mais forte e difícil é Tom Keylock. Ele chega com mais alguns amigos e vai logo pro bar pegando as bebidas e servindo todos. Brian não sabe como mandá-lo embora e Anne furiosa com sua covardia, se tranca no quarto. Tom é esperto e atua em cima das fraquezas do patrão. Antes de Anne se retirar, Tom brada sobre o desperdício de sua jovialidade na fazenda e que ela deveria ir com ele até Londres onde Keylock poderia conseguir para ela um trabalho como modelo, caso quisesse. Brian é extremamente inseguro e nada fala, Anne dispensando o comentário com um mero "não estou interessada" e se retirando da sala. Tom enche o copo de Brian assim que se esvazia, garantindo que Brian fique bêbado rapidamente.
O grupo de homens foram convidados a irem embora, primeiro por Anne, pedido depois reforçado por Brian, porem são ignorados, com Tom e Frank mudando de assunto e esticando a conversa. O casal acaba deixando os quatro visitantes na sala e vão dormir. Na manhã seguinte, Tom e seus amigos continuavam na casa. Brian, agora não estando bêbado, começa a botar ordem na casa e encara Tom mandando-o sair. Quando a visita finalmente deixou a casa, Brian estava terrivelmente preocupada que Anne se interessaria em ir para Londres tentar ser uma modelo e deixá-lo sozinho. A insegurança continuava parte de sua pessoa.
Stephen Fica
Enquanto Brian está redescobrindo os valores da vida no campo ao lado da amada, Bill Wyman está em meio ao seu processo de divórcio. Se apresentando em corte em maio e novamente em junho, de terno e gravata pela primeira vez desde o dia de seu casamento, Bill está prestes a ganhar a custódia de seu filho Stephen. O menino na prática já está sob seus cuidados e Diana, a mãe, a esta altura não mais disputa o direito de Bill ficar com o menino. Ela reconhece em corte que o pai tem além de melhores condições financeiras, a devida responsabilidade e amor para assumir a obrigação. A papelada e o veredicto final sendo concluído em outubro.
Brian Jones no Hyde Park
Mick ainda tinha muitos receios sobre a recepção do público para um Rolling Stones sem Brian Jones. Ele então começa a conversar com o pessoal do escritório sobre a viabilidade de se convidar Brian a comparecer ao show. "Pela grana que estamos pagando a ele, não iria matá-lo aparecer lá para desejar ao novato boa sorte. O público iria gostar de vê-lo." Todos concordaram que a presença de Brian Jones seria uma atração a mais para o público, porém poucos acharam que a idéia de chamá-lo não seria extremamente constrangedor. A incumbência coube a Shirley Arnold, que ligou para Brian, sondando seu estado de espirito antes de efetivamente fazer o convite.
Brian não ficou muito feliz com a proposta, mas sendo um cara que facilmente se deixa levar, aceitou pensar a respeito. Jagger ficou fazendo pressão para Shirley arrancar uma confirmação dele e uma limousine seria marcada para apanhá-lo em Cotchford Farm e trazê-lo até Hyde Park. Brian lutou com a idéia por vários dias e embora nunca chegou a confirmar oficialmente que iria, é provável supor que ele fosse ao show, mesmo a contra gosto.
Caçando Em Redlands
O verão está cada dia mais quente, com o sol cada dia se pondo mais tarde. E os ratos que habitam junto ao fosso de Redlands estão cada vez mais numerosos e ameaçadores. Keith resolve tirar uma tarde para resolver a questão. Encontra um par de espingardas, e escala o seu assistente para assistí-lo na caça aos roedores.
Os fundos da casa em Redlands com o fosso e os arbustos
Os fundos da casa em Redlands com o fosso e os arbustos

Se posicionam atrás de uma moita e utilizam uma galinha morta como isca, colocada entre a moita e o fosso. Apertam um baseado e esperam. Não levou muito tempo e logo apareceu o primeiro ratão. Como um general em batalha, Keith observando seus movimentos, dá ordem para aguardar a possível vinda de mais invasores de suas terras.
Dito e feito, logo haviam quatro ratazanas roendo a carne. Silenciosamente Keith e seu comparsa deitam na grama, tomando mira. Dado o sinal, o tiroteio inicia, quebrando a monotonia da tarde silenciosa. Ao cessar fogo, os quatro ratos estavam mortos. Keith pega os cadáveres pelo rabo e os amarram na cerca de arame farpado na frente da casa. A noite, quando Mick e Marianne chegaram, perguntavam sobre os objetos que viram de relance na cerca. "São os meus ratos. Serão servidos no jantar." responde Keith com um sorriso maquiavélico. O incidente seria eternizada na canção Live With Me na frase "A friend of mine shoots water rats."
Insegurança
Insegurança e ciúmes são ainda a grande fraqueza e defeito de Brian Jones. Ele se recusa a ficar sozinho e pede insistentemente que Anne o acompanhe em todos os momentos. Até quando Anne vai para o banheiro fazer suas necessidades naturais, Brian a segue, sentando à beira da banheira esticando conversa. Anne quer um pouco de espaço para ela poder ficar a só e o problema, embora contido, continua durante o relacionamento entre os dois.
Anne passa a ir a Londres ocasionalmente, inicialmente para pegar todos os seus pertences, depois com a desculpa de matar saudade da cidade e das amigas. Brian lida com a situação de forma elegante mas quando um amigo mútuo, conhecido freqüentador de um clube noturno liga para falar com ela, Brian fica irado, explodindo em ciúme, arrancando o fio do telefone da parede. O casal discute com rancor e Anne imediatamente ameaça voltar para Londres, indo para o quarto fazer as malas. Brian corre atrás e implora que ela fique, pede desculpas em uma cena diga de uma novela xarope. Anne rapidamente descobre que tem Brian totalmente a seu mercer ao anunciar que o deixaria. Ela o obrigou a jurar jamais levantar a mão para ela novamente, depois desfez as malas e ficou.
Violência
Porém a promessa foi efêmera. Brian na manhã de outro dia mexeu na bolsa de Anne e encontrou pílulas. Anne tomava secretamente Durophet e Mandrax de vez em quando, para ficar alta. Os anos sessenta eram mesmo da cultura das drogas e ela manteve seus vícios na moita para não ofender Brian. Mas ao descobrir o segredo, ele ficara furioso e acordou a menina a tapas. Jogou-a no chão, derramando as pílulas no banheiro e jogando tudo na privada. Depois deu alguns tapas na cara de Anne, enquanto aos berros gritava "Você está louca! Não entende como essas drogas são perigosas?!"
A esta altura, refeita do susto, Anne se levanta furiosa e avisa logo que vai embora. Se defende dizendo que o histórico dela com drogas é diferente que o dele, que o seu uso não lhe era destrutívo como foi o dele, e que é inaceitável que se mecha em sua bolsa enquanto ela está dormindo. Brian tenta acertar a situação, explicando que está só preocupado com o bem dela e tal, mas a merda estava feita e Anne chamou um taxi, juntou algumas coisas e foi embora.
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Brian também tomava Mandrax e Valium, com recita médica para ajuda-lo a dormir. Todavia ele tem medo de ficar dependente destes remédios portanto só usa de vez em quando, em noites mais desassossegadas. Desde que passou a nadar e procurou cuidar melhor do físico, Brian também se cansara de sua barriga e procurou um médico que lhe receitou o mesmo Durophet, que ele encontrou na bolsa de Anne. O remédio serve para ajudá-lo a emagrecer. Brian concebe agora que ele reagiu exageradamente e que acabou perdendo o que ele queria tão desesperadamente assegurar.
Em Londres, bastou Anne ir a um médico para conseguir uma nova receita e com ela, comprou novos tabletes de Mandrax e Durophet, suas drogas de escolha. Com as drogas na mão, e já passados metade da semana pernoitando na casa de amigo(a)s, Anne está com saudade de casa e de Brian. A raiva passa e ela pega o trem de volta para Hartfield. Ao chegar, abraços e beijos selam a paz. Brian nunca mais comenta sobre as drogas mas começou a insistir que Anne passasse a se comunicar mais com sua família na Suécia. Ajudando a estreitar os laços familiares de Anne, Brian de quebra ganha uma namorada que aprende a receita de almôndegas, especialidade da culinária sueca. Por sua vez, Anne também sem muito esforço, acaba por diminuir seu uso das pílulas. Tanto que quando tomou um Mandrax para relaxar certo dia, acabou apagando. Quando acordou, Brian estava histérico, e havia jogado ela debaixo do chuveiro frio. Segundo conta a própria Anne, foi assim que ela resolveu deixar de vez o uso de Mandrax e Durophet.
A Família
Brincando com Emily, a cadela cockerspaniel, Anne conta de como quando era criança, sonhara em ter filhotes desta raça. Brian muito naturalmente topou a idéia. Acostumado a apenas querer para ter qualquer coisa material, não demorou muito e três filhotes chegavam à casa, entregues por um criador local. Eram duas fêmeas, uma vermelha que foi chamada de Lolita; a outra, amarela, ganhou o nome de Baby Jane; e por último, um macho negro, que atendia pelo nome de Boy. Os três cães dormiam na cozinha sobre a supervisão de Luther e ajudaram a dar ainda mais vida e alegria jovial à casa.
É graças aos filhotes que Brian e Anne passaram a dormir mais cedo para acordarem de manhã, assumindo a obrigação de alimentar os bichos com seriedade. É verdade que Brian fazia certa resistência, tentando empurrar a incumbência para Anne mas em geral o casal nutria e cuidava dos animais juntos. Esta alegria trazida pelos novos membros da família levam o casal a cogitar comprar outros bichos como cavalos e/ou galinhas. Brian também voltou a falar em casamento e ter filhos. Fala da saudade que sentia de ter uma criança acordando-o de manhã cedo ao som de “papai, papai”. Coisa que ele não soube aproveitar quando mais novo.
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Brian analisa sua relação com Julian e Mark, dizendo que teve interesse em ser pai do filho de Pat Andrews com quem viveu por algum tempo mas as exigências do trabalho, como também a sua própria ganância em querer atingir o sucesso, lhe eram naquele ponto de sua vida, mais importantes. Quando teve um filho com Linda Lawrence, ele já estava totalmente tomado pela sua carreira e a vida louca que a popularidade dos Stones lhes oferecia. Brian agora fala de um futuro próximo, quando ele poderia chamar os dois meninos à virem visita-los em Cotchford Farm, onde passariam as férias escolares. Assim, ele voltaria a ter uma participação na vida deles.
Brian também fala em ter outra criança. Volta a pedir Anne em casamento, que conhecendo a impetuosidade do namorado e como ele de repente pode mudar de idéia, novamente recusa. Todavia, Brian não tem dúvidas em sua mente, e segue seu raciocínio separando um dos quartos vagos da casa para ser o berçário. Depois, passa a misturar tintas até encontrar uma cor para as paredes que lhe agrada. Batiza a cor de Azul Marroquino e com Anne ao seu lado, passam a pintar o quarto da futura criança. Anne deseja crianças, porém em um futuro longínquo. Contudo, em parte, não quer estragar o prazer de Brian sonhar, por outro lado, encantado com a casa e com a vida que está levando, começa a cogitar se o destino já não estivesse querendo lhe dizer que está mesmo na hora. Brian sonha com uma filha a que escolheu o nome de Johanna.
Lucifer Rising
Kenneth Anger tem o sonho de fazer um filme que seria seu grande testamento cinematográfico. O filme se chama Lucifer Rising que Kenneth começou a filmar em San Francisco no final de 1966. O filme seria descrito como sendo sobre a guerra sagrada entre a era Pisciana em que viviam e a era de Aquarius que chegava. O duelo seria apresentado através do conflito entre os adolescentes e seus país. Anger diria para o jornal The Sunday Ramparts em abril de 1967, "O filme é sobre a Geração do Amor, porém de forma profunda, como a quarta dimensão. A temática trata do amor, de sua violência e sua ternura. Uma guerra que se alastra. Uma guerra sobre vida e morte, amor e ódio. O filme Lucifer Rising é uma profecia. Vejo o amor encorpado dos jovens como o grande vencedor."
Porém vários empecilhos vem atrapalhando seu projeto. Primeiro, o ator principal. O primeiro rapaz para fazer o papel de Lucifer-garoto, é um menino de cinco anos chamado Godot. Ele morre repentinamente ao cair de uma janela. Outro a fazer Lucifer foi um esbelto jovem afeminado que se apresentou como sendo Joe Lucifer. Hospedou-se na casa de Anger onde Kenneth aprendeu que Joe havia fugindo de um manicômio. Este fato não incomodou Kenneth porém depois de preparar tudo para iniciar filmagens, Joe Lucifer sumiu sem deixar vestígios.
O próximo a fazer o papel de Lucifer foi um guitarrista da California chamado Robert K. Beausoleil. Juntos, aprofundam-se em estudos sobre satanismo, participando de cerimônias pagãs. Anger ajuda a montar uma banda que ele batizou de Magick Powerhouse of Oz. Nele, Beausoleil toca guitarra e cítara. No final do verão de 67, uma tremenda orgia foi realizada na igreja Metodista da rua Ellis, com vários adoradores de satã, hippies, e largados de San Francisco presentes. O evento, chamado então de Love-in, foi repetido no dia 21 do mesmo mês, desta vez realizado no Straight Theatre em Haight Street, onde se pagou ingresso de entrada. O dinheiro seria revertido para pagar o restante do filme. Pessoas trepavam enquanto a banda Magick Powerhouse of Oz tocava totalmente nus. Anger realizou uma cerimonia ritual mágica enquanto tudo era filmado para ser utilizado em Lucifer Rising.
Robert Beausoleil
Robert Beausoleil

Foi nesta época também que Beausoleil conheceu Charles Manson e impressionado com ele, abandonou tudo para seguí-lo. Beausoleil roubou o carro de Anger que continha equipamento cinematográfico além de várias cenas do filme, que acabaram perdidos para sempre.Só se teria noticia de Beausoleil novamente em julho de 1969, quando ele foi preso e responsabilizado pelo assassinato de um professor de música chamado Gary Hinman, morto com requintes de crueldade que ficariam notórios e para sempre relacionados com a Família Manson. Beausoleil foi condenado a prisão perpétua cumprida na Tracy Prison onde ele continua residindo até o presente.
Com o desaparecimento de seu terceiro Lucifer, Kenneth Anger aparece agora em Londres no final do verão de 1968, onde opta por convidar Mick Jagger a assumir o papel. Anger quer recomeçar filmagens e precisa apenas angariar fundos para isto. Jagger enrola enquanto pode mas no final dispensa o convite. Todavia, ele concorda em escrever e gravar uma trilha sonora para o filme. Em outubro de 1968, Kenneth Anger voltou a filmar algumas cenas internas e editar o trabalho, tendo entre os atores, participação de ninguém menos que Chris Jagger, irmão de Mick. O vocalista dos Rolling Stones gravou um tema instrumental no seu Moog, que ele havia ganho da companhia um ano antes, e entregou a fita para Anger usar no filme. Sem ainda fundos para recomeçar a filmar em grande escala, Kenneth Anger edita todo o material que ele tem até o momento, e lança até o final de 1969, com o nome de Invocation of My Demon Brother.
A história da criação do filme Lucifer Rising é uma saga em si, contendo participações da rede de televisão alemã NDR que banca novas filmagens, agora na Alemanha e no Egito; participações de Marianne Faithfull como atriz em 1970 e Leslie Huggins como o novo Lucifer (que como os seus predecessores, andou sumindo e reaparecendo e depois sumindo novamente); Jimmy Page contratado em 1973 para fazer a restante da trilha sonora, sendo despedido em 1976, a National Film Finance Corporation e mais The National Endowment for the Arts que contribuíram com mais financiamentos para o filme. Finalmente o filme foi acabado em 1981, com ajuda (pasmem) novamente de Robert Beausoleil, que gravou a outra parte da trilha sonora da cadeia. 

Septembre et ses dernières pensées - Les Discrets

Por M. Mortifer

“Septembre et ses dernières pensées” é o álbum de estréia da banda de Pós-Rock/Shoegazing francesa LES DISCRETS. “Septembre et ses dernières pensées” foi gravado no estúdio francês Drudenhaus e produzido por Neb Xort (ANOREXIA NERVOSA, ULTRAVOMIT etc.). As músicas foram compostas entre 2003 e 2009. O álbum foi lançado pela gravadora alemã Prophecy Productions.



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A música do LES DISCRETS pode ser descrita como uma expressão dos trabalhos artísticos de Fursy Teyssier. Ou seja, originalmente Fursy é um ilustrador e os seus trabalhos evocam contemplação e esoterismo, atmosferas, sentimentos, medos e sensações relacionados à vida e ao mundo. A música do LES DISCRETS expressa tudo isso. As letras têm como tema a natureza, o amor e o medo da morte. Em outros termos, vida, amor e perda.
A faixa introdutória é a instrumental “L’ Envol des Corbeaux”, uma breve e bela música. A segunda faixa é a “L’ Échappée”. Fala sobre a necessidade de refugiar-se em si mesmo para compensar o sentimento de abandono e ausência no convívio das grandes cidades. Destaque para o trabalho da guitarra e bateria.
A terceira faixa é “Les feuilles de l’ Olivier”. Um pouco mais agitada do que a anterior, (o que não significa que podemos classificá-la de “pesada”), também possui um belo arranjo, alternando passagens de distorção e passagens acústicas da guitarra, de peso e velocidade da bateria com a suavidade dos vocais. A letra é uma metáfora sobre a morte, sobre a consciência da inevitabilidade da morte.
A quarta faixa “Song for Mountains”, sem dúvida uma das mais belas do álbum, possui um andamento lento, e lembra o ALCEST. A melodia envolve o ouvinte desde o seu início. A letra descreve um sonho que simboliza a transitoriedade.
Eu destacaria ainda a canção que dá título ao álbum, “Septembre et ses dernières pensées”, com uma introdução falada e sons de corvos. Sem dúvida a música que está mais relacionada imagem temática da banda. Uma canção breve, com arranjos sofisticados que evocam um sentimento de nostalgia no ouvinte.
Como também destacaria “Chanson d’Automne”, sem dúvida a melhor música do álbum. As passagens de guitarra lembram LOVE SPIRALS DOWNWARDS. A letra é uma poesia de Paul Verlaine. Simboliza o desejo, fatalidade e o inconsciente. Sentimentos evocados pela mágica das palavras de sons repetidos e da cadência dos versos.
“Septembre et ses dernières pensées” é um trabalho artisticamente bonito, elegante e melancólico, desde suas canções ao belíssimo trabalho gráfico do álbum.
Ficha técnica:
Tracklist:
01 - L’ Envol des Corbeaux
02 - L’ Échappée
03 - Les feuilles de l’ olivier
04 - Song for Mountains
05 - Sur les Quais
06 - Effet de Nuit (Song composed for Phest)
07 - Septembre et ses dernières Pensées
08 - Chanson d’Automne
09 - Svipdagr & Freyja
10 - Une Matinée d’ Hiver

Membros:
Fursy Teyssier: (Amesoeurs, Phest) – Guitars, Bass, Vocals and composition.
Winterhalter: (Amesoeurs, Alcest) – Drums.
Audrey Hadorn – Vocals and lyrics.

Revanche - Fresno

Por Sérgio Fernandes

A banda gaúcha, formada em 1999 por 4 amigos de colégio, sempre foi do tipo que desperta paixão ou ódio. Os que admiram o trabalho desse quarteto de Porto Alegre seguem a banda fielmente, seja lotando seus shows, ajudando-os a alcançarem disco e DVD de ouro ou dando prêmios em votações populares promovidas por canais de TV e revistas. Já os que estão no time dos que odeiam a banda adoram utilizar o adjetivo "emo" para classificar a música produzida por Lucas Silveira (guitarra e vocal), Gustavo Mantovani (guitarra), Rodrigo Tavares (baixo e vocal) e Bell Ruschel (bateria).



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O termo "emo" sempre perseguiu a Fresno (sim, "a", pois é comum que as bandas gaúchas utilizem tal artigo antes do nome). Desde sua primeira DEMO, lançada em 2001, muitos fãs desse já extinto gênero musical, uma divisão do “Hard Core” dos anos 80 com letras emotivas e certa dose extra de melodia, se identificavam com a banda que não deixou essas características de lado, mas, sem nunca realmente praticar o chamado "emo raíz", de bandas como HOT WTER MUSIC, JIMMY EAT WORLD e outras que ninguém conhece ou cita em discussões sobre esse estilo musical, demonstrando a total falta de conhecimento sobre o assunto (admito, eu também não conheço muito, mas o Google esta ai exatamente para isso, né?).
Talvez o amigo leitor deva estar se perguntando: "Tá, mas o que uma banda como ‘o’ FRESNO tem a ver com um site especializado em rock?". Pois bem, vamos, agora sim, à resenha do último CD lançado pelos gaúchos e vou tentar, através desse texto, apresentar bons argumentos para que, a partir da audição desse álbum, o caro internauta possa abrir a cabeça para novas experiências musicais...
"Revanche" é o mais recente registro da FRESNO. Logo de cara, a banda mostra que não estava exagerando quando falava que esse seria o trabalho mais pesada de sua carreira. O que se ouve na primeira faixa, que leva o mesmo nome do CD, é de assustar os desavidos: riffs pesados que conduzem a música inteira, uma cozinha consistente e bem trabalhada e vocais raivosos (mas sem nunca deixar a melodia de lado) dão a tônica aqui e em outros momentos do registro. "Die Luge" ("A mentira" em alemão), "A minha história não acaba aqui" e "Relatos de um homem de bom coração" são as faixas mais pesadas do CD, juntamente com a já citada "Revanche" e que possuem as mesmas características citadas acima, lembrando bandas como RAMNSTEIN (pasmem) e MUSE por se utilizarem de efeitos e sons eletrônicos em meio ao peso das guitarras distorcidas.
Obviamente os momentos mais calmos não ficariam de fora, e o primeiro single do album, a canção "Deixa o tempo", mostra que além de a FRESNO não perder a mão em fazer boas músicas com apelo pop a banda amadureceu em suas composições, trazendo melodias que fogem ao lugar comum das baladas genéricas tão comuns às rádios e às bandas do Hard Rock dos anos 80 (ops... será que fui muito polêmico?). Utilizando muito bem efeitos de guitarra viajantes, pianos, camas de teclado e sintetizadores que dão um ar moderno e atual (mostrando, novamente, a grande influência de MUSE nesse trabalho) com melodias e duetos vocais entre Lucas e Tavares, o ouvinte mais aberto a novas propostas pode se surpreender, mais uma vez, com canções como a bela "Quando crescer", a dançante "Se você voltar" (com um toque de MAROON 5 na levada de guitarras) e a agradável "Eu sei".
Todas as músicas seguem um nível muito bom de produção, composição e execução (palmas para a banda e para o produtor Rick Bonadio) e passam longe do famigerado "emo" (assim como tudo o que a FRESNO - e outras bandas que as pessoas insistem em classificar com esse termo - ja fez em sua discografia, diga-se de passagem ...) Mas "Canção da noite", que fecha o play, realmente se sobressai e merece um destaque maior: uma música forte, densa e com uma bela letra e acompanhamento de piano totalmente influenciado pelo Queen de "A night at the opera" além de nos brindar com uma inspirada interpretação de Lucas.
Sim, meus amigos: FRESNO é uma banda de rock, e o CD "Revanche" é um ótimo registro dentro desse estilo que carece de representantes atuais em nosso país. Melhor dizendo, carecemos, na verdade, de bons fãs de rock em nosso país ... Sim, pois, se de um lado temos os "TroO headbangers" que não se dão ao luxo de sairem de sua zona de conforto, onde sempre as mesmas bandas dos mesmos gêneros de metal reinam soberbas em seus aparelhos sonoros, temos, também, àqueles que preferem se esconder no passado, ouvindo os grandes clássicos mas tapando os ouvidos para o que é feito atualmente.
Longe de mim dizer que o CD “Revanche” da banda FRESNO seja perfeito. Tampouco quero dizer que esse registro tenha que ganhar lugar de destaque em sua coleção só por ser de uma banda nova, ou só para mostrar o quão eclético e aberto a novas idéias você é (se for algo forçado, de nada valerá a pena...). Ou, pior ainda, não entendam que eu ache que “Revanche” é melhor do que os grandes clássicos do rock ou do metal (apesar de eu achar melhor do que os CDs de muitas bandas dos anos 80, por exemplo...). Mas, tanto o CD quanto a banda merecem sim serem ouvidos com os olhos fechados (já que o que importa é mais a música, e menos a imagem...), pois representam toda essa nova geração do rock nacional que tenta se fazer ouvir em meio a tanta coisa ruim e a tantos fãs do estilo que se fecham a pré-conceitos concebidos de maneira equívoca por conta da falta de informação.
Deixe de preguiça, e procure conhecer algo que fique fora do lugar comum, que esteja além de sua zona de conforto. Talvez, em uma dessas aventuras, você descubra algo que nunca imaginou vindo de um lugar ainda mais improvável. Eu fiz essa experiência e, posso afirmar que isso não fez de mim "menos roqueiro" ou um vendido ao lixo comercial e todo esse blá blá blá que adoram falar ao referirem-se às novas bandas nacionais ou não. Apenas me fez conhecer novas coisas. Mas, essa é a graça e o grande tesão na música: tem de todos os jeitos, de várias idades e para todos os gostos. Gostar ou não é apenas um detalhe...
Fresno é:
Lucas Silveira (vocal, guitarra e teclados)
Rodrigo Tavares (baixo e vocal)
Gustavo Mantovani (guitarra)
Bell Ruschell (bateria)

Set List do CD ¨REVAHCNE¨
1 - Revanche
2 - Deixa o tempo
3 - Esteja aqui
4 - Die Lüge
5 - Nesse lugar
6 - Eu sei
7 - Relato de um homem de bom coração
8 - Quando crescer
9 - Se você voltar
10 - Minha história não acaba aqui
11 - Não leve a mal
12 - Porto Alegre
13 - Canção da noite (todo mundo precisa de alguém)

Blind Ride - Hibria

Por Rodrigo de Jesus 

O Brasil é um celeiro inacabável de talentos e é uma pena que muitos fãs de metal ainda achem que a grama do vizinho é mais verde do que a nossa! Depois de Sepultura, Angra, Viper, Shaaman, Torture Squad, Thuata De Danan e outras tantas bandas, há uma geração de novas bandas que começaram suas atividades no fim dos anos 90/início de 2000 que têm muita qualidade e profissionalismo. Recentemente, resenhamos a paulada sonora do WOSLON, uma puta banda de thrash nacional. Agora é a vez dos gaúchos do HIBRIA, que dão uma verdadeira aula de Metal em seu terceiro álbum, "Blind Ride"!



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A formação que conta com Iuri Sanson nos vocais, a dupla Abel Camargo e Deigo Kasper nas guitarras, Benhur Lima no baixo e Eduardo Baldo na bateria, despeja muita garra, energia e um desfile de boas composições na orelha do ouvinte!
Lançado em janeiro de 2011 no Japão e previsto para março no Brasil, o álbum é baseado na obra "Ensaio Sobre a Cegueira" de José Saramago, e é uma síntese de tudo o que é bom no metal: vocais agressivos e melódicos, solos e riffs matadores, uma bateria tocada por um polvo e um baixista que parece um animal selvagem! Abrindo com uma introdução instrumental que emenda com "No Conforming Minds", fica claro que iremos ouvir uma boa surra sonora: com riffs bem rockers, a cozinha trabalhando loucamente e a marca registrada de Iuri é impossível não bangear! "Welcome To The Horror Show" é outra faixa matadora, com uma pegada forte e um refrão colante, faz você se lembrar porque curte metal! "Shoot Me Down" é uma música que, confesso, há muitos anos venho esperando ouvir: rápida, pesada, grudenta, tem de tudo um pouco e um refrão que estou cantando há uns 20 dias mais ou menos, de longe o mais grudento do álbum.
Depois de 3 porradas na cara, vem uma faixa mais grove: "Blinded By Faith" é uma ótima música, cativante, envolvente e deixa você retomar um pouco do fôlego... por dois minutos e meio apenas, quando a pancadaria volta a comer solta! Mas depois o grove volta para fechar a música. "Shelter's On Fire" já começa na base da ignorância, mostrando muita presença do baixo e um vocal de alto calibre. A bateria é um verdadeiro moedor de cana e as guitarras cortantes como uma navalha! "Beyond Regrets Of The Past" traz uma influência mais hard rock no refrão, deixando um pouco o power de lado, influência essa que se percebe na faixa seguinte, "I Feel No Bliss", uma faixa bem melódica e mais lenta, carregada de feeling.
Ok, momentos de leveza à parte, vamos voltar a pancadaria: "Sight Of Blindness" começa com um arranjo quase de death metal, muito pesado e agressivo, mostrando toda a habilidade de Eduardo nas baquetas e o entrosamento de toda a banda. A música é bem forte, mas não carrega toda a energia do início ao fim, alternando entre momentos mais progressivos e melódicos, a tornando muito variada e interessante ao ouvinte mais técnico. "Tought Is The Way" é outra música bem pesada com um ótimo grove, que dá pra bangear bastante, com um arranjo muito bem feito! "Rotten Souls" é uma peça de power metal de primeira, com tanta energia quanto a primeira faixa, provando a competência de toda a banda e a vontade que eles tem de arrebentar tudo mesmo. Pra fechar, temos a curta "I'm Gonna Live Til I Die", outro som cheio de energia dos gaúchos!
No geral, o álbum é recheado de ótimas composições, muito bem arranjado e muito bem produzido, saindo da mesmice e é garantido que os fãs do estilo vão gostar, pois é algo novo, diferente, com várias influências oitentistas mas com uma personalidade muito da própria! O Hibria não é uma banda nova mas desde cedo apresentou material de primeira: possui duas demos, "Metal Heart" de 1997 e "Against The Faceless" de 1999, e a qualidade já era tão reconhecida que foram para a Europa e fizeram um total de 29 apresentações entre Bélgica, Holanda, Polônia, Alemanha e outros países. Logo em seguida gravaram a demo "Steel Lord On Wheels", lançado em 2001 só em Porto Alegre e em 2005 lançaram o CD "Defying The Rules", lançado no Brasil, EUA, Canadá, Japão, Koreia do Sul, Indonésia, entre outros.
Em 2009 lançaram "The Skull Collectors", álbum conceitual que contou com mixagem e masterização na Alemanha, e agora em 2011 nos presenteiam com essa peça magnífica que é "Blind Ride". A história do Hibria nos mostra a puta força e qualidade que temos de baixo do nosso nariz e não valorizamos e não damos o devido apoio! Alguém aí dúvida que falta algo para colocá-los no mesmo status de um Angra? Pois bem, seguem alguns números de "Blind Ride":
O terceiro álbum de estúdio da banda brasileira Hibria, intitulado “Blind Ride”, é destaque em um dos maiores sites de vendas de artigos musicais do Japão, o HMV Online. O Hibria angariou a primeira posição por duas semanas e hoje encontra-se no “top 5” nas categorias Pop & Rock e Hard Rock/Heavy Metal, aumentando a expectativa da turnê japonesa marcada para o próximo mês de maio. (Fonte: Full Rock, em 17/02/2011)
Por fim, vale muito curtir o trabalho dos caras, e sortudos os que poderão ver eles e o madman Ozzy no mesmo palco nos shows no Credicard Hall no Rio de Janeiro em 07/04/2011 e no Mineirinho, MG em 09/04/2011! Hibria: banda muito foda, e nacional!
Fonte desta matéria: ProMetal