31 de março de 2011

Bob Dylan -The 30th Anniversary Concert - 1992






Um eclético grupo de artistas se reune no Madison Square Garden, em Nova Iorque com o objetivo de celebrar a música de Bob Dylan, por ocasião do seu 30 º aniversário de carreira.





01. Blowin` in the wind - Stevie Wonder 
02. Like a rolling stone - John Mellencamp 
03. Boots of spanish leather - Ninci Griffith e Carolyn Hester 
04. Gotta serve somebody - Booker T. & The MG`s
05. Marters of war - Eddie Vedder & Mike McCready 
06. The times they are a changin - - Tracy Chapman 
07. What was it you wanted - Willie Nelson 
08. Seven days - Ron Wood 
09. Just like a woman - Richie Havens 
10. War - Sinead O`Connor 
11. Just like from thumb`s blues - Neil Young 
12. Love menus zero / No limit - Eric Clapton 
13. When i paint my masterpiece - Banda 
14. Absolutely sweet Marie - George Harrison 
15. Mr. Tambourine man - Roger McGuinn 
16. It`s alright, ma (i`m only bleeding) - Bob Dylan 
17. Girl of the north country - Bob Dylan 
18. Knockin` on a heaven`s door - Todos

Parte 18 - Sessões de Beggar`s Banquet


O relato de todos estes eventos ajudam a nos trazer ao estado de espirito da época. As belas músicas que cercam o período não podem nos fazer esquecer como foi árduo sobreviver em certos países no ano de 1968. Na América do Sul, sabemos da problemática realidade política ocorrida no Chile e no Brasil, onde neste último, até dezembro, o AI-5 nasceria como que um atestado de óbito dado aos direitos constitucionais do povo. Não alheio ao que está ocorrendo no primeiro mundo, Mick Jagger está em Londres falando sobre os tempos e o significado destes eventos, que para ele, são todos interligados com a insatisfação dos jovens de verem suas vidas dependerem de gente velha com leis antiquadas que não correspondem às realidades do mundo moderno.
1968
Entrevistas inflamatórias são sinceras demonstrações de que Jagger reconhece e quer agarrar o momento, altamente favorável a mudanças radicais na sociedade. Seu rancor pela forma como virou alvo e acabou na cadeia o fez parar para pensar seriamente sobre os defeitos da sociedade capitalista. Jagger comentou filosoficamente, "Me parece que a maioria das pessoas acredita sem compreender. Os Mandamentos falam 'Não Mataras', e meio mundo está treinando para o aniquilamento da outra metade. Eu não aceitaria ser obrigado a vestir um uniforme e viajar até Aden para matar um monte de gente que nem conheço e a quem nada tenho contra. Guerra brota de políticos loucos por poder. Políticos?! Que peso morto são."
Longe dos jornais, junto aos mais chegados, seu discurso é ainda mais radical. Fala de anarquismo e o direito supremo de toda pessoa poder andar livremente sem que outro tenha poder de coibir. "Não deveria haver propriedade privada! Porque não jogamos ácido na represa de água potável da cidade?" "A lei está velha demais para poder cuidar de casos individuais."
O Preço da Liberdade de Expressão em '68
Olhando para a historia recente da década de sessenta, não há como negar que 1968 foi o auge da insurreição dos jovens contra o sistema, como também a resposta de violenta retaliação deste sistema sobre sua população jovem.
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Em Nova York, 150 terminam feridos e 700 presos quando a policia dispersa alunos da Universidade de Columbia protestando. Na mesma semana em Chicago, protestos acabam em guerra quando 8 mil pessoas marcham contra a participação americana na Guerra de Vietnã e a policia intervém.
No dia 8 de maio, estudantes manifestando em Paris causam graves distúrbios que acabam por se transformar em uma greve geral em todo o país. Dez milhões de trabalhadores em greve e dez mil batalhas contra a polícia. Na Tchecoslováquia, manifestações juvenis em Praga demostram que nem na cortina de ferro consegue-se calar a força e presença impertinente do jovem. Nasce o Movimento de Reforma Primavera de Praga. Evidentemente que o rebuliço acabaria esmagado em agosto com a União Soviética deslocando seu exército e tomando a capital, deixando Praga momentaneamente em estado de sítio. Em junho, na California, após tomar um passo importante para a corrida presidencial, Robert F. Kennedy é assassinado praticamente em frente as câmaras de televisão, assistido pelo país de costa a costa.
Jagger Engajado
Foi como se o momento fosse tão propício que até mesmo o destino estaria a favor de Mick Jagger deixar em segundo plano o mundo artístico para se tornar membro da sociedade política. Assim, aparentemente do nada surge Tom Driberg, membro do Parlamento pelo Partido dos Trabalhadores, buscando em Jagger apoio e engajamento. Driberg tem o respeito do músico por ser uma das pessoas que assinaram a petição junto com os Beatles, a favor da liberação da maconha, um risco para sua carreira política considerável, até mesmo pelos padrões de hoje em dia. Driberg fez o contato e foi trazido à residência de Jagger através de Allan Ginsberg. Mick e principalmente Marianne, que vem de uma família socialista, estão encantados com a possibilidade de Michael Philip Jagger ser eleito para tomar uma cadeira no Parlamento Inglês. Driberg pinta um quadro favorável de suas obrigações. Jagger poderia continuar como artista, sem precisar participar do dia-a-dia do Parlamento, sendo apenas uma figura de representação da população jovem.
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Conversas sérias foram feitas entre os dois, Jagger vendo a oportunidade como uma forma de alcançar uma maior respeitabilidade pela sociedade. Ele se posiciona como sendo um anarquista no real senso político da palavra. Driberg concorda que os tempos são propícios para mudanças e tenta lhe convencer que, com as constantes manifestações populares acontecendo, o Partido dos Trabalhadores seria sua melhor opção partidária. O PT inglês é a casa mais propensa a levar adiante algo que chegue mais perto de um socialismo, o que Drieberg acredita ser mais sã e realisticamente possível do que anarquismo puro.
No fundo Jagger tem consciência que, na prática, ele serviria apenas para atrair votos para o Partido dos Trabalhadores, de adolescentes que chegaram recentemente na idade de votar. Uma idéia que em si não era totalmente ruim uma vez que Mick concordava com várias diretrizes do partido. Mas ao perguntar a Keith o que achava da idéia de Jagger tentar se eleger para uma cadeira no Parlamento Inglês, este rebateria como sendo a idéia mais idiota que ele já ouviu em toda a vida. Mick olha para o chão, pensa um pouquinho e conclui, "Você tem razão."
Embora Mick desistira da idéia de concorrer ao Parlamento, suas convicções políticas continuavam. Quando houve em Londres uma manifestação contra a Guerra do Vietnã em frente à embaixada Americana, Jagger discretamente entrou no meio do povo e participou da demonstração. Cantou slogans de protesto e se sentiu parte de um momento histórico. Porém seus devaneios ativistas duraram pouco, pois logo que foi identificado, começou a juntar gente pedindo inicialmente autógrafos, seguidos por jornalistas perguntando sobre o próximo disco e assuntos totalmente alheios à razão pela qual todos estavam ali. Percebendo que sua presença se tornou uma distração do propósito político real daquele agrupamento de pessoas, Jagger preferiu se retirar. Foi possivelmente neste dia que Mick Jagger percebeu que a fama o excluía da revolução, pois ele se tornara rico e célebre demais para representar o trabalhador e homem comum. Conclui amargamente que ele era apenas uma distração e não um líder. Todas suas convicções de que as manifestações na Europa e na America seriam interligadas de alguma forma, são agora questionadas em sua mente. Ao chegar em sua luxuosa residência, passa a escrever a letra de "Street Fighting Man".
Olympic Studios
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Mick havia contratado o produtor americano Jimmy Miller que estava já morando e trabalhando na Inglaterra. Impressionou Mick o seu trabalho com bandas como o Spencer Davis Group, Spooky Tooth e Traffic. Keith havia alugado o apartamento de Robert Frazer e se mudado com Anita para Londres. Redlands, durante os três meses de gravações, voltou a ser apenas uma casa de campo.
Morando agora mais perto de Mick, os dois estão sempre juntos e trabalhando no novo álbum. Keith também começa a ensinar Mick a tocar o violão. Com a determinação de dar tudo de si para este próximo disco, e concluindo que o excesso de ácido no ano anterior havia tirado os dois do prumo musical correto, concordam em ficar praticamente caretas durante estes meses de gravação.
Jagger havia ligado para Bill e Brian falando em como este novo disco é primordial para a carreira do grupo e que todos devem trazer material para ser trabalhado. Com um postura nova, as gravações iniciais transcorrem com uma certa euforia, porém dentro de poucas semanas acabariam encontrando problemas reincidentes. O maior deles é o que passou a ser chamado de "esquema de loja fechada", que a dupla Jagger-Richard imprime nas sessões, sempre ensaiando material deles primeiro e nunca sobrando tempo para Bill e Brian. Wyman se queixa que nas raras oportunidades que aceitam trabalhar em uma canção dele, se a canção não se cristalizar rapidamente, abandonam sem cerimonias e passam para uma deles. Esta sim pode levar semanas até ficar pronta, que toda boa vontade é esperada de todos. Bill fica furioso mas se cala, segundo ele, em prol de se manter um ambiente de criação no estúdio. Este é particularmente o caso quando certo dia, enquanto ele aguardava a chegada dos demais membros para um ensaio, começou a brincar no piano e tirou um riff bem empolgante. Charlie e Brian chegaram e também ficaram tirando e brincando com o tema. Com a chegada de Mick e Keith todos gostaram e guardaram o tema para trabalharem em futura data.
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Na semana seguinte, quando Mick trouxe uma de suas músicas, era claramente em cima da base criado por Bill na semana anterior. A canção seria o primeiro compacto da banda em 1968, o sucesso mundial, "Jumpin' Jack Flash". Como em Ruby Tuesday, os créditos excluem qualquer participação de outro se não Jagger e Richard.
A banda contratou Michael Lindsay-Hogg para dirigir um clipe da canção como também de seu lado B, "Child of the Moon".
Investindo no Cinema
Com o projeto do filme "Only Lovers Left Alive" definitivamente arquivado, após a saída de Andrew Oldham, Mick orientou o escritório a buscar outros projetos. Todo grande cantor tem em seu currículo uma participação no cinema. De Frank Sinatra passando por Elvis Presley seguido mais recentemente por John Lennon em sua estreia no filme "How I Won The War". Mick então queria encontrar algo que pudesse promovê-lo e a banda. Vários foram os projetos que surgiram.
Entre um dos primeiros, ainda em 1967, foi a idéia de uma adaptação para o livro "A Laranja Mecânica". Depois veio uma idéia que contou com financiamento prévio dos Rolling Stones, muito embora nem todos os membros estivessem a par. Pagou-se a Christopher Gibbs e Nigel Gordon a escreverem um roteiro baseado no romance "Gawain and the Green Knight". Foi contratada a produtora Shaki Films da India e mais Sandy Lieberson para dirigir o épico centrado na idade média. Chegaram a iniciar as filmagens com cenas sendo rodadas em diversas cidades na India, porém o projeto depois foi abandonado e engavetado.
Outro projeto nasceu em uma conversa entre Keith, Anita e Anthony Foutz, sobre um filme de ficção cientifica. De nome "Maxigasm", a obra seria um típico filme "viajandão", como muitos que apareceram na época. Teria a participação dos Rolling Stones mais Anita Pallenberg e Marianne Faithfull. A historia rolaria em meio a OVNI's e o povo dos céus. A produção seria de Carlo Ponti e filmagens seriam realizados no norte Africano. Novamente nada veio a acontecer. Em maio, chegou às mãos de Jagger o roteiro e convite para o filme "The Performance". O projeto era uma visão de Donald Cammell, amigo de Jagger e teria o auxílio do diretor novato Nicholas Roeg que havia lançado recentemente o filme "Walkabout" que mereceu várias criticas favoráveis. Desta vez, um acordo seria estabelecido e filmagens estavam programadas para o outono.
O Escritório
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Em uma reunião realizada entre todos da banda e o pessoal do escritório, foi decidido que a situação financeira da banda não poderia continuar como estava. Em constante expectativa de Allen Klein liberar as verbas que pertencem à banda, tudo funciona de forma travado. Em comum acordo, contratam Berger Oliver para fazer auditoria sobre os livros de Klein, concernindo os montantes de março de 1966 até o presente. Por coincidência ou não, menos de um mês depois, cheques começavam a chegar nas contas dos músicos, referentes a ganhos das excursões de 1966 e 1967.
Satisfeitos, elegem Berger Oliver como o novo advogado da banda e tiram mini férias, cada um seguindo para um canto. Mick e Marianne vão para Dublin com Christopher Gibbs. O casal passaria a freqüentar a Irlanda com uma certa regularidade, passando o fim-de-semana como hóspedes de Desmond Guinness em Leixlip Castle. Brian e Linda Keith seguem para Espanha, enquanto Keith e Anita foram para Roma e Bill e Astrid viajam para West County, dentro do Reino Unido. Só Charlie ficou em casa com Shirley e Seraphina, sua filha recém nascida.
Personalidades de Mick e Keith
O casal Mick e Marianne novamente estão distantes em suas relações, e quanto mais Mick se entregava ao trabalho com Keith e os Stones, mais Marianne sentia-se como que uma peça de decoração da casa. O casal não tinha por hábito discutir assuntos ligados ao sentimentos. Extremamente inglês, Mick Jagger tem como característica ignorar os problemas até que eles mesmo se resolvam. Assim, dentro da solidão de Marianne, havia sempre lugar para cocaína. Quando extremamente agitada graças ao pó, para acalmar, ingeria barbitúricos. Marianne volta a ter uma relação amorosa com sua velha amiga Saida. Ela também estava se apaixonando por Anita. Seu charme e força, além de sua incrível beleza sempre fizeram de Anita o centro das atenções. Mick também gostava de flertar com ela, embora tudo não passava de brincadeira. Ao mostrar uma gravação de "Stray Cat Blues", Anita surpreende ao dizer que a versão está uma merda, criticando com detalhes a má qualidade da mixagem. Rapidamente Mick volta para remixar tudo, deixando flagrante sua insegurança.
Keith por outro lado não precisava de ninguém. Extremamente apaixonado por Anita, só ela poderia fazê-lo balançar. Embora não fosse óbvio para ninguém, Keith temia muito perdê-la e acabar como Brian. Afora Anita e Mick, Keith não era amigo de ninguém. Ele usa as pessoas de acordo com a conveniência. Convidou um amigo fornecedor para pernoitar em sua casa, que acabou aparecendo tarde da noite com seu cão Doberman. O animal, colocado para dormir na garagem, estranha o local, e passa a noite uivando alto, incomodando todos. A solução encontrada por Keith foi de dar dois Mandrax para o animal que, com o tranqüilizante, calaria e deixaria todos dormirem. Dez minutos depois, o bicho estava cambaleando, tropeçando nas próprias pernas. Enquanto riam do estado do animal, este acabou saindo da garagem indo vagar no quintal e caindo no fosso. O dono foi obrigado a entrar nas águas putrefatas do açude que era infestado de ratos, para poder salvar seu animal dopado se afogando. Keith só ria da cena.
Festas em Redlands
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Keith compra uma moto cross para andar e conhecer com Anita todo o terreno de Redlands e arredores. O casal recebe convidados e dão uma série de festinhas nos fins-de-semana, geralmente nos sábados. Durante uma destas festas na casa, foram convidados os atores do Teatro Vivo de Julian Berg, famoso grupo teatral da qual Anita fez parte no inicio de sua carreira. Joe Monk, um gigantesco ator negro, pede permissão para dar uma volta de moto e Keith sugere que ele leve seu Labrador e tente caçar um faisão durante o passeio. Ele entregou-lhe então um rifle e cinco cartuchos como munição.
A figura daquele negão com um rifle às costas, de moto com um cão atrás, zunindo no horizonte foi motivo de comentários respeitosos entre os convidados. Logo se ouvia o primeiro tiro, a poucos quilômetros de distância. Não demoraria muito e se ouviria os quatro tiros restantes, Keith pensando alto comenta, "Acabou seu lote de munição". Foi quando passaram a ouvir outra sucessão de tiros vindo do mesmo local. Anita de olhos arregalados exclama preocupada, "Tomara que não tenham matado o rapaz!"
Logo mais, um carro de patrulha pararia em frente da casa fazendo perguntas. Os vizinhos haviam chamado a policia informando que deram tiros de avisos para um homem, que fora visto caçando. O guarda informa que o rapaz foi descrito estando acompanhado por um cachorro reconhecido pelos vizinhos como sendo parecido com o de Keith. Negando conhecer tal pessoa, mesmo sob óbvia suspeita do guarda, Keith se livra do tira. Horas passaram e todos os convidados se foram antes de Joe finalmente reaparecer. Ele conta que havia caído da moto quando fugia dos tiros, porém trouxe com ele três faisões abatidos. Todos rindo depois do susto, Keith chamou um taxi e Joe voltou para Londres no breu da noite.
Keith passaria a ter problemas constantes com seus vizinhos depois deste incidente. Aos poucos, seus três cães desapareceriam pelas terras. Keith, emputecido, compra um Deerhound que ganha o nome de Syph, como que em syphilis, uma vez que o cão lhe parecia doente de tão feio. Porém como os demais, este também desapareceu sem deixar vestígios.
Stones Ao Vivo '68
Na semana seguinte todos estavam de volta em Londres e as gravações recomeçariam. Entre atividades paralelas, foi concordado que os Stones permitiriam a Jean-Luc Godad filmá-los durante a gravação do álbum. Antes, porém, os Rolling Stones haviam vencido na votação do jornal New Musical Express na categoria de Best R&B Group (Melhor Grupo de Rhythm & Blues).
Convidados apenas a irem receber um troféu, a banda se oferece para tocar gratuitamente no local, proposta imediatamente aceita. Assim, no dia 12 de Maio, no Empire Pool de Wembley, em uma noite programada para apresentar Status Quo, the Move, Lulu, Cliff Richards & the Shadows, the Herd e vários outros, o Mestre de Cerimonia, ocasionalmente menciona que haverá ainda uma grande surpresa. Quando as cortinas abriram para os Rolling Stones, foi pandemônio no teatro, como em alguns anos atrás. Apresentam o recente "Jumpin' Jack Flash", seguido de "Satisfaction", ainda grande hino da banda. No final, Mick jogou seus sapatos para o povo como souvenir e depois nas coxias, todos da banda se congratulam por estarem ainda causando euforia para seu público.
Sessões de Beggar's Banquet
Keith ao Piano
Keith ao Piano

O nome do novo trabalho já estava escolhido, idéia de Mick Jagger olhando para seu castelo recém comprado, em estado adiantado de decomposição, precisando urgentemente de obras. Após a banda e suas esposas irem todos juntos para o cinema assistir o filme "2001 - Uma Odisséia no Espaço", retomam as gravações do álbum. Trabalham então em canções como "Still A Fool" de Muddy Waters, "No Expectations", "Silver Blanket", e "Downtown Suzie". Está última, é uma das duas músicas do Bill Wyman que chegaram a ser trazidos para o estúdio, "Suzie" sendo o único que chegou a ser trabalhado realmente pela a banda.
O ambiente nas sessões em relação a Brian não era dos melhores. Se Mick e Keith se abstém de exageros para manterem a cabeça focalizada e concentrada, assim podendo render o melhor possível no disco, por outro lado Brian era para o duo, uma fonte de irritação. Estão cansados de terem que ficar paparicando o guitarrista para que ele trabalhe. Começam a convidar amigos para assistir os ensaios como Dave Mason e Eric Clapton, o que serve como pressão extra contra Brian. Diante da constante pressão em casa por causa da polícia, e no trabalho pela falta de reconhecimento, Brian desaba. Desconta sua frustração em Linda Keith e ela logo deixa a residência, depois de ser hospitalizada. No estúdio, quando tenta gravar, Mick e Keith sacaneiam, mandando Miller gravar Brian em uma fita mono, à parte do trabalho da banda, ou sequer gravar, só fingir, ambos rindo de Brian enquanto o guitarrista tenta colocar uma cítara em uma música que ele insiste precisar do instrumento mesmo que ninguém mais concorde.
Imprestável
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Já pro final das sessões, nem está mais tocando nada, totalmente sem condições. Deita no chão e chora como uma criança repreendida, em cenas tão patéticas quanto lamentáveis. Tony Sanchez conta como encontrou Brian chorando no chão do estúdio, enrolado feito cachorro dormindo, escondido debaixo de sua guitarra em uma poça de lágrimas. "Vá embora e me deixe em paz!" choraminga desolado. Depois, enquanto Sanchez o levanta e o leva de volta pra casa, Brian continua em lamúria "Eles não querem nem saber. Canções compostas por Jagger-Richard, é só o que lhes interessam. Querem toda glória, toda fama, todo o dinheiro pelo direitos das canções. É só Eric Clapton isto, Dave Mason aquilo. Eu criei a banda! A porra da banda é minha!"
Em momentos menos intoxicados, ele continuaria sua ladainha de lamentos e distribuições de culpas. Com John Lennon, certa noite no Ad Lib Club, ele é enfático em suas queixas. "Eles falam comigo como se eu fosse um leproso. Eu enfrentei e questionei Jagger, e sabe o que ele me disse? Que eu era um pé no saco e nem era um músico bom o suficiente para estar numa banda do porte dosRolling Stones. Porra! A idéia foi toda minha e jamais teriam chegado aonde chegaram sem mim. Agora querem me tirar tudo!" Lennon com sua costumeira sutileza e diplomacia retruca na mesma moeda. "Deixa de merda Brian, você mesmo é que se colocou na sua situação e não o Jagger. Neste negocio você tem que ser forte e se você não se cuida, não espere que alguém vá cuidar por você. Se os Stones não te querem mais, manda eles irem se foder. Você é uma grande estrela. Monta outra banda e prove que você é um homem e não uma menina." Brian concordou e mesmo dias depois fazia comentários mostrando que passara a contemplar seriamente deixar os Stones. Mas lhe faltava coragem.
Brian e a Policia
Brian está sendo constantemente incomodado pelo Sgt. Pilchard a ponto do sargento passar a trazer consigo as drogas que seriam plantadas na casa caso Brian não pagasse dinheiro. A cada aparição do policial corrupto, Brian morria em £1.500, fora a tensão emocional. No dia 21 de maio, Leslie Perrin recebe um aviso de um amigo jornalista, que a polícia iria fazer uma blitz na casa de Brian. Telefona desesperadamente para avisar Brian, que havia tomado uma pílula para dormir na noite anterior, receitado pelo seu médico, e não acordava. Depois de muita insistência, um sonado Brian atende e diz claramente "Deixa vir, eu não tenho nada em casa já faz muito tempo."
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Irritado com a probabilidade de abrir a porta para a polícia poder extorqui-lo, quando a lei finalmente bate à sua porta, Brian ignora. Sem conseguir fazer barulho suficiente para que alguém atenda a porta, um dos oficiais, Detetive Brian Liddell, entra por uma janela e abre a porta da casa para a entrada dos demais. Encontram Brian escondido atrás da cama com o telefone tentando ligar para seu advogado. "Estamos com um mandato desta vez", alguém teria dito. Brian não responde diretamente nenhuma das perguntas feitas a ele. Ele devolve as perguntas com queixas. "Porque vocês sempre escolhem a mim?"
Após uma busca completa pela casa encontram uma bola de lã em uma gaveta e dentro uma pedra de haxixe. Ao apresentar o flagrante para Brian ele fica branco e começa a choramingar irritado. "Oh não! Agora não! Justamente agora que a banda está começando a se reerguer." Levado para a delegacia, ele pagou £1.000 e teria que se apresentar dia 11 de junho para ouvir oficialmente sua acusação. A noticia já havia se espalhada e Brian para sair da delegacia, teve que fugir da imprensa pelo fundos.
Outras Faixas
Entre convidados substituindo a versatilidade de Brian Jones em certas faixas estão Nicky Hopkins no piano e Rocky Dijon na percussão nas faixas Child Of The Moon, Silver Blanket (mais tarde rebatizada de Salt Of The Earth) e Sympathy For The Devil. Sympathy teria em sua versão final, as participações nos backing vocals de Nicky Hopkins, Rocky Dijon, Anita Pallenberg e Marianne Faithfull. O produtor Jimmy Miller aproveitou para fazer backing vocals nas faixas Jumping Jack Flash e Child Of The Moon, auxiliando nas percussões de Street Fighting Man. Também nesta faixa, que antes de ganhar seu título final, passou um período chamada de Pay Your Dues, estão Jim King e Roger Chapman nos backing vocals.
Na instrumentação temos os talentos de Nicky Hopkins ao piano, Dave Mason no shehani e Rick Gretch no violino elétrico. Gretch no violino, Mason no bandolim e Dijon nas congas, também tocam juntos em Factory Girl, enquanto Hopkins e Mason unem forças em Dear Doctor.
Entre os temas de Jagger e Richards que chegaram a ser gravados nestas sessões, porém não chegaram a ser trabalhados estão Thief For The Blues, Power Cut, Too Far To Walk, Blood Red Wine, Family, Lady, e Hamburger To Go (depois rebatisado de Stuck Out Alone), como também uma versão embrionária para o que seria depois conhecido por Sister Morphine.
O Mestre e a Margarida
Mesmo se sentindo em segundo plano na vida de Mick, é Marianne quem mais influência Jagger neste álbum, desta vez oferecendo-lhe um livro para ler. O livro o deixa extremamente empolgado. Trata-se de "The Master And Margarita", de Mikhail Bulgakov, um romance que fala em Satã visitando Moscou nos anos 30 para ver os efeitos da revolução russa.
Satã então transforma a polícia em tolos, os poetas em ignorantes e faz os ateus acreditarem em Deus. Santos são transformados em pecadores e Deus é o Diabo. O romance é uma vasta alegoria sobre a luta entre os poderes do mal e os poderes da luz. O mal está no poder até que os herdeiros da verdade tomam o poder de volta, mas logo começam a imitar aqueles a quem venceram, tornando-se então o mal. Assim o ciclo continua por toda a história humana. Mick terminou de ler o livro e imediatamente passou a escrever a canção. "Please allow me to introduce myself", a primeira linha da canção de Jagger é uma frase retirada do livro. A canção passou a se chamar "The Devil Is My Name" mais tarde mudado para "Sympathy For The Devil".
Um Mais Um
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Em inicio de junho, a equipe de Godard visita o Olympic Studios pela primeira vez. Lá passarão a semana pegando a banda iniciando os trabalhos com "Sympathy For The Devil". Sem premeditar, o diretor registra todas as suas transformações criativas, iniciando como um tema folk até passar para sua forma definitiva que é um samba de inglês. A influência é evidentemente do contato que Jagger teve com candomblé no inicio do ano em sua temporada de férias na Bahia.
A equipe de Godard termina suas filmagens de forma abrupta, causada por um incidente ocorrido no dia 10. As luzes dos holofotes acabaram por causar um incêndio no teto do estúdio. Todos saíram correndo menos Jimmy Miller e Bill Wyman que correram para o cofre para salvar os rolos de fita master com todo o álbum gravado. Logo em seguida chegaram o corpo de bombeiros inundando tudo com água. As fitas estavam salvas mas o equipamento, instrumentos e etc, tiveram que passar por uma manutenção. Goddard se deu por satisfeito com o que tinha filmado e o filme sairia com o nome de "One Plus One".
Brian em JouJouka
Brian em Tangier
Brian em Tangier

Brian não participou do evento no inicio. Um dia antes do inicio das filmagens ele e Suki Potier viajam para Tangier na companhia de Tom Keylock. Lá, Brian reencontra com Biron Gysin que o leva novamente através das montanhas Atlas para ouvir os flautistas de Pan tocado pelos mestres de JouJouka. Brian está cada vez mais comovido por esta música e decide se organizar para gravá-los em futura data. Durante sua estada, Suki Poiter tem uma overdose e é hospitalizada. Dentro de alguns dias, ela se recuperaria. Os dois voltam a tempo das primeiras sessões de fotos para a capa, como também, poder ser filmado pela equipe de Goddard.
Primeira Sessão de Fotos
Por volta do dia 8 de junho, o grupo tirou parte da manhã para tirar uma serie de fotos que seriam usadas na capa. Alugaram uma série de roupas da era medieval das alfaiatarias Berman e Nathan, como também roupa e material para o jogo de cricket. Alugaram uma casa em Hampstead, cuja sala foi decorada com artefatos medievais, além de uma mesa posta com comida e frutas. Lá, foram tirado uma série de fotos, todas dentro do tema, o Banquete dos Mendigos (Beggar's Banquet). Depois trocando de roupa, passam a tirar fotos em um pasto onde a grama estava muito alta.
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Mixagens A Tempo
Foi decidido então por Jagger, que o disco seria lançado no dia de seu vigésimo quinto aniversário. Para isto, precisavam mixá-lo o quanto antes, Mick e Marianne, Keith e Anita e Jimmy Miller viajando para Los Angeles, a cidade com mais estúdios de gravações por metro quadrado no mundo. Lá estando, pulam de estúdio em estúdio mixando durante todo tempo disponível.
Mais tarde, Charlie acompanhado de Shirley, chegaria também para colaborar com as mixagens. Ainda em L.A., dois incidentes relevantes. Primeiro, dirigindo pelo subúrbio, encontram um coral negro cantando na rua. Jagger manda parar o carro e contrata o coral para adicionar peso ao final de "Salt of the Earth".
Sessão Para Marianne
O outro concerne a arte da capa. Antes porém, Mick aproveita para gravar duas canções pensando em um trabalho fora dos Stones. Acontece que a Marianne andava entediada, se sentindo esquecida enquanto Mick se entregava às gravações do álbum. Passou a reclamar com ele que sua carreira ficara esquecida e que está extinta desde '67, quando lançou um compacto e sequer excursionou para promovê-lo. Mick, sempre apoiando com sinceridade, marca hora de estúdio e acerta com Jack Nitzche para fazer os arranjos do material. Foi escolhida uma canção dentro do estilo dela chamado "Something Better", composição da famosa dupla de sucesso Gerry Goffin e Barry Mann.
Acontece que Marianne, em um momento de rara inspiração, faz o que nunca soube ou se interessou em fazer antes. Escreveu uma letra durante o mês de tédio, onde se sentia parte da mobília da casa, de função meramente ornamentaria. O nome da canção? Sister Morphine.
Em retrospecto ela conta que tudo veio em um estado de quase sonho. A canção foi toda escrita de uma só vez. A história fantasiosa seria de um homem que sofrera um terrível acidente de carro, estando agora no hospital em dor, implorando à enfermeira por uma injeção de morfina. Até os Stones virem a gravá-la, o personagem já seria ela mesma. Gostando da canção, ao mesmo tempo assustada por ela, Marianne custou para ter coragem para mostrá-la aos amigos, Jagger incluido.
Quando ela viu que Mick Jagger estava levando-a a sério e já havia feito os preparativos para a gravação de seu futuro compacto, ela mostra-lhe a canção. Jagger fica extremamente impressionando com a letra. Assustado também. Sabia que Marianne tinha um problema para controlar seu vício de cocaína mas agora está temeroso para onde ela possa ir com sua vida.
Marianne sugere que o tema que Jagger vive tocando no violão a cada chance que tem, composto ano passado na Itália nos jardins da mansão dos pais de Stash, e que aparentemente ainda não tinha letra designada para ela, poderia ser perfeita para Sister Morphine. Jagger concorda com sua observação e assim, quando em Los Angeles, aproveitam para gravar as duas canções.
Mick Jagger assume o papel de produtor da sessão e participa da banda tocando o violão. Os demais músicos incluem o próprio Jack Nitzche no piano, Ry Cooder na guitarra, Bill Wyman e Charlie Watts respectivamente no baixo e bateria. A prioridade era para Something Better que, ao final do dia, estava com voz e mixada. Sister Morphine continuava um instrumental com Marianne apenas tendo feito a voz guia. Outra gravação de voz seria marcada em futura data, provavelmente em Londres.
A Arte da Capa
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Vindo de uma idéia de Anita, encontram um banheiro público, munidos de canetas e o fotógrafo Barry Feinstein, passam a grafitá-lo, adicionando ao que já existia. A chamada "foto da privada" que só viria a ver a luz do dia na era do CD, tem entre mensagens nas paredes, canos e etc., frases como "Lyndon loves Mao", "John loves Yoko", "Bob Dylans Dream", "God rolls his own", "I sit broken-hearted" e "Tony, where are you?".
Tony é Tony Sanchez, que dedicava os últimos meses a preparar seu novo clube noturno 'The Vesuvio" e por conseguinte, não estava arrumando pó para ninguém. Sanchez havia combinado com Mick e Keith, que a festa de lançamento do álbum, somada à festa de aniversário de Mick, seria realizada no Vesúvio, que por sua vez, seria também sua noite de estreia.
Festa no Vesúvio
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O lugar fora decorado no melhor estilo Marroquino, com a área delimitada por doze cubículos, cada um contendo um enorme tapete com grandes travesseiros espalhados e uma mesinha com narguilé ao centro. As paredes eram desenhadas por um conhecido de Robert Frazer, pago em haxixe. Fotos dos Stones, tirados por Michael Cooper em Marrocos, foram aumentadas para quase tamanho real e espalhados pelas paredes. Havia um pequeno dirigível de prata inflado com hélio flutuando pela casa.
Um por um foram chegando os convidados da noite, que puderam ouvir em primeira mão o novo álbum, em uma prensagem feita às pressas para a ocasião, trazido em mãos pelo próprio Mick Jagger. Para a festa, puderam também saborear um ponche com Methedrine e um bolo de haxixe. Haxixe também foi fumado nos narguiles, assim como cocaína cheirada nas mesinhas.
Paul McCartney quando chegou, passou para o DJ um compacto recém preparado pelos Beatles e que também ainda era inédito. Era o primeiro a sair com seu selo novo, Apple. A turma que até então curtira em demasia as faixas de Beggar's Banquet, considerado por todos como sendo o melhor dos Stones até então, passou a ouvir o crescente de Hey Jude, seguido pela voz gutural de Lennon em Revolution. Jagger embora não falara nada, irritara-se um pouco com a reação do público, todos encantados e movidos pelo trabalho dos Beatles. Seu ciúme, embora sobre controle, está presente.
Depois de algumas horas, John Lennon com os olhos esbugalhados, totalmente chapado, solicita que se providencie um táxi para ele e Yoko Ono, porém a equipe da casa, desobedecendo ordens expressas, comera do bolo e bebera do ponche. Assim sendo, quando o porteiro e depois um dos garçons saíram para a rua buscar um taxi, acabavam não voltando mais, no mínimo flutuando pelas ruas de Londres até o efeito passar. Até mesmo dentro da casa, conforme iam se despedindo alguns convidados, foi-se notando o sumiço de vários dos empregados da casa. Logo, o próprio Sanchez teve que mesclar de barman e porteiro.
Quando os convidados se foram, e só restaram Mick, Marianne e Robert Frazer (que já servira sua sentença de seis meses), além de Tony, dono da casa. Frazer tira do bolo seu presente especial para Mick. Um pequeno invólucro com opium puro. O oleo é imediatamente colocado no narguilé e cada um tem sua vez para inalar. Contemplam a fumaça de sabor acre em seus pulmões com sorrisos e a mente leve. Marianne aproveitou a festa para contar a todos a grande novidade. Ela está gravida e o casal estava feliz com a noticia da chegada de uma criança.
Decca Diz Não
A intenção de lançar o álbum o quanto antes foi imediatamente brecada pela gravadora Decca uma vez vista a proposta da capa. Uma foto de uma privada é considerada de extremo mau gosto, para não dizer anti-comercial. Uma agressão para o público. Jagger defendendo o projeto diz que só a metade superior da privada está visível e é em um banheiro público que se vê mesmo textos rabiscados na parede. A concepção da foto é totalmente artística e em nada agressiva. Ele complementa, "a Decca lançou o disco de Tom Jones com uma foto de uma bomba H explodindo. Eu considero aquilo agressivo e de mau gosto." O impasse continuou e o disco continuou o resto do ano aguardando a queda de braço.

Act III: Self + Act IV: Goat - Azrael




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“Act III: Self” e “Act IV: Goat” trazem um Black Metal sombrio, repleto de criatividade e improvisações, focado no futuro da música extrema. São evidentes as influências de estilo díspares como folk, progressivo, psicodelia e até mesmo jazz em suas composições, levando o ouvinte em uma viagem por caminhos inesperados e surpreendentes. Há uma diversidade sonora atípica ao Black Metal, mas mantendo a atmosfera negra do estilo.
A produção, que segue o padrão dos discos clássicos do metal negro, mantém os timbres gélidos marcantes, e, ao lado de harmonias hipnóticas, arranjos que se alternam entre passagens acústicas e elétricas, além da indefectível corpse paint, compõe uma sonoridade única, que aponta para uma espécie de Black Metal do amanhã. O fato é que a música do Azrael impressiona, mexendo com os sentimentos de quem ousa de aventurar por ela.
“Act III: Self” e “Act IV: Goat” são dois bons trabalhos, muito originais, indicados principalmente para fãsde grupos como Lurker Of Chalice, Lugubrum e Agalloch.
Faixas:
CD 1 - Act III: Self

1. Silence
2. Obscure Ritual Initiation
3. Seeping Into the Wound 
4. Worship 
5. Swing the Blade 
6. Diminished 
7. Down into Blood 
8. Sealing the Coffin 
9. Unto the Eye

CD 2 - Act IV: Goat
1. Death Shroud 
2. Writhing 
3. Bury the Soul Deep Into the Dawn 
4. Beyond the Crypt 
5. Lifeless Dungeon 
6. Grave Wanderer 
7. Nocturnal Goat 
8. Submersed 
9. Descent



Angels of Love - Yngwie Malmsteen


Não há dúvidas de que YNGWIE MALMSTEEN conquistou fama e prestígio após criar discos incríveis como “Rising Force” (1984) e “Odyssey” (1988). No entanto, o guitarrista sueco vem perdendo o rumo da sua carreira desde o controverso (e fraco) “War to End All Wars” (2000). O músico virtuoso, que não chama mais a atenção dos seus fãs como nas duas décadas anteriores, buscou recuperar os seus maiores sucessos em “Angels of Love”. Entretanto, a nova abordagem clássica do seu repertório soa cansativa e muito aquém do que um dia representou para o metal.



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As releituras de “Angels of Love” se distanciam assustadoramente do que um dia o guitarrista compôs e executou, sobretudo com o apoio de uma banda e de cantores renomados como MARK BOALS (ROYAL HUNT) e JOE LYNN TURNER. Para quem espera encontrar as referências marcantes do metal tradicional da década de oitenta no álbum, as características que envolvem o disco de YNGWIE MALMSTEEN podem soar extremamente desajustadas com a proposta mais agressiva que instrumentista sueco apostou no passado. Por outro lado, quem se identificou com o apelo erudito do ao vivo “Concerto Suite for Electric Guitar and Orchestra in Em Opus” (1998), certamente irá apreciar as dez novas versões que aqui são apresentadas.
De qualquer modo, parece ser unânime a ideia de que o álbum soa cansativo, sobretudo porque a performance deYNGWIE MALMSTEEN  se reduz a pouquíssimos recursos instrumentais. O sueco é quem assinou as guitarras e o violoncelo de “Angels of Love” e – além disso – contou apenas com o suporte de Michael Troy Abdallah para os arranjos de teclado. Por mais que possa ser apontada como uma iniciativa ousada, a impressão que fica é que faltou um conceito mais consistente por trás do disco. As melodias de violão clássico – que se desdobram como uma verdadeira constante dentro da obra – acabam soando extremamente repetitivas para os fãs mais céticos da carreira de YNGWIE MALMSTEEN. Entretanto, o resultado final de uma ou outra faixa pode até impressionar.
A abertura com “Forever One”, do álbum “The Seventh Sign” (1994), ganhou um contorno clássico que se encaixou perfeitamente bem à proposta cadenciada da faixa. Não há dúvidas de que o disco inicia de modo incrivelmente exemplar. Porém, “Angels of Love” – uma releitura para “Like an Angel” – e “Crying” não evidenciam uma vontade explícita de YNGWIE MALMSTEEEN em construir uma novidade dentro da sua carreira. As melodias são calmas e bonitas, mas o que prevalece é o clima cansativo, consequência da exaustiva insistência do guitarrista em dar a todas as músicas exatamente a mesma faceta erudita. Nem mesmo “Brothers” e “Memories” – retirada do excelente “Odyssey” (1988) – conseguem reverter o jogo a favor do mestre das seis cordas.
Em contrapartida, uma boa parcela dos fãs – sobretudo os que se aventuram como guitarristas – irão se deliciar com a técnica que YNGWIE MALMSTEEN esbanja do início o fim da obra. No entanto, o repertório é de difícil assimilação para aqueles menos chegados à música erudita. A (única) inédita “Ocean Sonata” se sobressai às demais faixas de “Angels of Love”, sobretudo por explorar uma riqueza de detalhes até então intocada pelo guitarrista no álbum. O restante do repertório – de “Miracle of Life” a “Prelude to April” – não chega a empolgar, mesmo enquadrando uma performance excepcional do sueco com o seu instrumento em mãos.
A falta de rumo na carreira do músico europeu é clara em “Angels of Love”. O disco, que está muito distante dos melhores momentos que YNGWIE MALMSTEEN proporcionou nos anos oitenta, peca pela sua demasiada simplicidade. De certo modo, os anos de ouro do guitarrista só irão retornar a partir do momento em que o veterano instrumentista unir novamente a virtuose com um repertório consistente. A ausência de criatividade – e até mesmo de uma banda completa por trás do registro – é que determina a principal consequência da obra. Não é por “Angels of Love” que YNGWIE MALMSTEEN será reverenciado por toda a eternidade.
Track-list:
01. Forever One
02. Angels of Love
03. Crying
04. Brothers
05. Memories
06. Save Our Love
07. Ocean Sonata
08. Miracle of Life
09. Sorrow
10. Prelude to April

Theatre Of Dead - Alice Cooper


Mesmo já possuindo uma boa quantidade de títulos em DVD retratando seus shows, Alice Cooper acaba adicionar mais um a essa coleção. Trata-se de “Theatre of Death”, show gravado no Hammersmith Apollo em Londres, no encerramento de sua turnê de 2009.



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Algo que certamente faz esse DVD valer a pena é o fato de Alice produzir cada turnê de forma diferente, urdindo seus shows com novas canções e novas cenas teatrais que fazem os fãs delirarem. Isso pode ser percebido de imediato pela reação de uma platéia lotada de pessoas fantasiadas de Alice Cooper, com rostos pintados, e cabeças de Cooper penduradas nas mãos dos sedentos fãs, que cantavam todas as letras, ajudaram a ilustrar o espetáculo.
Se as interpretações das músicas, com a voz esganiçada de sempre, são recheadas de momentos incríveis, como as quatro vezes em que Alice é assassinado no palco, estão cada vez mais bacanas, musicalmente o show também está ótimo. O repertório como sempre está cheio de novidades.
Alice traz canções de seus discos mais recentes como “Vengeance Is Mine” do “Along Came a Siper”, “Dirty Diamonds” do álbum de mesmo nome e “Wicked Young Man” do “Brutal Planet”, todas muito bem aceitas pelo público. Além destas, obviamente boa parte de seus clássicos estão no DVD, ou seja, “Schools Out” que abre e fecha o show, “Im Eighteen”, “Welcome To My Nightmare”, “Poison”, “Billion Dollar Babies” e “No More Mr.Nice Guy”, só para citar alguns.
Um momento que merece destaque também é a dobradinha “Only Woman Bleed” e “I Never Cry”, as únicas baladas da apresentação, que precedem o “enforcamento” de Alice no palco, antes que ele possa completar um verso do refrão de “I Never Cry”. Outras canções que merecem destaque são “Go To Hell”, “Be My Lover” e “Killer”, que trazem interpretações matadoras.
Alice sabe como ninguém transformar um show em espetáculo, e com um respeitável repertório, fruto de uma incrível carreira com mais de quarenta anos, continua a empolgar os fãs por todo o mundo, esse DVD é a prova pura do talento desse grande artista.
Track-list
School's Out
Department Of Youth
I'm Eighteen
Wicked Young man
Ballad Of Dwight Fry
Go To Hell
Guilty
Welcome To My Nightmare
Cold Ethy
Poison
The Awakening
From The Inside
Nurse Rozetta
Is It My Body
Be My Lover
Only Women Bleed
I Never Cry
Black Widow
Vengeance Is Mine
Devil's food
Dirty Diamonds
Billion Dollar Babies
Killer
I Love The Dead
No More Mr.Nice Guy
Under My Wheels
School's Out (Reprise)