22 de março de 2011

Parte 09 - Relacionamentos em Declínio


O pequeno selo independente seria precursor em um empreendimento que ganharia força na década de setenta, durante a era punk. A Immediate deixaria suas maiores marcas ao lançar as bandas Small Faces, Nice e Humble Pie. Mas no ano de seu lançamento, além de contribuir com composições, Keith Richards grava guitarra no EP de Chris Farlow, chamado In The Midnight Hour, produzido a três mãos por Andrew Oldham, Mick Jagger e Keith Richards (We Three Productions).
Gravações Para Se Colecionar
As relações comerciais entre Oldham e Page permitem a aproximação entre Jimmy e os demais Rolling Stones, a ponto deles participarem de várias gravações informais que vieram a ser lançadas no álbum Guitar Boogie. Nele temos Bill Wyman tocando em "Choker" e "Snake Drive" e o trio Bill Wyman (baixo), Ian Stewart (piano) e Mick Jagger (gaita) participando em "Draggin' My Tail" e "West Coast Idea", todas composições de Eric Clapton e Jimmy Page, tendo com eles a assistência do baterista Chris Winters. As sessões são teoricamente produzidos por Andrew Oldham. Outra raridade fica para a sessão de The Lancasters, gravando "Satan's Holiday (Nanker Phelge)/Earthshaker" (Kim Fowley/Ritchie Blackmore). A banda para estas duas gravações inclui Keith Richards e Ritchie Blackmore nas guitarras, Nicky Hopkins no piano, Chas Hodges no baixo, Mick Underwood na bateria e Reg Price no sax.
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Entre as canções que a dupla Jagger-Richards entregou para outros artistas, sem participar de suas gravações, existe uma lista extensa. Ainda em 1964, quando o duo apenas estavam começando, além dos já anteriormente mencionados, existem "Will You Be My Lover Tonight/ It Should Be You", ambas Jagger-Richard, gravados por George Bean e lançado pela Decca; "Give Me Your Hand" é entregue a Teddy Green; The Greenbeats gravam "You Must Be The One", produzidos por John Paul Jones e distribuídos pela Pye Records.
Em 1965, Lulu & the Luvvers gravam "Surprise, Surprise". Esta canção seria gravada também pelos Rolling Stones, e editada em um álbum de vários artistas chamado Fourteen e lançado pela Decca, com o lucro visando caridade. Vashti gravaria "Some Things Just Stick In Your Mind" produzido por Oldham; The Thee gravariam "Each And Every Day Of The Year"; The Mighty Avengers gravariam a curiosa "Sleepy City" além de "Sir Edward And Lady Jane", esta última composta por Andrew Oldham e finalmente, Jimmy Tarbuck gravaria para Immediate "We're Wasting Time", outra composição obscura da dupla.
Relacionamentos em Declínio
A Familia Wyman: Diane, Stephen e Bill
A Familia Wyman: Diane, Stephen e Bill

Logo no inicio de Agosto, os Stones foram autorizados a gozar três semanas de férias. Charlie e Shirley se mudaram para a nova residência, recém comprada e mobiliada. Bill descobriu que Diane estava tendo um caso e culpou em parte seus longos períodos de ausência. Conversam e resolvem fazer uma viagem indo para Düsseldorf, Alemanha.
Quando voltam, Bill passa a procurar por uma nova residência. Ele se interessa por uma casa de oito quartos em Kent, que custava £12.000. Ele utiliza o dinheiro da assinatura do contrato com Klein, e negocia um empréstimo com a Rolling Stones Ltda. de £5.150, para poder fechar o negócio.
Chrissie encontrou a casa dos sonhos em Bryanston Mews East. A relação dela com Mick porém voltara a ser conturbada. Depois do incidente com Tish e Proby, e o subsequente pedido de casamento, ela passou a tentar bancar a esposazinha, fazendo café da manhã e tendo janta pronta para o seu maridinho quando este chegava do trabalho. Mick porém odiou a mudança. Percebeu que no mundo delirante doentretenimento, precisava mesmo era de alguém que o criticasse e o mantivesse com os pés na realidade. Passa então a reclamar e colocar defeito em tudo que ela faz.
Chrissie em final de mês, parte pra cima de Jagger, lhe socando e arranhando o rosto, deixando uma marca que ficaria por um bom tempo. Jagger esgoela em dor e sai correndo para outra cômodo. Ela mais calma se arrepende do que fez. Ao voltar Mick lhe pede desculpas mas informa que não deseja mais casar e uma nova discussão se inicia. Ele quer continuar com ela mas só iria casar quando resolvesse ter filhos e isto não estava nos seus planos ainda. Magoada, Chrissie resolve então que não iria mais morar com ele se Mick não desejava o casamento. Arruma suas coisas e sai de sua vida mas é aconselhada pela sua mãe a aceitar a relação nos termos que Mick quer. Clássica mentalidade de que a moça solteira, uma vez se tornando mulher, deva fazer e agüentar tudo para manter o seu homem e não ser difamada. Assim, Chrissie volta a morar com Mick em sua nova residência, mas sem abrir mão do seu apartamento. Mick contrata uma empregada portuguesa chamada Maria para ajudar com os afazeres da casa. Algum tempo depois, escreveria a canção 19th Nervous Breakdown e Under My Thumb, claramente inspirado pelo relacionamento entre os dois.
Enquanto Keith e Linda Keith viajam para o sul da França, Mick e Chrissie, mais Brian e Linda Lawrence vão para Tangier, Marrocos. O local agrada todos e eles ainda irão voltar a cidade mais algumas vezes. Lá Linda Lawrence e Brian conversam e entram em um acordo quanto à pensão de Mark. Retornando, Linda descreve a viagem como o melhor passeio de sua vida. Retira o processo correndo contra Brian para que ele pague uma pensão, confirmando um acerto entre os dois. Segundo Linda, Brian concordara em depositar uma soma considerável de verba para ser investida na educação e etc. de Julian. Ele também teria concordado em ajudar nas finanças de uma boutique onde Linda venderia suas criações. Mas Brian nega dizendo que houve apenas um acordo entre os dois quanto à soma a ser depositado referente a pensão do menino. Afora isto, ele considera seu relacionamento com Linda encerrado.
Irlanda
Durante a passagem pela Irlanda, filmam o público e o evento, com intuito de montar imagens para promover o próximo compacto, mas, influenciado pelos filmes dos Beatles, Oldham acaba optando por lançar o material como um pequeno documentário que seria chamado "Charlie Is My Darling". O nome surge de um comentário feito por uma das fãs entrevistadas.
Durante o segundo show em Dublin, tumulto e briga invade o palco no final. Bill torce o braço e Andrew tem sua cabeça rachada ao tentar livrar a banda dos invasores. Brian lutava contra três adolescentes, mas junto com Keith, conseguiu escapulir rapidamente para um carro que os aguardava. Mick levantado no ar e retirado, perdeu seu casaco, que foi todo rasgado, e Charlie quase foi soterrado por sua própria bateria, revirada sobre ele.
Apesar do susto, recobram a fibra viajando para Los Angeles para gravar "Get Off My Cloud", seu próximo compacto. Jack Nitzsche e Ian Stewart estão auxiliando nos teclados e a sessão segue até o dia seguinte. Ao término, além da exaustão, estão com "I'm Free" e "Looking Tired" igualmente prontas. Continuando a exaustiva programação, amanhecem cedo para pegar o avião matutino de volta a Londres, aproveitando a viagem para dormir. Chegam com tempo apenas de passar em casa, trocar de roupa e voltar para o aeroporto, desta vez indo para Douglas na Ilha de Man, para um show. Pernoitam lá seguindo então para a Alemanha.
Alemanha 65
Na Alemanha, durante o show de Hamburgo, a brutalidade da policia para com o público era chocante. Entre apresentações, com a banda bebendo no camarim, Keith mija em uma garrafa de Whiskey ainda pela metade. Sacode bem a garrafa e oferece como cortesia para a policia do lado de fora. Eles agradecem e bebem, brindando à saúde da banda.
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Em Berlim Ocidental, onde puderam visitar o seu famoso muro, o público se soltou e a policia não soube como lidar com a falta de obediência cívica. Jagger empolgado com a recepção calorosa destes jovens extremamente oprimidos em sua cidade dividida em dois, dança e faz a saudação nazista com o braço, levando jovens ao delírio e tornando-os incontroláveis. Depois do show, arruaças e brigas surgem dentro e fora do teatro. Lojas e carros são vandalizados, incluindo o trem que faz a conexão entre as duas Alemanhas, estacionado no lado Ocidental mas que pertence ao governo da Alemanha Oriental. O incidente serve para jornais pertencentes aos Estado, atras da "Cortina de Ferro", divulgarem mais propaganda pró comunista, falando da decadência moral dos capitalistas. Em Munich, entre apresentações, a banda conhece uma modelo de 22 anos chamada Anita Pallenberg.
Anita Pallenberg
Anita Pallenberg
Anita Pallenberg

Anita nasceu na Itália dia 25 de janeiro de 1943 mas foi criada na Alemanha. Cresceu falando fluentemente o alemão, italiano, francês e o espanhol, mais tarde aprendendo a lidar também com a língua inglesa. Como adolescente, estudara restauração de quadros, medicina e desenho gráfico. Já havia participado como atriz do teatro vivo de Julian Beck, e estava neste período de sua vida trabalhando como modelo em Munich.
Assistiu o primeiro show da noite dos Rolling Stones e depois conseguiu, através de um amigo fotógrafo, acesso ao backstage. Como muitas meninas ao redor do mundo, ela estava ouriçada com a possibilidade de conhecer um Rolling Stone. Quando ela apareceu, Mick Jagger e Keith Richards logo mostraram seus sorrisos e soltaram o charme, porém bastou Brian entrar na sala que ninguém mais teve chance.
Conta-se que ela simplesmente ficou encantada com a figura atraente do Brian Jones de roupa branca e os olhares logo mostravam permissividade. Brian ficou igualmente tomado por sua presença. Anita era de fato extremamente atraente e como era de se presumir, passaram a noite juntos.
Depois dos shows na Alemanha a banda tocou na Áustria em seu último show da excursão Européia, dia 17 de Setembro. O clima foi marcado pela ameaça de uma bomba na qual a policia, embora não dispensando maior credibilidade à veracidade da denúncia, revistou o local completamente antes de admitir a entrada do público. De fato, o show transcorreu normalmente com uma platéia animada.
De Volta a Londres
Terminada a excursão, a banda teria uma semana de descanso antes da excursão Britânica. Ainda assim, haveriam reuniões entre a banda e Oldham sobre a situação Easton - Klein. Eric Easton e Mick Jagger conversam em certa ocasião onde Eric questiona como a banda poderia querer trabalhar com Klein conhecendo sua reputação de negociante sem ética? Mick deixava claro que a reputação não interessa, o que interessa são os contratos com valores gordos que ele é capaz de negociar.
Analisando a questão posteriormente, Easton conclui que Mick e os rapazes estavam com medo de não durarem. Temendo acabar dentro do próximo ano, só se interessavam pelo dinheiro adiantado que conseguiriam de imediato, sem tentar enxergar os negócios como algo que oferecia um entrante duradouro. Decepcionado com a facilidade que fora dispensada, ele resume seus pensamentos com um, "Eles aprenderão."
Em setembro, sai no mercado o terceiro album da banda, "Out of Our Heads". As músicas, compreendem todo o material gravado nos Estados Unidos, basicamente no Chess Studio de Chicago e o RCA Studio de Hollywood. Os Stones regravam diversos números de soul, deixando visível a admiração pelo gênero e suas composições estão melhores, a dupla Jagger-Richards acertando em cheio com os primeiros do que viria a ser uma série de eternos clássicos, Satisfaction (que não está no disco), The Last Time e Play With Fire. É o primeiro álbum que chega a No.1 na América e um ponto de partida para a qualidade sonora da banda em discos por vir. No geral, todos concordam que os americanos gravam discos de r&b melhor do que os ingleses. A canção Satisfaction rapidamente chega a No.1 no país.
A Modelo e os Lords
Enquanto os Stones estão na América, Anita Pallenberg está fazendo nome na Inglaterra. A beleza e cultura da modelo a ajudam a atrair atenção no jet-set inglês. Com um magnetismo pessoal invejável, Anita seduz todos com seu sotaque estrangeiro e um olhar de tirar o fôlego. Ela faz amizades com os filhos de Lord Harlech, Jane, Julian e Victoria, e através delas, freqüenta o círculo fechado da aristocracia. Anita aguardava pela a volta da banda. Quem não soubesse do encontro em Munich, juraria que Brian e Anita se conheceram em Londres.
A Moda Muda
Foi por volta do final do ano de 1965, que começou-se a cogitar que a onda pop não era uma coisa tão passageira assim. Membros da elite londrina, a chamada "high society", passam a olhar para pessoas da industria de música pop com maior admiração. Não coincidentemente, é nesta época que os Beatles são condecorados pela Rainha como súditos reais.
Twiggy
Twiggy

Depois da turbulência de 1964, com a juventude tendo crises de histeria coletiva e proporcionando Beatle e Stone-mania, o rótulo passa a ser usado indiscriminadamente. Temos Kinkmania, Troggmania, e até Monkeemania, entre tantos outros. Assim, lucra-se o máximo possível, enquanto, como dizem, "a teta der leite." Londres se torna em 1965, o epicentro da moda Européia. Sua atenção está direcionada para esta nova geração com poder aquisitivo e gosto próprio, que recusa-se a perpetuar estilos clássicos, preferindo expressões novas e contemporâneas. Tons sóbrios dão lugar a muita cor.
Com a sociedade discutindo sobre a moralidade de se usar anticoncepcionais, surge a mini-saia, o bikini e mais adiante, o topless ou monokini. As modelos passam a ter uma maior representação na mente e na imagem da sociedade. Surge Twiggy, a primeira modelo extremamente esbelta. Até então, a mulher voluptuosa, puxando para gordinha, era a imagem do belo e saudável. Twiggy marca a era das magras, como sendo referência do que é sexy. Ela seria considerada em 1966 "o rosto", gíria mod, para designar padrão a que os outros devem imitar.
Badalação Na Cidade
Quando estão na cidade, fora Bill e Charlie que são casados e preferem uma vida mais caseira, longe do bochicho, todos passam as noites badalando a cidade. A moda e a música pop estão em plena efervescência e o jet-set está interessado em artistas pop como nunca. Com isso, a barreira das classes, uma barreira extremamente espessa na Inglaterra, estava dando vazão ao impensável. Assim, passam a receber convites para freqüentar festas transitadas pela realeza e pela aristocracia, especialmente Mick Jagger.
The Ad Lib Club
The Ad Lib Club

Mick e Chrissie são convidados a uma festa na residência de Lady Harlech, que tem como convidados de honra a Princesa Margaret, a Princesa Alexandra e o Lord Snowdon. Mick é depois convidado a sentar à mesa com a realeza para uma conversa amena e amistosa. Voltando a sua mesa e ao lado de Chrissie, Mick está estupefato por sua trajetória de amaldiçoado social para celebridade entre a família real.
Brian sempre que pode, está fugindo para Paris ou Estocolmo, ou outras capitais européias, procurando conhecer pessoas e bochichos, nestas nações. Quando Brian ficava em Londres, sua turma de amigos incluía geralmente Eric Clapton, John Lennon, George Harrison, Georgie Fame, Eric Burdon, Dave Davies, Amanda Lear, Marianne Faithfull, John Dunbar, Robert Frazer e Tara Browne. Os clubes favoritos variam de nomes, The Ad Lib, the Scotch of St. James, Bag O'Nails e o Speakeasy são alguns dos locais mais na moda entre as celebridades.
Excursão Britânica
Durante a excursão Britânica, um novo chofer é contratado pela Rolling Stones Ltda. Seu nome é Tom Keylock e ele passaria a trabalhar pelos próximos anos, muito perto dos próprios Rolling Stones. Esta excursão tem como bandas de abertura The Spencer Davis Group, Unit Four Plus Two e uma banda empresariada por Wyman chamada The End. Em algumas noites, também haveriam shows com The Moody Blues.
A nova excursão tinha novidades. O repertório evitava velhos favoritos, tentando concentrar-se na promoção do material mais novo. Apresentam "Mercy Mercy", "Cry To Me", "That's How Strong My Love Is", "Play With Fire", "Oh Baby", "I'm Moving On", "The Last Time", fechando o set com "Satisfaction". As roupas são mais coloridas, os Stones até sorriem de vez em quando, e o público aplaude freneticamente as danças de Mick Jagger ou quando Brian Jones passa para um órgão elétrico durante as canções "That's How Strong My Love Is" e "Play With Fire".
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Em algumas apresentações, o público enlouqueceu e invasões no palco culminam com Charlie novamente sendo derrubado da bateria. Em outros lugares, a entrada e saída da banda do local do show é estudada em planos tão bem arquitetados que beiram militarismo.
Em Bradford, havia um jantar com galinha, frutas sortidas e whiskey patrocinadas pela mãe de um dos rapazes que a banda visitou no hospital no ano anterior. Sua bondade e esforço em se mostrar agradecida pelo gesto dos rapazes passaria no futuro a ser padrão da vida itinerante de uma banda, com contratos prevendo comida para banda e comitiva.
O público que a tempos passaram a jogar balas e amendoins no palco e nos músicos, em alguns shows passam a jogar outras coisas. Em Leeds, Mick Jagger aparece com seu rosto marcado por uma moeda que o acertara no show anterior. Em Liverpool, um rapaz foi preso tentando entrar carregando uma espingarda de cano duplo. Em Northampton, durante a primeira canção, uma chuva de balas e cigarros cai sobre o palco. De repente algo acerta Keith no rosto que gira e cai sobre os amplificadores, depois no chão, permanecendo imóvel. O público vaia achando tudo fingimento. Jagger larga o microfone para ver como estar o amigo enquanto Brian acena para baixarem a cortina. Alguém sobe no palco para contar piadas, distraindo o público enquanto se aguarda o desenrolar. Keith pouco depois desperta, retoma a coragem e recomeçam o show.
Final de Ano na América, '65
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Em final de Outubro estão novamente excursionando Canadá e os Estados Unidos. No primeiro dia de Novembro, "Get Off My Cloud" chega ao topo das paradas americanas, tornando-se o quinto No.1 consecutivo da banda, recorde atingido até então apenas por Elvis Presley e os Beatles. Muitos questionam se a canção não se refere ao consumo de maconha. A canção na verdade é um grito de independência de quem tem a vida na estrada no sangue.
Notícias de Londres informam sobre a necessidade de se contratar mais pessoas para poderem ler e responder as cartas dos fãs, tamanha a quantidade recebida diariamente. Outra noticia é menos agradável. Aparentemente outra banda queixa-se de ser dona do nome Rolling Stones. De fato, seu líder, Brian Stone, comprova registro do nome datado de 1957. A banda, originariamente de Bristol, toca em cabarés com seus membros já em idade madura. O problema não teve maiores repercussões legais.
Abrindo para os Stones estão the Vibrations, Patti Labelle & the Bluebells e the Rockin' Ramrods. Durante a excursão Keith Richards perderia seu passaporte por duas vezes, criando dificuldades para entrar no Canadá em duas ocasiões distintas.
Festa em Manhattan
Brian Jones e Bob Dylan
Brian Jones e Bob Dylan

No dia 6 de Novembro, a banda toca à tarde na Academia de Musica de Nova York e depois viajam para Philadelphia onde se apresentam à noite. Na mesma noite voltam para Manhattan onde Bob Dylan convida todos para se encontrarem no Phone Booth Club. Dylan e Brian se admiravam mutuamente e tornaram-se rapidamente bons amigos. Dylan queria lhe apresentar Greenwich Village, um dos bairros artísticos da cidade e onde ele havia surgido para notoriedade. Rodaram bares até altas horas da madrugada. Depois encontraram com Wilson Pickett, trancando-se então em um estúdio e gravando material juntos. Bill passa esta noite e boa parte da excursão com Barbara, cantora da banda Cake, um trio vocálico feminino. Charlie preferiu assistir shows de Earl Hines e Wes Montgomery, do que seguir a programação com Bob e Brian.
Bob e Brian se veriam e conversariam muito durante os próximos dias, Dylan tomado não só pela musicalidade de Brian como também pela sua honestidade e sinceridade, atributos que Dylan mais admira em uma pessoa. Brian tendo falado abertamente sobre seus problemas dentro dos Rolling Stones criou em Dylan esta imagem de sinceridade. Não muito depois disto, Bob Dylan ainda em 1965, estaria anunciando em seu show no Carnagie Hall uma nova canção chamada Like A Rolling Stone, escrita, segundo ele, para Brian Jones.
Três dias depois, havia uma grande festa marcada no Ondine's Club. Mas às cinco da tarde, toda a força elétrica da cidade sumiu no primeiro entre dois blackouts em toda a história da cidade. A cidade de Nova York ficou sem energia elétrica de cinco da tarde até as cinco da manhã. Brian estava dentro de um Cadillac com chofer, voltando de Uptown onde ele conseguiu erva (maconha) e bolas (anfetaminas). A cidade inteira estava às escuras e a loucura habitual estava ainda mais exacerbada nesta noite.
O hotel ofereceu velas para todos os hóspedes e a festa na Ondine's embora cancelada, foi apenas substituída por outra festa, nos corredores do andar tomado pelos Rolling Stones e sua equipe. As fãs que conseguiam subir até o andar comentavam que precisaram pagar um boquete para os seguranças na portaria para terem acesso às escadas.
Por volta de uma da manhã quase houve um pequeno incêndio com uma vela caindo em cima de uma das camas. Um balde de gelo derretido acabou com o problema apesar de feder o ambiente. DJ Scott Ross, um dos participantes, conta que o clima da noite era mesmo de experiências divididas por todos. Brian chega com uma mão cheia de capsulas azuis, vermelhas, amarelas e listradas. "Prova algumas, são ótimas." Provavelmente nem Brian sabia o que eram, engolindo todas, misturando depois com bebida.
Lá pelas tantas chega Bob Dylan e vários dos seus amigos batendo na porta de Brian. "Isto é uma invasão vindo de Marte." diz Dylan rindo, enquanto Brian sorri feliz como um garoto. "Legal vocês aparecerem. Eu tenho uma erva mexicana aqui excelente, deixa eu te apresentar." Acontece então uma histórica sessão acústica com Brian Jones, Bob Dylan, Robbie Robertson e Bobby Neuwirth. O quarteto passaria a se referir a esta noite como "The Lost Jam" (O Improviso Perdido). As pessoas foram aos poucos encontrando um cantinho para dormir. Havia gente acordando nos mais variados lugares.
Mais Incidentes
Anita e Brian
Anita e Brian

Seguiram a turnê e Anita apareceu em Miami só deixando a banda após o show em Detroit, onde retornou à Paris onde ela estava. Ao chegar, os rumores sobre sua relação com Brian já haviam se espalhado e perguntas sobre um casamento surgiam. Anita teria declarado que "Sim, estamos namorando. Se formos casar, será logo. Caso contrario, não iremos casar nunca." Brian por sua vez nega qualquer hipótese de casamento. "Estamos juntos e a relação não é apenas casual. Anita é a primeira garota com quem namoro sério. Mas não há planos para casamento."
Brian provoca a banda com teimosias inexplicáveis e situações de atrito desnecessários. Em Texas, a caminho de Dallas, a banda para para comer em um restaurante de beira de estrada. Brian se recusa a ir com eles esperando no carro. Quase uma hora depois quando voltam para seguir viagem, Brian informa que está com fome, entra na birosca e passa a comer afrontosamente devagar, olhando pela janela todos obrigados a lhe aguardar. Emputecido, Andrew manda um dos ajudantes ir lá busca-lo. Brian é arrancado a força com seu cheeseburger semi-comido ainda na mão, enquanto todos do local assistem à cena espantados. A banda na van está as gargalhadas mas Brian se sente totalmente humilhado com o desfecho do episódio.
No geral, a excursão foi bem com as já usuais invasões de fãs nos quartos dos hotéis. Em locais onde a banda se sentia mal recebida pela gerência, eles descontavam como podiam, mijando nas pias ou outras pequenas demonstrações de rebeldia. Os últimos shows da turnê são realizados nos dias 3, 4 e 5 de dezembro; todos na California. Durante a apresentação para 4.500 pessoas no Memorial Hall em Sacramento, tudo ia bem até tocarem "The Last Time." Na hora do refrão, Keith Richards se aproxima do seu microfone e percebe que está apontando para a direção oposta. Com sua guitarra, ele dá uma pancada seca no aparelho, tentando girar o microfone em sua direção.
Keith Richards
Keith Richards

Observou-se uma faísca e Keith em seguida desmaiou no chão. Bill Wyman afasta sua guitarra do corpo enquanto as cortinas caem. Aos poucos o público percebe o que havia acontecido e um silencio mórbido toma o local. Keith Richards permanece desacordado por sete minutos. Ao acordar, ele percebe que três cordas de sua guitarra haviam derretido, como um fusível queimado. Ao ser levado para um hospital, e examinado, o médico concluiu que seu sapato de sola de borracha havia salvo sua vida, não permitindo à corrente elétrica encontrar terra, conectando com o solo. Depois de uma noite bem dormida, no dia seguinte, Richards estava se apresentando com a banda na cidade de San Jose.
Em San Francisco, Brian e Keith freqüentam uma das famosas festas de Ken Kesey e seus Merry Pranksters. Lá, na companhia de beatnicks, artistas e intelectuais de diversas áreas, participam do que passou a ser chamado de o teste de ácido, sendo apresentado assim ao Ácido Lisérgico Dietilamida, mais conhecido como LSD.

Sterneneisen - In Extremo

Após parada de 3 anos, “Sterneneisen” é o novo disco dos alemães do IN EXTREMO. Confesso que gosto muito da banda e que fiquei esperando o lançamento deste álbum, realizado em 2011, como forma de promover um grupo que admiro. No entanto, não creio que “Sterneneisen” seja o álbum que mostre melhor o que acredito que a banda é. Sinto um apelo comercial crescente ao longo da banda enquanto o folk alternativo, grande inspiração da banda, vai se esvaecendo.



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Não, o IN EXTREMO não desaparece com suas origens. Na abertura do álbum, “Zigeunerskat”, percebe-se que o vocal agressivo e sujo continua bom, as faixas ainda são predominantemente cantadas em alemão e os instrumentos exóticos estão lá. No entanto, a harmonia é meio hard rock, meio KORPIKLAANI demais. “Gold” mostra também que os instrumentos convencionais estão lá, com destaque para o belo trabalho de baixo, que se repete em “Viva La Vida”, faixa encerrada por gaitas stonianas brilhantes.
“Siehst du das Licht” é mais lenta, mas mantém o refrão na mesma linha melódica livre. Para quem gosta de história, é uma faixa que referencia uma música folclórica do fim do século XIV, presente no Llibre Vermell de Montserrat. “Stalker”, por sua vez, tem umas quebras e um andamento menos linear que mostra mais o talento e a versatilidade das composições do IN EXTREMO. Além disso, faz uma boa ponte entre o que esse novo álbum apresenta e o que está no passado da carreira da banda.
A libertação do estilo passado acontece de vez nas faixas seguintes. Enquanto “Hol die Sterne” traz versos acústicos, a faixa título, na sequência, traz nos riffs iniciais o rock mais convencional, relegando aos vocais a principal atração da canção. Sobre “Hol die Sterne” ainda, não estou a desconsiderar o primeiro álbum da banda, de origem acústica, mas o som que a consagrou foi o folk metal bem variado que foi emergindo nos álbuns posteriores. Assim, não espera essa volta. “Zauberspruch No. VII” é outra lenta que merece menção apenas por ser grandiosa, com belo instrumental.
“Auge um Auge” consegue, diferentemente das anteriores, alternar bem peso e as passagens lentas, criando uma atmosfera sinistra e trazendo efeitos nas vozes, ou seja, sendo mais IN EXTREMO. Na trinca final, “Schau zum Mond” é meio filler, ou seja, apenas preenche o corpo do disco. “Unsichtbar” é crescente, melódica e impressionante com seu refrão contagiante, divido por várias vozes. “Vermiss Dich” tem clima de encerramento do álbum, diferenciando-se apenas por atingir bem esse objetivo.
No fim, não é um álbum ruim, para quem gosta do IN EXTREMO. Pelo contrário, é um disco muito coerente, que não contradiz sua lógica em nenhum instante. Adicionalmente, os elementos mais clássicos do folk dos alemães persistem em “Sterneneisen”, mas não há como discordar que cada vez mais é aberta uma veia mais pop na sonoridade da banda, cuja popularidade tem crescido. Agora, nos próximos álbuns já esperarei por algo como esse “Sterneneisen”, que simboliza a consolidação dessa nova faceta do grupo e traz consigo um novo período de adaptações por parte dos ouvintes da banda. Só espero que não tirem progressivamente o pouco de metal que lhes resta, nem as boas variações que tornam o conjunto acima da média.
Integrantes:
Michael Robert Rhein - vocal, bandolim, chifre
Kay Lutter - baixo, bumbo
Rainer Morgenroth - bateria
Sebastian Lange - guitarra
Marco Ernst-Felix Zorzytzky - gaita de fole, gaita irlandesa, flauta e chifre
Andre Strugalla - gaita de fole, harpa, charamela e sintetizadores
Boris Pfeiffer - gaita de fole, nyckelharpa e flauta

Faixas:
1. Zigeunerskat
2. Gold
3. Viva La Vida
4. Siehst du das Licht
5. Stalker
6. Hol die Sterne
7. Sterneneisen 
8. Zauberspruch No. VII
9. Auge um Auge
10. Schau zum Mond
11. Unsichtbar
12. Vermiss Dich

Gravadora: Island Records

Black Country - Black Country Communion



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Pra começar, a formação da banda:
Glenn Hughes, baixo e vocal - é o "coroa" da banda, o mais experiente. Começou lá atrás, nos anos 70, com seu grupo TRAPEZE, ao lado de Mel Galley (também tocou no WHITESNAKE, gravando "Slide It In" com a banda) e Dave Holland (também tocou no JUDAS PRIEST por um longo tempo, gravando diversos clássicos com a banda). Depois de gravar três discos com o TRAPEZE, Hughes saiu da banda para entrar no DEEP PURPLE, fazendo parte das formações Mk3 e Mk4, e gravando três discos com a banda: "Burn", "Stormbringer" e "Come Taste The Band". Após atravessar um período nebuloso, com problemas relacionados ao consumo excessivo de drogas, Hughes se recuperou e conseguiu se consolidar com uma bela carreira solo. Antes, chegou a gravar um disco com o BLACK SABBATH, "Seventh Star", em 1986.
Joe Bonamassa, guitarra e backing vocals - o "garoto" da banda, com 33 anos. Joe é um prodígio que surgiu no final dos anos 90, e sua bem sucedida carreira solo aposta numa combinação de blues e rock recheados com solos lindos e afiados, repletos de técnica apurada. Destaque para os discos "New Day Yesterday" e "The Ballad Of John Henry".
Derek Sherinian, teclados - Derek talvez seja o menos conhecido dos integrantes deste supergrupo. Mas ele tem um currículo impressionante: já tocou com Alice CooperKISS (no Alive III), Billy Idol e Yngwie Malmsteen. Sua passagem mais marcante talvez tenha sido como membro do DREAM THEATER, de 1994 a 1999. Com o DREAM THEATER, ele gravou dois discos de estúdio, "A Change Of Seasons" e "Falling Into Infinity", além do excelente ao vivo "Once In A Livetime".
Jason Bonham, bateria - OK, todos conhecem Jason. É o filho do semideus John Bonham, baterista doLED ZEPPELIN. Mas o "moleque" já tocou com muita gente fera, já teve banda dele, já fez de tudo um pouco nesse mundo do rock. E ele sempre toca com a turma do ZEPPELIN, quando estes resolvem dar o ar da graça (foi assim no último show, em Londres, 2007). Só pra dar uma panorâmica, Jason já tocou com Jimmy Page, Paul Rodgers, Slash, UFO, participou de um filme (Rock Star, aquele filme que conta a história do vocalista que substitui seu ídolo - a história de Tim Owens ao entrar no JUDAS PRIEST para substituir Rob Halford) e também de um reality show (com Evan Seinfeld, Scott Ian e Sebastian Bach - eles montaram um supergrupo na TV e tinham que criar músicas para este supergrupo).
Segundo o que consta na Wikipedia, a banda surgiu de um encontro entre Glenn Hughes e Joe Bonamassa, em novembro de 2009, num evento chamado "King Of The Blues", patrocinado pela Guitar Center. Eles resolveram trabalhar juntos e chamaram Kevin Shirley para produzir. Kevin já tinha produzido diversos discos da carreira solo de Joe Bonamassa e sugeriu que eles trabalhassem com Jason Bonham. Inicialmente a banda seria um trio, mas Bonamassa não gostou da ideia e então Kevin Shirley sugeriu mais um nome para a banda, o tecladista Derek Sherinian, com quem Kevin já havia trabalhado, quando produziu "Falling Into Infinity", do DREAM THEATER. No começo de 2010, a banda começou a gravar o disco, e levou por volta de quatro meses para terminá-lo (janeiro a abril). O disco foi gravado no Shangri-la Studios, em Malibu, California. É um estúdio clássico, que aparece no filme "The Last Waltz", de Martin Scorsese (filme sobre o último concerto do grupo THE BAND, banda que acompanhava Bob Dylan e depois gravou excelentes discos - destaco o primeiro, "Music From Big Pink"). O último disco do METALLICA, "Death Magnetic", também foi gravado nele.
Em junho de 2010, a banda liberou a lista de faixas do disco; em julho, divulgaram a arte da capa; em agosto, saiu o primeiro single, a segunda faixa do disco, "One Last Soul". Finalmente, o disco foi lançado em setembro de 2010, chegando à posição 21 na parada europeia e à posição 54 na parada americana (fonte: Wikipedia).
O disco tem uma bela pegada, com canções vigorosas e performances excelentes. Era de se esperar também, já que os integrantes tem um currículo invejável. A maioria das composições reside na parceria entre Glenn Hughes e Joe Bonamassa. As letras estão praticamente a cargo de Hughes. Aliás, é muito legal ver que Glenn Hughes se livrou completamente de seu vício e está a pleno vapor, tanto com sua carreira solo, quanto com este belíssimo projeto que ele está tocando. The voice of rock !
Eis minha opinião faixa a faixa sobre o disco:
1 - "Black Country" - a faixa-título abre fantasticamente o disco com um incrível riff de baixo. Com uma levada zeppeliana, o riff acelera o ritmo para repentinamente silenciar e aguardar Glenn Hughes cantar os versos: "I am a messenger, this is my prophecy". Nosso profeta e mensageiro exibe seus vocais e prova que está em excelente forma. Grande abertura!!
2 - "One Last Soul" - esta canção, belíssima, primeiro single do disco, já traz uma composição mais serena da parceria Hughes/Bonamassa. Com uma melodia gostosa e uma bela levada, a canção traz um solo delicioso de Joe, provando seu talento inegável.
3 - "The Great Divide" - a introdução de guitarra já indica que esta é outra bela canção deste disco. Com um pouco mais de peso que a anterior, esta carrega um pouco mais de feeling na levada de guitarra que Joe imprime. Os teclados de Sherinian preenchem muito bem a música e o solo complementa mais uma grande canção deste disco.
4 - "Down Again" - esta música é um grande blues rock, clara contribuição de Bonamassa, que já declarou sua influência no blues rock britânico dos anos 70 (CREAM, FREE, JEFF BECK GROUP). O vocal de Hughes duela com a levada rocky de Joe, num dueto cheio de talento. Mais um ponto positivo deste registro.
5 - "Beggarman" - esta começa com um pequeno improviso de Joe, mas a canção em si é composta por Hughes. Com uma levada mais funky, como Glenn gosta e se declara influenciado, a canção tem seu valor, apesar de estar um pouco abaixo das anteriores.
6 - "Song Of Yesterday" - esta é a "lentinha" do disco, e é uma das que Joe Bonamassa canta. Seu vocal, mais para o blues, cai perfeitamente nesta canção, com começo moderado e até um pouco orquestrado, mas que a seguir engrena para uma pegada rock vigorosa. O solo, suave como a canção exige, é gostoso de escutar e transbordando emoção. Grande candidata a melhor canção do disco!
7 - "No Time" - outra composição de Hughes, mais ou menos na mesma levada de "Beggarman". Talvez a mais fraca do disco...
8 - "Medusa" - esta canção é uma regravação de um clássico do Trapeze, onde Glenn Hughes começou a fazer sucesso. Esta canção, do disco de mesmo nome, é um clássico, e regravações de clássicos são arriscadas. A banda resolveu apenas atualizá-la, sem grandes mudanças, então os fãs mais antigos podem se tranquilizar que não escutarão nada estranho aqui, apenas a versão clássica com um som atualizado. Joe Bonamassa gravou esta música utilizando a mesma guitarra que Mel Galley utilizou na gravação original, uma Black Les Paul '68.
9 - "The Revolution In Me" - outra com vocal de Bonamassa. Uma levada rock tradicional, nada demais. Mas aí a canção cresce bastante com um belo solo...
10 - "Stand (At The Burning Tree)" - outra levada rock de qualidade, com o vocal caprichado de Hughes se destacando numa excelente base de guitarra de Joe. Derek Sherinian também contribui muito aqui, com seu Hammond B3, dando um clima vintage a esta canção. Outro ponto alto do disco!
11 - "Sista Jane" - um começo mostrando a levada principal da canção, então começa uma levada diferente, onde o vocal de Joe duela e contrasta com o de Hughes. E a levada principal retorna, junto com o refrão forte e com gancho. Mais uma música de qualidade, a esta altura o disco já disse ao que veio e provou ser um grande registro desta nova superbanda.
12 - "Too Late For The Sun" - a última canção deste disco é uma composição de Hughes que todos os outros integrantes da banda contribuíram, gerando uma canção-jam, a mais longa do disco, com mais de 11 minutos. É o encerramento com uma espécie de showcase do talento dos membros, talento mais do que comprovado durante as outras 11 faixas, mas reforçado nesta 12ª e mais longa das faixas.
A versão que eu comprei ainda veio com um DVD trazendo algumas filmagens da banda. O DVD começa com uma espécie de making of da gravação do disco, seguindo para um vídeo com cenas da banda em estúdio para a canção "The Great Divide". Depois temos algumas entrevistas com os membros da banda e duas canções ao vivo: "One Last Soul" e "Mistreated". O DVD finaliza com uma entrevista com Kevin Shirley falando sobre o início da banda, o processo de gravação e coisa e tal. Tudo isso totalizando 40 minutos de filmagens.
A banda parece estar animada, pois tem diversos shows marcados para o meio do ano, e está atualmente gravando seu segundo disco, com o mesmo produtor. Glenn Hughes anunciou que este segundo disco deverá ser lançado no meio do ano, provavelmente em junho, para coincidir com as datas da turnê já marcada.
Vamos torcer que a banda apareça aqui pelo Brasil !!
Links importantes:
Site do Black Country Communion
Site de Glenn Hughes
Site de Joe Bonamassa
Site de Derek Sherinian
Site de Jason Bonham
Site do Sangri-la Studios
Site do blog Ripando a História do Rock, com esta e outras matérias:

Crest - Axel Rudi Pell

Embora possua um currículo de muita consistência, o guitarrista alemão AXEL RUDI PELL nunca conquistou o verdadeiro prestígio da crítica e do público. Em seu mais recente disco, intitulado “The Crest”, os motivos desse ostracismo se mostram mais do que evidentes. Por mais que busque uma aproximação diferenciada com o hard rock, a empreitada do compositor germânico continua apontando para o que o metal melódico possui de mais cansativo e repetitivo. A consequência é que as músicas rasas se sobrepõem às poucas faixas que conseguem se destacar no álbum.



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Na metade da década de oitenta, AXEL RUDI PELL conquistou certa notoriedade como músico do STEELER, grupo que o guitarrista abandonou quatro anos depois para iniciar a sua carreira independente. O alemão, considerado por muitos como um dos melhores guitarristas da sua geração (e consequentemente do seu país), chega ao décimo quarto disco de uma carreira extremamente produtiva. Porém, essa não é uma empreitada dedicada à música instrumental, mais ou menos como o sueco YNGWIE MALMSTEEN conquistou o seu prestígio ao redor do mundo. Pelo contrário. O artista germânico é acompanhado aqui por uma banda coesa e muito técnica – John Gioeli (vocal, HARDLINE), Volker Krawczak (baixo), Ferdy Doernberg (teclado) e o conhecidíssimo Mike Terrana (bateria, TARJA e ex-RAGE). Entretanto, a excelência técnica dos envolvidos não se reverte obrigatoriamente em um ótimo álbum.
Não há dúvidas de que “The Crest” comete poucos pecados. No entanto, o repertório construído (e produzido) por AXEL RUDI PELL está muito distante de ser o mais indicado, sobretudo para um quarteto de exposição internacional e que investe as suas fichas no que o metal apresenta de mais tradicional e de mais melódico. Em quase uma hora de música, são poucas (ou pouquíssimas) as faixas que verdadeiramente se destacam na obra. De um lado, a impressão que “The Crest” deixa é de que o guitarrista alemão poderia buscar uma sequência de composições mais inspiradoras dentro do gênero. De outro, a ausência de impacto sonora é nítida e compromete qualquer ambição mais comercial de AXEL RUDI PELL. O álbum deve agradar somente os fãs mais insistentes – e pouco críticos – do metal melódico tipicamente germânico.
A faixa de abertura – intitulada “Too Late” – é precedida pela curta e introdutória “Prelude of Doom”. De certo modo, essa composição pode ser apontada como um dos destaques do disco, praticamente por unir as principais virtudes de “The Crest” de uma vez só. Os arranjos de guitarra são diferenciados e podem ser mencionados como uma qualidade à parte (e presente no restante do álbum). As bases de teclado se contrapõem à crueza da voz de Gioeli. Por mais que se encontre com facilidade os pontos positivos da banda, as músicas carecem de arranjos mais inspirados e variações rítmicas. Na sequência, “Devil Zone” e, principalmente “Prisoner of Love”, mostram grandes ideias, mas que precisariam ser mais bem lapidadas para um resultado verdadeiramente satisfatório. As faixas de “The Crest” são monótonas e certamente não resistirão ao tempo.
Embora mostre diversas características interessantes quando une o metal melódico às influências do hard rock – “Prisoner of Love” pode ser justamente apontada a melhor faixa do álbum por isso – o repertório de “The Crest” perde o pouco do seu brilho quando exagera em sonoridades extremamente básicas para o gênero. De um lado, “Dreaming Dead” é demasiadamente reta e não deve impressionar ninguém. De outro, a balada “Glory Night” não comete nenhum deslize, mas está longe de empolgar – até mesmo os menos exigentes. Por outro lado, “Dark Waves of the Sea (Oceans Pt. II The Dark Side)” – com exatos oito minutos – é a primeira faixa a mais densa e complexa do álbum. No entanto, ela se destaca somente (e obviamente) pelos ótimos solos assinados por AXEL RUDI PELL.
Não há dúvidas de que “The Crest” carece de músicas capazes de resumir a obra de AXEL RUDI PELL em faixas de impacto mais imediato. Em razão disso, a sequência final do disco passa em branco sem chamar a atenção de ninguém. De um lado, “Burning Rain” é reta demais e evidencia novamente a ausência de criatividade. A instrumental (e clássica) “Noblesse Oblige (Opus #5 Adagio Contabile)” pode até cair no gosto de quem estuda guitarra. De outro (e por fim), “The End of Our Time” conta com uma intensidade acima da média, sobretudo nas melodias entoadas por John Gioeli. O resultado – mais uma vez – não foge do senso comum que cerca “The Crest” do seu início ao seu fim.
O resultado de “The Crest” pode ser interpretado por dois caminhos. O primeiro aponta para um disco coeso e bem executado. O segundo evidencia a ausência de criatividade e de ousadia, duas características extremamente importantes para as bandas que ainda insistem no metal melódico – gênero que já se encontra esgotado por fórmulas repetidas imensamente. A dicotomia avaliativa do mais recente álbum de AXEL RUDI PELL deve dividir inclusive opiniões e mostrar o porquê da sua carreira ainda não possuir uma abrangência mundial. Não é só com músicos competentes que se constroi um excelente álbum.
Track-list:
01. Prelude of Doom (Intro)
02. Too Late
03. Devil Zone
04. Prisoner of Love
05. Dreaming Dead
06. Glory Night
07. Dark Waves of the Sea (Oceans Pt. II The Dark Side)
08. Burning Rain
09. Noblesse Oblige (Opus #5 Adagio Contabile)
10. The End of Our Time

Metal Blast from the Past - Accept



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É impossível dar uma nota menor para este DVD. Afinal, quem teve a mágica idéia de reunir em apenas um pacote o show “Staying A Life” de 1985, junto com todos os clipes lançados pela banda, além de alguns extras merece um prêmio. Afinal, até o próprio UDO admitiu que não possuía tudo o que temos disponiblizado aqui. Logo, quem é  do Accept não tem o que reclamar, pois tem em mãos mais de duas horas de material para se deliciar. Mas como diria Jack, o estripador, vamos por partes!
“Staying A Life” é nada mais que o show na íntegra, que já havia sido lançado anteriormente em CD e VHS. Em 1985, no Japão, o Accept  se apresentava na sua melhor forma. Clássicos como “Metal Heart”, “Breaker”, “Up to The Limit”, “Restless and Wild”, “Fast as a Shark” e “Balls to the Walls” são executados com a competência costumeira. UDO canta com sua voz única e esganiçada, apoiado pela guitarra de Wolf Hoffmann e o baixo de Peter Bates. Já a bateria ficava ainda a cargo de Stefan Kaufmann. Um grande show, com comentários entre as músicas (a parte mais desagradável, mas ainda assim interessante, com depoimentos dos músicos) tem uma boa qualidade de áudio e vídeo, apesar de ser bem antigo. Um senhor presente. A banda ainda apresentaria 3 múiscas da turnê do cd “Objection Overruled”, gravados na Bulgárioa em 1983, “Starlight”, “Slaves to the Metal” e a faixa título.
Já os video clipes abrangem toda a carreira da banda, desde “I’m A Rebel”, o clássico “Balls to the Walls”, “Midnight Mover”, o mais comercial “Generation Clash” (com David Recce no lugar de UDO), “Slaves to the Metal”, “Protectors of Terror” e o mais recente “Death Row” (uma das músicas mais pesadas da banda). Ainda temos um “Behind the Scenes” interessantíssimo, com cenas de bastidores e ensaios e os já tradicionais Discografia, Biografia, e Galeria de Fotos.
Um senhor DVD. Completo e bem feito. Para quem curtiu os shows de UDO e sua banda solo no início do ano, nada melhor do que ter em mãos este senhor material de um dos grandes nomes do metal. Obrigatório!
Material Cedido Por:
Hellion Records
São Paulo (SP)

Hybris - Agorhy



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Como já foi dito anteriormente a respeito do Agorhy, eles são mesmo o que falta aparecer no Brasil a respeito de heavy metal. O estilo escolhido, auto-intitulado brutal grindcore é extremamente nervoso, técnico e cheio de passagens rudes.
Sim, é podreira pura! A demo do grupo, Hybris, mostra 4 ótimas composições, e destacam-se também por não basearem-se em temas religiosos, mas sim apenas expressam sentimentos através da música em estado bruto. A banda está na ativa desde 1997, como maiores influências estão bandas como Napalm Death, ExtremeNoise Terror, R.D.P entre outras. Em todas faixas estão as boas quebradas de bateria, bons riffs de guitarra e um vocal mais do que gutural. Destacamos as músicas Hybris, Law (I don't See), e a melhor de todas e ainda cantada em português Disgracera. Você ainda ouvirá o nome Agorhy por muito tempo, caso as qualidades do grupo sejam mantidas. Ah, a capa da demo possui uma ótima qualidade!
Contatos: Rua Major Rêgo, 218, Olaria. Rio de Janeiro - RJ. Cep: 21073-440. E-mail: revolta@unisys.com.br