26 de março de 2011

Festival - 1967







estival, de Murray Lerner, é uma síntese cinematográfica de quatro edições do Newport Folk Festival, e retrata um período crucial na evolução da música folk. Os intérpretes vão desde nomes lendários do folk dos anos 60 como Bob Dylan e Joan Baez e ícones do country como Johnny Cash, a representantes do folk tradicional como o Georgia Sea Island Singers. De artistas bem sucedidos como Peter, Paul and Mary aos que preservaram com dignidade as genuínas raízes do folk como o Son House e o Mississippi John Hurt. Donovan e Judy Collins também estão presentes no filme, assim como Pete Seeger e o Ed Young Fife & Drum Corps. Este eclético grupo de intérpretes, aliado a um público ainda mais eclético, inspira um profundo sentimento comunitário, uma sensação de continuidade, não somente entre o passado e o presente da música folk, mas também na cultura, no idealismo e na conscientização social dos norte-americanos.


1 - Hannah – Jim Kweskin & The Jug Band w/ Mel Lyman
2 - If I Had A Hammer – Peter, Paul and Mary
3 - Rocky Road – Sacred Harp Singers
4 - Traditional Spiritual – Georgia Sea Island Singers
5 - Clog Dance – Blue Ridge Mountain Dancers
6 - Black Mountain Rag – Tex Logan and The Lilly Brothers
7 - Green Corn – Pete Seeger
8 - Codeine…And It’s Real – Buffy Sainte-Marie
9 - Deep Blue Sea – Pete Seeger
10 - Lordy, Lordy – Odetta
11 - Go Tell Aunt Rhody – Joan Baez and Peter Yarrow
12 - Mary Hamilton – Joan Baez
13 - All I Really Want To Do – Bob Dylan
14 - All Our Trials – Joan Baez
15 - Blowin’ In The Wind – Peter, Paul and Mary
16 - And The War Drags On – Donovan
17 - Turn, Turn, Turn – Judy Collins
18 - Viet Nam, Your Latest Game – Donovan
19 - Just Can’t Keep From Cryin’ – Odetta
20 - Times They Are A Changin’ – Peter, Paul and Mary
21 - Highway 61 – Fred McDowell
22 - Keys To The Highway – Brownie McGhee and Sonny Terry
23 - Candy Man – Mississippi John Hurt
24 - Maggie’s Farm – Bob Dylan
25 - Instrumental – Ed Young Fife & Drum Corps
26 - Feed Me, Jesus – Swan Silvertones
27 - Help Me, Jesus – Staple Singers
28 - Ain’t Gonna Let Nobody Turn Me ‘Round – Freedom Singers
29 - Go Tell It On The Mountain – Fannie Lou Hamer
30 - We Shall Overcome – Freedom Group Finale w/ Odetta
31 - I Was Born In Chicago – Paul Butterfield Blues Band
32 - Son House Blues – Son House
33 - You Hear My Howling Early In The Morning – Howling Wolf
34 - Pack Up Your Sorrows – Mimi and Dick Farina
35 - Flute Instrumental – Spokes Mashiyane
36 - Cheek Slapping – Cousin Emmy
37 - Russian Song – Theodore Bikel
38 - Anathea – Judy Collins
39 - I Walk The Line – Johnny Cash
40 - Ruby – Osborne Bros.
41 - Farewell Angelina – Joan Baez
42 - Tambourine Man – Bob Dylan
43 - Rising Of The Moon – Peter, Paul and Mary
44 - Down By The Riverside – Group Finale w/ Baez, Odetta and Seeger

Parte 13 - Jornada Para Tangier


Jagger em entrevista foi claro, "Se alguém pensou que estávamos mudando nossa imagem para nos tornamos aceitos para o público familiar, estava enganado. Só fizemos o gig por ser um show de cadeia nacional. O programa é medíocre e nos colocou no mesmo nível. Jamais voltaremos a participar deste programa." A resposta enfureceu ainda mais as pessoas. Dentro do jornal News Of The World, conta-se que se ouviu do editor algo nos moldes de "O povo já está cheio destes bastardos emperiquitados. Já está na hora deles receberem um troco! Vejamos o que podemos armar pra cima deles."
Keith e o seu Bentley
Embora Keith não houvesse conseguido passar em sua prova de habilitação quando tentou obter uma, ele sempre morou com ou perto de Mick ou Brian, portanto, nunca precisou de um carro realmente. Depois que os Rolling Stones  quebrarem o recorde de apresentações de uma banda em um ano, repetindo o feito seguidamente em 1963 e 1964, eles diminuíram o pique e estavam reservando mais tempo para o ócio. Depois da compra da casa de Redlands, mesmo com Keith passando bastante tempo em Londres na casa de Brian ou de Mick, ter seu carro passa a ser uma necessidade.
Não seria a falta de habilitação que deixaria Keith a pé e ele começou a dirigir mesmo sem o documento. O grande empecilho era que Richards não sabia dirigir e inevitavelmente acabava sendo pego e multado por estar dirigindo sem habilitação. Seu próximo passo então seria pagar alguém para fazer a prova de habilitação em seu nome. Ensinou a pessoa a assinar o nome como se fosse o próprio Keith, e depois o mandou fazer a prova como se fosse ele. Evidentemente ninguém do Departamento de Trânsito associou este Keith Richards anônimo, que fazia a prova de direção, com o relativamente famoso guitarrista e tudo correu bem.
Keith e o seu Bentley
Keith e o seu Bentley

Uma vez com o documento, Keith comprou um lindo Bentley S3 com direção hidráulica e cambio hidramático. Estreiou o veículo seguindo pelo subúrbio de Chichester, acertando a quina da calçada a cada curva. Logo ele ganharia confiança, acelerando o carro cada vez mais e fazendo curvas desviando longe das calçadas.
O Bote
Brian e Anita entraram em outra disputa de egos e ela acabou o deixando mais uma vez. Ele então volta para a vida noturna, freqüentando os clubes, bebendo entre amigos, ou melhor, acompanhantes que adoram estar perto de algum Rolling Stone. Conhece uma sueca chamada Anne que embora charmosa, recusa seu convite para ir com ele para sua casa. Brian volta a se sentar e é aproximado por dois jornalistas, passando a dar uma entrevista exclusiva. Os dois jornalistas jogam a isca, puxando a conversa de misticismo para drogas no mundo pop atual. Brian fala sem pensar, contando que toma LSD há tempos, assim como anfetaminas para ficar acordado. Brian está tão à vontade que chega a convidar os jornalistas para irem a sua casa com mais algumas meninas e fumarem um juntos. O convite foi gentilmente recusado e os dois jornalistas se despediram.
O artigo sairia na manhã de sábado, dia 05 de fevereiro, no jornal News Of The World. A historia identificaria erroneamente que a entrevista fora com Mick Jagger e contaria que ele foi visto com haxixe, convidando garotas do local, além deles os jornalistas, para irem à sua casa para "fumar um". O artigo diria ainda que durante o curso da pequena entrevista, Mick Jagger havia tomado seis tabletes de Benzedrine. "Todo mundo usa", ele confessaria.
Mick Jagger que tem o hábito de começar seu dia lendo todos os jornais, pulou meio metro quando leu o artigo que continha uma foto sua. Ao terminar de ler o artigo, já sabia que os mongolóides o haviam confundido com Brian, o que lhe daria a oportunidade de processá-los por calúnia. Jagger, que havia agendado para aquele dia, uma aparição no programa Eamonn Andrews, um talk-show, aproveita a oportunidade para se defender. No programa, ele se mostra irritado que um jornal respeitado como News Of The World estaria escrevendo tamanha bobagem e que ele não tem outra forma para limpar o seu nome senão processar o jornal. Na segunda-feira seguinte, os advogados estão entrando com processo na justiça.
Keith e a sua Mercedes
Anita, brincando com os receios de Keith, começa a falar mal de seu Bentley, dizendo que aquilo é um carro de gente idosa. Que o veículo não possui a mesma classe que um Rolls Royce como o de Brian. Ao fazer esta comparação, Anita provoca as inseguranças de Keith, não tendo a permanência de Anita ainda como certa, tornando-o vulnerável à sua manipulação. Keith começou a conversar com alguns conhecidos e recebe a dica da existência de um Mercedes velho esquecido em um ferro velho. O carro é uma relíquia, utilizada pelos nazistas na Segunda Guerra. Anita, que tem um certo fascínio pelos nazistas, adorou a idéia de ter um carro que serviu para membros daquele partido. O veículo custou cerca de £1.700 e outros £2.500 para ajeitá-lo. Trocou-se estofado, caixa de câmbio e motor, além de uma pintura nova. Ao sair da oficina, o carro deveria estar valendo pelo menos £4.500.
Quando o carro chegou, tanto Keith quanto Anita estavam impressionados com o imponência do veículo. Sendo o carro de câmbio manual, Keith precisou novamente da ajuda de alguém para ensinar como dirigí-lo. Assim, Tony Sanchez acabou sendo convidado por Keith para ensinar como manejar um câmbio manual e estrear a máquina nova. Depois de dar algumas voltas em Chester Square, foram para o centro de Londres a toda, curtindo a reação dos pedestres, parando para olhar o longo veículo de 18pés de comprimento, e depois duplamente espantado em ver um pop star cabeludo dirigindo-o. Keith acena e segue, parando no Sands Café na Bond Street.
Depois do café, Keith levou Tony pra casa em Kilburn. A esta altura, depois de arranhar muita marcha, Keith acaba descobrindo que ele poderia arrancar em quarta e assim, basicamente dirigir o carro como seu Bentley de câmbio hidramático. Keith gostava de correr, mesmo que isto o obrigasse a furar alguns sinais vermelhos. Depois de furar dois cruzamentos, encontra no terceiro o obstáculo de um outro carro respeitando o sinal. Assim, Keith descobre que o Mercedes não freia tão facilmente como o Bentley. Com o estrondo, seu Mercedes estava acabado. Keith, que sempre andava com flagrante, deixou o problema pra Tony resolver. Pegou um taxi e sumiu. Levaria outro ano até o Mercedes ficasse pronto outra vez. Em tempo, fica claro que apesar do alto custo de certos objetos, Keith não tem uma maior relação com nenhum de seus “brinquedos”. São mesmo coisas a serem usadas e dispensadas quando perdem a utilidade.
Anita Volta Pela Última Vez
Brian segue para a Espanha, passando um tempo em Barcelona. Sozinho, ele toma uma overdose de barbitúricos e álcool, uma combinação sempre perigosa que chapa o indivíduo completamente. Desta vez não havia ninguém com ele para ajudá-lo e Brian teve sorte em não ter ficado azul, acabando por morrer desacordado. Anita apavorada com esta perspectiva volta então para socorrê-lo, vigiando e garantindo que ele coma um mínimo e durma um pouco. Ele é secretamente levado para uma clinica especializada em desintoxicação na Suécia. Com a volta de Anita, Brian se acalma e resolve pela primeira vez mudar de vida. Ele para temporariamente de tomar ácido e embora continuarisse a tomar outras drogas, não o faz mais de forma tão destrutiva.
Redlands
Depois do artigo do News Of The World, não haveria mais sossego para nenhum dos três. Mick, Brian e Keith passariam a ser seguidos pela espionagem do governo de Sua Majestade, numa tentava de acabar com a suposta revolução antes dela começar. Uma van branca passa a ser vista em frente à casa dos três e tanto Keith quanto Mick estão bem conscientes do que está se passando. Um belo dia, Keith é procurado por um cara que ele havia conhecido na excursão americana do ano passado. Ele afirmaria que tinha trazido com ele um ácido novo no mercado e que queria reunir a banda e apresentar a novidade para a galera.
Seria combinado que a reunião seria realizada em Redlands. Aos olhos de Mick e Keith, o programa seria uma maneira de fugir da presença intimidadora da van branca, constantemente estacionado na frente da casa em Londres. Mick está ansioso por poder relaxar. Bill e Charlie não se interessaram pelo programa como era de se esperar. Brian precisava terminar alguns detalhes na trilha sonora que fazia para o filme A Degree of Murder, ficando de ir depois com Anita para lá.
George e Pattie Harrison
George e Pattie Harrison

Depois de uma sessão de gravação no Oympic Studios, sai uma caravana para Redlands. Estão Nicky Kramer, Tom Keylock, Mick e Marianne, Michael Cooper, Christopher Gibbs, Robert Frazer e seu servente marroquino Ali Mohammed, George e Pattie Harrison, o dono da casa Keith Richards, e o tal americano, dono da mercadoria, David Schneiderman, apelidado de o Rei dos Ácidos. Chegam e fazem uma boquinha rápida, conversando noite adentro até quase cinco da manhã, fumando enquanto ouviam um pouco de the Who na vitrola. George e Pattie depois deixam o grupo, voltando para casa do casal.
White Lightning em Redlands
Na manhã seguinte, são acordados cedo por Schneiderman, que fizera chá quente para todos. Chá quente com um tablete de um ácido chamado White Lightning, tão forte que algumas pessoas ficaram enjoadas de início. Depois foi a espera normal para o efeito bater, e quando bateu; valeu. White Lightning oferece uma viagem como LSD mas sem a sensação de perda de controle que às vezes se tem com outros ácidos. Pode-se dizer que foi a partir desta viagem que Mick e Keith realmente unificaram suas forças. Uma percepção de irmandade, ambos na mesma sintonia quanto a seus propósitos dentro da banda, solidificaria a confiança que não permitiria ninguém, nem mesmo Andrew, controlá-los mais.
O grupo resolve passear indo todos de van, com destino inicial de visitar a casa do pintor surrealista inglês Edward James. Ao chegarem lá, encontram a casa fechada, indo então para a praia curtir o barulho do mar, o vento forte e cheiro da maresia. Ao retornar, estão cansados, Marianne indo logo tomar um banho. Sem ter trazido roupas extras, se encobre com um gigantesco tapete de pele. Assim, depois do jantar, ela estaria enrolada, ao lado do Mick, junto com todos os outros, ouvindo the Who no último volume com a televisão ligada sem som enquanto incenso estava queimando.
Conversando com Schneiderman, Michael Cooper repara o quanto este sujeito entende de armas e fica intrigado. Em dado momento, enquanto o americano está distraído conversando com os outros, Michael entra no seu quarto e vasculha sua bagagem de mão, encontrando vários passaportes com nomes e nacionalidades diferentes, todos com sua fotografia. Cooper tem agora certeza que este sujeito não é apenas um vendedor de drogas mas não entende direito o que sua presença significa.
Invasão em Redlands
Por volta de umas sete da noite, já escuro, fevereiro sendo inverno inglês, podia-se ouvir um barulho vindo da entrada da casa. Ao abaixar o volume do som, identificaram o barulho como sendo alguém batendo na porta. Resolveram ignora-lo mas como quem quer que seja não desistia, Keith resolveu atender. Ao abrir a porta encontrou um esquadrão policial, com o Inspetor Chefe Gordon Dineley, falando enquanto mostrava-lhe um pedaço de papel.
Era um mandato para inspecionar a casa a procura de substâncias ilegais. Todos os convidados ainda estavam viajando em ácido no momento da batida e Keith, que respondia pela residência, tinha dificuldades em entender o que lhe era explicado. Ele via os lábios se mexendo mas sem conseguir direito concatenar o texto falado. Finalmente ele percebe o significado desta intromissão e avisa aos demais que a polícia tem com eles um papel, "uma bobagem legal" e irá vasculhar a casa. O inspetor pede que se desligue a vitrola mas Keith aceita apenas que se abaixe o som. Em seguida, Keith pega o telefone e liga para o escritório daRolling Stones para avisar do que está acontecendo e para mandarem um advogado imediatamente para o local. Logo, os advogados Timothy Hardacre e Leslie Perrin estariam a caminho.
Os ocupantes foram logo reunidos em pares, e enquanto a policia vasculhava a casa, Michael Cooper tentava discretamente pegar sua câmara e tirar uma foto do incidente. Os policiais comuns desta época, como a sociedade em geral, eram leigos no que se refere ao assunto entorpecentes e não conheciam muito além de maconha, morfina e cocaína. Isto permitiu cenas inusitadas, como os homens achando haxixe no casaco de Mick e acreditando se tratar de terra encrostada no fundo do bolso, colocando-o de volta. Imaginem um alferes com uma expressão de nojo como quem está pensando, "cambada de hippies porcos e imundos". Os tabletes de heroína trazidas por Frazer, foram inicialmente confundidos com remédio para diabetes. Iriam revistar a mala de Schneiderman, cheia de praticamente tudo, mas porque tinha seu conteúdo cuidadosamente embrulhados em alumínio, perguntaram primeiro do que se tratava. "É filme não processado" explicou o dono da maleta. "Eu faço filmes e agradeceria se vocês não o abrissem. Estragaria um trabalho de dois anos" ele explicou calmamente. "Perfeitamente compreensível senhor" com a típica polidez inglesa e a mala voltou a ser fechada. Mesmo assim, encontraram maconha no bolso de seu casaco e levaram para ser analisada.
Michael Cooper
Michael Cooper

Marianne foi convidada a ser vistoriada por uma policial feminina. "Mas eu estou só vestindo este tapete" ela retruca deixando o dito cujo cair um pouquinho por segundos, e se cobrindo novamente, rindo dos guardas ruborizados. Keith e Mick estão às gargalhadas, ninguém aliás está levando a policia muito a sério, deixando-os extremamente irritados, desacostumados com esta apatia de respeito. Michael ou Christopher então colocam na vitrola Bob Dylan cantando Rainy Day Woman #12 & 35 enquanto o grupo assiste a policia vasculhar a casa, todos rindo da letra em contraste com a cena de teatro vivo que estão vivenciando. A letra de Dylan conclamando todos a tomarem cuidado com hipócritas que surrupiam sua liberdade em nome da lei. A palavra "stoned" em inglês significando "apedrejado" em sua forma original e "intoxicado, doidão, chapado" em gíria.
Dylan canta:
Well, they'll stone ya when you're trying to be so good,
They'll stone ya just a-like they said they would.
They'll stone ya when you're tryin' to go home.
Then they'll stone ya when you're there all alone.
But I would not feel so all alone,
Everybody must get stoned!

Well, they'll stone ya when you're walkin' 'long the street.
They'll stone ya when you're tryin' to keep your seat.
They'll stone ya when you're walkin' on the floor.
They'll stone ya when you're walkin' to the door.
But I would not feel so all alone,
Everybody must get stoned!

They'll stone ya when you're at the breakfast table.
They'll stone ya when you are young and able.
They'll stone ya when you're tryin' to make a buck.
They'll stone ya and then they'll say, "good luck."
Tell ya what, I would not feel so all alone,
Everybody must get stoned!

Well, they'll stone you and say that it's the end.
Then they'll stone you and then they'll come back again.
They'll stone you when you're riding in your car.
They'll stone you when you're playing your guitar.
Yes, but I would not feel so all alone,
Everybody must get stoned!

Well, they'll stone you when you walk all alone.
They'll stone you when you are walking home.
They'll stone you and then say you are brave.
They'll stone you when you are set down in your grave.
But I would not feel so all alone,
Everybody must get stoned!

No final da blitz, a polícia levou vários palitos de incenso, um cachimbo com restos de hemp encontrada sobre uma mesa, um cinzeiro com cinzas de maconha, uma bola de maconha prensada, quatro pílulas que Mick comprara em uma farmácia na Itália contra enjôo, oito capsulas verdes, como também um dos tabletes do remédio para diabetes de Robert Frazer. Ao sair, Keith é avisado que se os laboratórios concluírem que algo ilegal fora encontrado, ele seria processado por admitir o uso de substancias ilegais em sua residência.
Chocados com o evento que se sucedeu, a festa naturalmente acabou e as pessoas começaram a reunir suas coisas para irem embora. Pouco depois Brian liga dizendo que ele e Anita estão a caminho, sendo logicamente informado da primeira batida residencial que a polícia inglesa tenha dado, especificamente a procura de drogas classificadas de perigosas.
Conclusões
Analisando o significado de tudo o que ocorreu, os amigos concluem que foi uma cilada desde o inicio. Esta historia de um americano aparecer do nada oferecendo ácido gratuitamente só para eles, agora cheirava a armação. Mick está certo que o jornal News Of The World está envolvido na historia. Sabem que ao serem processados, irão perder uma grana por difamação, portanto o jornal arrumou uma maneira de envolver Jagger e os Stones em um escândalo ligado a entorpecentes. Com tempo, aprenderam a suspeitar de uma tríplice aliança entre o jornal News of the World, a polícia de Chichester e alguns membros do governo. De toda a batida, só encontraram evidência nas mãos dos outros, as 150 gramas de maconha no bolso de Schneiderman e os tabletes de heroína no bolso de Robert Frazer. A única coisa que encontraram com Mick foram pílulas contra enjôo, que na verdade pertenciam a Marianne, que comprara na Italia quando estavam em San Remo e Cannes de barco.
Schneiderman em dois dias já havia saído do país, desaparecendo sem vestígios, ficando somente Frazer em situação delicada com os tabletes de heroína, droga legalmente considerada perigosa, pendendo contra ele. Com a intermediação do amigo Sanchez, negocia-se com alguém que trabalha no laboratório policial, que pela soma de £7.000, se perderia ou adulteraria os resultados, concluindo que os tabletes eram de glicose ou coisa parecida. Frazer negocia com Mick e Keith que liberam a soma de £5.000 enquanto ele adiciona mais £2.000 em cima, pagos ao laboratório da policia e o assunto prometia ser esquecido. Porém, o jornal News of the World correu materia com um relato completo e detalhado sobre o incidente. Mick não tem duvidas que tem um informante nesta historia e suspeitas recaem tanto em Schneiderman como em Kramer, um dos empregados de Keith.
O artigo é genérico, dizendo apenas "Esquadrão de Entorpecentes Invade Festa de Popstar". Toda a sociedade está chocada e uma repulsa geral contra entorpecentes e pessoas que os consomem, se torna o assunto da semana. Em seguida, novas batidas policiais se sucedem em clubes, galerias e lojas freqüentados por jovens. A opinião pública, extremamente contra, deixa um ar tenso sobre músicos pop em geral. Esta tensão amplifica o clima de animosidade dentro dos Stones contra Allen Klein, quando a demora de recursos a chegar nas contas bancarias persiste.
Klein inevitavelmente manda uma remessa de dinheiro, da qual uma pequena parte serve para cobrir a despesa do suborno. Poucos dias depois, Klein está em Londres para conversar com os rapazes. Os advogados garantem que não há nada com que se preocuparem e que o incidente, mesmo que chegue a ser chamado para julgamento, não terá maiores conseqüências. Pensando em evitar maiores embates com a lei, Klein sugere que todos vão para algum lugar longe da Inglaterra. Se eles gostam tanto de fumar haxixe, que eles procurem um lugar onde isto seja legal.
Jornada Para Tangier
Com esta sugestão, Keith resolve ir para Marrocos e descansar um pouco por lá. A idéia agrada todos e planos são traçados. Keith quer ir de carro, e portanto transporta seu Bentley de avião até Paris. Da França, seguiria com Tom Keylock, seu motorista particular, para Marrocos. Mas antes de irem, Keith aguarda no George V Hotel em Paris, a chegada de Brian e Anita, mais Deborah Dixon, namorada de Donald Cammell, amigo do grupo. Mick Jagger, Robert Frazer, Christopher Gibbs e Michael Cooper vão de avião direto e aguardam os demais hospedados no El Minzah Hotel.
Marianne Faithfull, presa por obrigações com ensaios para a peça Three Sisters, fica para trás. Brian estava ainda fazendo os acabamentos na trilha sonora do filme A Degree of Murder e só viajou quando despachou o material para o diretor do filme Volker Schlondorff. Ele e Anita se encontraram com Keith e Deborah em Paris e seguiram então de carro em direção a Espanha. Pelo caminho, Brian sofre uma de suas piores crises asmáticas, assustando todos com a extrema dificuldade e esforço exigido para se respirar. Finalmente em Toulouse, ele é internado no Centre Hospitalier d'Albi, onde os médicos informam que ele precisa continuar lá em repouso por alguns dias. O grupo pernoita em um hotelzinho perto do hospital seguindo viagem em direção para Barcelona. Brian fica de encontrar com eles dentro de alguns dias.
A Saúde de Brian Desaba
Brian passou o seu vigésimo quinto aniversário no hospital sozinho. No dia seguinte ele manda um telegrama para Barcelona solicitando que Anita voltasse para Toulouse, pois ele queria que ela estivesse com ele. Ela ignorou o telegrama e para evitar outros, Keith e Anita resolvem seguir para Marbella; Deborah resolvendo voltar a Paris. No domingo, dia 05 de Março, Anita se despede de Keith e vai a Toulouse pegar Brian e levá-lo de volta a Londres para que ele possa fazer um check-up completo. Ela está preocupada com sua saúde e incerta quanto a suas emoções.
Dia 07 de março Brian Jones recebe alta do hospital em Toulouse e segue então para Londres. Lá, uma serie de testes e Raio-X são marcados. Ele e Anita almoçam com Allen Klein e em seguida é internado no West London Hospital. As constantes viagens de ácido que o grupo estavam tomando exigem do corpo uma tremenda resistência física. Mas Brian nunca teve toda esta saúde e depois da morte de Tara Browne, que ele começou a experimentar com DMT e STP, não demorou muito para seus pulmões pedirem clemência. Oficialmente ele é diagnosticado com pneumonia, mas de boca em boca, todos sabem que é estafa do organismo, cansado de processar tanta química. Seus pulmões, seu coração e seu sistema nervoso estão todos afetados e os médicos prescrevem tranqüilizantes e recomendam muito repouso.
Marianne e Anita Seqüestram Brian
Anita passa a madrugada de sexta para sábado com Marianne tomando ácido e fazendo amor. Quando descobre que Marianne tem uma semana de folga da peça, Anita tem a brilhante idéia de ir tirar Brian do hospital, e todos irem para Tangier, encontrar com os outros. Assim, na tarde de sábado, ainda sob efeito do alucinógeno, as meninas tiram Brian do hospital, seguindo para casa fazer as malas. Brian faz questão de levar uma cópia da fita com a trilha do filme A Degree of Murder, e seu gravador portátil (evidentemente de rolo, uma vez que o gravador K-7, não existia ainda no mercado). Marianne, preparou sua mala (uma bolsa) com um livro de Oscar Wilde, uma bata indiana, algumas conchas, e outras besterinhas. A ida para um lugar como Tangier, ensolarado, onde Brian pudesse descansar, se acalmar e ficar longe de encrencas, não é uma idéia de todo mal. Bastava um pouco de senso de sua parte e de seus amigos. Mas o que acontece? A primeira coisa que as meninas fazem antes de decolarem é lhe dar um ácido.
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Precisariam trocar de aeroplano em Gibraltar e durante a parada Brian meteu na cabeça que queria ir até a Pedra de Gibraltar tocar sua música para os macacos que lá habitam. Pegam um taxi e ao chegarem, aproximam-se cuidadosamente, Brian preparando a fita e conversando com os primatas que ali se encontram. Eles pareciam intrigados com este trio, com Brian, Anita e Marianne se curvando respeitosamente aos macacos. Em seguida, ligam o aparelho. Ao começar a música, os macacos se assustam com os barulhos e começam a soltar grunhidos agudos, correndo em seguida para dentro da floresta. Brian, tomou a reação dos babuínos como uma recusa pessoal ao seu trabalho e começou a chorar, as meninas se entreolhando em espanto. Pegam Brian como quem cuida de um menininho e voltam para o aeroporto. Dentro de poucas horas estão novamente em pleno vôo sobre o Mar Mediterrâneo. Como o astral ficara meio pesado, Marianne teve a idéia de pegar seu livro de Oscar Wilde e botar os três para lerem, recitando com se ensaiando, Salome. Ao pousarem, até Brian já estava sorrindo novamente.
Haxixe em Tangier
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Mick e Marianne andando pelo mercado vêem passar um homem com um vaso bonito. Marianne começa a segui-lo e Mick acompanha. Vão parar em uma loja praticamente vazia. A loja é uma sapataria e o homem se chama Achmed. Ele e os Stones irão fazer muitos negócios dentro dos próximos anos. Dentro da loja, são oferecidos um fumo no narguilé. A qualidade é a melhor possível e logo o casal está em um estado de quase estupor. Em tempo, os negócios com Achmed seriam em torno de sapatos. Diversas botas e sapatos, para o casal, como também Keith, Anita, Brian e outros amigos mais íntimos. Todos estes calçados seriam fornecidos com salto oco, porém recheados de haxixe. Assim, os Stones traficariam, exclusivamente para consumo próprio, haxixe de Marrocos para Inglaterra durante um período de quatro anos. Achmed passaria neste tempo de dono de uma loja modesta para dono de diversas lojas filiais, ficando extremamente rico e até se tornando uma pequena celebridade na cidade. Depois de quatro anos, ele seria preso, perderia sua fortuna e sua vida. Os Stones apenas perdem seu contato.
Occidental El Minzah-a SNR Hotel
Occidental El Minzah-a SNR Hotel

Brian estava com cara de doente, esbranquiçado e com um ar frágil. Por outro lado, Keith está forte e cheio de determinação. Seu futuro está a sua espera ou pelo menos ele parecia exalar este tipo de aura. Do meio para o final da semana, Brian chapa no haxixe ou no ácido e fica em um estado de estupor, deitado na cama sem conseguir se levantar. Anita cansada dele e de suas fragilidade o deixa lá. Ela prefere pegar sol na piscina do hotel assistindo Keith nadando à distância.
Sexo Na Cidade
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Certa noite Mick e Marianne foram à noite para um clube jantar e assistir dança folclórica. Entre as dançarinas, uma em particular se destacou das demais. Marianne foi procurá-la depois do show e, acertado um preço, a dançarina, chamada Yasmin, seguiu com eles para o hotel. Lá, curtiram uma gostosa menáge a trois, onde Mick saciou suas fantasias com a convidada. Depois que fisicamente esgotado, se encostou do lado oposto da cama, rolou um baseado, e assistiu como um voyer privilegiado, Yasmin e Marianne terem relações.
Quando a historia circulou no grupo, Brian quis que Anita aceitasse uma parceira para juntos fazerem uma menáge a trois. Brian conhecia uma menina com quem já dormira em outra viagem feita à cidade e já discursava sobre seus planos de ir buscá-la. As duas podiam brincar de serem escravas sexuais, e ele, o mestre. Anita não estava em clima para nem cogitar a situação e ao informá-lo de que é mais fácil o inferno congelar, Brian explode em fúria e passa a esmurra-la seguidamente. Os insultos são mútuos e cada um passa a fazer seus próprios passeios.
Sir Cecil Baton
Sir Cecil Baton

No dia 14 de Março, Anita está conversando com William Burroughs, que também está hospedado no hotel. Mick está ocupado dando atenção para Sir Cecil Baton, que quer tirar algumas fotos suas para um trabalho futuro. Fotos na piscina e nos jardins do hotel são tiradas à tarde. No dia seguinte, outro inglês no hotel, um senhor Biron Gysin convida Brian para ir com ele para Marrakesh, cidade que, garante, irá agrada-lo. Biron fala também das montanhas de Atlas e os dois passam o dia lá.
Marrakesh
Em Marrakesh, Brian se apaixona pelos flautistas de JouJouka, gravando-os na hora. Depois voltam pelas montanhas de Atlas, onde as belezas naturais do cenário deixam Brian encantado, voltando para Tangier e para o hotel, somente a noite.
Atravessando o Atlas perto de Marrakesh
Atravessando o Atlas perto de Marrakesh
Quando lá chega, não encontra Anita, nem ninguém. Todos se foram do hotel. Brian está pasmo. Quando se dá conta do que está acontecendo, entra em profunda depressão. Sua mulher, seus amigos, todos fugiram sem ele. Sem dinheiro no bolso, pede emprestado a Biron, seguindo no dia seguinte para Paris. Lá passa dois dias na casa de Donald Cammell, que mal reconheceu o guitarrista, magricelo com cara de doente, todo roto e sujo.
O que aconteceu foi que Keith aproveitou que Brian estava fora da cidade e convenceu a Anita de fugir com ele. Ela estava cansada de apanhar de Brian e Keith já não agüentava mais vê-la apanhando. Ou ela foge com ele ou Keith Richards acabaria matando Brian Jones. Anita foi, socorrida pelo seu cavaleiro de Bentley e chofer, fugindo no deserto e acabando em Marrakesh. Muito romântico. Mick não queria estar lá quando Brian voltasse, portanto pegou Marianne e voltou para Londres. Os demais fizeram o mesmo, todos desgostosos com Brian por ter batido tanto na pobre Anita.
Reação
Brian começou a pirar de vez. A humilhação simplesmente o levou às raias da insanidade. Mas ele reagiu de forma inesperada. Ao chegar em Londres, passou a tomar aulas de guitarra. Mergulhou no instrumento tentando expandir seus conhecimentos musicais e se especializar nele. As bebedeiras e anfetaminas continuaram, mas ele diminuiu no resto.
Uma vez entregue a trilha sonora, Volke Schlondroff adorou o material e fez questão de elogia-lo para toda a imprensa. O filme logo estaria representando Alemanha no Festival de Cinema em Cannes, ainda naquele ano.
Logo Brian estaria recebendo outros roteiros e pedidos para compor trilha sonoras. Um alívio secreto passou pela cabeça dos demais membros da banda, ao contemplar a hipóteses de que este possa ser um caminho para o amigo atormentado. Se suas composições não tem lugar nos Rolling Stones, pelo menos agora, ele parece ter encontrado um caminho para canalizar sua criatividade.
A esta altura, exatas seis semanas depois do incidente em Redlands, a justiça indicia Mick Jagger, Keith Richards e Robert Frazer, por acusações ligadas a drogas. Robert Frazer pela suas capsulas de heroína e Mick Jagger pelas pílulas que continham anfetaminas na sua formula química. O remédio sendo italiano pode ser considerado ilegal na Inglaterra. A quantidade de anfetaminas encontrado era mínimo mas foi o suficiente para processar Mick por uso ilegal de drogas. Keith Richards por sua vez estava indiciado por permitir o uso de sua residência para o consumo de drogas consideradas perigosas. A indiciação chegou logo aos jornais como também chegou a historia de uma mulher nua encoberta apenas por um tapete.
Allen Klein havia preparado uma turnê européia para ver se deixando o grupo ocupado tocando, ele pode gerar publicidade positiva ao mesmo tempo que evitar que eles se metam em maiores encrencas. No dia 24, o grupo estaria viajando para a Dinamarca, onde dia 25 fariam o primeiro show. Anita retorna para a casa de Brian dia 22. Anita e Brian conversam e ela tenta lhe dar apoio, desejando que ele faça uma boa excursão. Mas a conversa descambou, Brian já não acreditando na sinceridade de suas palavras e sentido por saber que ela o está tratando como um bebezão. A conversa deu lugar à violência e assim se encerra qualquer suposta chance que Brian ainda tivesse de voltar a ter Anita. "Estou feliz que você se vá" ele diz, engolindo a dor de vê-la partindo. Quando voltarem a se ver na Italia, ela já será a garota de Keith Richards.

Nothing To Remember - 40 Grit




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Um álbum como “Nothing To Remember” é capaz de enlouquecer qualquer crítico de metal. É o tipo do disco que contém muitas características e se enquadra no nu-metal, mas ao mesmo tempo explicita alguns pontos que as bandas do estilo possuem, porém só os ouvidos mais atentos são capazes de ouvir. Boas melodias nos vocais, passagens semi-acústicas de alta qualidade, climas bem criados, e harmonias simples, contudo diferenciadas.
Começa a mídia, a partir de tais dados, num movimento que constitui uma autêntica palhaçada, a nomear o 40 Grit de metal moderno, rock comercial, melódico, alternativo e daí vamos. Tudo para fugir do rótulo nu-metal unicamente por este se tratar de algo abominável para seus leitores. Faça diferente e raciocine que neste estilo também surge muita coisa boa.
Scratches, DJs, vocais de rap e coisas do tipo, não entram neste lançamento da Metal Blade. Há alguns toques de Stone Temple Pilots (mais pesado), Machine Head e similares. A produção é excelente assim como geralmente o que ouvimos proveniente dos grupos citados.
Os músicos tocam de maneira coesa e com eficiência. Guitarras bem pesadas, com afinações típicas da vertente que fazem parte também aparecem. O baixo se destaca bastante e Kevin Young participa amplamente da constituição harmônica.
O único problema está nos vocais de James Santiago, que não têm muita pegada. Ele tenta por vezes ir a pontos mais extremos, porém não consegue dar a levada, por exemplo, e fazendo uma referência razoavelmente próxima, àquilo alcançado pelo Anthrax em “Taking The Music Back” com John Bush no recente “We’ve Come For You All” (2003).
Antes de ouvir, você precisaria se desvencilhar das barreiras certeiras. Faça isso, ao invés de tentar o contrário, negando e tentando desvencilhá-los de um estilo ao qual pertencem e ostentam muito bem.
Site Oficial: http://www.40grit.com
Line-Up:
James Santiago (Vocal – Guitarra)
Chris Anderson (Guitarra – Vocais)
Kevin Young (Baixo)
Andy Green (Bateria)

Material cedido por:
Metal Blade Records Inc. USA – http://www.metalblade.com
2828 Cochran St. Suite 302 Simi Valley, CA 93065
Hotline: +1 805-522-7548
Email: metalblade@metalblade.com

Ao Vivo em Curitiba - 4 Cantos


Não há dúvidas de que nenhuma outra banda foi mais ousada na sua estreia do que a 4 CANTOS. O quinteto paranaense realizou um show fechado, exclusivo para convidados e imprensa, onde gravou o seu primeiro álbum, o CD e DVD “Ao Vivo em Curitiba”. Embora busque se destacar pelo acentuado profissionalismo, o grupo ainda precisa formatar com maior precisão o seu pop/rock para voos mais distantes.



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Com muitas referências da música regional e da world music, Cassyano Correr (vocal/violão), Rogério Bastos (guitarra), Maycon Ananias (piano), Leomaristi dos Santos (baixo) e Guto Teixeira (bateria) misturam uma série de instrumentos inusitados – como a percussão do fandango e o ukelele – no seu pop/rock bem simples. A banda, que antes assinava com o nome ESCOLA DE ROBÔ, emplacou duas músicas nas paradas das rádios do Paraná e realizou uma sequência de shows de sucesso pelo estado. Em sua nova empreitada, os cinco músicos uniram regravações da sua antiga banda e composições recém feitas em “Ao Vivo em Curitiba”.
Certamente, Cassyano Correr & Cia. mostram muita qualidade técnica e bom gosto na sua essência mais criativa. Entretanto, a 4 CANTOS necessita incluir em sua música elementos que possam projetar o grupo com mais força dentro do cenário nacional – extremamente competitivo e pouco aberto às novas propostas. De qualquer forma, a sonoridade mais cadenciada do quinteto reflete uma tendência acentuadamente mais pop e destinada às baladas emotivas. As músicas, que definitivamente não possuem a natureza mais crua do rock, podem passar um pouco despercebidas em “Ao Vivo em Curitiba” – mesmo com a complexidade de arranjos e de melodias adotadas pelo grupo.
No entanto, as músicas que compõem “Ao Vivo em Curitiba” são diretas e não ultrapassam os quatro minutos de duração. De um lado, composições como “Seis Cordas” e “Caos de Todo Dia” mostram o lado mais animado e dançante da banda. De outro, “Ser João ou Ser José” e “Extranjero” (essa com letras em espanhol) evidenciam a capacidade do quinteto em construir baladas com melodias bonitas e bem encaixadas. De qualquer modo, são somente essas que – ao lado da enérgica “Menina” – se destacam no disco. O restante das faixas, que parece circular em torno de características simples demais e raros momentos de inspiração ou de impacto sonoro, acaba passando em branco dentro do repertório da 4 CANTOS, sobretudo para os fãs que buscam uma identificação mais particular com o grupo curitibano.
De qualquer forma, a 4 CANTOS é, claramente, mais do que uma aposta para a música brasileira do momento. A banda, que mostrou muita ambição e competência técnica no seu primeiro registro ao vivo, está no caminho para a conquista de certo reconhecimento em todo o Brasil. Com um pouco mais de cuidado no processo criativo e mantendo a boa qualidade em estúdio – que pode ser conferida através de “Caos de Todo Dia” e “Ser João ou Ser José” que encerram o álbum –, a 4 CANTOS definitivamente irá figurar entre os nomes emergentes do nosso pop/rock.
Track-list:
01. Seis Cordas
02. Caos de Todo Dia
03. Menina
04. Luna Y Sol
05. Deusa Star
06. Gasolina
07. Mesmo Lugar
08. De Minha Janela
09. Ser João ou Ser José
10. Extranjero
11. Marina
12. Parece que Foi Ontem
13. Além Alma
14. Por que Não?
15. Caos de Todo Dia
16. Ser João ou Ser José

Corpse Breed Syndrome - 5 Star Grave


Rapaz! Mas que diabos é isso?!? O embrião desta banda começou a tomar forma no underground da Itália de 1996 sob o nome Uziel e posteriormente Ground Zero, que inclusive liberou em 2006 um EP com três faixas intitulado “The Zero Hour”, até se chegar à bem sacada denominação (aparentemente) definitiva 5 Star Grave.



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Tendo como apoio atrizes pornôs mundialmente conhecidas como Silvia Saint e Anita Dark (as meninas estão sempre fazendo pose para as câmeras vestindo a camisa do conjunto), os italianos estão estreando em disco com este espetacular “Corpse Breed Syndrome”, dono de um rock´n´roll tão alucinante que se mostra praticamente irrotulável.
Esqueça as tendências musicais pela qual o rock pesado vem passando nos últimos anos. “Corpse Breed Syndrome” abraça com muita propriedade as mais diversas influências para moldar seu som, fundindo Rock´n´Roll, Heavy Metal, Hard Rock e muita atitude punk, gerando um repertório vigoroso, moderníssimo e peçonhento, com uma energia difícil de ver por aí.
Além de muita distorção nas guitarras, o grupo não dispensa os teclados, que atuam o tempo todo temperando as canções com certo clima melancólico e, para apimentar ainda mais essa pizza italiana, Claudio Ravinale canta (e também grita bastante!) de forma muito agressiva, remetendo parcialmente a Alex Laiho (Children Of Bodom), inclusive mostrando também algumas vozes de fundo muito insanas.
O 5 Star Grave se apresenta politicamente incorreto – e orgulhoso disso! – e é a mais interessante das bandas italianas que escutei nos últimos anos. E lamentavelmente o mercado europeu parece não ter prestado a devida atenção à banda, pois “Corpse Breed Syndrome” é um trabalho independente que tem tudo para atingir o público mainstream. Confira sem perda de tempo!
Formação:
Claudio Ravinale - voz
Thierry Bertone - guitarra
Alessandro Blengino - guitarra
Andrea Minolfi - baixo e voz
Hervè De Zulian - teclados
Gabriele Lingua - bateria

5 Star Grave - Corpse Breed Syndrome
(2008 / independente – importado)

01. Ain't That Saint
02. In Bed With The Dead
03. Slightly Slutty Behaviour
04. Cut You Out
05. Core Dead
06. Miracle Man
07. Back To The Morgue
08. Triple-X Ride
09. Backstabber
10. Crown Of Worms
11. Violands

Homepage: www.5stargrave.com

Devils - The 69 Eyes


Banda finlandesa que mistura gótico com hard... vocalista um tanto quanto andrógino... e tocou no Brasil recentemente... é o HIM? Nããããooooo!!! Quem pensou nestes finlandeses errou grosseiramente, já que eles ainda não deram as caras por aqui. Estamos falando do quinteto The 69 Eyes, ou The Helsinki Vampires, como eles mesmos costumam se chamar. Formada em 1990, a banda vai fundo na mistura do deprê do gótico com o lado comercial do hard rock. Traçando um paralelo, imagine se Dee Snider e Glenn Danzig montam um projeto, musicalmente com 50% da trajetória de cada. Este é o The 69 Eyes.



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A banda fez um show bem convincente no Live 'N' Louder Rock Fest, embora em São Paulo as indumentárias de couro pesadíssimas que usavam contrastaram com o calor escaldante que fazia no local. Seu mais recente CD, “Devils”, está sendo lançado (tardiamente) em nosso mercado, além do DVD “Helsinki Vampires Live” que sairá em breve pela Nuclear Blast. Mas vamos ao CD.
“Devils”, a faixa, soa como um hard rock modernizado, cantado por um clone de Glenn Danzig, enquanto que “Feel Berlim” começa suave, mas o ritmo dançante do início (bom uso de teclados), descamba num som que poderia ser descrito como um Crematory mais suave. O trabalho de guitarras dá o acento hard ao grupo, como na hard pop “Nothing On You” e na gótica “Sister Of Charity”.
No restante do CD há uma alternância de momentos mais pesados (“Lost Boys” e seu coro de “U Wanna Rock!”, “Beneath The Blue” – uma das melhores - e “Devioso”) com momentos mais góticos e marcados pela ótima inserção de teclados, como em “August Moon”. O vocal de Jyrki 69 soa como uma mistura de Glenn Danzig com Peter Steele (Type O´Negative).
Um grande CD. As passagens hard rock são muito boas, e a banda sabe como colocá-las de modo a deixar as músicas interessantes. Se valeu a pena vê-los ao vivo, vale a pena ouvir este CD. Os fãs de HIM irão adorar... mas sem comparações ok?
Formação:
Jyrki 69 – Vocais
Timo Timo – Guitarra
Bazie – Guitarra
Jussi 69 – Bateria
Archzie – Baixo

Stage of Consciousness - Vision Divine


Muitos conhecem o Vision Divine como aquele antigo projeto de Fabio Lione (vocalista do Rhapsody) ao lado de Olaf Thorsen (guitarrista do Labyrinth), certo?! Sim. Mas já faz algum tempo que a banda deixou de ser um mero projeto paralelo, tanto que Olaf Thorsen hoje trabalha exclusivamente com o Vision Divine, que por isso, precisou contar com um vocalista em tempo integral para substituir Fabio Lione, que hoje só pensa no Rhapsody.



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A estréia desse “novo” Vision Divine, com Michele Luppi nos vocais, aconteceu em “Stream of Unconsciousness”, disco lançado em 2004 – e que continuou em 2006 – com o primeiro DVD do grupo, “Stage of Consciousness”, lançado aqui no Brasil pela Hellion Records.
Michele Luppi (vocal), Olaf Thorsen (guitarra), Federico Puleri (guitarra), Andréa Torricini (baixo), Oleg Smirnoff (teclado) e Matteo Amoroso (bateria) deixaram claro nesse registro ao vivo que a intenção foi meramente promover a nova fase do Vision Divine, para que a banda seja encarada como um trabalho realmente profissional. Tanto que o ‘set’ do DVD é exatamente o do CD conceitual “Stream of Unconsciousness”, tocado na íntegra, sem nenhuma composição dos dois discos anteriores. Apesar de que a banda não selecionou um repertório completo para essa apresentação, é nítida a qualidade desses músicos italianos. Olaf Thorsen é um dos melhores guitarristas do mundo, e o restante inteiro da banda está de parabéns, especialmente Michele Luppi.
Com bastante carisma e uma voz de personalidade, Michele Luppi esbanja o típico carisma que um vocalista precisa ter. Sempre sorrindo para o público, não há um momento sequer que percebemos a sua voz desafinar, mesmo estando sempre em tons mais altos e agudos – traços marcantes do metal melódico. Entretanto, se a banda fez um trabalho impecável no palco, certamente faltou uma melhor produção para que esse tenha sido um DVD do nível de qualidade “Vision Divine”. Gravado no pequeno Transilvania (em Reggio Emilia, na Itália), a banda precisa de um palco não tão minúsculo como esse, e um público muito mais numeroso e empolgado. Por não oferecer uma boa base para shows, fica evidente que nem sempre as câmeras estão bem colocadas em cima dos músicos e a imagem nem sempre é de qualidade indiscutível. Mas, pelo menos, a qualidade de áudio está perfeita.
O problema com a estrutura da casa nota-se já na introdução do show, que ficou bastante estranha, já com a banda na frente do palco. Mas a coisa anda melhor na seqüência, quando são executadas “The Secret of Life”, “Colours of My World”, “La Vita Fugge”, e a melhor de todas, “Versions of the Same”. O show segue com a legal “We Are, We Are Not” e fecha com a interessante “The Fall of Reasons”. Que bom que não parou por aí. Visitando os extras do disco, além de uma extensa galeria de fotos (com imagens dessa apresentação) e cerca de trinta minutos de entrevistas com todos os membros, há outras músicas, como bônus. Lá estão “New Eden” e “The Whisper” do primeiro disco, e “Send Me An Angel” e “Pain”, do último registro com Fabio Lione. Sem dúvida, a melhor parte do DVD – quando podemos comprovar que o novo Vision Divine consegue manter ao vivo a mesma fórmula de sucesso da sua antiga formação.
Apesar de não ser um DVD que se possa comprar de olhos fechados, ele está longe de ser considerado algo descartável. Se você é  da banda, ou se curte metal melódico de qualidade, aproveite, porque não é preciso pagar um preço de importado por esse DVD.
Track-list:
01. Stream of Unconsciousness
02. The Secret of Life
03. Colours of My World
04. In the Light
05. The Fallen Feather
06. La Vita Fugge
07. Versions of the Same
08. Through the Eyes of God
09. Shades
10. We Are, We Are Not
11. The Fall of Reason
12. Out of the Maze
13. Identities

Line-up:
Michele Luppi (vocal);
Olaf Thorsen (guitarra);
Federico Puleri (guitarra);
Andrea Torricini (baixo);
Oleg Smirnoff (teclado);
Matteo Amoroso (bateria).

Material cedido por:
Hellion Records