25 de março de 2011

The Doors - Are Open - 1968








O documentário filmado em preto e branco traz a performance antológica no Roundhouse Theatre em 1968. Jim Morrisson responde pelos momentos mais marcantes. Entre as estripulias no palco, recita poesia de forma vigorosa.




1. Opening 
2. When the Music´s Over
 
3. Five to One
 
4. Spanish Caravan

5. The Doors talk about their music 
6. Hello, I Love You
 
7. Back Door Man
 
8. Jim Morrision on expression
 
9. Light My Fire
 
10. Unknown Soldier

Parte 12 - Acidentes, Incidentes e Infidelidades


A Última Excursão Britânica da Década
Embora ninguém soubesse, passariam muitos anos antes da banda voltar a montar outra excursão Britânica. "Have You Seen Your Mother Baby" é um sucesso por parte da critica mas só chegou a nº 2 nas paradas. A razão é creditada por muitos, pela capa que apresenta os membros da banda vestidos demulheres. A idéia, ao que parece, era revolucionária demais para a época.
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Dia 23 de Setembro, a banda inicia sua excursão com um show no Royal Albert Hall. Klein contratara para abrir o show Ike & Tina Turner, que abrira os seus shows nos Estados Unidos, e The Yardbirds, com sua mais recente formação tendo Jeff Beck e Jimmy Page nas guitarras. Os Yardbirds tocavam quase três vezes mais alto do que as demais atrações, porém os Stones estavam em seu melhor momento até então musicalmente e não tinha a quem temer.
Nesta noite, bastou à banda subir no palco e, enquanto estavam ainda plugando os seus instrumentos aos amplificadores, a mulherada invadiu repentinamente o palco, pegando os cinco Stones de surpresa e levando todo mundo pro chão. Stu e mais algumas pessoas lutaram contra o público para tentar livrar a banda do ataque e com esforço conseguiram voltar para o vestiário. Depois de quase meia hora negociando com o publico dando garantias absolutas de que o show não seria realizado se outras invasões daquela natureza acontecessem, os Stones puderam voltar ao palco e efetivamente começar o show.
A banda gostava de assistir o show de Ike & Tina Turner, Mick e Tina se dando muito bem rapidamente. Durante a excursão, Tina ensinaria alguns passos de dança para Mick que apesar das constantes gozações de Brian e Keith, e com muito esforço de sua parte, aprenderia a gingar o corpo em sincronia com as pernas, utilizando este conhecimento durante o restante de sua carreira.
Polanski e o Santo Gral
Em Bristol, Brian e Keith convidam Marianne Faithfull a assistir o show. Apesar dela já conhecer Brian e Keith muito bem e Mick de passagem, ela nunca havia assistido um show dos Rolling Stones. Quando a banda entra em cena e o público vai a loucura, Marianne fica impressionado, nunca tendo visto tamanha reação antes. Ela fica especialmente admirada com Mick Jagger que sozinho pilota o show. Afinal, com tamanha algazarra, ninguém está realmente ouvindo o que a banda está tocando. As atenções estão todas sobre Mick e ele encara a incumbência com admirável mestria.
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Depois do show Michael Cooper convida Marianne a seguir com a tropa até o hotel. Lá, ele iria apresentar com exclusividade o filme em que está trabalhando com Roman Polanski, chamado "Repulsion". Cooper estava doido para dormir com Marianne e sabia que esta era sua melhor chance, preparando o bote com jeito e paciência. Mas enquanto ele estava cuidando dos projetores, Mick logo se sentou ao lado de Marianne e um certo magnetismo era visível. Michael não teve nenhuma ilusão, percebendo logo que sua armação havia melado.
De fato, Mick e Marianne acabariam saindo depois para conversar. Marianne, que não conhecia Mick realmente bem, em seu jeito meio romântica de menina, começou a lhe fazer perguntas sobre Rei Artur e o Santo Gral. Mick que tinha alguma noção do assunto e sabendo onde isto iria dar, foi respondendo suas perguntas e deixando ela o argüir. No final, ao nascer do sol, foram dormir juntos, e era isto que lhe importava.
Brian, Keith & Marianne
Marianne viajou então para a França com o filho, a babá e uma amiga. Ao retornar, como era de seu costume, ligou para Brian que insiste que ela venha lhe ver. Marianne encontra ao chegar, apenas ele, Keith Richards e Tara Browne; nenhuma outra mulher presente. Tomaram um ácido juntos e Brian foi logo pegando-a pela mão e levando-a pro quarto. Transam enquanto os outros dois conversavam na sala. Pouco depois do fato consumado, Brian entra em crise asmática e está imediatamente escravo de seu inalador. Marianne, que está curtindo mais o ácido do que a companhia, conclui que prefere estar em sua própria casa, saindo fora sem se despedir de ninguém.
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Em sua casa, após um banho, o telefone toca e é Keith perguntando por ela. Keith conta que Brian havia dormido, exausto pelo esforço e Tara foi embora, enquanto ele insiste em vê-la e portanto que ela o aguarde. Ao chegar na casa de taxi, Keith está cheio de tesão por ela e se mostra disposto a resolver a questão sem muita firula. Marianne está extasiada.
Embora Brian e ela fossem muito amigos, ela sempre teve uma queda por Keith. Sempre gostou da aura de mistério que Keith emanava e sempre esperou que ele desse o primeiro passo. Keith sendo ainda muito tímido, característica que ele viria a perder com a idade, nunca agiu. Hoje, parece que é dia dela realizar sua antiga fantasia. Sabendo onde isto vai dar Marianne começa seu ritual, "Keith, o que você conhece sobre o Santo Gral?" ao qual Keith sendo bem Keith responde, "Santo Gral?! Porra Marianne, você ainda está viajando?!"
Depois da cama ela está nas nuvens, tendo adorado cada minuto e tentando deixar clara sua felicidade. Keith por sua vez, enquanto ajeita seus documentos nas calças, começa a lhe falar de quanto Mick está apaixonada por ela. Que Mick é um cara legal e que ela deveria considerar vê-lo com mais freqüência. Pasmada em óbvia desilusão, ao ouvir Keith aconselhá-la a não perder tempo com ele e sim com seu amigo, ela consegue apenas sussurrar as palavras, "tá bom."
Mick & Marianne
Ainda no mesmo dia, Mick ligou feliz ao saber que ela havia voltado, e se convidou a sair com ela. Ela gosta de fazer compras e Mick Jagger é o primeiro homem que ela conhece que também gosta deste tipo de programa. Além da beleza física de Marianne, a atração que ela exerce sobre Mick é a cultural. Mick sabe que ele não tem os modos apropriados para ser considerado realmente um membro da alta classe, embora tenha os convites para circular entre eles. As colunas não cansam em falar da admiração da Princesa Margaret, irmã da Rainha, pelo cantor. Mick conversa com Marianne, fazendo perguntas e conseguindo dicas das mais variadas espécies, desde detalhes de etiqueta como livros para se ler, seus reais significados e formas de interpretar idéias literárias. Marianne passa a ser sua tutora nestes assuntos, tudo sem compromisso. Para quem no máximo lia historias de James Bond, Mick sob sua tutela passa a ler poesias.
Chrissie Shrimpton
Chrissie e o fotógrafo David Bailey
Chrissie e o fotógrafo David Bailey

Enquanto isto, esperando em casa, Chrissie sabe que Mick não a ama mais. Ela sempre teve forças e resistência para enfrentar Mick de igual para igual. Mas agora, ela já está totalmente enfraquecida e vulnerável. É controlada por ele. Nunca mais tendo pego um ônibus e com acesso ilimitado em seu cartão de credito, se tornara dependente dele. Mick não assume seu desinteresse e tem a curiosa postura de não discutir problemas desagradáveis, preferindo fingir que os problemas não existem, aguardando que eles vão embora sozinho.
Chrissie por sua vez, constantemente deprimida, sem mais poder de reação, vive à base de tranqüilizantes. No inicio de dezembro, ela tem um estalo, e sabe como sair de sua situação. Arruma toda a casa, se veste em um de seus vestidos prediletos, deita na cama do casal e toma uma dose excessiva de tranqüilizantes. Ela quer ser encontrada por Mick, na cama em que fizeram tanto amor juntos. Deitada com um sorriso inquieto, ela espera a morte.
Quando acorda, está em um hospital. Tivera o estômago lavado e imagina que Mick a tenha encontrado e agido rapidamente. Antes do Ano Novo ela deixaria o hospital, indo morar com sua mãe. Recuperando-se fisicamente, ela também encontra forças psíquicas. Tendo sobrevivido, ela renasce para si mesma, com a certeza de que tirara Mick Jagger finalmente de sua corrente sangüínea.
Mick Jagger e Brian Jones
Com Oldham dedicando seu tempo apenas à produção dos discos dos Stones e demais artistas da sua produtora, e Klein cuidando dos contratos de shows e assuntos financeiros em geral, é mesmo Mick Jagger quem assume o leme em relação à publicidade dos Rolling Stones. Cada vez mais, as decisões são feitas apenas com seu aval. Jagger, quando muito, verifica com Keith as possibilidades de datas, apenas comunicando para os demais o que foi resolvido. Embora tomando efetivamente controle da banda das mãos de Brian que já não exerce liderança real desde 1963, Mick sabe que precisa dar algum espaço para Brian. Embora não verbalize, até mesmo para não dar muita corda para os delírios de grandeza do seu guitarrista, ele reconhece a importância dele na música dos Stones.
Jagger, sem Brian saber, organiza cuidadosamente uma lista de nomes de jornalistas permitidos a entrevistar Brian Jones. Mick teme que Brian se descuide com o que diz e quer se assegurar que a imagem final impressa seja positiva. Assuntos como drogas e filhos ilegítimos são proibidos previamente. Para a surpresa de alguns, na primeira destas entrevistas, Brian declara Mick Jagger como sendo o maior cantor pop da atualidade, o que nos mostra como é mesmo complexa esta relação de amor e ódio entre os dois.
Brian Analisa o Mundo
Brian teria sido um dos primeiros a usar a palavra "revolução" para definir a nova massa jovem que estva emergindo e que fazia parte do seu público. O jornalista Keith Altham escreveria "Brian Jones Prevê que Revolução Pop Está Próxima" em seu artigo de 14 de outubro. Neste artigo, Brian diria, "Nossa geração está crescendo com a gente e eles acreditam nas mesmas coisas que nós. Questionam as imoralidades que são toleradas na sociedade atual - a guerra de Vietnã, perseguição aos homossexuais, a ilegalidade do aborto e consumo de drogas. Todas estas coisas são imorais. Nossos amigos questionam a aceitação cega a discrepâncias na religião enquanto há uma total menosprezo em relação a depoimentos sobre OVNI's, que me parecem bem mais reais e aceitáveis. Acreditamos que não há evolução sem revolução. (...)"
Brian contaria ainda, "Toda uma garotada nova foi nos ver nesta excursão com Ike & Tina Turner. Senti como a três anos atrás, quando a excitação era novidade." Keith Richards completa, "Estávamos quase correndo o risco de nos tornarem respeitáveis! Mas agora esta nova geração nos oferece uma nova onda de excitação, ao voltarem a tentar invadir o palco como nos velhos tempos."
Brian conclui, "A censura continua nos perseguindo em diversas formas, mas os dias de perseguição artística, como aconteceu com Jim Dine ou o comediante Lenny Bruce, estão para acabar. Os jovens estão formando suas opiniões utilizando outros conceitos e isto só pode querer dizer uma maior liberdade de expressão para todos. E a música pop terá seu papel em tudo isto. Quando pararem de pressionar certos artistas de folk americano, com músicas contendo mensagens importantes, talvez estejamos a caminho da verdade."
É opinião quase unânime que Brian precisava mais de confiança do que de drogas e ao ler esta entrevista sua no jornal, voltava a se sentir importante; alguém que faz uma diferença, acalmando um pouco o mal que dorme em seu interior.
Um Grau de Morte
Anita em uma cena de A Degree of Murder
Anita em uma cena de A Degree of Murder

Brian vai à Alemanha se encontrar com Anita e é convidado a fazer a trilha sonora do filme. Algumas pessoas acusam Anita de atrair Brian cada vez mais longe da realidade, como se ele precisasse muito mais do que sua própria fraqueza emocional e paranóia para tirá-lo do sério. Foi idéia dela convidar um fotógrafo e convencer Brian a posar vestido com seu uniforme nazista, enquanto pisava em uma boneca. Ela o induz a entrar na brincadeira convencendo-o de o quanto estava atraente com aquele uniforme. Ele concordou e a foto acabou nos jornais. Anita diria que tudo não passava de uma piada, uma espécie de propagando anti-nazista, porém a opinião pública não foi de achar graça. Brian haveria de lamentar toda concepção da foto pelo resto de sua vida. Volta para Londres sem nada definir, ficando de estudar a proposta.
Uma Certa Terça Feira
Enquanto Anita continuava na Alemanha, Brian estava em casa tomando ácido, depois indo gravar e mixar material caseiro próprio. Nenhuma letra, só pedaços de música. Depois guardava até esquecer o que tinha na fita, acabando por gravar por cima. Deste material, que se saiba, só sobreviveu uma composição. Brian estava interessado em criar uma fusão entre uma peça que ele originariamente ouvira tocada em um alaúde (instrumento de treze cordas, tataravô do violão) e o delta blues. Ele tocaria este fragmento de riff e melodia que ele tinha criado para todas as suas visitas. Tara Browne e sua nova namorada Suki Porter foram dois dos primeiros a ouví-lo, assim como Mike Bloomfield e Jimi Hendrix, ficando intrigado e impressionado com sua concepção.
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Evidentemente, Brian sendo o estudioso que era, traçava todo um contexto, explicando a concepção, vindo de um cruzamento de "Air on the Late Lord Essex" de Thomas Dowland e um blues no estilo de Skip James. Quando Keith ouviu o tema ele se interessou imediatamente, passando horas burilando e moldando o tema com Brian, até terem toda uma canção completa. Mick no estágio final, apenas adicionou o vocal. Esta canção passou a se chamar Ruby Tuesday.
Nela Brian se entrega por completo, certo de que com o interesse e participação de Keith, sua contribuição finalmente seria gravada e lançada pela banda. Porém ele acaba novamente decepcionado ao perceber que não levou nenhum crédito na canção que era essencialmente sua e de Keith. Ele está enfraquecido, tendo sido comparado a um cachorro aguardando um osso, de tão ansioso que está por ouvir um "muito obrigado, Brian" ou um "ótimo trabalho, Brian", mas nem isto lhe foi oferecido. Frieza inglesa? Ruby Tuesday saiu no compacto com Let's Spend The Night Together e ambos tocaram muito nas rádios. Oldham ciente da controvérsia que seria criado em relação a "Let's Spend The Night Together", inteligentemente lança este compacto como um duplo Lado A, assim DJ's podem dar igual importância aos dois lados, optando se quiserem por evitar controvérsia com "Ruby Tuesday".
Between the Buttons
A banda faz a última sessão de gravação do ano onde registram material para o que viria a ser o álbum Between The Buttons. Com dezenas de convidados, a sessão foi mais um evento social do que músicos realmente trabalhando. Estavam lá desde os amigos de sempre, Robert Frazer, Michael Cooper, Tony Sanchez, as namoradas Marianne e Anita, como também alguns convidados ilustres como o Príncipe Stanlislau Klossowski de Rola, que o pessoal apelidou de Stash, Peter Cook e Dudley Moore. Gravaram nesta ocasião If You Let Me, Looking Tired, Ride On Baby, Sitting On A Fence e uma versão para Trouble In Mind.
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Para a capa do álbum, o fotografo Gered Mankowitz experimentava com cores distorcidas e vaselina na lente, conseguindo assim o efeito desejado, ou seja, de não dar ao público uma imagem perfeitamente clara da banda, sugerindo assim que as músicas contidas também não estariam perfeitamente claras, e que poderiam ter segundas intenções. Durante as fotos, Brian seguidamente se escondia atrás de um jornal que comprara. Mankowitz se queixa para Oldham, também presente que o instrua a ignorar Brian. "Brian está sendo Brian, portanto a autenticidade é valida."
Acidentes Acontecem
Tara Browne
Tara Browne

Com Chrissie se recuperando da sua tentativa de suicídio, não é de todo uma surpresa que Mick Jagger tenha o seu primeiro acidente de carro, batendo o seu Aston Martin na traseira do veículo da Condessa de Carlislie. Rumores chegam aos Estados Unidos de que Mick Jagger havia falecido em um acidente automobilístico e são rapidamente negados. Outro acidente porém, teve resultados fatais. Estavam todos passando a noite juntos tomando ácido como sempre. Ao amanhecer, Tara Browne e Suki Porter deixaram o recinto e foram para a casa de David Vaughan, artista contratado para pintar sua loja de roupas, Dandy Fashions. Na região conhecido como Redcliffe Gardens, Tara se distrai e avança um sinal vermelho, sendo obrigado em seguida, a desviar de um fusca que surgiu no caminho. Tara acaba por bater seu Lotus Elan em um carro estacionado. Ele faleceu instantaneamente, aos 21 anos, sua namorada Suki sobrevivendo.
Para todos os seus amigos, a morte de Tara Browne foi um tremendo choque. Todos jovens, ninguém tinha um amigo com idade para morrer. Seu acidente e morte foi eternizado na canção dos Beatles "A Day In The Life" onde em toda a primeiro estrofe, John Lennon comenta o incidente:
"He blew his mind out in a car
He didn't notice that the lights had changed
A crowd of people stood and stared
They'd seen his face before
Nobody was really sure if he was from the House of Lords"

Brian que já não estava no melhor dos estados mentais, ficou ainda pior. Bem mais deprimido, emanando um ar sombrio, segundo alguns. Tara era um amigo com quem Brian podia conversar e ao morrer assim repentinamente, deixou Brian perplexo e pessimista. Suki Porter, a namorada que sobreviveu, também estava espiritualmente nas sombras. Ter sobrevivido lhe parecia uma maldição, um fardo que ela carregaria por anos.
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Keith percebendo o rápido declínio de Brian, o leva para Los Angles, onde permanecem de férias com Jack Nitzsche por dez dias. Keith com seu apoio, ajuda Brian a reagir da depressão e ao voltar, ele mergulha na trilha sonora para o filme "A Degree of Murder". Brian se grava tocando uma farta variedade de instrumentos que ele domina muito bem, como guitarras, gaita, piano, órgão, mellotron, dulcimer, cítara, flautas, sax, e percussões. Há também na trilha, participações de Nicky Hopkins no piano e Jimmy Page na guitarra.Brian arruma tempo para procurar por Nikki Browne, viúva de Tara, dispensando-lhe atenção e se oferecendo para qualquer ajuda. Ele também passaria a ver Suki Porter, tentando confortá-la em seu pesar. Seria uma forma dele lidar com seu próprio pesar.
Fim de Ano
Para os Stones o fim de ano foi uma confirmação do sucesso de uma carreira muito feliz que a banda vem galgando. Entre a elite que vende acima de um milhão de cópias, desta vez são os Rolling Stones com seis canções em primeiro lugar e os Beatles em segundo com cinco, seguido de perto por Elvis Presley com quatro.
Começava-se a popularizar a consciência de que, embora não sendo os primeiros, os Rolling Stones foram quem popularizou R&B na Inglaterra, abrindo um mercado na indústria para bandas inglesas que tocam este tipo de música. Em meio ao sucesso de Cream, Eric Clapton em entrevista, definira os Stones como sendo "de substancial importância para a cena R&B inglesa, dando todos uma oportunidade." O status da banda aumentara entre os seus contemporâneos e isto caiu bem no ego do grupo. Keith e Linda Keith foram a Paris e lá passaram a virada do ano. Brian aguarda a chegada de Anita para também seguirem para Paris e se encontrar com os amigos.
Aloprando em 67
O ano começa com muita novidade. Ian Stewart casava com Cynthia, a secretária de Andrew Oldham, no segundo dia do ano de 1967. No dia 05 de janeiro, Jimi Hendrix Experience se apresentava no Bag O'Nails para um público composto por gente como Allan Clarke, Bobby Elliott, John Entwistle, Pete Townshend, Paul McCartney, Ringo Starr, Brian Epstein, Eric Clapton, Donovan, Georgie Fame, Lulu, Dennie Lane, Bill Wyman, Brian Jones, e toda a banda the Animals.
Dia 09 Diane Wyman se muda para África do Sul, pretendendo morar com alguns parentes que tem naquele país. Ela e Bill haviam entrado em um acordo alguns dias antes. Stephen ficaria na Inglaterra sob os cuidados de Bill, que também concordaria em lhe pagar uma soma de dinheiro pelos próximos dez anos. A banda menos Mick, viaja a Nova York para gravar o Ed Sullivan show. No aeroporto americano, o carro particular que apanhou a banda na pista, errou o caminho e quase colidiu com um jato.
Ed Sullivan
Mick chegaria no dia 13, dia da gravação do programa. Havia tanta gente aguardando a chegada dos Stones no teatro que a única maneira de entrar foi enfrentá-los. Com toda a gritaria e pandemônio, o porteiro se recusou abrir as portas. Então, em meio à adrenalina do momento, quebraram uma das portas de vidro forçando passagem, Mick cortando a mão e Keith dando um soco na boca do porteiro.
Havia uma grande discussão sobre a apresentação dos Stones naquela noite, pois segundo Ed Sullivan, uma canção chamada "Let's Spend The Night Together" não poderia ser executada no seu programa, que é familiar, pela própria natureza lasciva de seu titulo. Rádios tanto na Inglaterra como nos Estados Unidos tocavam a canção com a palavra Night editada fora ou com um barulho no lugar. Como o programa era demasiadamente importante, a ponto da banda ter atravessado o oceano só para participar, encontrou-se um meio termo com Ed Sullivan anunciando, e Mick cantando, "Let's Spend Some Time Together." De fato, as vendas americanas aumentaram consideravelmente levando a canção a chegar a No.1 enquanto na Inglaterra a canção permaneceu em No.2.
Infidelidades
Astrid Lundström
Astrid Lundström

Apesar de estar saindo a dois anos com Doreen Samuels, Bill encontra certa noite uma sueca loira chamada Astrid Lundström que o deixa extremamente interessado. Loira vistosa, faz jogo duro saindo com Bill para jantar mas não para dormir. Continuariam saindo juntos por quase um mês antes dela se entregar a ele. Doreen Samuels continuaria vendo Bill durante alguns shows até Astrid passar a efetivamente a viver com ele. Bill Wyman estava apaixonado como nunca antes em sua vida, fazendo questão de ir a Suécia e conhecer os pais de Astrid. Embora nunca se casariam, ela é a mulher que mais tempo viveria com ele.
Marianne vai à Itália cantar no festival de San Remo, levando Nicolas com ela. Entediada, liga para Mick que logo segue para se encontrar com ela em Cannes. Chegando lá o casal é caçado pela imprensa com tanta veemência, que alugam uma escuna e passam a semana boiando na Riviera. Passam o tempo romanticamente e perto da época de retornar, seguem para San Remo.
San Remo
San Remo
A nau encontra uma tempestade pelo caminho, e é jogada pelas ondas com seus ocupantes sofrendo as conseqüências. Nicolas chora e Marianne se apavora temendo que o barco vá virar. Mick deita os dois e abraçando todos, encaram juntos a experiência. Depois da tempestade, aportando em San Remo o trio sai do barco mais unido, como um família realmente. Pouco depois Marianne e Mick passam a morar juntos em Marylebone Road, enquanto ela mantém a sua casa hospedada com seu filho Nicolas e a babá. No aeroporto, voltando para Inglaterra, Marianne compra pílulas contra enjôo.
Marianne Faithfull começava os ensaios para a peça Three Sisters, contracenando com Avril Elgar e Glenda Jackson. Enquanto os ensaios tomavam boa parte da tarde e noite, Mick voltara a procurar por Chrissie Shrimpton. Eles voltariam a fazer amor durante o restante do mês de janeiro. Chrissie sabe que ela não estava mais apaixonado por ele; é apenas uma saudade carnal mútua. Quando ela achou que bastava, se convidou para a casa de Mick e lá resolveu ficar até que Marianne retornasse do ensaio, deixando Mick tenso, a beira de uma crise de nervos. Ao chegar, Marianne logo percebe sexo escrito na testa dos dois mas, calmamente senta no sofa e as duas mulheres conversam civilizadamente sobre Chekhov, o autor da peça. Depois Chrissie pede a Mick, que sentava suando frio, para chamar um taxi. Nunca mais se viram. Chrissie viria a namorar o músico Steve Marriot durante a parte final de 1967, embora esta relação apenas durasse pouco mais que quatro meses.
Porrada de Amor Corrói
A morte de Tara abateu muito Brian. Ele se conscientiza de como é frágil a linha entre a vida e a morte. Começa a perder suas ilusões com LSD e outras drogas como uma maneira de atingir uma consciência maior ou coisa que o valha, mas esta conclusão não é o suficiente para ele parar. Pelo contrario, ele começa a aumentar a variedade de substâncias químicas, como forma de afugentar as tristezas de sua realidade. Neste período, além da bebida e anfetaminas, além da cocaína e LSD, Brian passou a ingerir STP (similar a mescalina com anfetaminas) e DMT (dimetiltriptamina), químicas que hoje, a ciência já concluiu, deterioram e deixam problemas irreparáveis no cérebro. Para elucidar os efeitos de DMT, seria o equivalente a doze horas de um bom ácido compactadas no espaço de quinze minutos.
Ao fundo, o desenho de Brian
Ao fundo, o desenho de Brian

Brian desenhou na parede atrás da cama do casal um cemitério e bem perto do lado que ele dormia, desenhou uma lápide. Nada fora escrito nela, mas pode-se imaginar onde estava seu subconsciente. De um homem inseguro, ele logo se tornava um homem extremamente agressivo, principalmente com a Anita.Keith, que vinha diariamente pra casa do casal pra cheirar cocaína, acaba brigando e se separando de Linda Keith. No lugar de continuar a ir todo dia até a casa do casal amigo, passou a morar lá de vez.
Cheirando constantemente, a paranóia inflava e o duelo de egos entre Brian e Anita, ambos extremamente competitivos um com o outro, invariavelmente terminava em violência. E quando Anita estava humilhada e fisicamente ferida por Brian, Keith se chegava, conversava e tentava acalmá-la, dispensando-lhe atenção e amizade. Levou um certo tempo, mas Brian percebeu que Keith estava se apaixonando pela sua mulher. Assim, as indiretas começaram e Keith logo foi obrigado a procurar outro lugar para dormir.
Keith estava no processo de entregar a casa em Londres, por causa de reclamações de outros inquilinos em função dos fãs constantemente em vigília. Redlands, onde já se encontrava a maioria de suas coisas, ficava longe e se tornava cansativo demais para o transporte diário, portanto Keith se mudou para a casa de Mick e Marianne. Pouco depois, eles estariam tomando ácido juntos.
Anita Deixa Brian
Brian percebe que perdera a amizade de Keith, mal ou bem, seu maior comparsa musical. Ele culpa Anita por usar o poder de seu amor para afastá-lo de seus amigos e passa a atacá-la com ainda mais veemência. Em certa ocasião, Brian encontrou Anita desmaiada no quarto. Ela havia tentado suicídio tomando uma overdose de alguma coisa. Sorte que uma visita chegara e puderam ajudar Brian a carregá-la para dentro de um carro e levá-la a um hospital. Lá, Brian permanece ao seu lado chorando cheio de remorsos. Parece claro que Brian a ama, mas é difícil entender porque ele surra sua mulher. Quando Anita acorda, seu olhar sofrido exala lagrimas para um amor doentio que já não lhe traz mais felicidade.
Anita sabe que Keith a ama, mas ela não quer se apaixonar por ele. Keith não tem o mesmo carisma de Brian, no obstante sua relação com Brian está se tornando excessivamente perigosa, e em todos os eventos infelizes, Keith sempre esteve por perto, tentando concertar as coisas e restaurar a harmonia. Ela deixa Brian e mora com Keith por alguns dias e depois volta para ele. Ela não consegue deixar de amá-lo de imediato. O amor teve que ser arrancado dela a pauladas. Brian por sua vez desaba e tem de ser internado em uma clinica para se recuperar. Quando Anita volta, Brian não pergunta aonde ela esteve. Ele sabe mas não quer ouvir para não ter que enfrentar a situação. Anita encontra-se em uma encruzilhada emocional. Ela resiste querer Keith, ela ama Brian, mas não pode agüentar mais o abuso físico de seu amante. No fundo sabe que é uma questão de tempo.
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Pelo ponto de vista de Keith, Anita está em perigo, associando-se a um psicopata neurótico, com os neurônios totalmente torrados por química. Ele a ama e quer protegê-la de Brian, mas para isto, ela precisa querer sair daquela casa. Toda esta triangulação na mais fria relação inglesa, com Mick, Keith e Brian continuando harmoniosamente a socializar juntos. Só Keith está sem uma garota linda para desfilar.
Dois Passos Para um Crime
Marianne foi entrevistada pela rádio BBC e em sua maneira direta, e sem pensar duas vezes no que está dizendo, ou de quem possa estar ouvindo, fala das maravilhas da maconha e do ácido. De como LSD abre as portas da percepção e portanto é tão ou mais importante do que Cristianismo.
Alguns exemplos de tabletes de LSD
Alguns exemplos de tabletes de LSD

Fala sobre os perigos do governo em controlar a opinião das massas e de como através da desobediência civil, pode-se forçar a opinião do povo em cima do governo. Complementando que o governo inglês atual é feito de gente velha com um raciocínio antigo, diz: "Estamos recebendo ordens de gente morta; é insano!" Ela conclui que o ideal seria toda a estrutura social ruir o quanto antes.
É provável que aqueles que regiam o sistema vigente, o chamado "establishment", começassem a temer que Mick Jagger fosse realmente incitar uma revolução. Com o inicio do ano de 1967, o sistema começaria a ficar intolerante em relação aos seus novos ricos e uma ação direta estava sendo tramada.
Os Stones se apresentaram em playback no programa televisivo inglês Sunday Night At The London Palladium. É para a época, o mais popular programa familiar da Grã Bretanha e apesar de ser extremamente "careta", Oldham e Jagger sabiam que uma apresentação da banda no programa era um currículo importante. A tradição do programa previa para o encerramento, que todos os participantes se apresentem de pé sobre uma roda giratória, acenando adeus para as câmaras. Os Stones se recusaram a participar da tradição, apesar dos pedidos de Oldham e ameaças do diretor da BBC.
O incidente foi tratado como um insulto à nação, e evidentemente condenaram a atitude da banda. Jagger em entrevista foi claro, "Se alguém pensou que estávamos mudando nossa imagem para nos tornamos aceitos para o público familiar, estava enganado. Só fizemos o gig por ser um show de cadeia nacional." Dentro do jornal News Of The World, conta-se que se ouviu do editor algo nos moldes de "O povo já está cheio destes bastardos emperiquitados. Já está na hora deles receberem um troco! Vejamos o que podemos armar pra cima deles."

Souvenirs d'un Autre Monde - Alcest

por Thiago Pimentel

Fruto da mente do "solitário" músico Niege - que gravou todos os instrumentos - "Souvenirs d'un Autre Monde" transporta o ouvinte através de sua atmosfera melancólica a um mundo parelo. Mundo este oriundo dos sonhos de Niege durante a sua infância. Este fato explica o nome do álbum que, traduzido do francês, significa "Memórias de um outro mundo".



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O ALCEST começou praticando um black metal cru, tosco. Contudo, em seu primeiro EP - "Le Secret" (2005) - Niege já deu indícios de rumar para uma direção contrária ao metal extremo. Uma direção mais psicodélica e ambiente - opasta tradicional a agressão do metal. Na verdade este álbum possui apenas resquícios de heavy metal, sendo sua rotulação uma tarefa complica, injusta. A bateria talvez preserve alguns elementos do metal extremo, com o uso de batidas típicas do black metal. Incrivelmente esse estilo "baterístico" não soa deslocado, apenas contribui para deixar o som do ALCEST ainda mais peculiar.
O álbum inicia-se com "Printemps Emeraude" exibindo uma poderosa "parede sonora de guitarras" e melodias melancólicas. Apesar do longo tempo da canção a forma como tudo se encaixa e envolve o ouvinte é fantástica. As linhas de baixo também são ótimas. Diferente das composições do primeiro EP as partes dessa canção não parecem "costuradas" e apontam o ALCEST para uma direção impensável para um projeto que nasceu no metal: o shoegaze e post-rock.
O trabalho de guitarra não é o tradicional no rock n' roll/heavy metal, isso pode causar estranheza a quem está acostumado a um formato mais linear de riffs e solos, pois o instrumento é mais usado para criar camadas sonoras do que para destacar-se na música.
"Souvenirs d'un Autre Monde" e "Les Iris" continuam a "grande viagem". O trabalho de violão é bem intenso: o instrumento domina quase todas as composições do músico. Remetendo a bandas como OPETH. Essa característica, além do uso do idioma natal do músico (francês), também é uma das principais da banda.
Um outro atributo do trabalho que chama atenção são os vocais limpos de Niege. Eles funcionam como mantras que ficam em segundo plano - isso quando não são usados coros -, no fundo da música. Isso cria um efeito envolvente e nostálgico no ouvinte - o que deve ter sido a grande intenção do compositor.
A quarta faixa ("Ciel Errant") talvez seja uma das mais melancólicas do disco, sua levada acústica inicial mesmo que evolua em riffs distorcidos preserva as tais melodias tristes. As linhas de guitarra solo complementares são muito boas e aqui repetem a ideia das primeiras faixas. Sem excessos de notas, apenas o essencial. Essa sutileza talvez seja o grande charme, em especial, dessa música.
"Sur L'autre Rive Je T'attendrai" possui vocais femininos realizados por Audrey Sylvain. Essa canção assim como a próxima apontam para uma direção mais "folk" que até então não havia sido visto com tanta evidência no disco. O trecho de encerramento - após o "falso final" - com o dedilhado durante os "sons de mar" são um grande deleite progressivo.
A última faixa ("Tir Nan Og") é uma das mais singulares da obra. Além de apresentar um trabalho de percussão bem interessante também destaca-se pela inclusão dos teclados. Essa é uma das minhas favoritas do disco, pois possui melodias bem grandiosas sem soar piegas. O encerramento do álbum não podere ser mais épico. O título da canção faz referência a uma expressão irlandesa sobre uma mitológica "ilha da juventude".
Em suma, "Souvenirs d'un Autre Monde" é um grande trabalho. Único, diferenciado, peculiar. Poderia procurar ir além do uso desses sinônimos para sintetizá-lo, porém não acho adjetivos diferenciados que melhor definam essa obra que não esses. É um disco escrito, aparentamente, sem pretensões comerciais... apenas música do fundo da alma de quem compôs.
Por sua peculiaridade obviamente atrairá tantos admiradores quanto detratores, na mesma proporção. Seu único defeito talvez seja a duração das faixas que, por não variarem muito, pode tornar a audição do álbum cansativa. Recomendado para quem gosta de grandes viagens psicodélicas em forma de música. Um conselho final: não vá escutar esperando heavy metal e... muito menos black metal.
Músicas-chave:
Printemps Emeraude ; Ciel Errant ; Tir Na Og

Formação: Niege - vocais e todos os intrumentos
Tracklist:
1. Printemps Émeraude 07:19
2. Souvenirs d'un autre monde 06:08
3. Les Iris 07:41
4. Ciel Errant 07:12
5. Sur l'autre rive je t'attendrai 06:50
6. Tir Nan Og 06:10

Tempo total: 41:20
Publicado originalmente em

91 Suite - Times They Change


A Espanha tem colocado algumas poucas, porém ótimas bandas no cenário do hard rock e AOR, como Nexx (cujo CD foi lançado no Brasil pela Hellion) e o Golden Farm. Mas este 91 Suite consegue impressionar qualquer ouvinte pela roupagem atualizada que colocou em canções que teriam conquistado fãs há mais de duas décadas.


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Nada soa de forma datada. Estes espanhóis têm as manhas de captar a essência do hard rock e AOR oitentista e transportá-la aos dias atuais com muito bom gosto. Para situar o leitor, diria que este conjunto traz em suas composições boas e modernizadas mesclas de Bon Jovi e Journey, ou seja, muito alto-astral.
Contando com Jesús Espin (voz), Iván González (guitarra), Francisco J. Cerezo (guitarra), Daniel Morata (teclado), Antonio M. Ruiz (baixo) e Mario Mallo (bateria), o 91 Suite debutou em 2002 com um álbum auto-intitulado que caiu nas graças do público britânico e nipônico, sendo considerados pelos japoneses como “os novos Bon Jovi”. Agora chegou a vez de seu segundo registro, “Times They Change”, que vem para solidificar ainda mais sua boa reputação.
Suas composições são muito bem elaboradas, merecendo destaque especial a potente voz de Jesús, que canta em inglês; e ainda o trabalho das guitarras, cujos solos se aproximam do heavy metal propriamente dito. Exemplos de inspiração se mostram em faixas como “I Wanna Be In Love”, com bonitas harmonias vocais que se completam com as guitarras; ou ainda em “Hopes And Dreams”, um belíssimo AOR que consegue fugir da mesmice. Mas estes são apenas dois exemplos, praticamente todas as canções são excelentes!
Com este belo trabalho o Suite 91 já pode ser considerado de maneira bastante justa como um dos grandes nomes do hard melódico europeu. Obrigatório a quem curte Bon Jovi, Journey, Jaded Heart e similares.
91 Suite - Times They Change
(2005 / Vicious Records - importado)

01. Intro
02. Seal It With A Kiss
03. I Wanna Be In Love
04. Tell Me Why
05. Far Away
06. Times They Change
07. Every Day Goes By
08. Hopes And Dreams
09. Another Reason
10. Wings Of Fire
11. Stand Beside You
12. Hard To Forget
13. Will You Ever
14. Remember The Good Times

Homepage: www.91suite.com

Family Jewels - AC/DC


Sabe aquela caixa que sua mãe guarda com todo carinho escondida no armário, e que, segundo ela, contém as jóias raras da família? Bem, como o próprio nome revela, este é o caso deste novo DVD do AC/DC, só que ao contrario de sua mãe, os integrantes do grupo decidiram compartilhar com os fãs ao redor do mundo as pérolas encontradas em seus arquivos. São mais de 3 horas de material, lançados aqui no Brasil pela Sony/BMG.



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Cronologicamente muito bem dividido em dois discos, que representam cada uma das fases da carreira do AC/DC – do início com caras de adolescentes até o fim trágico de Bon Scott, e o renascimento como artistas com a entrada de Brian Johnson, além das trocas de bateristas – o DVD é obrigatório para fãs de carteirinha ou para quem quer conhecer a trajetória destes australianos, uma vez que conta com apresentações raras em programas de televisão, performances ao vivo e de vídeo-clipes que cobrem quase toda a carreira do grupo.
O primeiro disco começa com o carismático Bon Scott vestido de colegial inocente, com uma peruca loira de trancinhas, cigarro na boca, mostrando as partes íntimas para as câmeras do programa da rede de TV australiana ABC chamado ‘April’s 75’. Momento impagável. Pode-se até pensar que é constrangedor uma banda como oAC/DC comparecer a programas de auditório, que às vezes tinham o cenário parecido com o do ‘Qual É a Música’, como se vê em várias ocasiões neste DVD, no entanto, é importante lembrar que isto aconteceu em meados da década de 70, ou seja, não existia MTV, por isso, mesmo com a existência de alguns vídeos-promo a repercussão com a veiculação deles na era a mesma alcançada atualmente.
Para muitos artistas era um mal necessário ir a esses programas. Embora divertidos, nada se compara com as apresentações ao vivo do AC/DC com Bon Scott. Junto com o endiabrado Angus Young, ele roubava a cena com performances contagiantes, facilmente comprovadas em momentos como ‘Dirty Deeds Done Dirt Cheap’, ‘Sin City’, ‘Whole Lotta Rosie’, ‘Girls Got Rhythm’ e ‘Highway To Hell’; as duas últimas gravadas apenas 10 dias antes da morte de Scott. Assim termina de forma pesarosa a primeira fase do AC/DC.
Quando o disco 2 começa já estamos na década de oitenta e com o então novo integrante Brian Johnson assumindo o posto de frontman do grupo. Pode-se gostar ou não, mas o indivíduo encaixou-se como uma luva no som do AC/DC, colocando no mercado um clássico do Rock and Roll: o disco ‘Back In Black’. É dele os clipes para ‘Hells Bells’, ‘Back In Black’, ‘What Do You Do For Money Honey’ e ‘Rock And Roll Ain`t Noise Polluction’, além de ‘You Shook Me All Night Long’. Este último tem como curiosidade o fato de ter sido lançado somente em 1986. Na verdade, o clipe foi produzido para promover a coletânea ‘Who Made Who’.
Ao contrário do primeiro disco do DVD, o segundo se concentra mais nos clipes que a banda australiana filmou e menos nos shows. Isso pode ser explicado porque na década de 80 tenha ocorrido o “bum” do vídeo-clipe, além da meteórica ascensão da MTV, ou talvez pelo simples fato de terem sido lançados vários shows com Brian Johnson nos vocais. Não importa a razão, nota-se que os momentos menos inspirados do DVD estão contidos nessa segunda parte.
Isto é, não na parte musical, mas sim na visual. Com todos os exageros dos anos 80, o vídeo-clipe já era ferramenta de divulgação obrigatória, mas ainda não tinha atingido a sofisticação dos dias atuais. O melhor exemplo é o mini-filme ‘Fly On The Wall’ – aquele da mosquinha -, inserido na íntegra, ou seja, além da faixa-título, traz as canções ‘Danger’, ‘Sink The Pink’, ‘Stand Up’ e ‘Shake Your Foundations’, e a lamentável narrativa que permeia o vídeo; um fotógrafo penetra tenta flagrar a intimidade dos músicos, que tocam em um bar, cujo público é formado por figuras bizarras. O fato de não ter legendas – o que é devidamente avisado na embalagem do produto-, pode ser encarado de modo positivo, já que os diálogos não são nada interessantes.
E por falar na embalagem, esta faz jus ao título do DVD. No formato digipack, tem a arte gráfica muito bem cuidada, pode-se dizer até luxuosa com sua cor metálica. Inclui ainda um livreto de 23 páginas, com fotos, ficha técnica dos vídeos e texto (em inglês) de David Fricke, da revista Rolling Stones.
Pode-se discutir se faltou ou não material raro no segundo disco, entretanto, isso em nada prejudica uma das principais intenções deste DVD, que é mostrar a evolução visual da banda. Os fãs podem conferir também a discografia do AC/DC, com as capas dos álbuns e as canções neles contidas.
Lembra da caixa de jóias da sua mãe? Então, adquira essa, mas não faça como ela, mostre com orgulho a seus amigos.
Tracklist do DVD:
DVD 1 (1975 - 1980)
1. Baby Please Don’t Go (live, Abril 1975)
2. Show Business (live, Junho 1975)
3. High Voltage (promo clip, Junho 1975)
4. It’s A Long Way To The Top (promo clip, Fevereiro 1976)
5. T.N.T. (live, 1976)
6. Jailbreak (promo clip 1976)
7. Dirty Deeds Done Dirt Cheap (live, Dezembro 1976)
8. Dog Eat Dog (promo clip, 1977)
9. Let There Be Rock (promo clip, 1977)
10. Rock N Roll Damnation (promo clip, 1978)
11. Sin City ( The Midnight Special, Setembro 1978)
12. Riff Raff (live from Glascow, Abril 1978)
13. Fling Thing/Rocker (live from Glascow, Abril 1978)
14. Whole Lotta Rosie (Iive from BBC show “Rock Goes To
College,” Outubro 1978)
15. Shot Down In Flames (promo clip, Julho 1979)
16. Walk All Over You (promo clip, Julho 1979)
17. Touch Too Much (promo clip Julho 1979)
18. If You Want Blood (promo clip, Julho 1979)
19. Girls Got Rhythm (live from Aplauso TV Show, Fevereiro 1980)
20. Highway To Hell (live from Aplauso TV Show, Fevereiro 1980)

DVD 2 (1980 -1991)
1. Hells Bells (promo clip, 1980
2. Back In Black (promo clip, 1980)
3. What Do You Do For Money Honey (promo clip, 1980)
4. Rock And Roll Ain’t Noise Pollution (promo clip, 1980)
5. Let’s Get it Up (live promo clip, 1981)
6. For Those About To Rock (live promo clip, 1983)
7. Flick Of The Switch (promo clip, 1984)
8. Nervous Shakedown (promo clip, 1984)
9. Fly On The Wall (promo clip, 1985)
10. Danger (promo clip, 1985)
11. Sink The Pink (promo clip, 1985)
12. Stand Up (promo clip, 1985)
13. Shake Your Foundations (promo clip, 1985)
14. Who Made Who (promo clip, 1986)
15. You Shook Me All Night Long (promo clip, 1985)
16. Heatseeker (promo clip, 1988)
17. That’s The Way I Wanna Rock & Roll (promo clip, 1988)
18. Thunderstruck (promo clip, 1990)
19. Moneytalks (promo clip, 1990)
20. Are You Ready (promo clip, 1991)

Sony/BMG Music Entertainment - http://www.sonybmg.com.br