28 de janeiro de 2011

Nordkraft






Este filme é sobre três pessoas diferentes, cada uma com sua história, mas com uma coisa em comum: as raízes no mundo das drogas da cidade dinamarquesa de Aalborg. O namorado de Maria é um pequeno traficante de drogas local, e ela alguém que apenas procura por amor no meio de um mundo de viciados. Lentamente vai reconhecendo que seu sonho tornou-se uma ilusão. Allan retornou a Aalborg depois de uma viagem fracassada pelo Pacífico e está desesperadamente tentando ficar limpo de drogas. Mas o passado o alcança, mesmo contra sua vontade.
A última pessoa que seguimos é Steso. Steso, ou Thomas como realmente se chama, é um drogado em tempo integral, que tem uma pele de porco que fica usando como cobaia para aprender a tattuar, com dois únicos propósitos de vida: a paixão por sua namorada problemática e se drogar, este filme se baseia em Trainspotting e Requiem for a Dream e a trilha sonora do filme é puro Rock ´n´ Roll.

Direção: Ole Christian Madsen
Ano:2005
Duração: 120 Minutos

Metal Up Your Ass - Os primórdios do Metallica (Parte I)

Automaticamente quando pensamos no nome Metallica, duas associações vêm direto à cabeça: a primeira é a fortuna acumulada pela banda nos seus mais de 20 anos de história e os diversos paradigmas quebrados por alguém que investe em um som pesado (se a banda ainda pratica esse som é uma outra história mas efetivamente, até pelo menos 1994, praticava).


A segunda associação, aproveitando o gancho, é justamente toda a mudança que caracterizou oMetallica nos últimos anos (ou na última década), seu flerte excessivo com a MTV, sua mudança sonora, a atitude, os problemas e brigas internas.
Escrever sobre o Metallica é uma grande paixão mas também uma baita responsabilidade. Em primeiro lugar porque eles são os caras que me levaram ao Heavy Metal há cerca de 15 anos e seguem imbatíveis como a melhor banda de Metal de todos os tempos, na minha opinião. Não gostar da banda pelo que eles fazem atualmente é uma atitude compreensível mas deixar de respeitá-los é uma tolice afinal, o “Kill´Em All”, “Ride The Lightning”, “Master of Puppets”, “...And Justice for All” e o “Black Álbum” (para não contar o “Load” que também considero um grande trabalho) são, no mínimo, álbuns revolucionários e fundamentais em seus contextos.
Para fugir do lugar comum, o objetivo desta matéria é deixar um pouco de lado a polêmica carreira da banda após a consolidação do sucesso, afinal essa parte da história todo mundo sabe e explorar os primórdios do Metallica, suas raízes e a rápida ascensão ao trono da Bay Area de San Francisco até o lançamento do “Kill´Em All” em 1983. Pessoas que começaram com covers da NWOBHM e abriram as portas para o movimento de uma das mais importantes vertentes do Heavy Metal nos anos 80: o Thrash Metal.
A história do Metallica, ao contrário do que muitos pensam, não começou na costa Oeste dos Estados Unidos e sim do outro lado do oceano atlântico, na capital da Dinamarca, Copenhague, onde nasceu o baterista Lars Ulrich em 26 de Dezembro de 1963, filho do razoavelmente bem sucedido tenista Torben Ulrich.
Torben ganhou alguns títulos de menor expressão no circuito e classificou-se em 1976, aos 48 anos, como o melhor tenista na categoria “sênior”. Apesar da vida de esportista, o patriarca dos Ulrich sempre apreciou a boa música e manteve ligações estreitas com o Jazz e o Rock, tanto que ainda nos anos 50 foi proprietário de uma casa de Jazz em Copenhague onde também tocava com sua própria banda.
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O pequeno Lars conviveu diretamente com os dois lados do pai: ainda criança se mostrava muito promissor com as raquetes e ganhou alguns torneios infantis, oscilando entre os números 10 e 15 do ranking infanto-juvenil dinamarquês. Mas a sua vida mudaria totalmente em fevereiro de 1973, quando Torben hospedava alguns amigos hippies em sua casa e eles resolveram assistir a uma apresentação do Deep Purple em Copenhague. Um dos amigos desistiu em cima da hora e o nosso Lars, então com 9 anos de idade, pegou o ingresso que mudaria a sua vida.
Logicamente, uma criança de 9 anos não entende muito bem o que se passa em cima do palco de um show de Rock mas Lars hipnotizou-se pelo modo como o guitarrista Ritchie Blackmore jogava sua guitarra para o alto e fazia seus solos.
Nos dias seguintes à apresentação, Lars começou sua coleção pessoal de discos com o Fireball do Deep Purple e em pouco tempo se tornou um daqueles fanáticos colecionadores de itens do Black SabbathThin Lizzy e qualquer banda que soubesse unir os primórdios do Heavy Metal com a veia Blues. Sempre que podia, Lars acompanhava o pai nas viagens do circuito de tênis e, desta forma, também comprava discos raros e aumentava a coleção com exemplares de toda Europa.
Apesar de toda a paixão crescente pelo Rock, a primeira tentativa com instrumentos musicais só aconteceu em 1976 quando o jovem Ulrich ganhou um kit de bateria de presente dos seus avós. No começo ele gostou de seu novo “brinquedo”, mas com o passar dos meses Lars empenhou-se (por vontade – ou imposição - dos pais) a seguir carreira como jogador de tênis profissional.
Como a Dinamarca não oferecia muitas oportunidades de crescimento ao filho, Torben mandou Lars para treinar nos EUA em 1979, primeiro para uma renomada academia de tênis na Flórida.
Lars se dedicava ao esporte com duros treinamentos diários de 8 horas, mas também não esqueceu da velha paixão em colecionar discos de Rock e aproveitou sua viagem aos EUA para adquirir alguns lançamentos especiais que só saíram na terra do Tio Sam.
Ao regressar à Dinamarca para as férias, ainda em 1979, Lars conheceu um cara chamado Ken Anthony, proprietário de uma loja de discos em Copenhague e uma das grandes cabeças da cena Heavy Metal dinamarquesa. Ken apresentou o álbum Survivors do Samson (antiga banda de Bruce Dickinson) para Lars e despertou seu fanatismo para a New Wave of British Heavy Metal, a famosa revolução que apenas começava no final dos anos 70. A partir de então, o futuro baterista se tornou um ávido colecionador de itens desta fase tão importante do Heavy Metal e até hoje é um de seus grandes entusiastas.
Alguns meses depois, em Março de 1980, Lars voltou novamente aos EUA para disputar um torneio de tênis na Flórida e, durante uma folga, entrou em uma loja de discos atrás do último lançamento de uma banda chamada Triumph. Foi quando ele reparou em um disco muito interessante, com uma espécie de caveira em sua capa e quando olhou o verso, segundo suas próprias palavras: “a ilustração do Eddie poderia ser de qualquer uma das 100 bandas que surgiam a cada instante mas as fotos dos shows ao vivo na parte de trás da capa realmente me impressionaram”. Logicamente, o disco em questão era o primeiro do Iron Maiden. Ele comprou o álbum mas não pôde ouvi-lo até sua volta a Dinamarca em Abril pois não tinha vitrola no seu alojamento nos EUA.
Assim que voltou à Dinamarca, Ken Anthony trouxe mais uma jóia ao conhecimento de Ulrich, o álbum Wheels of Steel do Saxon.
Em setembro de 1980, a família Ulrich esperançosa da brilhante carreira no tênis (!) para o filho Lars, resolveu se mudar permanentemente para os EUA e compraram uma bela casa no sul de Los Angeles.
Mesmo longe da explosão da cena Heavy Metal, Lars continuou em contato por carta com seus velhos amigos europeus para saber das últimas novidades e guardava com ele uma espécie de agenda onde anotava o nome de todas as bandas que surgiam e os seus registros, mesmo que fossem apenas fitas demo, piratas de shows ou coletâneas com uma única música. Nessa lista estavam nomes como Angel Witch, Blitzkrieg, Jaguar, Holocaust, Raven, Witchfinder General, Sweet Savage, Savage, Praying Mantis e o Diamond Head, esta última provavelmente a sua banda preferida em toda a história e uma das grandes influências do Metallica.
Lars era tão viciado na banda que começou a trocar correspondências (lembre-se que não tínhamos Internet para facilitar a vida) com a mãe do vocalista Sean Harris, Linda Harris, também co-empresária da banda, a respeito das últimas novidades. Para completar, quando Lars soube que o Diamond Head faria uma turnê européia no verão de 1981, não teve dúvidas: graças à boa saúde financeira de Torben, pegou um avião para assistir todas as apresentações da banda em solo inglês. Ainda não satisfeito, após assistir ao primeiro show, Lars conseguiu acesso aos backstages com Linda e impressionou a todos com informações que nem os próprios integrantes do Diamond Head sabiam (graças, novamente à dona Linda). O resultado é que o futuro baterista passou uma semana na casa do vocalista Sean Harris e mais uma semana na casa do guitarrista Brian Tatler. Aliás, os dois foram juntos assistir ao famoso festival Heavy Metal Holocaust encabeçado pelo Motörhead.
Essa convivência foi muito importante na vida do futuro criador do Metallica, afinal Lars, pela primeira vez, tinha noção de como funcionava uma banda, as discussões internas e o trabalho de composição das músicas. Brian ainda se lembra como era o jovem Ulrich: “uma coisa que me impressionava era a forma como ele gastava dinheiro em discos. Eram centenas de Libras, mesmo sendo apenas uma criança, ele ia a lojas de discos e comprava pilhas e pilhas de coisas da NWOBHM (...). O mais engraçado é que ele nunca mencionou montar uma banda e não estou muito certo se ele era capaz de tocar bateria até então.” Após semanas convivendo com seus ídolos, Lars visitou sua cidade natal onde ainda teve tempo para conhecer alguns jovens na cena, o Mercyful Fate, e voltou para os EUA com a idéia fixa de montar sua própria banda.
A história de James Alan Hetfield é bem diferente do sonho vivido por Lars Ulrich. Nascido em 3 de Agosto de 1963 em Norwalk, Los Angeles, James cresceu em uma família tradicional da classe média norte-americana, a não ser pelo fato de que seus pais se divorciaram muito cedo.
Seu pai era um caminhoneiro e sua mãe, uma tradicional dona de casa que na juventude se destacou como cantora lírica. Ambos eram evangélicos rigorosos, daqueles que nunca faltam a uma missa e isso irritava o jovem James que começava a se questionar sobre a veracidade de seus valores, principalmente através de um fato por acontecer alguns anos depois.
Assim como Lars, James também era um fã de Deep Purple, e fora muito influenciado neste começo pelo seu irmão 10 anos mais velho, David, baterista em uma banda cover de Hendrix - The Bitter End - no começo dos anos 70. David usava a garagem da casa da mãe para ensaiar com a banda e quando ninguém olhava, lá ia o pequeno James brincar com os teclados.
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Pela influência da mãe, esperançosa em ver o filho se transformar em um pianista clássico, James teve dois anos de aulas de piano durante o ginásio até que ela desistisse de seu sonho e comprasse para o filho uma guitarra elétrica de 15 dólares, afinal segundo as próprias palavras do futuro guitarrista e vocalista: “eu queria fazer barulho, não estudar teoria”.
A desilusão na igreja e a aproximação com o Heavy Metal, em especial o Black Sabbath e suas letras, causaram grandes problemas na adolescência de James, particularmente com o seu pai: um tradicionalista não se conforma em ver o filho desviar do caminho da fé religiosa. Mas o pior aconteceu quando a mãe de James adoeceu de câncer algum tempo depois. Confiando na fé e nas orações como a única salvação, a família renegou todos os tipos de tratamentos médicos e o resultado foi o mais devastador possível: James perdeu sua mãe, por pura negligência familiar, aos 15 anos de idade.
O choque da perda foi enorme, especialmente pelos problemas já enfrentados com seu pai sobre a tal fé religiosa. James se isolou de seus familiares e amigos por bastante tempo e a relação com o pai nunca mais se normalizou. Os bons entendedores encontram referências ao acontecimento em diversas letras doMetallica nas décadas seguintes, especialmente “The God that Failed” e “Until it Sleeps”, músicas explícitas sobre o assunto. O trágico episódio também gerou um apelido para James na escola por sua atitude isolada: a criança mais raivosa do mundo.
Assim que pôde, James saiu de casa e passou a se dedicar integralmente a música ainda nos anos 70. O primeiro show que ele assistiu foi no famoso Long Beach Arena em 1978 para ver o Aerosmith e o AC/DCcom o seu irmão. Na mesma época, James montou uma primeira banda chamada Leather Charm com alguns colegas do colégio, depois mudaram o nome para Obsession e tocavam nos colégios da cidade, sem grandes repercussões.
No Obsession, James escreveu as suas primeiras letras mas a pequena platéia que assistia às apresentações sempre preferia os covers, o que irritava bastante o jovem Hetfield, louco para alçar vôos mais altos. Os demais integrantes (os irmãos Veloz na bateria e no baixo e Jim Arnold na guitarra) preferiam se manter como uma banda de covers, afinal era o que agradava os fãs. Uma curiosidade do Obsession era o seu roadie principal: nada mais e nada menos que Ron McGovney, o futuro primeiro baixista do Metallica.
Após mudar de bairro e escola, James fundou sua terceira banda com os novos colegas, o Phantom Lord, com Hugh Tanner (escolhido por ser o único moleque da redondeza a ter uma guitarra Flying V), Jim Mulligan na bateria e, mais tarde, Ron no baixo. Muitos dos riffs das primeiras músicas do Metallicanasceram nesta fase do Phantom Lord. A banda, inclusive, foi a primeira onde James cantou e tocou guitarra ao mesmo tempo.
Com o passar dos meses, o Phantom Lord mudou de nome e voltou a se chamar Leather Charm com James deixando a guitarra de lado para se concentrar apenas nos vocais. Entre as músicas tocadas pela banda, a preferida era o cover de “Remember Tomorrow” do primeiro disco do Iron Maiden.
O Leather Charm ainda registrou uma demo antes de terminar no começo de 1980, mas essa gravação é daqueles itens quase impossíveis de achar e vale alguns milhares de dólares.
Em 1980, finalmente os caminhos de James e Lars se cruzaram quando o futuro baterista, antes de sua viagem para a turnê do Diamond Head, colocou um anúncio em um jornal chamado Recycler, em busca de headbangers para formar uma banda séria, que valorizasse o Heavy Metal e seguisse carreira no gênero. Sem vacilar, James Hetfield e seu amigo Hugh Tanner responderam ao anúncio e marcaram uma primeira jam na casa de Lars. James estava tão empolgado com a possibilidade de uma carreira que cogitou a hipótese de retomar o trabalho do Leather Charm com Lars na bateria dependendo do andamento do encontro.
Infelizmente, este primeiro contato foi um verdadeiro fiasco já que Lars, como baterista, ainda era um belo tenista. Totalmente desiludido, James aconselhou o falante Ulrich a abandonar as baquetas para o seu próprio bem, virou as costas e foi embora. Os dois só se encontrariam novamente quase um ano depois.


Fotos: Página Oficial do Metallica – http://www.metallica.com
Referências Bibliográficas:
BNR – Metal Pages. http://www.bnrmetal.com
Encyclopedia Metallica. http://www.encycmet.com
Metallica Official. http://www.metallica.com
PUTTERFORD, MARK. Metallica In Their Own Words. UK: Omnibus Press, 2000
RUSSELL, XAVIER. The Definitive Metallica. UK: Omnibus Press, 1992
McIVER, JOEL. Justice for All: The Truth About Metallica. USA: Omnibus Press, 2004

A História do Burzum: Parte VIII - Por Caminhos Pedregosos

Há muitos caminhos pelos quais podemos conduzir nossa vida, mas a grande maioria escolhe seguir o rebanho pela estrada ampla e bem pavimentada que somente leva à mediocridade espiritual e à estagnação. Ao final da jornada, eles não deixaram traços de sua existência e simplesmente passam para o esquecimento. Como gado, eles seguem o indivíduo na frente deles, sem pensar muito no que estão fazendo, e caminham diretamente para o nada. Eles escolhem esse caminho porque é o que oferece a menor resistência e a vida mais confortável.


Porém, há outros caminhos que o homem pode percorrer em sua vida. Naturalmente, os caminhos de nossos antepassados estão pedregosos e cobertos por vegetação hoje em dia. Ninguém percorreu esses caminhos por muito tempo e a natureza selvagem retomou a maioria deles. Precisamos procurar com cuidado até para descobrir se existem realmente. Entretanto, esses caminhos não são fáceis. Aqueles que seguem pelos caminhos pedregosos irão, em sua jornada, tropeçar em pedras cobertas de musgo, raízes em florestas negras e, freqüentemente, escorregarão e cairão na lama, ficarão presos nos brejos e terão que atravessar perigosas correntes a nado. Fora um ou outro andarilho que poderão encontrar pelas florestas, esses também são caminhos bastante solitários. Você provavelmente andará sozinho.
Quando os caminhos pedregosos cruzam a estrada pavimentada do rebanho, o viajante solitário – fedido, sujo e vestido de trapos – encontrará uma chuva de linguagem abusiva, zombaria, desprezo, medo e até ódio. O gado está acostumado a seguir obedientemente o indivíduo na frente deles sem ser perturbado. Um indivíduo que viaje por outra direção, ou que cruze a estrada, sempre causará confusão e incerteza entre a multidão de massa cinzenta limitada.
O rebanho não encontra mistérios, segredos, iluminação espiritual ou culturas antigas na estrada pavimentada. As runas e as peças de ouro dos deuses somente podem ser encontradas na grama verde ou sob o musgo dos caminhos pedregosos e cobertos de vegetação. A iluminação somente será alcançada pelo indivíduo que parar de seguir os passos da pessoa na sua frente e olhar para o céu, em busca de mudança. A cultura antiga somente será aprendida por aqueles que andarem por onde os ancestrais já andaram e agirem como nossos antepassados agiram.
Não é fácil encontrar saídas que levem aos caminhos pedregosos fora da estrada pavimentada. A maior parte das pessoas passa rapidamente por eles sem nem perceber que estão lá. Você precisa procurar por eles, muitas vezes nos lugares mais improváveis, e mesmo assim poderá não encontrá-los. Outros têm mais sorte, pois seguiram as informações de outros. Destino é, talvez, tudo o que importa e aqueles que são predestinados a encontrar os caminhos pedregosos conseguirão, um dia, encontrá-los. Quer eles gostem ou não.
Eu estou andando num desses caminhos pedregosos e talvez seja por isso que às vezes é difícil as pessoas entenderem o que estou dizendo, fazendo ou pensando e talvez seja por isso também que muitos reagem com repugnância ou medo, não importa o que eu faça ou diga. Mas e daí? Eu sei o que é essencial na vida e só me importo realmente com os “heróis e heroínas espirituais”, os Einherjers [N.: Guerreiros mortos recolhidos pelas Valquírias para irem ao palácio de Valhala, onde viverão em banquetes e fartura até o derradeiro dia do Ragnarok] e as Valquírias, que ocasionalmente encontro nas florestas e que encontraram sua própria saída da estrada pavimentada. Eu só me importo realmente com indivíduos fortes que estão procurando as runas e o ouro dos deuses na relva verde. Eu realmente só respeito os outros que gostam de mim e andam por caminhos pedregosos. As massas medíocres não importam nem um pouco. Valhalla não é para as ovelhas.
Varg "Loki" Vikernes (December 2004)
Varg "Loki" [N.: Figura complexa da mitologia nórdica, era um dos filhos de Odin e pode ser considerado, entre outras coisas, como um símbolo da maldade] Vikernes (Dezembro de 2004)
Aurum nostrum non est aurum vulgi!
(O nosso ouro não é como o ouro do homem comum)

Landscape Revolution - Aclla

Lá pelo ano de 2007 o vocalista paulistano Tato Deluca tinha um projeto que não possuía músicos e nem sequer um nome. Porém, a necessidade de expressão era forte e, focado, o embrião começou a tomar forma e atualmente o então batizado Aclla tem sua formação estabilizada, inclusive com alguns músicos já conhecidos na cena musical do Brasil. E o disco é mais um dos interessantíssimos registros que o generoso ano de 2010 proporcionou ao público: "Landscape Revolution" chama a atenção de imediato!


Nota: 9 
O texto representa a opinião do autor e não necessariamente a opinião do Whiplash! ou de seus editores.
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Ainda que haja muitas bandas que se prontifiquem a executar o bom e velho Heavy Metal, boa parte da nova geração compreensivelmente o acha antiquado e simplesmente não dá a devida atenção que ele poderia merecer. Mas o novato Aclla conseguiu dar uma revigorada considerável no estilo e, importante, sem o detrimento de suas características básicas nesta sua estreia. As referências às bandas europeias e oitentistas estão todas lá, porém soube-se como mesclar e torcer as influências com tanta propriedade, e sabiamente inserindo alguns elementos que possibilitasse que tudo soasse bem atualizado e longe de soar como uma cópia.

Impossível não tecer elogios ao produtor Ricardo Nagata (Eterna, Eyes Of Shiva), que, desde a escolha dos timbres ao áudio, tão encorpado e meio áspero, o tornou uma peça-chave para o resultado final de "Landscape Revolution". Esbanjando positivismo, muitos refrões bacanas, com cada músico tendo espaço de sobra para exibir um pouco de seu instrumento, o repertório é pesadíssimo e empolgante, onde a trinca inicial representada por "The Totem", "The Hidden Dawn" e "Under Twilight Skies" podem vir a ser considerados os melhores momentos.
E "Landscape Revolution" também prima pela substância de sua temática. A principal bandeira levantada pelo Aclla é considerada como um dos maiores desafios deste século: a responsabilidade para com o meio-ambiente. O tema te parece batido? Oras, considerando todo o satanismo barato e gnomos e dragões e fadinhas, uma preocupação real para com esta esfera azul nunca será demais, principalmente em um país que tem problemas básicos, onde muitos acham natural jogar uma lata de cerveja vazia para fora do carro, lá no asfalto.
E o próprio projeto gráfico de "Landscape Revolution" possui a devida abordagem ecológica. Ecopak é o termo... Todo confeccionado com material reciclado - então nada daqueles plásticos convencionais! - em um pacote belíssimo, elegante e distinto, coisa para colecionador mesmo. Um debut que merece todos os elogios e que está sendo distribuído pela Voice Music. Corra atrás do seu, pois esta versão toda invocada parece ser limitada...!
Formação:
Tato Deluca - voz
Bruno Ladislau - baixo
Denison Fernandes - guitarras
Chrystian Dozza - guitarras
Eloy Casagrande - bateria

Aclla - Landscape Revolution
(2010 / independente – nacional)

01. The Totem
02. The Hidden Dawn
03. Under Twilight Skies
04. Ride
05. Living For A Dream
06. Aclla
07. Overcoming
08. Landscape Revolution
09. Flight Of The 7th Moon
10. Trace
11. Beyond The Infinite Ocean
12. Sun n´ Moon

Road to the Octagon - Impaled Nazarene

No Metal, há duas vertentes distintas de pensamento em relação a fazer música: uma em que as bandas erguem a bandeira da constante evolução, na tentativa de expansão de sua sonoridade, e algumas vezes (nem sempre de forma nobre e digna de louvor) em busca de novos mercados musicais. Já a segunda é feita por outras que não abrem mão de sua sonoridade característica, gerando uma relação de fidelidade entre elas e seus fãs. Esta vertente não é nova, e nem há poucas bandas adeptas desta forma de pensamento.


Nota: 10 
O texto representa a opinião do autor e não necessariamente a opinião do Whiplash! ou de seus editores.
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E o IMPALED NAZARENE é uma destas muitas fieis demais a seu estilo, tanto que uma simples ouvida já é mais que suficiente para saber quem está tocando, pois sua mistura de Grindcore com Black Metal é muito conhecida, pouco imitada, e inigualável, e nos brinda com seu 12º CD, ‘Road to Octagon’.

Após três anos sem lançar CD novo desde ‘Manifest’, de 2007, devido ao impasse de mudança de gravadora (que acabou não acontecendo, pois eles preferiram ficar na Osmose Productions), a gangue capitaneada pelo mais que insano Mika Luttinen nos vocais, e tendo por companheiros Tomi UG Ullgren nas guitarras (que já andou pelo também ótimo THY SERPENT), Mikael ‘Arkki’ Arnkil no baixo, e pelo também veterano Reima ‘Repe Misanthrope’ Kellokoski na batera, eles voltam desfilando agressividade e peso com certa melodia (especialmente nos solos de guitarra), e soltando muitas blasfêmias com doses homeopáticas de ironia em suas letras.
A arte do CD é muito bem cuidada e estruturada, ponto comum para quem acompanha a banda há tempos; a produção sonora é translúcida, com cada instrumento tendo seu espaço bem definido (especialmente o baixo agudo, herança do Hardcore e característica marcante deles), permitindo que cada mudança e nuance musical seja bem compreendida pelos ouvidos dos fãs.
Musicalmente, a banda deu uma guinada na direção do que já havia feito no ‘All that You Fear’ e ‘Pro Patria Finlandia’, mas sem soar repetitivo ou mais do mesmo, já que para a banda, a questão é de fidelidade às raízes é algo que não se discute.
Os fãs irão delirar em músicas como ‘Enlightenment Process’, que tem algumas influências mais modernas, mas é uma pancada bem dada; ‘The Day of Reckoning’, uma típica música mais Hardcore da banda; ‘Corpse’, com algumas levadas mais Thrash; ‘Reflect on This’, onde o pau come solto; ‘Cult of the Goat’, que começa meio lenta e cadenciada, mas depois vira mais uma porrada seca (só que um dia, ainda pergunto ao Mika que tara é essa que ele tem em falar em bodes, já que todo CD da banda tem uma música que fala no assunto); ‘Gag Reflex’, a curta ‘The Plan’, ‘Silent and Violent Type’ e ‘Rhetorical Infernal’. Quem odeia, vai continuar soltando cobras e lagartos sobre a banda. Mas para os que gostam da banda, podem ir tranqüilos, pois com o IMPALED NAZARENE, fidelidade é questão de honra.
Tracklist:
1. Enlightenment Process
2. The Day of Reckoning
3. Corpses
4. Under Attack
5. Tentacles of the Octagon
6. Reflect on this
7. Convulsing Uncontrollably
8. Cult of the Goat
9. Gag Reflex
10. The Plan
11. Silent and Violent Type
12. Execute Tapeworm Extermination
13. Rhetoric Infernal

Contatos:

Quantos Possunt ad Satanitatem Trahunt - Gorgoroth

Em meio a uma série de disputas jurídicas que envolveram o nome da banda e os ex-integrantes Gaahl e King ov Hell, o futuro do GORGOROTH parecia incerto. A banda, que é um dos nomes mais polêmicos do black metal norueguês, recentemente deu a volta por cima sob o comando do guitarrista Infernus. “Quantos Possunt ad Satanitatem Trahunt” não só marca o retorno de grupo após três anos de silêncio como apresenta uma formação extremamente renovada.


Nota: 8 
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Em atividade desde o início da década de noventa, o GORGOROTH em pouco tempo se tornou uma das mais importantes bandas do movimento black metal escandinavo, em decorrência do impacto de discos como “Under the Sign of Hell” (1997) e “Destroyer” (1998). No entanto, o grupo não se firmou como uma unidade. A banda nunca manteve um mesmo line-up por muito tempo e em “Quantos Possunt ad Satanitatem Trahunt” isso não é diferente. O guitarrista Infernus – e único membro remanescente – é acompanhado por Pest (vocal, que retorna ao GORGOROTH após dez anos de ausência), Boddel (baixo, pseudônimo de Frank Watkins, ex-OBITUARY) e Tomas Asklund (bateria, ex-DARK FUNERAL). Por outro lado, a sonoridade dos noruegueses permanece intocada.

O processo criativo de “Quantos Possunt ad Satanitatem Trahunt” iniciou quatro anos antes, mais ou menos na mesma época em que Infernus foi condenado à prisão porparticipar de um estupro em seu país. Por não se envolver ativamente no crime, o guitarrista ganhou liberdade condicional em 2007 e anunciou dias depois que já havia composto o suficiente para um novo álbum do GORGOROTH. Com os novos membros efetivados, a banda viajou à Suécia para registrar as novas faixas – que contaram com a produção do baterista Tomas Asklund. Como os outros sete discos da carreira dos noruegueses, “Quantos Possunt ad Satanitatem Trahunt” conta com a mesma crueza e a mesma agressividade que marcaram o nome do GORGOROTH  no cenário black metal mundial. A sonoridade do quarteto – que curiosamente ganha outros músicos nasapresentações ao vivo – mantém o mesmo padrão de “Ad Majorem Sathanas Gloriam” (2006).
Entretanto, alguns descasos da banda são perceptíveis em “Quantos Pussunt ad Satanitatem Trahunt”. Embora possua a média de trinta minutos de duração por disco, o GORGOROTH certamente deveria aproveitar melhor cada uma das oportunidades, sobretudo essa mais recente via Regain Records. O álbum conta com grandes composições, como as duas faixas que abrem o repertório – “Aneuthanasia” e “Prayer”. O ríspido instrumental dos noruegueses possui intensidade na medida certa e conta com variações rítmicas que não fazem de “Quantos Pussunt ad Satanitatem Trahunt” uma coisa monótona até mesmo para os fãs do gênero. No entanto, tão rápido o CD inicia tão rápido o CD acaba – o quê pode frustrar os que esperam sempre uma grande e extensa obra de black metal, como confirmaram ser os mais recentes títulos de bandas como ROTTING CHRIST e CRADLE OF FILTH.
Entre as outras músicas de destaque encontradas no disco, “Rebirth” – que conta com um andamento mais cadenciado e que se encaixou perfeitamente à voz de Pest – certamente é uma que deve ser mencionada. De outro lado, “New Breed” e “Satan-Prometheus” evidenciam uma agressividade constante e que, com mais de cinco minutos de duração, se desdobram em variações rítmicas muito interessantes. Não há dúvidas de que a proposta de “Quantos Pussunt ad Satanitatem Trahunt” é coesa e eficaz. No entanto, a crueza sonora do GORGOROTH poderia ser transposta para um disco com timbres mais límpidos e um som relativamente menos sujo. A busca por uma produção primorosa, o que a banda parece ser extremamente contrária à ideia, não deveria ser uma barreira.
Com uma qualidade perceptível, o repertório de “Quantos Pussunt ad Satanitatem Trahunt” tem força suficiente para se unir aos principais sucessos do grupo, como “Unchain My Heart!” e “Revelation of Doom”, nas próximas turnês do GORGORTH. O álbum, que só não merece o rótulo de excelente por pequenos deslizes na sua produção que soa underground demais, certamente recoloca a banda entre os nomes mais importantes e blasfemos do black metal norueguês.
Track-list:
01. Aneuthanasia
02. Prayer
03. Rebirth
04. Building a Man
05. New Breed
06. Cleansing Fire
07. Human Sacrifice
08. Satan-Prometheus
09. Introibo ad Alatare Satanas

Promotional CD - 7th Nemesis



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Se há um lugar onde o metal mostra sinais de recente proliferação, falamos da França. Interessante como o metal extremo tem tomado conta de boa parte doslançamentos por lá. O 7th Nemesis comprova isso com seu death metal bem executado e produzido.
Um CD demo promocional que serve simplesmente para divulgar o som da banda, e é bastante competente neste sentido. Apenas as três faixas presentes já são suficientes para saber que, nesta rota, um disco completo deles será imprescindível para fãs de música bruta e tocada eximiamente.
Ótimos timbres, bateria e guitarras pesadas, e um excelente vocal fazem o “repeat” funcionar várias vezes para “7th Banner”, “Omega Dei” e “Phoenix - Resurrectio”. Começo no topo. Ouvidos atentos a eles!
Site Oficial: http://www.7thnemesis.fr.st
Formação:
Sargon (Vocais)
Pascal (Guitarras)
Alex (Guitarras)
Mat (Baixo)
Andrew (Bateria)

Contatos
Email: 7thnemesis@wanadoo.fr
7th NEMESIS
150 Avenue Pierre Brossolette
94170 Le Perreux sur Marne FRANCE

Tell Me What Rockers To Swallow - Yeah Yeah Yeahs

Quando Strokes e White Stripes estouraram no já distante ano de 2001 e criaram uma cena que ficou conhecida como novo rock, junto com eles uma penca de novas bandas começaram a surgir ou, pelo menos, a ganhar mais atenção da mídia e do público. Lembre-se que naquela época coisas como Limp Bizkit e Korn eram vistas como maiores expoentes do rock. Porém, de lá para cá, muita coisa mudou.



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Bandas de formação estranha (lembre-se do próprio White Stripes ou do Death From Above 1979, mais recentemente), ou sem um som definido do tipo “punk”, “grunge”, “metal” começaram a dar as cartas e a criar uma cena novamente interessante, onde o que mais chama a atenção é a liberdade criativa dos músicos e a aceitação pelo público de vários gêneros ao mesmo tempo. Assim, grupos sem muita coisa em comum como Libertines e Jet, ou Interpol e Von Bondies, de repente conseguiram juntos dar suporte à uma nova alavancada do rock como há muito não se via. E foi no meio desse balaio de gatos que uma banda nova-iorquina liderada por uma vocalista provocativa, acompanhada por um baterista e um guitarrista de primeira, conseguiu se destacar.

E a história do Yeah Yeah Yeahs começa logo lá na origem de toda essa bagunça do bem chamada novo rock, com o lançamento, em 2002, de um EP que gerou grandes expectativas. “Yeah Yeah Yeahs”, o EP, trazia apenas cinco faixas, todas apontando para caminhos diferentes, mas que ao final se mostravam perfeitamente ligadas ou muito bem costuradas. Assim, Karen O (vocal), Brian Chase (bateria) e Nick Zinner (guitarra) eram uma das boas apostas para marcar definitivamente o seu nome no rock feito nos anos “00”.
Mas, enquanto o álbum de estréia era preparado, a banda lançou o single “Machine”, que nem com muita boa vontade pode-se dizer que se aproximava em termos de criatividade do EP lançado meses antes. Foi o suficiente para acender o sinal de alerta com relação à banda, a qual viveu o seu teste de fogo com o álbum “Fever To Tell” (2003) que, no final das contas, se mostrou bem irregular. Ótimas canções como “Maps”, “Date With The Night”, “Rich” e “Y-Control” estavam ao lado de outras que pareciam ter sido gravadas apenas para preencher espaço no disco, como “Cold Light”, “No No No” e “Modern Romance”. Sem contar que a produção também deixou a desejar. Era como se o trabalho em estúdio tivesse sugado a alma da banda, que em muitos momentos pareceu sem energia ou sem a mesma disposição de quando gravou o primeiro EP.
Porém, isso parecia ser compensado na estrada, com shows que público e crítica consideravam extremamente excitantes, com Karen O pulando como um Iggy Pop de saias, onde nem tudo acabava sempre bem – como quando a vocalista despencou de um palco durante um show na Austrália, indo parar no hospital.
E foi este espírito extremo do rock n’ roll que o Yeah Yeah Yeahs pretendia capturar com o lançamento do DVD “Tell Me What Rockers To Swallow”, já devidamente lançado no Brasil. Gravado na renomada casa de shows Fillmore, em São Francisco (EUA), a apresentação, contudo, fica bem distante dos relatos da imprensa especializada, que ovacionava praticamente tudo o que este trio fazia pela estrada. As conclusões podem ser duas: a) o grupo se sentiu inibido diante da situação de estar fazendo o seu primeiro registro em vídeo; ou b) o Yeah Yeah Yeahs não passa de um engodo.
O show abre com “Y-Control”, com Karen O entrando em ação no exato momento em que deve iniciar os primeiros versos da canção, que foi longamente introduzida enquanto apenas Brian e Nick estavam no palco. Embora a vocalista entre saltitante no palco, o público parece se animar apenas em “Machine”, a sétima canção executada no show. E é justamente quando o público começa a embalar que o Yeah Yeah Yeahs parece ficar um pouco mais à vontade. E também não é para menos, pois é somente após a metade da apresentação que a banda começa a desfilar os seus maiores hits. Nem é preciso dizer que o ápice do show é em “Maps” (“a canção de amor do Yeah Yeah Yeahs”, como anunciou a cantora), sucedida por “Date With The Night” e “Miles Away”. Entrecortando uma série de hits de primeira hora, a banda ainda despeja algumas músicas não presentes no álbum ou EP, como “Down Boy”, “Cheated Hearts” ou “Poor Songs”.
Pouco mais de uma hora de show e alguns poréns com a relação à banda começam a brotar. É inegável que a o Yeah Yeah Yeahs é dono de algumas das boas canções que o novo rock já fez brotar. No entanto, ao vivo o grupo ainda deixa muito a desejar.
Ao invés da atitude rock n’ roll tão propalada, às vezes o que fica evidente na tela é uma preocupação excessiva, principalmente de Karen O, em parecer cool. Ela consegue transformar o simples ato de beber um gole de água ou de cerveja em uma cerimônia sem limites. Isso sem falar do estranho hábito da vocalista de espalhar comida pelo palco. Em alguns momentos, mais espontâneos, Karen O até que soa divertida, como por exemplo, quando fica zoando com os erros do guitarrista. Contudo, o que mais chateia mesmo é quando ela tenta tornar a sua voz mais agressiva, cantando muitos versos de forma gritada que, se parecessem com o urros de Courtney Love, estaria tudo bem. Porém, o mais próximo que ela consegue é soar como uma tigresa acuada. E isso se repete na maioria das músicas do DVD.
Além da apresentação principal, o vídeo ainda vem recheado com dois pequenos documentários sobre a banda, os clipes de “Maps”, “Date With The Night”, “Y-Control” e “Pin”, além da inesquecível participação do Yeah Yeah Yeahs com “Maps” no MTV Movie Awards de 2004. Para fechar o pacote, o DVD ainda conta com outras seis músicas gravadas ao vivo durante a turnê de “Fever To Tell”.
Neste momento, o Yeah Yeah Yeahs está em estúdio preparando o seu novo álbum. Porém, parece que as coisas não estão muito bem. Recentemente, foi divulgado que o grupo teria descartado todas as canções gravadas e começado tudo do zero, por achar que o resultado teria ficado muito parecido com o disco de estréia. O jeito é esperar e dar uma colher de chá para a banda. Por outro lado, não será nenhuma surpresa se, depois de “Maps”, o Yeah Yeah Yeahs não tiver mais nada a dizer.

Run For Cover: The Art Of Derek Riggs

Muito da mitologia e da força do nome Iron Maiden está vinculada à figura de seu mascote, Eddie. É impossível imaginar o Maiden e não lembrar de Eddie, e a recíproca é verdadeira. Uma das marcas mais conhecidas da música, presente na casa (e na imaginação) de praticamente todo fã de heavy metal, o morto-vivo mais conhecido do mundo acaba de ganhar um livro dedicado totalmente a sua figura.


Nota: 10 
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“Run For Cover: The Art Of Derek Riggs” conta toda a história de Eddie e de seu criador, o lendário desenhista Derek Riggs. Escrito pelo jornalista canadense Martin Popoff, autor de vários livros dedicados ao heavy metal e seus maiores nomes, é um trabalho extenso, detalhista, repleto de informações e curiosidades que relatam um dos capítulos mais importantes da história do heavy metal e ajudam a entender como ele se transformou de um simples estilo musical em um dos maiores movimentos culturais do mundo contemporâneo.
Cada ilustração desenvolvida por Riggs para o Iron Maiden é destrinchada por Popoff. A idéia original, o brainstorm com o grupo, a técnina utilizada, o resultado final. Além disso, são apresentadas também ilustrações que mostram o andamento do trabalho, em estágios anteriores a sua finalização. Verdadeiras obras de arte da cultura metálica, que mesmo construídas sob um conceito sombrio, explodem em cores a cada página.
Um dos principais atrativos de “Run For Cover: The Art Of Derek Riggs” são as dezenas de trabalhos inéditos (alguns até mesmo em rascunhos iniciais) apresentados no livro. Dividido em capítulos cronológicos dedicados a cada um dos álbuns do Iron Maiden, o livro mostra claramente a evolução do estilo e do traço de Riggs, desde o início com pinturas em tela até o surgimento da arte digital.
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Além da construção de Eddie, o livro mostra também outros trabalhos desenvolvidos por Derek Riggs ao longo de sua carreira, para artistas como Gamma Ray, Stratovarius, Bruce Dickinson e outros.
Finalizando, o que valoriza “Run For Cover: The Art Of Derek Riggs” (além do brilhante texto de Martin Popoff) e o coloca em outro patamar é o cuidado e a atenção dedicados à produção gráfica do material. Em formato grande, o livro possui 180 páginas em papel couché de alta gramatura, revelando em toda a sua plenitude o talento e a genialidade de Riggs.
Para os mais fanáticos, existe uma edição do livro em capa dura, numerada, com a assinatura de Derek na capa, limitada a 1.500 cópias.
“Run For Cover: The Art Of Derek Riggs” é um livro obrigatório para fãs do Iron Maiden, de heavy metal, para ilustradores e para acadêmicos que buscam entender porque o metal, e o Iron Maiden, se transformaram em enormes fenômenos culturais, conquistando adeptos fanáticos em todo o planeta.
Mesmo que nenhuma editora acene com a possibilidade de lançá-lo no Brasil, tem que ter (uma dica: livros comprados no exterior não sofrem tarifação quando entram no país, o que torna o custo final muito atraente e em conta).

Beatles: uma versão literal do clipe de "Penny Lane"


Não costumamos publicar notas ou vídeos que exijam conhecimento de inglês em destaque. Mas o trabalho  do usuário Dascottjr do YouTube é tão brilhante que merece uma excessão.

As músicas de Lenin & McCarthy


Lenin
"Still in the USSR"
"Baby, You're Not a Rich Man"
"Being for the Benefit of Mr. Marx!"
"All You Need Is State"

"Magical Bolshevik Tour"
"Paperback Propaganda Writer"

"Happiness Is a Cold War"
"Revolution"

McCarthy
"Here, There, and Everywhere (Communists)"
"Everybody's Got Something to Hide, Period"
"Red Submarine"
"We Can't Work It Out"
"Blackbook"
"Your Father Should Know"
"Baby It's You"
"I've Got a Feeling"
"Hey Jew"
"Revolution 9"

Stage-Dive: a lei da gravidade também se aplica aos trues





Tem algum outro vídeo de stage-dive mal sucedido? Envie pelo link abaixo.
Matérias relacionadas à matéria acima:

Blaze Bayley: impossível não ter influências do Iron Maiden

O ex-vocalista do Iron Maiden, Blaze Bayley, participou na última terça-feira (25 de janeiro) de um encontro com fãs, em Curitiba. O cantor atendeu admiradores em uma descontraída sessão de autógrafos que foi realizada no Blood Rock Bar. O evento foi considerado um “esquenta” para o show de Blaze no John Bull Music Hall, marcado para acontecer nesta quarta-feira (26) na capital paranaense.



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Antes de Blaze chegar ao local, os fãs tiveram oportunidade de assistir um pocket show da banda curitibana Fire Shadow, que abrirá para o ex-vocalista do Iron Maiden. No set list, o grupo incluiu o novo single “Steel and Metal” e interpretações para “Children of the Sea” (Black Sabbath) e “Electric Eye” (Judas Priest).
Após atender todos os fãs, Blaze aproveitou para conversar com alguns admiradores e jornalistas. Ele mencionou a dificuldade de elaborar o repertório da nova turnê. “Atualmente está muito difícil. Às vezes sinto falta de executar as canções do Wolfsbane, que é minha banda mais antiga. Na carreira solo já temos cinco discos de estúdio e precisamos incluir também as canções do Iron Maiden no show. Os fãs esperam ouvir canções do X Factor e do Virutal XI”, afirma.
Sobre os dois discos que participou no Iron Maiden, Blaze afirmou que teve um grande aprendizado. Segundo ele, a experiência foi essencial para a consolidação de sua carreira solo. “No X Factor foi predominante o trabalho do Steve Harris e de Janick Gers. Tenho orgulho de ter contribuído bastante em “Man on the Edge”, que foi uma canção marcante na época. Já no “Virtual XI” me aproximei de Dave Murray. O trabalho de promoção do disco foi bem interessante. Tivemos a oportunidade de promover o disco ao lado de grandes astros do futebol mundial. Os dois discos também originaram duas grandes turnês”, disse.
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O cantor reconheceu também que existem influências do Iron Maiden  em seu trabalho atual. “No primeiro disco ("Silicon Messiah") utilizei pela primeira vez o que aprendi com Steve Harris em termos de composição. É impossível não ter o reflexo. São identificáveis influências em trabalhos como “Blood & Belief” e “Promise and Terror”, por exemplo”.
Ao ser questionado se existiu sua participação nas composições do disco “Brave New World” (primeiro trabalho do Iron Maiden após a saída de Blaze), o vocalista se reservou a não comentar. “Prefiro não dizer nada sobre este assunto”, declarou.
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