4 de abril de 2011

Taxi Driver






Travis Bickle (Robert De Niro) é um ex-veterano da Guerra do Vietnã que trabalha como motorista de táxi durante as noites no submundo de Nova York. Com isso, ele passa a conhecer mais a fundo o que é o vício urbano, a prostituição, a tristeza, a infelicidade, e começa a se revoltar com isso tudo. Quando conhece Betsy (Cybill Sheperd) e Iris (Jodie Foster), uma prostituta de apenas 12 anos, ele se revolta de vez e parte para um atentado contra um senador e os cafetões de sua amiga. Um dos melhores trabalhos da coroada dupla Scorsese - De Niro, que juntos fizeram oito filmes. Marcado pela violência, interpretações geniais (Foster tinha apenas 14 anos no papel da prostituta) e uma direção impecável, este filme é simplesmente uma obra-prima do Cinema.


Direção: Martin Scorsese 
Duração: 114 Minutos 
Ano:1976


Merece estar aqui....

Parte 20 - O Circo


Parto Difícil
Na queda de braço entre Decca e os Stones que durara toda segunda metade do ano, a gravadora venceu. Está evidente para a banda que a sua gravadora está pouco se lixando se eles lançam ou não o material. Esta falta de interesse e constante restrição artística cansou a paciência e foi a gota d'água para Mick começar a realmente querer buscar opções de como mudar de gravadora. Por hora, com a perspectiva de as canções ficarem velhas sem nunca serem lançadas, acabam aceitando os termos da gravadora e repensam uma capa. Buscam algo simples que possa ser aprontado rapidamente, uma vez que Jagger quer aproveitar o mercado natalino para lançar o disco.
Irritado por não ter conseguido o que queria, Mick acaba ventilando sua frustração na canção apropriadamente intitulada "You Can't Always Get What You Want". O título embora se estenda à recusa da Decca, é em si mais sobre a recusa de Anita Pallenberg em estender um pouco mais o romance que tiveram durante as filmagens de Performance. Ainda se sentindo um pouco como Turner, estes incidentes renderam como fruto, esta canção. Jagger reúne a banda e gravam a canção no dia 17 de novembro com Al Kooper nos teclados. A sessão varou toda a madrugada, terminando seis e meia da manhã. Brian ficou deitado no chão do estúdio, lendo um livro sobre botânica, ao mesmo tempo estando presente e ausente da sessão.
De-Klein-io
Ao ler no jornal uma declaração de Allen Klein de que ele pretendia ainda um dia empresariar os Beatles, Mick tem uma idéia. Pensa que se Klein se envolver com os problemas da Apple, ele não terá tempo para prestar atenção em mais nada. Assim, com Klein distraído, podem ganhar tempo para encontrar e preparar legalmente uma saída técnica para o contrato que tem com ele. Assim, com isto em mente, Mick Jagger liga para John Lennon para saber como andam as coisas. Os Beatles em meio a problemas gerenciais sérios, estudam a contratação de um novo empresário, não agüentando a tarefa de gerenciar eles mesmos e os negócios na Apple. Com o dinheiro todo da banda investido na Apple Corps, estão arriscando tudo e não vendo retorno algum. Jagger então comenta casualmente que da forma como andam as coisas, só mesmo um advogado astuto como Klein poderia resolver seus problemas. Lennon agradece a sugestão, mas diz que estão em vias de acertar com Lee Eastman, advogado também americano e Nova Iorquino como Klein.
Os eventos dariam uma volta inesperada. Os Beatles deram a incumbência a Eastman de conseguir um acordo com Dick James que pretendia vender a Northern Songs, firma que retém os direitos de todas as composições dos Beatles até então. Lee Eastman designa seu filho John para a tarefa que, não conseguido um acordo, insulta Dick James e cria um problema na relação entre os dois interessados. James uma vez insultado por John Eastman, anuncia a venda da firma, criando um leilão no mercado. Lennon, Harrison e Starkey consideram inaceitáveis a forma com que as negociações foram realizadas e prontamente votam três contra um para largar Eastman e procurar outro. Lennon então sugere Allen Klein, Harrison e Starkey concordando em marcar uma reunião para conhecê-lo. Paul McCartney se manteve contra a vinda de Klein e permaneceu trabalhando com Lee Eastman que é pai de sua futura esposa, Linda Eastman.
Até fevereiro de 1969, Allen Klein estaria assinando com os Beatles se tornando o empresário das duas maiores bandas do mundo. Eastman continuaria representando Paul McCartney o que criou a primeira gigantesca e óbvia divisão dentro dos Beatles. Lee Eastman passaria as décadas seguintes representando além de Paul McCartney, artistas como David Bowie, Billy Joel e Andrew Lloyd Webber.
Adeus Corrina
Tragédia porém continua a rondar a banda quando Jagger é obrigado a parar tudo e voltar todas as suas atenções para Marianne. Dia 22 de novembro, já internada na casa de saúde de St. John's Wood, o corpo fraco e anêmico de Marianne Faithfull, aborta a criança no sétimo mês. Uma menina que teria sido chamada de Corrina, caso sobrevivesse. Desolados, Marianne Faithfull e Mick Jagger choram abraçados, a perda de sua criança ainda por nascer, muito querida e desejada. A presença e compaixão de Jagger, seu amigo e amante confortou Marianne. Todavia, embora estando sempre ao seu lado enquanto no hospital e depois em casa, não demorou muito para Mick Jagger se recuperar da perda. E ele o fez da única maneira que sabe; mergulhando no trabalho.
Em reunião com Allen Klein, que está em Londres negociando com os Beatles, estudam como melhor promover a banda e seu novo trabalho. Com Sgt. Pepper's e Magical Mystery Tour dos Beatles em mente, Klein é creditado por alguns, por ter sugerido adicionar a palavra circo ao lado de rock and roll. Assim, Mick Jagger passa a desenvolver a idéia de fazer um filme para televisão, que seria um circo. Todavia, não apresentariam apenas atrações circenses típicas, mas atrações musicais. O programa ofereceria uma variação de bandas e fecharia com os Rolling Stones tocando números do novo álbum. Nasce o conceito para o Rock 'n' Roll Circus.
Marianne Lentamente Se Recupera
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Ao voltar para casa depois do período internada, Marianne Faithfull encontrou um Mick Jagger pós-Performance bastante diferente. Ainda sob o psique de Turner, a casa está constantemente cheia de pessoas morando com eles, suas vidas girando em torno de Jagger, que está vivendo sua versão mais feminina.
Depois de uma semana vivendo naquele ambiente, Marianne interrompe o jantar jogando os pratos contra as paredes e esgoelando enlouquecidamente. Jagger apenas sorriu disfarçadamente para o ataque histérico de Marianne, como que percebendo nela, a vontade de querer voltar a tomar o controle sobre sua própria vida. No dia seguinte já haviam sumido todos, Jagger despedindo inclusive os empregados em excesso.
Infelizmente, retomar sua vida não seria assim tão fácil. Para uma mulher, recuperar-se da perda de uma criança é sempre um processo mais traumático e portanto mais demorado. Entre parcialmente assustada e ofendida pela facilidade com que Jagger mergulha de volta ao trabalho, somado o vazio que reflete a falta de costume de se conversar sobre os próprios sentimentos e expectativas dentro da relação do casal, Marianne volta a entrar em crise depressiva.
Jagger de vez em quando, percebendo suas obrigações com a banda lhe tomando todo o tempo, volta às velhas táticas de comprar-lhe uma jóia ou mandar entregar rosas. Mick acredita que parte do processo de cura de Marianne estaria em ele nunca chegar em casa de mãos vazias. Porém a ausência física do namorado persistia e Marianne só se deprimia com os presentes fúteis. Em pouco tempo, ela passaria a se mergulhar em amantes e entorpecentes, se tornando a mais junkie entre os Rolling Stones. A primeira amante por quem Marianne optou dissipar sua solidão, é também a mais antiga; sua amiga Saida.
Algumas semanas depois do aborto, Marianne visitaria seu ginecologista, onde chora a perda da criança. "Porque isto aconteceu comigo?" ela indaga, sentindo-se a mais injustiçada das criaturas sobre a terra. Sem dizer uma palavra, o médico a encara em silêncio por um longo instante. Depois, pega seu braço e punho, torcendo lentamente até que Marianne não tem como não olhar para as marcas de pico sobre as veias. Foi como um tapa na cara e Marianne saiu do consultório furiosa e ofendida.
Kenneth Anger
Há um personagem que se encontra com os Rolling Stones e demais artistas hip do momento e faz uma instigante impressão sobre eles. Refiro-me a um cineasta chamado Kenneth Anger, que também intitula-se como sendo um mago seguidor de Aleister Crowley, seu mestre. Nascido na California na década de trinta, a vida de Anger sempre girou em torno de Hollywood. Como ator, estreou no cinema aos quatro anos de idade no filme "A Midsummer Night's Dream" (1934), de Max Reinhardt. Teve Shirley Temple como colega de classe em suas aulas de dança e aos oito passou a dedicar-se a fazer curta metragens em 16mm usando a garotada vizinha como atores.
Kenneth Anger
Kenneth Anger

Porém seria aos 17 anos que Anger, apresentado à vida e obra de Aleister Crowley, passaria a renegar o Cristianismo, sua família, e iniciar o projeto que abriria suas portas para o cinema realmente. O filme é "Fireworks" (1947), um psico-drama surreal sobre sadomasoquismo e homossexualismo, que lhe dá credibilidade como cineasta independente na Europa, onde passou a morar.
Viveu em Paris durante os próximos doze anos, sempre fazendo cinema. Neste período, estendeu seus estudos sobre Holy Magik, acabando por se afiliar à Ordem do Poente Dourado (Order of the Golden Dawn), seita à qual Crowley também pertenceu. Reconhecido como sendo um dos precursores do cinema avant garde americano e europeu, Anger passa a circular durante as décadas de sessenta e setenta entre artistas e intelectuais como Dr. Alfred C. Kinsey, Michael Powell, Samson De Brier, Henri Langlois, Maya Deren, Curtis Harrington e Oskar Fischinger, Willard Maas, Marie Menken, Marianne Faithfull, Mick Jagger, Anita Pallenberg, Jimmy Page e J. Paul Getty.
O Cineasta Mago
Donald Cammell, Dennis Hopper, Alejandro Jodorowsky e Kenneth Anger
Donald Cammell, Dennis Hopper, Alejandro Jodorowsky e Kenneth Anger

Amigo do diretor Donald Cammell, se comenta que Kenneth Anger pode ter tido alguma participação como consultor, em Performance. Foi o pai de Cammell, também membro da Ordem do Poente Dourado, que apresentou Anger ao filho. Embora Anger nunca apareceu no set de filmagens, foi visto em todas as festas realizadas após o filme.
Sexualmente atraído por Mick Jagger, a quem conheceu em uma destas festas, Anger se aproximou o máximo que pôde e ganhou a curiosidade de todos. A energia e atração exercida por Jagger fez com que Anger tentasse negociar algum acordo em usar a imagem do vocalista dos Rolling Stones em uma de suas produções. Educado e carismático, Anger atraía uma curiosidade elucidativa sobre assuntos do oculto discursados por ele, como a força metafísica e o poder do diabólico. Ele se identifica como sendo um mago da categoria de Magus, o nível mais alto alcançável dentro da ordem.
Anger mostrou especial interesse nos Rolling Stones mais visíveis, anunciando que Brian Jones nascera com a terceira mamaria de um bruxo, o que significava que ele possuía um dom vinda de berço para as "ciências ocultas". Diz também que Mick, Keith, Anita e Marianne todos têm dentro de si bom potencial para se tornarem bruxos, com a devida tutela. Embora visando conquistar Mick Jagger, Anger encontrou em Anita Pallenberg uma aluna atenta e extremamente interessada.
Os Mendigos Finalmente Têm Seu Banquete
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Dia 29 de novembro, depois de um hiato considerável, os Rolling Stones se apresentaram ao vivo para a televisão como parte do "Frost on Saturday Show", com David Frost. Apresentaram Sympathy For the Devil, com Brian Jones tocando o piano, embora no disco, ele não tenha sido o pianista. Gordo, inchado e de poucas palavras, Brian parecia reforçar a imagem que ele ganhara depois do seu julgamento, de que ele era uma estrela cadente, doente e incoerente, perdido em entorpecentes.
A festa de lançamento do disco, realizado alguns dias antes do lançamento real, aconteceu no Elizabethan Room do Gore Hotel, com um banquete completo de sete pratos, em estilo típico da era Elizabetana. O jantar de gala preparado para receber 120 pessoas, mantendo-se dentro do tema medieval, foi realizado à luz de velas. Apesar de Keith chegar bem atrasado, a banda toda estava vestida de mendigos medievais.
Todos os 120 lugares na enorme mesa posta ganharam uma cópia do disco mais um embrulho com instruções para não ser aberto. Ao final da ceia, Jagger brinda a todos, pega o seu embrulho e abre. Lá está uma torta de creme fictícia feita com somente um propósito. Jagger eleva a torta para que todos percebam do que se trata e em seguida joga-a na cara de Brian Jones, sentado ao seu lado.
Os Stones após o Banquete, Brian e Mick ainda lambuzados de creme.
Os Stones após o Banquete, Brian e Mick ainda lambuzados de creme.

Com isto, a festa logo se tornou em uma sessão pastelão, onde todo mundo jogou torta em todo mundo. Alguns executivos e jornalistas saíram da festa aborrecidos por terem seus ternos lambuzados de creme. Sentimentos mistos entre os convidados, alguns indagando se tudo não passa de uma maneira da banda mostrar desprezo para a imprensa e a sua gravadora, cujos representantes se encontravam entre os convidados.
Passando alguns dias, Mick Jagger escreve uma carta a diretoria do Gore Hotel agradecendo os serviços prestados e se desculpando pela bagunça.
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Beggar's Banquet foi finalmente lançado no dia 6 de dezembro, chegando às lojas com muita expectativa do publico e rapidamente se tornando um sucesso de vendagens. A capa agora toda branca, representa um convite. É a segunda vez que a banda não coloca seu nome no seu disco, estando escrito apenas Beggar's Banquet no centro e as iniciais RSVP (Répondez S'il Vous Plaît) no canto direito, como normalmente se encontra em convites grã-fino. O disco, fugindo da música "cabeça" do último álbum, traz de volta as raízes de rhythm & blues para a dieta musical da banda.
Filmando o Rock & Roll Circus
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Mick acertou com Michael Linday-Hogg para dirigir o espetáculo que incluiria uma tenda sendo montada no Intertel Studios em Wembley; um estúdio da BBC. Nele, foram trazidos palhaços, tigres, um canguru boxeador, um casal trapezista, anões e um engolidor de fogo, um cowboy a cavalo, diversos cavalos de rodeio, um homem forte, equilibristas, todos contratados do Sir Robert Fossett's Circus.
Somando a estes ainda, a plateia, composta de convidados e amigos, foram todos oferecidos fantasias extravagantes, chapéus, penduricalhos e maquiagens apropriadas. Anita Pallenberg, com uma barba postiça, apareceria como a mulher barbada. Foi trazido uma máquina de quatro canais, instrumentos, e equipamentos de som geral. Foi contratado para as sessões Jimmy Miller para produzir, mais os engenheiros Glyn Johns e Tony Visconti.
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Evidentemente as grandes atrações seriam as bandas, cada uma apresentando apenas um número, exceções feitas para os Rolling Stones. Foram convidados dos Estados Unidos, Taj Mahal, Johnny Cash e os Isley Brothers. Cash agradeceu mas dispensou o convite e os Isley Bros. não puderam abrir mão de outros compromissos já marcadas para poderem participar.
Entre as bandas da cidade, foram chamados The Who, Traffic e Cream, além de uma banda novata, curiosamente chamada de Jethro Tull. Cream havia acabado há poucos dias, deixando Eric Clapton livre para comparecer como solista. Traffic estava também em meios de acabar e nenhum dos seus integrantes queriam tocar mais com os outros.
Os Beatles e os Stones sempre sabem o que o outro está fazendo e ultimamente John Lennon e Mick Jagger estavam mais próximos. Os dois acabaram de viver a horrível experiência de se perder uma criança ainda no útero da mãe. Entre tantas similaridades na carreira entre as duas principais bandas do mundo, houve mais esta, com Yoko Ono tendo seu aborto involuntário no dia anterior ao de Marianne. Lennon se prontificou em participar, comparecendo com Yoko e Julian, seu filho, então com cinco anos. Muitos entre os que conheciam Lennon há anos, comentavam como ele estava se comportando bem mais calmo e tranqüilo desde que passou a andar com Yoko Ono.
Brian Jones, Yoko Ono, Julian Lennon, John Lennon e Eric Clapton com Roger Daltrey ao fundo. Todos assistindo o circo.
Brian Jones, Yoko Ono, Julian Lennon, John Lennon e Eric Clapton com Roger Daltrey ao fundo. Todos assistindo o circo.

Iniciando na manhã do dia 10 de Dezembro de 1968, se estendendo por três dias, os Stones e equipe técnica filmaram o primeiro circo de Rock n' Roll da historia. A procissão inicial, que existe em todo espetáculo circense, abre com uma parada composta somente de fotógrafos, uma pequena piada sobre a vida rock 'n' roll que se vive. O primeiro espetáculo foi dos trapezistas que executaram antes e durante a apresentação do pianista Julius Katchan, que tocava uma peça de Brahms em um lindo piano Steinway de cauda.
Depois, foi a vez do supergrupo, montado com os convidados sem banda, especificamente Eric Clapton, John Lennon, Yoko Ono e Mitch Mitchell. Keith Richard fez questão de fazer parte deste grupo e assumiu as obrigações do baixo. Lennon batizou o ensemble de Winston Legthigh And The Dirty Macs, que fizeram um set de velho rocks como uma espécie de ensaio para a filmagem da banda a ser realizado no dia seguinte. Puxaram "It's Now or Never", "Hound Dog", "Lucille" e "Sweet Little Sixteen". Eric Clapton aos sorrisos é pego dizendo "Eu sou um roqueiro, não tenho como fugir disto." Os Dirty Macs ainda tocariam "Peggy Sue" tendo Mick Jagger como vocalista principal. Depois, John e Mick sem a banda, fariam um pequeno dialogo que acabaria com um dueto curto de "Yer Blues", Lennon cantando e futucando na teta de Mick.
Antes do Plastic Ono Band existiu o Winston Legthigh And The Dirty Macs
Antes do Plastic Ono Band existiu o Winston Legthigh And The Dirty Macs

No dia 12, quando a banda gravou valendo, iniciaram com um Jam para esquentar antes de entrar em duas tomadas de Yer Blues, que seria seguido depois por "Her Blues", (rebatizado como "A Whole Lotta Yoko" para o CD na década de noventa), um tema instrumental que serve como base para o dueto entre os vocalizes de Yoko Ono com o violinista Ivry Gitlis. Esta é a primeira vez em doze anos que John Lennon sobe em um palco para se apresentar sem Paul McCartney. Sua entrega, com uma letra recheada de frases fortes, é o ponto alto do dia. Em pleno apogeu do hippie sixties, onde a maioria dos presentes são toxicômanos, frases como "Feel so suicidal even hate my rock and roll" tocam fundo, rendendo diversos comentários respeitosos à genialidade do líder dos Beatles.
Townshend, Entwistle e Jagger
Townshend, Entwistle e Jagger
Keith Moon e Brian Jones
Keith Moon e Brian Jones

Veio então outro número circense, os palhaços seguidos de um engolidor de fogo, depois o cowboy à cavalo e então, a próxima banda, The Who. Aproveitam a oportunidade para estrearem a opereta "A Quick One While He's Away". A peça, foi concebida originalmente como parte de uma opera rock que Townshend ainda está montando em sua mente. Acabou sendo lançada antes e ficando de fora do projeto que dentro do ano seguinte, viria a ser conhecido como a opera rock Tommy. Sua apresentação é triunfal com imensa e costumeira fúria por parte de Townshend e Moon, este chegando a derrubar toda sua cerveja sobre a caixa antes de começar.
Marianne Faithfull
Marianne Faithfull

Mais atrações circense se seguiram antes da apresentação de Taj Mahal, que tem em sua banda Jesse Ed Davis na guitarra. Davis seria na década de setenta, um dos guitarristas mais requisitados para participar em gravações de diversos artistas. Taj Mahal esquenta o ambiente com uma apresentação cheia de soul e swing, cantando "Ain't That a Whole Lotta Love". Depois é a vez de Marianne Faithfull, que interpreta "Something Better" com ar terrivelmente tristonho. Fácil de entender porque considerando que ela ainda procura recobrar seus ânimos após perder sua criança no sétimo mês de gestação.
O último convidado é a nova e até então, ainda pouco conhecida banda chamado Jethro Tull, que estará se apresentando com sua segunda formação, tendo Tommy Iommi substituindo o guitarrista original, Mick Abrahams. Apresentam "Song For Jeffrey", tornando este um raro registro desta formação. Quanto à apresentação, na verdade tudo não passa de playback, Iommi nunca tendo gravado nada com a banda. Apenas Ian Anderson está realmente cantando com um microfone vivo, os demais apenas fazendo mímica. Portanto, tirando qualquer duvida sobre quem está na guitarra, o que você vê é Tommy Iommi, mas o que você ouve é Mick Abrahams. Alguns dias após esta apresentação Iommi avisaria aos demais, que não tinha intenção de permanecer com o grupo.
Aí então chega a vez dos Rolling Stones começarem a se aprontar. A esta altura são três da manhã. Todos na banda estão cansados pelos dias tomados pelas preocupações com os detalhes para a organização do evento. A banda sobe no picadeiro central com sua formação clássica mais a soma de Rocky Dijon nos bongôs e Nicky Hopkins ao piano.
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Eles esquentam com "Route 66", e "Confessin' The Blues", para emendarem com "Jumpin' Jack Flash" seguindo depois por "Parachute Woman", "No Expectations", "You Can't Always Get What You Want" (que só seria lançado no álbum seguinte, Let It Bleed) e fechando com "Sympathy For The Devil".
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Jagger exibe no final, uma tatuagem de Satã no peito, feita especialmente para a ocasião. Já tendo visitado o Rio de Janeiro e a Bahia, aprendendo um pouco sobre cerimonias religiosas africanas, você percebe Jagger nitidamente imitando alguém evocando alguma espécie de divindade, ao som das percussões do final da música. Depois que muitos dos convidados já foram embora, a banda ainda apresentou dublando, "Salt Of The Earth" com coro adicional de todos presentes e mais playback.
Muitas das atrações preparadas para o evento ou não chegaram a ser filmadas por falta de tempo ou acabariam de fora da edição final. Edição esta que ficaria arquivada por três décadas pois haveria problemas legais atrelados ao projeto que dificultariam o lançamento. Questões como direitos de uso de imagem das diversas bandas e artistas e suas respectivas gravadoras são o maior dos problemas. O dinheiro dos Rolling Stones presos ao controle de Allen Klein e sua desastrosa gerência seria outro.
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Embora houvesse a intenção inicial de lançar a trilha sonora e filme televisivo até no mais tardar setembro do ano seguinte, a saída de Brian Jones da banda, criando com ela uma nova formação para os Stones, envelheceu o projeto Rock 'n' Roll Circus antes que a banda tivesse imaginado. De qualquer forma, Mick sempre achara a apresentação dos Stones no filme de nível inferior, soando tão cansados quanto estavam de fato.
Fim de Ano '68
Novamente, a banda aproveita o período natalino para se afastarem uns dos outros. Alguns preferem o conforto e intimidade da família em casa, outros buscam lugares exóticos e instigantes. A família Watts, curtiu o natal em casa e em família este ano, a neve caindo espessa sobre o país. Igualmente, Bill e Astrid, estreiam as primeiras ferias natalinas em Gedding Hall, a casa nova. Foi um natal dos mais tradicionais, com tanto Bill e Astrid recebendo seus pais e irmãos. Apesar do relacionamento entre Brain e Suki continuar em queda, o casal passa o Natal e Ano Novo junto em outra viagem para o Ceilão. Os atrativos do oriente trazem certo fascínio para Brian que quer aprender mais sobre o lugar. Conta-se que Brian e Suki visitaram uma cartomante ou astrólogo (as versões variam), que deu um curioso aviso a Brian: “Mantenha-se longe da água neste ano que entra. Absolutamente nunca vá nadar sozinho.”
Anita ficara extremamente interessada nas historias de cerimônias de macumba e candomblé contadas por Marianne quando de sua volta do Brasil no inicio do ano. Anita se interessa cada vez mais por informações sobre ocultismo e o poder que se consegue através de seu estudo. Se cada um que participou no filme Performance ficou um pouco maluco, sua loucura se enveredou para a bruxaria. Em seu interesse e curiosidade ela instigou todos a viajarem juntos para o Brasil, para que ela conhecesse o lugar e as tais cerimônias.
Arlanza
Viajaram portanto Mick, Marianne, Nicholas, Keith e Anita para Lisboa, onde pegariam um transatlântico chamado Arlanza, com destino ao Rio de Janeiro. Embarcam no dia 18 de dezembro, aniversário de Keith, comemorado romanticamente no mar. Anita estava gravida e embora tivesse secretamente abortado involuntariamente duas vezes, ela queria ter o filho de Keith e procurava ter cuidados. Não obstante, durante a viagem no mar ela passou a ter sangramento e entrou em pânico. O médico a bordo lhe deu então uma injeção de morfina, enquanto Keith e Marianne assistiam com inveja.
Outro detalhe pitoresco da viagem foi o bar da nau que invariavelmente era habitada por uma senhora bêbada que puxava conversa com quem estivesse. Keith simpatizou com a ébria que dizia que os dois amigos reluziam (glimmer). Keith então retrucou despretensiosamente "É querida, somos os gêmeos que reluzem" (We're the glimmer twins). O nome Glimmer Twins iria ser usado pelos dois como referência à dupla a partir da década de setenta. A programação de viagem incluía ainda uma esticada para o Peru, onde pretendem conhecer alguma cidade Inca escondida nas Cordilheiras dos Andes.
Copacabana - Princesinha do Mar
Em onze dias, os dois casais estariam aportando no Rio, às vésperas do ano novo. Anita sendo poliglota, foi de infinita assistência para a comunicação com as pessoas comuns, desde o carregador de malas até o motorista de taxi. Hospedaram-se novamente no Copacabana Palace e tiveram um dia lindo para recebê-los e bastante paz e sossego para descansarem e se refazerem da viagem.
Jagger no Copacabana Palace
Jagger no Copacabana Palace

A notícia de sua chegada porém, logo se espalharia, e a insistente solicitação por entrevistas começou a pesar no humor dos ingleses. Mick se vê obrigado a responder perguntas sobre gostar ou não de MPB. Diz inicialmente que não gosta pois se tornara comercial e depois tendo que se explicar, falando que bossa-nova (o que para ele é música popular brasileira), pega emprestado demais de jazz e que prefere a música mais crua de descendência africana. Quando alguém lhe faz a grande pergunta nacional da época, quem deve ser o titular, Rivelino ou Pelé?, Mick se despede e volta pro quarto.
O grupo faz típicos programas de turista, como pegar um taxi e dar uma volta pela orla, ver a Barra da Tijuca, na época deserta, cheio de dunas e totalmente à parte e distante do resto da cidade.
A viagem seria em tese terapêutica para os dois casais, ou pelo menos para Keith e Marianne, inseguros e em parte ainda se recobrando dos eventos recentes ocorridos durante os meses de filmagem de Performance. Para Anita, agora gravida de Keith, o caso com Mick é um passado morto. Divertido mas extinto. Quanto a Keith e Marianne, o descanso seria também uma oportunidade para se distanciar de certas drogas e limpar um pouco o corpo, embora esta pretensão tivesse vida curta.
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Embora todos os três, Marianne, Anita e Keith já haviam se aplicado com heroína pelo menos uma vez, dos três, durante este passeio, quem menos sentiu problemas para se distanciar da droga foi Anita. Sua mente estava tomada pela importância de se cuidar para ver o seu filho nascer. Keith e Marianne passavam os dias fumando maconha nacional, bem mais potente que a inglesa, e bebendo Aldol. Para aqueles que não pegaram a época, Aldol era um xarope de tosse famoso entre os adolescentes "antenados" com as experiências da época. Descer alguns goles de Aldol gargalo abaixo deixava você chapadão e lerdo, como se tivesse tomado barbitúricos. Esquentava o peito e as orelhas como uma boa cachaça.
Anita e Keith no Hotel Jaraguá
Anita e Keith no Hotel Jaraguá

Depois de dez dias na cidade, rumam para São Paulo, onde se hospedam por um dia no Hotel Jaraguá. O tamanho e agito metropolitano de São Paulo não era o que os quatro ingleses esperavam. De qualquer forma, os planos nunca foram de ficar em São Paulo, mas em uma cidade vizinha.
Na Fazenda Bela Vista
Através do escritório Rolling Stones, foi acertada a hospedagem da turma na fazenda Bela Vista, do banqueiro Walther Moreira Salles, pai do atual cineasta Walter Salles Junior. O local, situado na cidade de Matão, uns 330km noroeste de São Paulo, já havia sido alugado outras vezes para pessoas distintas do primeiro mundo, querendo se esconder para obter paz e tranqüilidade em total privacidade. Keith diria depois que a fazenda era do tamanho da Bélgica, um óbvio exagero, porém ilustra bem a vastidão do terreno. A Casa Grande com seus 33 cômodos, abrigou os dois casais, o jovem Nicholas, e um misto de interprete e assistente geral, Albert Grossmann. Moram no local e responsáveis pela casa os caseiros Sr. e Sra. Viziolli. Seguranças cuidavam para que ninguém estranho entrasse na propriedade, oferecendo assim, total privacidade ao grupo.
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Durante o dia, tomavam sol ao redor da piscina, geralmente praticando nudismo. À tarde fugiam desesperadamente dos mosquitos, muriçocas e pernilongos. Keith se divertia aniquilando a esquadra com uma revista enrolada. Mas embora menores do que ele, chegam em grandes números e o cansaço vence a ponto de Keith simplesmente se deixar picar. Marianne parecia uma muçulmana em um safari, de botas e chapéu com véu, toda enrolada em panos, tentando esconder sua pele dos monstrinhos sanguessugas em uma batalha perdida antes mesmo de começar. À noite jantam à luz de velas e se divertem cantando. Brincadeiras incluem também soltar fogos de artifício.
Nos dez dias que lá permaneceram, Mick e Keith escrevem Honky Tonk Woman, que em seu formato acústico, está mais para a versão conhecida como Country Honk. Aproveitam também para conhecer além de Matão, algumas cidades vizinhas, como Araraquara, circulando de kombi, totalmente incognitos. Também exploraram as estradas para cidades não tão vizinhas como Belo Horizonte e Ouro Preto. A curiosidade maior ficando para a compra de fitas com gravações de cânticos de candomblé, macumba, umbanda e afins.
Depois de dez dias voltam a São Paulo, onde pernoitam e seguem viagem deixando o Brasil para traz indo para Peru. Todos menos Marianne, que tem compromissos assumidos em Londres e volta com seu filho Nicholas. Ela havia sido convidada a voltar ao teatro para encenar a peça Hamlet, no Roundhouse Theatre. Ela também já está cansada da companhia de mato, mosquito e Aldol. Os ensaios começaram pouco depois de seu regresso, onde ela passa a assumir o papel de Ophelia.
Desgaste Peruano
Mick, Keith e Anita chegam de avião em Lima no dia 18 de janeiro e se hospedam no luxuoso Hotel Crillon.O trio depois descem até o saguão vestidos de sandálias, calças multicoloridas e os rapazes sem camisas. São advertidos pelo balcão do hotel que o local tem normas de vestuário, ignoradas pelo trio. São avisados novamente que precisariam colocar uma camisa para andar no saguão, desta vez pelo gerente. Após uma pequena discussão, o episódio termina com a efetiva expulsão do hotel. Sem perder a pose, os três atravessam a rua de malas em mãos e se hospedam no igualmente luxuosos Hotel Bolivar.
O hotel serve apenas como ponto referencial e local para deixar as bagagens maiores. Alugam um jipe e seguem em uma viagem rumo a Cusco, buscando os Andes Peruano. A viagem é tortuosa, especialmente para uma mulher gravida, mesmo que nos primeiros meses de gestação. Em Urubamba, Keith se viu obrigado a tocar para fazendeiros locais a fim de conquistar simpatia para poderem conseguir comida e um local mais confortável para o trio dormir. A imagem de Keith Richard em uma cidadezinha ínfima, perdida no meio dos Andes, tocando Malagueña para o povo local, não deixa de ser inusitada. Estão de volta em Londres ao final do mês.
Brian Novamente em Redlands
Sem residência fixa, uma vez que Cotchford Farm continua em obras, Brian passa a se fixar novamente em Redlands. Com ele estão morando Tom Keylock, seu motorista e assistente para assuntos aleatórios, um servente que cuida da casa, e sua namorada Suki Poiter. Keylock está instruído por Keith para vigiar e manter Brian na linha, não permitindo seu acesso a entorpecentes nem acesso de pessoas que podem trazer-lhe mais drogas.
O clima dentro de casa é descrito como sendo opressor. Brian mal consegue usar o telefone sem ter a presença de Keylock vigiando e ouvindo. Ao mesmo tempo, é difícil saber com Brian, o que em suas queixas é real e o que é fruto de sua paranóia costumeira. Outra; até que ponto, ele não precisava mesmo de alguém por perto para lhe chamar a atenção? Como diria Marianne anos depois, "Quando o telefone tocava as quatro da manhã, era sempre Brian."
A parte desta sensação de ser o motivo de uma eterna vigília, Brian tem encontrado forças para se afastar por conta própria do uso de medicação ilícita. Ele se conscientiza de que haxixe e maconha o deixa paranóico, ácido o deixa delirante e fora de controle e anfetaminas e barbitúricos deixam sua mente totalmente inoperante. Brian quer ficar longe destes produtos, que a ele trazem apenas a lembrança da mentira que é o sucesso. Ele está aproveitando a quietude do campo para refletir bastante sobre sua vida, suas aspirações iniciais e para onde seu estilo de vida o levou.
Seu relacionamento com Suki Poiter está em decadência. No fundo, são, e sempre serão nada mais que grandes amigos, cada um confortando o outro pela perda daquele a quem realmente amam. Suki conforta Brian pela perda de Anita e Brian a Suki, pela perda de Tara. Suki continua dependente de heroína e Brian não permite a ela sequer fumar um baseado dentro de casa. Ele não suporta a presença de qualquer entorpecente perto dele e até remédios receitados pelo seu médico ele agora toma com suspeita e preocupação.
Para completar as diferenças entre os dois, Suki gosta da vida agitada da cidade e Brian está com a mente fixa na proposta de morar no campo, longe de Londres. Ele está apaixonado pela casa em Cotchford Farm e aguarda ansiosamente para que a residência tenha as mínimas condições para ser habitável, para que ele possa logo se mudar. Embora o casal ainda se visse ocasionalmente, a relação estava com seus dias contados.
Com Suki indo trabalhar como modelo nos Estados Unidos, Brian está sozinho e precisando de companhia para se sentir amado. Assim, ele volta a Londres para rondar os clubes, passando a ser visto novamente com Linda Keith. Quando Suki chegou em casa um belo dia, encontrou Brian com Linda. Furiosa, tentou expulsá-la, porém Brian a agrediu e até chutou seu cachorro. Assim era Brian Jones, impulsivo e nem sempre coerente. Ele tinha imenso carinho e amor por Suki assim como adorava o seu cão, não obstante, naquele momento, sua amiga/amante e até o cão, acabaram apanhando. Fariam as pazes depois, Brian e Suki voltando a ter um relacionamento amigável porém o romance acabara de vez. Linda Keith também logo sairia definitivamente de cena.
Brian passaria a ser visto, cada vez mais vezes, acompanhado por uma sueca chamada Anne Wohlin. Em final de janeiro, Brian foi definitivamente perdoado pela corte quanto a sua segunda acusação de uso de entorpecentes. Três juizes confirmariam o veredicto de que não se deva mudar nada em relação a sua situação julgada em 67.

Breakfast in America Super Deluxe Edition - Supertramp


No final dos anos 1970 o rock progressivo dava passos significativos e decididos em direção ao pop, deixando para trás os exageros megalomaníacos que caracterizaram a década em busca de uma nova geração de ouvintes.

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Gigantes como o Pink Floyd lançavam álbuns como o multiplatinado "The Wall", por exemplo, que, apesar de ser uma obra sensacional, era muito mais acessível que "Wish You Were Here" (1975), "Animals" (1977) e o clássico "Dark Side of the Moon" (1973). O Genesis, já sem Peter Gabriel e com Phil Collins no comando, ensaiava os primeiros passos da sonoridade descaradamente pop que marcaria a sua carreira na década de 1980, fazendo a banda vender milhões de álbuns em todo o mundo. O Yes atravessava uma fase de transição, não sabendo muito bem para que lado seguir emdiscos como "Tormato" (1978) e "Drama" (1980), enquanto outro ícone do estilo, o ELP, rastejava e arranhava o chão com o incrivelmente ruim "Love Beach" (1978), posando para a foto do LP como se fossem uma banda cover do Bee Gees.
No meio disso tudo, um grupo inglês colocava no mercado o disco que mudaria para sempre a sua carreira. Formado em Londres em 1970, o Supertramp não era propriamente uma banda de rock progressivo, apesar de possuir algumas características do gênero, que sempre foram adornadas por bem encaixados elementos pop. Tanto que, desde o início, a crítica especializada classificou o som dos caras como 'progressive pop', um rótulo, convenhamos, um tanto quanto esdrúxulo.
Lançado em 29 de março de 1979, "Breakfast in America" levou a banda de Rick Davies (vocal, piano e teclado) e Roger Hodgson (vocal, guitarra e teclado) a outro nível, transformando-a em uma das maiores do final da década de setenta e início dos anos oitenta. Com um tracklist arrebatador, onde o principal destaque são quatro de seus maiores clássicos – composições do quilate de “The Logical Song”, Goodbye Stranger”, “Breakfast in America” e “Take the Long Way Home” -, o álbum rendeu três singles – as já citadas “The Logical Song” (sexto lugar na Billboard), “Goodbye Stranger” (#15) e “Take the Long Way Home” (#10) -, ganhou dois Grammys e vendeu mais de 20 milhões de cópias.
O álbum que mudou a história do Supertramp e a vida de milhões de fãs em todo o mundo ganhou, no final de 2010, uma edição à altura de sua importância. Trata-se de "Breakfast in America Super Deluxe Edition", um box com 2 CDs, DVD, LP, livro e mais alguns itens que irão tirar os fãs do sério. Lançado pela Universal lá fora em 10 de dezembro de 2010, essa edição pra lá de especial chega agora ao Brasil via Hellion Records, que importou algumas unidades do box e está disponibilizando-o para os colecionadores brasileiros.
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O conteúdo dessa edição super luxuosa passa a limpo a ótima fase criativa vivida pelo Supertramp em "Breakfast in America". Vamos destrincar o que há na caixa então! O CD 1 traz o álbum completo, devidamente remasterizado e em todo o seu esplendor artístico. O segundo CD brinda o ouvinte com um show inédito da tour do trabalho, com doze músicas que mesclam faixas de "Breakfast in America" com sucessos antigos do conjunto. O setlist é impressionante, alinhando uma sequência de ótimas composições em um show antológico.
Já o DVD conta com um documentário da TV canadense contando a história da banda, além dos vídeos promocionais de “The Logical Song”, “Breakfast in America” e “Goodbye Stranger”.
O box tem ainda um LP de 180 gramas com as músicas do disco original, um poster promocional do período, réplicas de ingressos e basckstage passes e um lindo livro de capa dura repleto de fotos que conta toda a história de "Breakfast in America".
A caixa vem em formato 12 polegadas, com uma grossa e dura capa protetora. Os CDs são acondicionados em compartimentos dentro do gatefold do vinil, o que demanda um certo cuidado ao manusear a embalagem para que os CDs não saiam voando pela sala.
Enfim, um item espetacular, com acabamento gráfico lindo e impressionante, de fazer babar qualquer colecionador e capaz de causar ataques cardíacos nos fãs do Supertramp!
"Breakfast in America" faz parte daquela categoria de discos que transcendem o estilo e a época em que foram lançados. Suas faixas fazem parte da história de milhões de pessoas ao redor do mundo, e estão vivas na memória afetiva de fãs de todos os continentes.
Apenas seis letrinhas: compre!
Faixas:
CD1:
1. Gone Hollywood
2. The Logical Song
3. Goodbye Stranger
4. Breakfast in America
5. Oh Darling
6. Take the Long Way Home
7. Lord is It Mine
8. Just Another Nervous Wreck
9. Casual Conversations
10. Child of Vision

CD2 - 1979 Live Breakfast World Tour:
1. The Logical Song
2. Goodbye Stranger
3. Breakfast in America
4. Oh Darling
5. Take the Long Way Home
6. Another Man's Woman
7. Even in the Quietest Moments
8. Rudy
9. Downstream
10. Give a Little Bit
11. From Now On
12. Child of Vision

DVD:
- The Old Grey Whistle Test:
* Interview
* The Logical Song

- 1979 Promotional Videos:
* The Logical Song
* Breakfast in America
* Goodbye Stranger

- W5 Canadian TV Supertramp
LP:
Side A:
1. Gone Hollywood
2. The Logical Song
3. Goodbye Stranger
4. Breakfast in America
5. Oh Darling

Side B:
1. Take the Long Way Home
2. Lord is It Mine
3. Just Another Nervous Wreck
4. Casual Conversations
5. Child of Vision
Fonte desta matéria: Collector's Room

Revamp - Revamp


O anúncio do fim das atividades do After Forever foi um choque enorme para a legião de fãs de Floor Jansen e sua trupe. A banda se mantera firme, sempre lançando ótimos trabalhos após a saída de Mark Jansen em 2002, e o fim da banda soou completamente sem sentido tanto para fãs como para a imprensa especializada. Talvez nunca saibamos com certeza o que motivou a dissolução do grupo, mas ao menos existe o alento que seus integrantes empenham-se em novos projetos. Novas idéias que não deixam o espírito criativo de músicos tão talentosos esmorecer. E um deles é este Revamp.



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Floor não perdeu tempo; o mais rápido que pode começou a recrutar músicos e compor novas canções, para que este projeto, que por muitas vezes chamou de “filho”, pudesse estar pronto para os fãs em pouco tempo. Essa pressa talvez tivesse feito com que o resultado final do trabalho não fosse esmerado, polido e no seu total potencial; mas por sorte isto não aconteceu, já que este disco auto-intitulado nos traz belas composições, que de fato remetem ao que o finado After Forever já fez nos seus praticamente quinze anos de estrada, mas com uma energia renovada, uma cara nova, uma Floor menos lírica e mais visceral em algumas passagens, soltando-se muito mais.
Trata-se de um disco elegante e de personalidade. Todas as músicas são muito boas, mas destacaria como pontos altos “Million”, “Break” a saga “In Sickness ‘Till Death Do Us” (dividida em três partes) e a belíssima balada “Sweet Curse” que conta com a participação do excepcional Russel Allen (Symphony X), uma verdadeira pérola de beleza e bom gosto.
Como já tinha mencionado, existem ecos de After Forever, como os corais bombásticos, orquestrações e passagens líricas. Porém existe também uma gama muito maior de outras influências, que deixam a sonoridade bem mais abrangente, interessante e com bastante feeling nas composições. Floor tem personalidade, e busca fugir dos clichês que a consagraram com uma das principais front-women do cenário heavy metal nos anos 2000, buscando novos desafios, não vivendo à sombra de seu passado ilustre deAfter Forever. E isso faz com que este “Revamp” seja um disco realmente muito interessante, e que dá muitas esperanças para os fãs sobre o futuro da mesma.
Vale destacar toda a parte de gravação do disco. A produção é impecável, de um profissionalismo total, empenhado em oferecer o público um material de altíssima qualidade. Joost van den Broek é quem assina a produção, com a parceria de Arno Krabman, com Floor cuidando de tudo proximamente, exercendo o papel de produtora executiva.
Em suma: animador o resultado deste primeiro trabalho. Talvez ainda careça de alguns pequenos detalhes de composição, algo que dê uma característica realmente única para eles, mas pelo que se mostrou neste competente debut, acredito que os lançamentos futuros do Revamp serão ainda melhores.
Revamp é composto por:
Floor Jansen – Vocais
Arjan Rijnen – Guitarra
Jord Otto – Guitarra
Jaap Melman – Baixo
Ruben Wijga – Teclados e sintetizadores
Mathias Landes – Bateria

Track List:
1. Here’s my Hell
2. Head up High
3. Sweet Curse
4. Million
5. In Sickness ‘Till Death Do Us(Part I: All Goodbys are Said)
6. Break
7. In Sickness ‘Till Death Do Us (Part II: Disdain)
8. In Sickness ‘Till Death Do Us (parti III: Disgraced)
9. Kill me with Silence
10. Fast Forward
11. The Trial of Monsters
12. Under my Skin
13. I Lost Myself