23 de março de 2011

Parte 10 - O Ano do Ácido


Em San Francisco, Brian e Keith freqüentam uma das famosas festas de Ken Kesey e seus Merry Pranksters. Lá, na companhia de beatnicks, artistas e intelectuais de diversas áreas, participam do que passou a ser chamado de "o teste de ácido", sendo apresentados assim ao Acido Lisérgico Dietilamida, mais conhecido como LSD.
O ácido tem uma história muito ligado aos eventos dos próximos anos, não só na esfera artística, como em toda contra cultura que passou a existir, principalmente, embora não somente, nos Estados Unidos. O ácido teria um auge popular que duraria aproximadamente entre 65 e 73, embora seu uso seja detectado até hoje. Por isto creio ser válido fazermos uma pausa para entender suas origens.
Um Rápido Histórico
O ácido Lisérgico Dietilamida (Lysergic Acid Diethylamide), foi criado por um cientista sueco chamado Dr. Albert Hofmann em 1938, tirado do extrato de um fungo encontrado no centeio, chamado ergot. Dr. Hofmann procurava um remédio para estimular a circulação do sangue no corpo humano e aparentemente, levaria outros cinco anos testando a droga até descobrir acidentalmente seu poder alucinógeno.
Em 1942, um órgão militar americano chamado OSS (Office of Strategic Services) estava reunindo os mais capazes cientistas civis e militares para trabalharem em um programa ultra secreto. Procuravam uma droga que pudesse dobrar a defesa psicológica de um espião inimigo, assim, induzindo-o a falar qualquer segredo que ele tentasse esconder. Foram testadas diversas substâncias como cânabis, barbitúricos, peyote e até cafeína.
Na década de cinqüenta, a CIA havia se interessado pelo programa. Em Abril de 1953, ele é batizado de MK-Ultra e chefiado pelo Dr. Sidney Gottlieb. A CIA cria então o seu programa TSS trabalhando paralelamente com o OSS no projeto agora chamado Artichoke. O LSD chama a atenção da agência, por ser uma droga sem odor, incolor, e eficaz com apenas uma gota.
Hubbard & Osmond
Afora as experiências militares que estavam sendo feitas, estudos da mente humana com o uso de psico-ativos já eram realizados desde a década de quarenta. Havia grande euforia na esfera da psicologia em relação à possibilidade de aprender sobre a mente humana e abrir o caminho para estudos mais conclusivos sobre a loucura. O homem a conseguir isto poderia ganhar um Prêmio Nobel. Assim, vários foram os estudos com substâncias psico-ativas durante as décadas de quarenta à sessenta.
Um dos primeiros cientistas a se interessar por esta causa foi o Dr. Humphry Osmond. Ele já havia realizado um vasto estudo sobre mescalina quando aprendeu sobre a descoberta de Dr. Albert Hofmann. Dr. Osmond seria o médico que cunharia a palavra "psicodélico" em 1957. Seu significado original se refere a manifestações da mente, vindas do subconsciente e portanto sem ordem ou padrão previamente previsível. Futuros estudos levariam Osmond a criar a droga chamada Dimethiltriptamina, mais conhecido por DMT.
Capitão Al Hubbard
Capitão Al Hubbard

Em 1951, um espião americano durante a Segunda Guerra, chamado Capitão Alfred M. Hubbard, foi oferecido LSD como parte de um teste, vendo como a droga age em diferentes tipos de pessoas. Hubbard considerou a experiência a mais profunda e mística que já teve. Ao lado do Dr. Humphry Osmond e seus estudos, Capitão Hubbard com suas sugestões, ampliou a gama de experiências com a droga, enriquecendo a qualidade de suas conclusões.
A credibilidade de Hubbard, e acesso dentro dos governos Americano, Canadense e Inglês, lhe permitiram apresentar o LSD para pastores, policiais, executivos, cientistas, chefes de industria e políticos, nestes três países, com acesso ilimitado à droga, direto dos laboratórios. Hubbard conseguiu inclusive acesso ao Vaticano, com permissão assinada pelo próprio Papa, para exercer experiências com alguns bispos, na hipóteses de que a droga possa levar uma mente doutrinada por teologia, mais perto de um contato com Deus.
Aldous Huxley
Entre outros, a dupla Hubbard e Osmand, apresentou o LSD a Aldous Huxley, renomado escritor autor de "Brave New World" (Admirável Mundo Novo). Huxley, que já se oferecera a experimentar mescalina durante as experiências do Dr. Osmond com aquela droga, estava eufórico com suas descobertas com LSD. A substancial importância de Huxley no futuro da droga é que ele acabou por tirar a experiência do domínio meramente cientifico para o religioso. Huxley que estudara culturas e rituais religiosos de civilizações que utilizavam psico-ativos como forma de chegar a Deus, conclui que drogas como LSD, são importantes para o homem comum se auto analisar e explorar seu própria interior. Huxley escreveria o primeiro dentre três livros sobre o assunto, "The Doors of Perception" (As Portas da Percepção), cujo tema é o controle da mente através de medicação psico-ativa. Este livro chamaria muito a atenção da CIA.
Guerra Sem Mortes
O pentágono via a guerra química como uma alternativa atraente e entre os estudos que nos deram o Agent Orange, estavam projetos como Artichoke. A idéia de borrifar um exército inimigo com um "gás de loucura", que desorientaria as pessoas, tirando-lhes o desejo de resistir, parecia ser válida no saudável exercício de expandir o capitalismo e banir o comunismo. Imaginando seu uso em guerrilha, após intoxicar um ponto estratégico com a droga, o exército americano poderia simplesmente entrar na região desejada, estando o exército inimigo sem condições de lutar. Assim, podem rapidamente apreender os homens e tomar controle da área. Depois de algumas horas o efeito da droga passaria, e a vida civil continuaria normalmente. Sem mortes ou ferimentos, tanto de soldados quanto de civis, e sem danos a propriedades, mantendo tudo funcional. Sonhavam alguns, em um futuro com guerras sem mortes.
Os testes conduzidos pelos militares concluíam que os pacientes, com raras exceções, não perdiam a noção do tempo e espaço, ou de quem eles eram, e sabiam concluir durante a alucinação (viagem), que tudo não passava de um efeito da droga. LSD ainda estava longe de servir para o propósito desejado pelos militares. Com os dois departamentos, OSS e TSS, testando a droga, começam a competir um com o outro para apresentar resultados conclusivos em primeira mão. Logo, há espiões de cada departamento vigiando o outro.
Janiger, Alpert & Leary
Outros médicos na área de psiquiatria começariam a testar o medicamento em seus pacientes com distúrbios mentais em maior ou menor grau. Já em 1960, Dr. Oscar Janiger, psicólogo de Los Angeles, passa a ser o primeiro a tentar estabelecer alguma conclusão cientifica em relação ao uso de LSD para exacerbar o potencial criativo da mente humana. Para isto, ele escolheu cem artistas voluntários, todos pintores, para desenhar antes, durante e depois do uso de LSD.
Dr. Timothy Leary
Dr. Timothy Leary

Todos os artistas sem exceção, consideraram seus desenhos feitos após utilizarem a droga com maior substância e significado artístico. Um chegou a declarar que uma viagem de ácido equivalia a quatro anos de escola artística. Impressionado com os resultados Dr. Janiger passou a oferecer a droga para uma gama maior de artistas. Entre os mais conhecidos estão Jack Nicholson, James Colburn, Cary Grant e André Previn.
Em 1961, dois psicólogos de Harvard, Dr. Richard Alpert e Dr. Timothy Leary, estavam fazendo pesquisas com LSD em colegas de profissão e em alguns prisioneiros voluntários no Massachusetts Correctional Institute. Dr. Leary comentaria com seus colegas nesta época, que ele estava tentando transformar condenados em Budas.
Com o uso de psilocibina, um psico-ativos obtido através de cogumelos, somados a sua orientação psicológica, apenas 25% dos prisioneiros voluntários da experiência voltavam a prisão após serem soltos. A porcentagem média comum para o retorno à encarceração de ex- prisioneiros era de 80%.
Ao conhecer Aldous Huxley e ser apresentado ao LSD, Timothy Leary passa a ser fervoroso defensor do medicamento. Seus relatórios iniciais também concluíam que a droga poderia ser um gigantesco avanço para o auxílio na recuperação de pacientes com distúrbios psíquicos, seu primeiro e maior interesse. Leary perguntava, "Porque perder meses, às vezes anos trabalhando com um paciente para conseguir fazer um trabalho de regressão eficaz, quando posso conseguir o mesmo resultado em umas poucas sessões, com o uso desta droga nova?"
Observação
Então como podem perceber, enquanto de um lado, o governo, mais especificamente as agências de espionagem do governo americano, estudavam sua utilização como uma arma, médicos psiquiatras e psicólogos viam grandes possibilidades de avanço em seus campos. O LSD era cercado de grande positivismo, como um remédio moderno para ser usado no estudo da mente humana e na melhor das hipóteses, definir e, em tempo, possivelmente curar a loucura.
Reação da CIA
Por volta de 1962, a CIA já chegara a suas conclusões em relação ao LSD e embora a droga pudesse vir a servir para determinadas operações táticas, os militares dispensaram suas atenções para outra droga, BZ. Assim sendo, o LSD, embora ainda em fase de testes, já não era mais distribuído facilmente entre os médicos. Dr. Timothy Leary não compreende porque a droga não está sendo produzida em escala industrial e disponível no mercado. No seu entender, a droga deveria ser um direito de todos.
Embora médicos percebessem a droga como de grande assistência, nem todos concordavam quanto ao seu uso indiscriminado. Dr. Janiger, ao contrário do Dr. Leary, não acreditava que o LSD deveria ser tomado por qualquer um, e que pessoas extremamente desequilibradas poderiam perder a total noção entre realidade e sonho. Mas o próprio Timothy Leary tinha consciência da necessidade de uma educação prévia ao uso. Quando foi levado a falar diante do congresso americano, explicou que o governo precisaria estabelecer normas e procedimentos, antes de permitir a um cidadão poder consumir a droga livremente. Leary comparava sua proposta com uma carteira de habilitação em que, da mesma maneira que um cidadão precisa fazer uma prova antes de poder dirigir um automóvel, assim ele teria que fazer uma preparação antes de tomar LSD. As idéias de Leary foram ignoradas.
Timothy Leary Desobedece
Dr. Leary e seu colega Dr. Richard Alpert passam a falar abertamente sobre o ácido. Ao oferecer a droga para um dos estudantes, Dr. Alpert é sumariamente dispensado de Harvard em 1963, com Dr. Leary pedindo demissão em protesto e em apoio ao colega. A partir deste momento, Timothy Leary rompe de vez com sua pacata vida formal, na qual obedecia as regras do sistema de terno e gravata como vinha fazendo em seus já quarenta anos.
Leary passou a oferecer LSD para músicos que tocavam no circuito jazz de Nova York; jazz sendo a música dos beatnicks e do público alternativo. Gente como Theolonius Monk, Dizzy Gillespie e John Coltrane, foram todos, entre os primeiros a experimentarem a droga na área musical, entregue em primeira mão por Timothy Leary em pessoa. John Coltrane teria dito que pela primeira vez ele percebeu a relação intrínseca entre todos os seres vivos deste planeta.
Allen Ginsburg
Allen Ginsburg

A dupla Leary e Alpert une então a diversos escritores beatnick como Allen Ginsburg, Lawrence Ferlinghetti e Gary Snyderem indo então para a costa oeste americana. Este grupo de pessoas conheciam tantas pessoas ao redor do mundo, que um número cada vez maior de intelectuais do primeiro mundo estavam informados da existência desta droga que libera a mente permitindo explorar o mundo por outro prisma.
Ken Kesey & The Merry Pranksters
Ken Kesey, que escreveria "One Flew Over The Cuckoo's Nest" (O Estranho No Ninho), enquanto ainda um universitário, aceitou ser cobaia em experiências com a droga. Depois de ser informado por Ginsberg que estas experiências eram orquestradas pela CIA, e que a agência de espionagem estava testando-a para o uso militar, pretendendo inclusive restringir ou até proibir o uso público da droga, Kesey considera a agência inadequada para tratar com a substância. Ele então resolve se tornar também um divulgador da droga.
Para isto, ele tem como idéia, viajar de ônibus com seus amigos, estes passando a serem conhecidos como the Merry Pranksters (Alegres Brincalhões), e atravessaram o país promovendo e oferecendo a droga, onde quer que estivessem. Alugaram então um ônibus, escrevendo ADIANTE naquele espaçozinho designado para o destino, e durante a odisséia Kesey apresentou LSD para mais gente neste passeio do que Hubbard, Osmond, Leary, Alpert ou a CIA teriam conseguindo em dez anos.
San Francisco, 1965
Agora em 1965, Ken Kesey e os Merry Pranksters estavam novamente em San Francisco, dando varias reuniões, na prática grandes festas chamadas "Happenings", onde o ponche invariavelmente estava aditivado com LSD. Debatiam e promoviam a droga que expande a mente humana. Tocavam música bem alta, faziam brincadeiras utilizando luz, como também realizavam diversos jogos complexos, visando a educação e entretenimento geral. Os jogos e brincadeiras passaram a ser chamadas por Kesey de Acid Tests. Foi numa destas festas, que Brian Jones compareceu. Dentro de poucos meses nasceria Acid Rock e a Revolução Psicodélica.
Baba Ram Dass (Dr. Richard Alpert)
Baba Ram Dass (Dr. Richard Alpert)

O LSD só seria considerado ilegal em outubro de 1966. Inicialmente apenas no estado da Califórnia, depois em todo o país. Com isto, a droga, embora fácil de se encontrar no mercado negro, passou a ser impossível de se obter pelos médicos e cientistas para continuarem com seus estudos. Assim, toda pesquisa sobre a mente humana e como LSD poderia ajudar a curar doenças psíquicas, foram interrompidos e sumariamente encerrados. Depois disto, Dr. Richard Alpert preferiu seguir para a Índia, onde conheceu um guru, aprendeu a meditar, e passou a se chamar Baba Ram Dass. Dr. Timothy Leary preferiu uma conduta mais ativista, permanecendo por mais tempo nos Estados Unidos.
Leary, cada vez mais público quanto à droga, declararia que sua viagem de ácido foi a maior experiência religiosa que já teve, do tipo capaz de modificar um homem completamente, eternamente. Torna-se um ativista em defesa do LSD e com seu dom nato de orador, cunha o slogan "Turn on, tune in, drop out" ou seja, "Se liga, se sintonize, e pula fora". O sistema a se pular fora, neste caso é o sistema educacional, que ainda condicionava excessivamente a mente dos alunos a aceitar o pensamento ortodoxo, propositadamente inibindo o pensamento livre e conclusões próprias.
Leary ao pregar a droga como um instrumento para a mudança de toda a estrutura política, religiosa e social dentro dos Estados Unidos, só agrava sua relação com o governo e autoridades. Logo, ele será classificado pela FBI e a CIA como o homem mais perigoso da América. Leary retrucaria apenas que LSD é menos perigoso do que televisão a cores. Até o final da década, ele seria preso, mas conseguiria fugir da cadeia e do país.
O LSD teria uma profunda influência na música das pessoas que utilizaram a droga. Os Stones iriam lucrar inicialmente com suas experiências psicodélicas, mas no caso de Brian, seu estado psíquico instável só viria a dar uma guinada para pior. Como Brian Jones, outras pessoas perderiam até certo ponto, uma melhor noção da realidade. Dois casos mais conhecidos são de Syd Barret que teria que ser substituído no Pink Floyd e Brian Wilson que igualmente se afastaria, cada vez mais, de suas obrigações com os Beach Boys. Mas isto já é muito adiante. Voltemos a dezembro de 1965.
Dezembro
Mick e Keith estão curtindo basicamente a maconha, Bill passa o seu tempo com mulheres e Charlie se mantém essencialmente o careta de plantão. Ainda em dezembro, Charlie Watts consegue publicar o seu livro "Ode to A High Flying Bird" que ele havia escrito em 1961. O livro é sobre a vida de Charlie Parker, apresentando o músico para um público infantil.
A renda desta excursão americana ficaria presa por ordem da corte suprema pois Allen Klein havia contratado os serviços de outra agência na organização da excursão enquanto a banda estava presa sob contrato, com uma agência assinada durante a época de Eric Easton. O prejuízo quem pagaria seria a banda. Quando o dinheiro é finalmente liberado, a parte que cabe aos Stones, cerca de $214.150,00, continuaria preso na conta de Allen Klein, problema que terá futuros desdobramentos.
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A banda permaneceria por um tempo em Los Angeles, cada um em um hotel diferente. Aproveitariam a estada para gravar mais material. Sessões incluiriam "Mother's Little Helper", "Sittin' On A Fence", e "Goin' Home" que tem o seu tempo de execução indo para doze minutos porque embora a banda se entreolhasse aguardando um sinal para parar, Charlie continuava tocando e mesmo com Keith jogando seu casaco no baterista, este curtindo o som, continuou tocando. Nestas faixas temos Charlie tocando congas, bongos, pratos tipani e um bumbo de maior espessura que o normal. Brian experimenta o som do cravo enquanto Stu se incumbia do piano e Jack Nitzsche ficava no órgão.
Charlie e Bill voltam para Londres para se encontrarem com suas respectivas esposas. Keith e mais dois da equipe técnica, Ronnie Schneider sobrinho de Klein e Gered Mankowitz, fotografo oficial da excursão, foram para uma fazenda em Phonix. Passaram um fim-de-semana a cavalo seguindo trilhas em meio às Montanhas McDowell.
Chrissie e Anita se reencontram respectivamente com Mick e Brian em Los Angeles. Mick e Chrissie seguiriam então para a Jamaica enquanto Brian e Anita iam para as Ilhas Virgens, e depois a Nova York. O casal é alvo dos fotógrafos e revistas de fofocas, ambos adorando o status e a atenção dispensada. Dylan ao encontrá-los se irritara com o amigo que mais parecia um manequim, pra cima e pra baixo de limousine. Dylan passaria a provocá-lo, "Como vai sua paranóia? Lá vai o pop star de limousine!" Brian ficou ofendido e magoado mas nada respondeu.
Saúde em Declínio
Os excessos de Brian estavam preocupando todos. Ele se mudara para Elm Park Lane e contratara Dave Thompson como um assistente geral, morando na casa. Durante as últimas excursões, sua bebedeira era em média de uma garrafa e meia de whiskey por dia.
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Charlie estava preocupado com a noticia que ele ouviu de que o médico de Brian lhe dera mais um ou dois anos de vida caso seus modos etílicos não mudem. Brian por sua vez, apenas arrumaria outro médico. Um que lhe fornecia amyl nitre, também conhecidos como "poppies". Poppies são inalantes vaso dilatadores, de ação instantânea, porém de curta duração. O efeito é o equivalente ao lança perfume.
Além da bebida, as anfetaminas diárias estavam deixando Brian esbranquiçado e com tremedeiras. Um corpo jovem se recupera rápido dos abusos da noite anterior, mas o corpo de Brian já está surrado apesar da pouca idade. Curiosamente Brian nunca mais pega sua guitarra ou violão quando está em casa. Ele teme pegar o instrumento, criar algo bom e ter que enfrentar a realidade de que ninguém o deixaria gravá-lo. Sua participação era meramente na esfera de contribuições de idéias para músicas trazidas por Mick e Keith. Ninguém o leva mais a sério e a falta de encorajamento chegou a um ponto de que nem ele mesmo conseguia mais se levar a sério. Brian passa a namorar uma francesa chamada Zou-Zou, que logo viria a morar com ele.
Ano Novo, Carro Novo
Brian comenta que se identifica com o seu grupo, no entanto a imagem de sujo não lhe agrada. Para pontuar a contradição da imagem e ao mesmo tempo à realçando, Brian compra um Rolls Royce, um dos maiores símbolos da mentalidade capitalista, com uma placa 666. Bill Wyman por sua vez, tira carteira e compra um MGB. Ele compraria ainda um Morris Minor 1000 e um Mercedes Benz. Keith também tentaria tirar carteira mas acabaria não passando na prova. Compra assim mesmo um Bentley 53 Continental azul e contrata Tom Keylock, empregado da Rolling Stones Ltda., como chofer particular. Keylock também viria a se tornar seu guarda costas particular.
Os Pontos de Encontro
Dentro do círculo de amigos dos Rolling Stones, haviam pontos de encontro onde as pessoas podiam aparecer, acender um baseado, e ninguém faria cara feia. Entre 1965 e 1966, estes lugares eram geralmente nas residências de John Dunbar, Barry Miles, Robert Frazer, Paul McCartney, e evidentemente, Brian Jones. Entre os amigos, geralmente estavam alguns membros dos Stones, dos Beatles, dos Animals, e dos Hollies. George Harrison e Brian Jones acabam por estreitarem a amizade durante este período, atraídos um pouco pela similaridade de seus papéis musicais. Afinal, ambos são guitarristas líderes das duas bandas mais populares do mundo, como também ambos buscam um espaço criativo dentro de suas respectivas bandas e tê-lo reconhecido pelos demais membros de seu grupo. Apenas George encontrava um acesso, mesmo que limitado, dentro dos Beatles enquanto Brian não tinha incentivo algum dentro dos Rolling Stones.
Brian tocando cítara
Brian tocando cítara

Quando Brian ficava excessivamente deprimido, visitava George mesmo em altas horas da noite. Harrison em sua infinita paciência procurava ser companhia. Era óbvio para George que o maior problema de Brian era lidar com o fato de que Mick Jagger teria sempre mais atenção do que ele aos olhos da mídia. Certamente a banda sabia de sua importância dentro do grupo, especialmente pela sua habilidade de aprender e dominar vários tipos de instrumentos diferentes, dando assim cores e texturas sonoras exclusivas aos Rolling Stones. Em uma dessas visitas, George entrega sua cítara a Brian e lhe ensina os fundamentos do instrumento. Não demorou mais que alguns minutos e Brian estava tirando um som com a cítara, um instrumento conhecido por sua complexidade.
O julgamento no caso de pensão alimentícia e ajuda geral nas despesas com seu filho Mark Julian Jones, chega a uma conclusão. Acusado de ser um milionário pelo advogado de Pat Andrews, mãe do menino, e negligente com seu filho, já com quatro anos de idade, o veredicto sentenciou Brian a pagar £2.10s por semana além de £60 de despesas legais. Brian Jones, covardemente sequer compareceu ao tribunal, mandando apenas um advogado.
A Caminho da Austrália
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Com o lançamento de 19th Nervous Breakdown, está na hora de voltar a excursionar. Começam por Australia via América parando em Nova York para participar do Ed Sullivan Show, inaugurando a primeira transmissão à cores na televisão americana. Apresentam Satisfaction, 19th Nervous Breakdown e As Tears Go By, este ultimo só com Mick e Keith. A canção contribui para a aceitação da banda por gente que normalmente odiaria a música dos Stones. A gravação em disco oferece apenas Mick Jagger e o Andrew Oldham Orchestra. Parte da crítica consideraram a versão como sendo Mick Jagger tentando copiar Paul McCartney em Yesterday.
Na Austrália, Bill Wyman descobre através de algumas amigas, que ele havia engravidado uma menina no ano anterior e ela se mudara para a Nova Zelândia. A garota nunca o procurou e ele somente sabe que ela teve uma menina.
Na volta passam nove dias em Los Angeles, dos quais quatro gravando. Novamente é Bill Wyman e Brian Jones que podem contar as maiores vantagens sobre suas atividades sexuais. Brian chegava a dormir com três meninas de uma vez, proeza que Bill quase consegue igualar em uma ocasião.
Aftermath
Tocando Paint It Black
Tocando Paint It Black

Quando deixam Los Angeles, gravam cerca de vinte canções, todas Jagger-Richard. Este lote é seguramente o melhor que a banda já tenha feito e até Andrew elogiava abertamente o trabalho de Brian. Com canções como "Paint It Black" e "Lady Jane", a marca sonora de Brian Jones está por todo o trabalho transformando temas comuns em obras distintas.
Seu papel nos Stones era visivelmente o mais abrangente de todos. Se Jagger era a voz e a excitação sexual, Keith a energia pulsante, Bill e Charlie o ritmo firme e forte, ao mesmo tempo que sutil e com swing, Brian usava todos os instrumentos disponíveis para criar a harmonia ao redor do rítmo.
Nos discos, Brian tocava a guitarra, gaita, piano, órgão, mellotron, dulcimer, cítara, flautas, percussões e praticamente qualquer coisa que ele encontrasse para tirar um som. Ele executava notas secundárias, dando ênfase aos harmônicos naturais acima e abaixo das notas principais e assim, dava aos Stones a grandiosidade sinfônica de uma orquestra de rhythm & blues. Era este som que colocava os Stones à frente dos outros grupos musicalmente.
O disco, intitulado de Aftermath, que por definição quer dizer "Resultante", é exatamente isto; o resultante de uma banda sempre encarando a vida na estrada, e atingindo o ápice de seu potencial musical no processo. Canções como "Stupid Girl", falam das "princesinhas de papai" que desfilam bem mas com mentalidades pouco produtivas. "Mother's Little Helper" critica os adultos por censurar o uso de drogasenquanto eles mesmos estão abusando no uso de suas medicações. "Paint It Black" seria um dos favoritos entre os soldados americanos em Vietnã, se tornando a canção mais tocada pela rádio do exército, ultrapassando "We've Got To Get Out Of This Place" dos Animals, do ano anterior. E "Lady Jane" uma canção sinalizando as relações amigáveis dos Stones, mormente Mick Jagger, com a aristocracia. Oficialmente a canção é apresentada como sendo sobre uma carta do Rei Henrique VIII para Jane Seymour falando do fim de sua relação com Anne Boleyn. Para Chrissie, Mick disse que escreveu a canção pensando nela. Lady Jane Ormsby-Gore, filha de Lord Harlech, tem lá seus motivos para acreditar que a canção é para ela.
Este é o primeiro álbum da banda só com repertório da dupla Jagger-Richard e cobrindo musicalmente uma gama variada de sons graças ao trabalho de Brian Jones. O disco reafirma o status de Brian como gênio musical da banda aos olhos de outros músicos que não o conheciam melhor. Ele passaria a receber em sua casa a companhia de gente como Steve Winwood e Spencer Davis que queriam conhecer o dulcimer que ele havia usado em Lady Jane.
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Brian, como muitos músicos no ano de 1966 estava tomando ácido todo dia. Acreditava que LSD iria libertar a música que estava presa em seu cérebro. Isto é um assunto antigo na psique deste sujeito frágil e paranóico. Desde adolescente, ainda um jazzista no saxofone, Brian sempre se sentiu frustrado por jamais conseguir executar música no mesmo nível que ouvia em sua cabeça. Ainda em Edith Grove, residência que dividiu com Mick e Keith, era ele quem mais se lamuriava em dúvidas se valia a pena continuar no ramo. Quem mais precisava de reafirmação e conforto dos amigos, mesmo sendo de longe o melhor músico. Brian conseguia ouvir essa música presa na sua mente mais clara sob efeito do ácido e graças à sua relação com a droga, passava novamente a se enfiar no seu estúdio caseiro, tocando e gravando música.
Até um certo ponto, ácido foi bom para Brian, abrindo sua mente para sua própria música que até ele tomar a droga, estava resistente em explorar. Com ácido, Brian larga as preocupações de ser um purista de rhythm & blues e começa realmente a explorar sons, fazendo diversas gravações caseiras.
Keith via que ácido fazia seu amigo viajar alucinadamente e criar boa música e achou tudo maravilhoso e excitante. Ele também começou a tomar ácido com maior freqüência. Este passa a ser o elo que traz Brian e Keith a voltarem a unir forças e o resultado mais positivo está por todo Aftermath. Keith inconscientemente age como o pêndulo do poder dentro dos Rolling Stones. Com quem está a aliança de Keith, este tem o poder sobre a banda. Mick agora está de fora. Brian e Keith fazem piadas de Mick e passam a trata-lo apenas por Jagger, propositadamente não usando seu primeiro nome. Brian também cunha o apelido sarcástico "o velho lábios de borracha" Jagger. Os dois passam a levar som, tomar ácido, e fumar muita maconha juntos. O grande público é claro, ainda não tem a menor idéia do papel que narcóticos estavam tendo nas vidas destas celebridades.

Darkest Day - Obituary

Lançado originalmente em 15 de junho de 2009, "Darkest Day" é o oitavo álbum de estúdio dos norte-americanos do Obituary, uma das mais importantes e influentes bandas da história do death metal. O CD foi lançado em 2010 no Brasil pela Shinigami Records, para alegria dos fãs.



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O disco é farto em riffs de guitarra brutais e andamentos acelerados, tudo temperado pelo vocal e pelas letras perturbadoras de John Tardy, que invariavelmente versam sobre temas como morte e violência. A adição do guitarrista Ralph Santolla (ex- Iced Earth, Deicide e outros), no grupo desde 2007, tornou o som do Obituary mais técnico e melódico, dando assim um novo e bem-vindo fôlego à banda.
A produção é um dos pontos fortes de "Darkest Day". O som que sai das caixas é extremamente grave e pesado, como que atualizando o que de melhor o Black Sabbath fez em seus primeiros anos, turbinando com doses maciças de agressividade, e o reembalando para o nosso tempo.
Basta ouvir a faixa de abertura, a ótima “List of Dead”, para perceber que estamos diante de um trabalho diferenciado e feito com grandes doses de inspiração. Outros bons momentos ocorrem em “Blood to Give” (com umas batidas tribais que remetem ao Sepultura de "Chaos A.D."), “Payback”, “Violent Dreams”, “Truth be Told” e “Forces Realign”.
Como curiosidade, "Darkest Day" foi o último álbum do Obituary a contar com o baixista Frank Watkins, que estava na banda desde 1989. Watkins abriu mão do Obituary e concentrou suas forças apenas noGorgoroth, ícone do black metal norueguês do qual faz parte de 2007 e onde atende pela alcunha de Bøddel. O último álbum do Gorgoroth, "Quantos Possunt ad Satanitatem Trahunt" (2009), conta com a sua participação.
"Darkest Day" é um grande álbum, e figura lado a lado com clássicos como "Cause of Death" (1990) e "The End Complete" (1992) como um dos melhores discos da carreira do Obituary. Se você curte death metal, esse é um CD imperdível!
Faixas:
1 List of Dead 3:34
2 Blood to Give 3:34
3 Lost 3:55
4 Outside My Head 3:52
5 Payback 4:29
6 Your Darkest Day 5:06
7 This Life 3:45
8 See Me Now 3:22
9 Fields of Pain 3:17
10 Violent Dreams 1:59
11 Truth Be Told 4:49
12 Forces Realign 4:37
13 Left to Die 6:20
Fonte desta matéria: Collector's Room

Frozen Tears of Angels - Rhapsody of Fire

Se você está levemente familiarizado com qualquer tipo de metal melódico e ainda não foi apresentado ao som dos italianos do Rhapsody of Fire, preciso dizer apenas que o grupo em questão é um dos nomes mais fortes e representativos do tal "metal sinfônico", e que certamente seria o alvo mais óbvio de qualquer paródia sobre o gênero. Dá pra ter uma idéia, não é?



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A banda, liderada pelo guitarrista Luca Turilli, está prestes a lançar seu nono álbum, mas o trabalho em questão aqui é o seu mais recente até o momento: "The Frozen Tears of Angels" (2010). Das letras regadas a temas medievais místicos, passando pelos arranjos acelerados e virtuosos, temos aqui o Rhapsody of Fire em essência. Logo, é estranho notar como isso não chega a ser necessariamente uma coisa boa...
Na introdução "Dark Frozen World", narrada pelo ator Christopher Lee e executada como uma espécie de trailer de filme à la "Senhor dos Anéis" (irônico, não?), nos preparamos para uma viagem guiada por uma banda que, aparentemente, está se levando mais a sério do que deveria...
As faixas seguintes são as frenéticas "Sea Of Fate", "Crystal Moonlight" e "Reign Of Terror", as quais mostram um grupo disposto a recuperar o "power" do seu metal. Seguindo a mesma vertente, cito ainda "Raging Starfire" e "On The Way To Ainor". Porém, nenhuma das faixas consegue ir além do "escutável", o que evidencia uma certa queda de inspiração por parte do quinteto.
A faixa "Danza Di Fuoco E Ghiaccio" não é nenhuma maravilha, mas consegue ser divertida, graças ao seu bem sacado arranjo influenciado pela música celta. Já a semi-balada "Lost In Cold Dreams" conquista facilmente o prêmio de faixa mais dispensável do disco.
Fechando a 'track list', temos a curiosa faixa-título "The Frozen Tears Of Angels" (e cá entre nós, que título brega, não acha?), o ponto mais inspirado do álbum, uma faixa que consegue prender o ouvinte em seus 11 minutos de duração. A essa altura do campeonato, notamos ainda um aspecto interessante de todo o trabalho: a sua boa e refinada produção.
De qualquer forma, a "aventura sonora" representada por "The Frozen Tears Of Angels" mostra apenas um grupo de "guerreiros" enfeitiçados por uma poção genérica de power metal sinfônico, o que levará os fãs de volta aos tempos do bom álbum "Dawn of Victory" (2000).
E todos viveram infelizes para sempre...
Músicas:
1. Dark Frozen World
2. Sea Of Fate
3. Crystal Moonlight
4. Reign Of Terror
5. Danza Di Fuoco E Ghiaccio
6. Raging Starfire
7. Lost In Cold Dreams
8. On The Way To Ainor
9. The Frozen Tears Of Angels

Guitarristas: revista elege 100 maiores de todos os tempos


Os editores da revista Rolling Stone elegeram os maiores guitarristas de todos os tempos. Eles se basearam em conceitos como influência, impacto e força da obra.
Nomes como Joe Satriani e Steve Vai não estão na lista e o guitarrista Eddie Van Halen ficou apenas na 70ª posição.
Confira abaixo quais são, segundo a Rolling Stone, os 100 maiores guitarristas de todos os tempos:
1. Jimi Hendrix
2. Duane Allman
3. B.B. King
4. Eric Clapton
5. Robert Johnson
6. Chuck Berry
7. Stevie Ray Vaughan
8. Ry Cooder
9. Jimmy Page
10. Keith Richards
11. Kirk Hammett
12. Kurt Cobain
13. Jerry Garcia
14. Jeff Beck
15. Carlos Santana
16. Johnny Ramone
17. Jack White
18. John Frusciante
19. Richard Thompson
20. James Burton
21. George Harrison
22. Mike Bloomfield
23. Warren Haynes
24. The Edge
25. Freddy King
26. Tom Morello
27. Mark Knopfler
28. Stephen Stills
29. Ron Asheton
30. Buddy Guy
31. Dick Dale
32. John Cipollina
33. Lee Ranaldo
34. Thurston Moore
35. John Fahey
36. Steve Cropper
37. Bo Diddley
38. Peter Green
39. Brian May
40. John Fogerty
41. Clarence White
42. Robert Fripp
43. Eddie Hazel
44. Scotty Moore
45. Frank Zappa
46. Les Paul
47. T-Bone Walker
48. Joe Perry
49. John McLaughlin
50. Pete Townshend
51. Paul Kossoff
52. Lou Reed
53. Mickey Baker
54. Jorma Kaukonen
55. Ritchie Blackmore
56. Tom Verlaine
57. Roy Buchanan
58. Dickey Betts
59. Ed O'Brien
60. Jonny Greenwood
61. Ike Turner
62. Zoot Horn Rollo
63. Danny Gatton
64. Mick Ronson
65. Hubert Sumlin
66. Vernon Reid
67. Link Wray
68. Jerry Miller
69. Steve Howe
70. Eddie Van Halen
71. Lightnin' Hopkins
72. Joni Mitchell
73. Trey Anastasio
74. Johnny Winter
75. Adam Jones
76. Ali Farka Toure
77. Henry Vestine
78. Robbie Robertson
79. Cliff Gallup
80. Robert Quine
81. Derek Trucks
82. David Gilmour
83. Neil Young
84. Eddie Cochran
85. Randy Rhoads
86. Tony Iommi
87. Joan Jett
88. Dave Davies
89. D. Boon
90. Glen Buxton
91. Robby Krieger
92. Wayne Kramer
93. Fred "Sonic" Smith
94. Bert Jansch
95. Kevin Shields
96. Angus Young
97. Robert Randolph
98. Leigh Stephens
99. Greg Ginn
100. Kim Thayil


Fonte desta matéria: Collector's Room

Sammy Hagar: vocalista teria sido abduzido por aliens?


O vocalista Sammy Hagar (VAN HALEN, CHICKENFOOT, MONTROSE) declara que já foi abduzido por aliens - várias vezes. O vocalista revela que sua primeira abdução ocorreu aos 4 anos de idade. Ele lembra, "Uma vez vi o que pensei ser um carro sem rodas. Vi essa coisa flutuando pelo campo, criando uma grande tempestade de poeira. Joguei pedras e não sei o que aconteceu depois disso. Acho que desmaiei durante o incidente. Não tenho nenhuma memória. E não foi um sonho, foi durante o dia."
Ele esteve em outro incidente com extra-terrestres e comenta, "Foi real, aliens se conectaram a mim. Eu devia ter 19 ou 20 anos. Foi uma situação parecida com um download, bem antes da ascenção dos computadores e wireless. Não existiam sequer telefones sem fio. Foi como 'Merda, fizeram download de algo em mim!'. Ou fizeram upload de algo em meu cérebro, como um experimento."
Matéria original: Blog Van do Halen

Eddie Van Halen: por que ele usa sapatos tão gastos?


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Em meados da década de 90, cada rara aparição de Eddie Van Halen ao público era um choque. O outrora enérgico e jovial guitarrista aparecia sujo, vestido com roupas rasgadas, com os dentes estragados, cabelos grisalhos e outras consequências de anos de abuso. Um dos ítens de seu bizarro visual que chamavam mais atenção eram os sapatos absurdamente gastos e amarrados com fita adesiva.
Estes sapatos gastos, porém, não eram prova de sua decadência. Foram os primeiros que Eddie comproucom seu próprio dinheiro e ele os usava eventualmente (e provavelmente ainda os usa) para não esquecer de onde veio.

"Little Wing": a obra prima de Jimi Hendrix


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Muitas canções imortalizaram guitarristas em toda a história do rock. Como não associar “Stairway to Heaven” a Jimmy Page e sua guita de dois braços, ou “Confortably Numb” ao sereno estilo de David Gilmour?
Já afirmar o contrário é bem mais difícil... Poucas foram as músicas que acabaram imortalizadas por vários gênios da guitarra, em diferentes versões. Bem, “Little Wing”, do mágico JAMES MARSHAL HENDRIX, é uma delas.
Como a maioria dos grandes guitarristas, HENDRIX foi influenciado por gigantes do blues como B.B.King, Muddy Waters e John Lee Hooker. Contudo, ao contrário dos que se acomodam no sofá da genialidade, ele preferiu inovar e se tornou um verdadeiro desbravador dentro do rock'n blues.
HENDRIX foi o pioneiro das distorções, o popularizador do pedal, o papa das improvisações, o rei do feeling. Para JIMI não bastava tocar, era preciso sentir o som, ser ardente em cada nota. Sua relação com a guitarra era espiritual, havia química, intensidade, paixão... Ele não sabia ler nem escrever partituras (isso é sério!), mas e daí? Como o próprio JIMI mencionou em uma entrevista, "tecnicamente não sou um guitarrista; tudo que toco é verdade e emoção."
“Little Wing” é sentimento puro, na letra e na melodia... HENDRIX adorava o slow blues porque achava mais fácil colocar emoção nesse tipo de música. Ela foi composta logo após o festival de Monterrey de 1967 (aquele em que JIMI colocou fogo em sua guitarra), e faz parte do excelente álbum “Axis: Bold As Love”. O disco nunca alcançou o sucesso merecido por ter sido lançado no mesmo ano do lendário “Are You Experienced?”, do próprio HENDRIX, talvez um dos 10 álbuns mais influentes da história do rock.
Muitos defendem que a letra de “Little Wing” é sobre a atmosfera do Festival de Monterrey: a febre hippie, as drogas  e as groopies (garotas que frequentavam os camarins). Além disso, haveria a forte influência de ácido na inspiração compositora de JIMI. O próprio HENDRIX, ao falar da música, sempre conduziu a sua origem para esse lado: "você volta para a cidade, para as bebidas e festas e assim por diante, e essas garotas bonitas estão por perto e podem realmente entretê-lo.”
Essa interpretação, apesar de ser a mais cômoda, não me parece a mais verdadeira. Estou ao lado dos que entendem a letra como uma saudosa lembrança de HENDRIX à sua mãe, Lucille Jeter.
Os pais de JIMI se separaram quando ele tinha 9 anos. Ele foi criado pelo pai, convivendo com a mãe apenas esporadicamente. Lucille morreu quando HENDRIX tinha 16 anos, em virtude de problemas hepáticos causados pela bebida. JIMI havia comprado sua primeira guitarra alguns meses antes e aquele momento acabou sendo decisivo para que ele se jogasse de cabeça no mundo da música.
JIMI nunca escondeu sua frustração pela ausência da mãe, e assim como fez com “Little Wing”, também teria composto “Angel” (lançada em 1971, após sua morte) em homenagem a ela.
Alguns trechos de “Little Wing” dão indícios disso: “andar através das nuvens”, e “pequena asa”, provavelmente façam referência a um ser angelical e querido por JIMI. Além disso, o verso “quanto estou triste, ela vem até mim, com milhares de sorrisos que ela me dá de graça”, pode ser um indicativo dos sonhos que HENDRIX admitia ter com a mãe, sempre em uma conotação saudosa. “Little Wing” seria o nome carinhoso do anjo da guarda de JIMI.
Abaixo vai a tradução da letra, para que cada um possa ter sua própria interpretação:
“Bem, ela está andando através das nuvens, com uma mente fantasiosa que corre rápido.// Borboletas e zebras e vaga-lumes e contos de fadas, isso é tudo no que ela sempre pensa. Andando com o vento...// Quanto estou triste, ela vem até mim. Com milhares de sorrisos que ela me dá de graça.// Está tudo bem, ela diz, tudo bem. Pegue o que você quiser de mim, pode pegar qualquer coisa, qualquer coisa.// Voe, pequena asa, sim, sim, sim, pequena asa...”
Em relação à parte instrumental, “Little Wing” é uma obra prima de inovação, talento e sensibilidade. Inicia leve como uma pluma e gradativamente vai dando lugar ao vigoroso solo de JIMI, diluindo-se em um encerramento mais suave, como se fora um ciclo.
A veia criativa de HENDRIX também contribuiu para tornar esse solo realmente diferente. Além de um conjunto de auto falantes especiais que distorcem o som e fazem subir e descer as ondas sonoras (leslie), na versão de estúdio foi utilizado um glockenspiel (jogo de sinos, em alemão), instrumento percussivo que deu um efeito sonoro único à performance de JIMI.
Por essas e outras JIMI é aclamado por muitos como um dos maiores (senão o maior) guitarristas de todos os tempos. Seus pares no instrumento (quase todos) foram influenciados por ele ou por quem HENDRIX influenciou. Quem ouve rock sabe: você pode rodar, rodar, rodar, mas vai acabar sempre caindo em algo que JIMI tenha deixado como legado.
Observem a enorme listagem de músicos que regravaram “Little Wing”: Joe Satriani, Steve VaiYngwie Malmsteen, Snowie White, Eric Clapton, Duane Allman, Stevie Ray Vaughan, Carlos Santana, Pearl Jam e Neil Young, entre pelo menos outros 20 nomes de menor relevância.
Na minha visão, três dessas versões se destacam: a performance do G3 impressiona pela virtuosidade de Vai, Satriani e Malmsteen, enquanto a releitura instrumental cheia de técnica de Stevie Ray Vaughan, o fã mais famoso de HENDRIX, faz muita gente chorar. Na minha modesta opinião, contudo, a interpretação de Eric Clapton é a mais rica, por todos os elementos que carrega consigo.
Ao contrário dos membros do G3 e de S.R.V., Clapton foi contemporâneo e amigo de HENDRIX. Tocaram juntos, beberam juntos, piraram juntos... Além disso, Eric não só foi influenciado por JIMI como também o influenciou; entre eles houve uma relação recíproca de fã/ídolo.
Quando JIMI HENDRIX deixou os EUA em busca do sucesso na Inglaterra, sonhava em conhecer Eric Clapton. Após ser apresentado ao “Slow Hand”, JIMI tocou com o Cream em outubro de 1966, deixando a banda simplesmente boquiaberta com sua performance. Após o espetáculo, HENDRIX beijou as mãos de Clapton e declarou sua admiração por seu “irmão de alma britânico”.
Clapton considerava HENDRIX um gênio da guitarra. Em sua polêmica autobiografia, Eric só elogiou dois artistas sem qualquer restrição: Ray Charles e HENDRIX. Sobre JIMI, Clapton disse: "ele tinha um dom imenso e tocava de uma forma fantástica, como alguém que passou o dia todo praticando, mas sem ter visto dessa forma. Era descartável para ele, como se ele não se levasse muito a sério."
Há ainda o caráter emocional por trás da relação de Clapton com “Little Wing”. No mesmo dia em que Clapton, o genial Duane Allman e a banda Derek and The Dominos finalizaram a gravação de “Layla”, os dois guitarristas também registraram uma espetacular versão de “Little Wing”. Pretendiam homenagear HENDRIX, admirado por ambos. Todavia, JIMI acabou jamais conhecendo essa releitura, tendo morrido 9 dias após as gravações.
Clapton ficou profundamente abalado com a situação... A partir de então, incluiu “Little Wing” em vários de seus setlists, com performances sempre marcadas pela emoção.
Abaixo está o vídeo de uma delas... Em 2003, Eric Clapton reuniu várias estrelas da música para angariar fundos para seu centro de recuperação de etilistas e toxicômanos, chamado Crossroads. Ao lado do monstruoso saxofonista Dave Sanborn e da esforçada Sheryl Crowl, Clapton protagonizou um dos maiores momentos ao vivo da história do rock, interpretando “Little Wing” com o coração.
Levante bem o volume e veja o vídeo na íntegra. Não sou psicólogo nem nada, mas se no final você não tiver sentido absolutamente nada, esteja certo de que há um grande vazio em sua alma...
Matéria original: Blog rockrevista

Guitarras: alerta a viajantes da United Airlines


O guitarrista e compositor canadense Dave Carroll, do duo country SONS OF MAXWELL, publicou em 2009 um vídeo no Youtube contando parte de uma história vivida por ele. O vídeo da música "United breaks guitars" relata a saga do guitarrista tentando ser reembolsado pela United Airlines devido a danos causados a seu instrumento.
Segundo as informações publicadas na descrição do vídeo, uma guitarra acústica Taylor de valor estimado em US$3500 dólares, sofreu "danos severos" durante uma viagem que o guitarrista fazia indo do Canadá para os Estados Unidos.
Após tentar exaustivamente receber uma indenização por parte da empresa aérea, ele prometeu escrever três músicas e três vídeos relatando a traumática experiência e divulgar o material via internet a milhões de pessoas ao redor do mundo. Levando em consideração que o vídeo já foi visto mais de 466 mil vezes em dois dias.
Apesar do som passar bem longe da preferência dos leitores do Whiplash!, vale à pena conferir o vídeo e prestar atenção na letra. Muito engraçado e realmente uma péssima publicidade para a United Airlines. O prejuízo teria sido muito menor se a companhia tivesse comprado uma guitarra nova para o rapaz. Lembrando do velho ditado "há males que vêm para o bem", podemos imaginar que Dave ganhou muito dinheiro com a fama vinda do trágico episódio.
United Breaks Guitars
I flew United Airlines on my way to Nebraska
The plane departed, Halifax, connecting in Chicago's "O'Hare".
While on the ground, a passenger said from the seat behind me,
"My God, they're throwing guitars out there"

The band and I exchanged a look, best described as terror
At the action on the tarmac, and knowing whose projectiles these would be
So before I left Chicago, I alerted three employees
Who showed complete indifference towards me

United...
(United...)
You broke my Taylor Guitar
United...
(United...)
Some big help you are

You broke it, you should fix it
You're liable, just admit it
I should've flown with someone else
Or gone by car

'Cause United breaks guitars.
When we landed in Nebraska, I confirmed what I'd suspected
My Taylor'd been the victim of a vicious act of malice at O'Hare
So began a year long saga, of "Pass the buck", "Don't ask me", and "I'm sorry, sir, your claim can go no where".
So to all the airlines people, from New York to New Deli
Including kind Ms. Irlweg, who says the final word from them is "no".

I heard all your excuses,
And I've chased your wild gooses
And this attitude of yours, I say, must go

United...
(United...)
You broke my Taylor Guitar
United...
(United...)
Some big help you are

You broke it, you should fix it
You're liable, just admit it
I should've flown with someone else
Or gone by car

'Cause United breaks guitars.
Well, I won't say that I'll never fly with you again,
'Cause, maybe, to save the world, I probably would,
But that won't likely happen,
And if it did, I wouldn't bring my luggage
'Cause you'd just go and break it,
Into a thousand pieces,
Just like you broke my heart

When United breaks guitars.
United...
(United...)
You broke my Taylor Guitar
United...
(United...)
Some big help you are

You broke it, you should fix it
You're liable, just admit it
I should've flown with someone else
Or gone by car

'Cause United breaks guitars.
Yeah, United breaks guitars.
Yeah, United breaks guitars.
Embora com muito menor repercussão, Dave Carroll cumpriu sua promessa de lançar ainda as partes 2 e 3 da canção, que podem ser vistas nos vídeos abaixo.
United Breaks Guitars Song 2
What did you mean when you said you were sorry?
I'm a bit confused
I think you are all for reckon my guitar
But you don't think you do

I found a guy who fixed for twelve hundred bucks
But you tell me that you're sorry
And it's much tough life
United sees no need to make anything right
Oh, miserable way!
We don't need to fight

If you just come to your senses
Accept the consequences
Of you letting certain baggage handlers
Smash my property

We could be best buddies
But our friendship has been muddy
By a flaw United Airlines policy

I sent a tune in my last couple of emails
Why is that the case?
Except that I've got questions
You've got the answers
You don't wanna face

I've got dark inside of that submarine
Leaving me 'a hanging like a pilot thirteen
I drift in space alone with no ending side
Oh, miserable way!
We don't need to fight