A História e as informações que você sempre quis saber sobre seu Artista/Banda preferidos, Curiosidades, Seleção de grandes sucessos e dos melhores discos de cada banda ou artista citado, comentários dos albúns, Rock Brasileiro e internacional, a melhor reunião de artistas do rock em geral em um só lugar. Tudo isso e muito mais...
4 de dezembro de 2010
Parte 01 - Gangues de Birmingham
Tudo começou lá. E não é à toa que o título deste texto possa parecer uma alusão ao filme “Gangues de Nova Iorque”, de Scorcese.
Parte I – Gangues de Birmingham
No início dos anos 60, Birmingham era um dos mais importantes pólos da indústria metalúrgica na terra de Sua Majestade. Talvez possa sair coincidência pretensiosa demais, mas é inegável que 80% do melhor heavy metal escutado no mundo inteiro, nas três últimas décadas do século XX, tenha saído justamente de lugares duros e árduos como esses – ninguém nega que todo mundo que tenha feito história no rock pesado inglês, de IRON MAIDEN ou Saxon a Def Leppard (com uma devida exceção ao Motorhead, que já nascia com grupos importantes como Hawkwind e outros na mamadeira) realmente saiu de ambientes relativamente comparáveis ao de Birmingham.
Foto ao lado: Uma das primeiras fotos de um dos rockstars mais conhecidos e polêmicos do mundo: Ozzy Osbourne, aos dois aninhos de idade, em Birmingham.
Foto ao lado: Ozzy aos oito anos.
O jovem Ozzy, um garoto rebelde que ainda não havia se decidido sobre no que se graduar, – uma espécie de “piada” local da cidade, já que todos acabavam mesmo era se graduando nas pesadas atividades técnicas locais – vinha, de qualquer forma, deixando uma numerosa família mais ou menos preocupada com os seus novos interesses, visto que na escola ele já revelara, anos antes, uma intolerância e uma despreocupação exemplares de um menino que, ao ouvir o primeiro acetato dos BEATLES a chegar em uma loja de discos de Birmingham, no início de 1963, simplesmente saiu correndo para a sua casa e gritando para a sua mãe “Quero ser como esses caras!”, feito um doido. Ozzy era filho de John Thomas Osbourne, um histriônico e fanfarrão ferreiro do bairro de Aston, de quem Ozzy herdou muito de seu temperamento, e de Lilian Osbourne, sua esposa, mais um exemplo de como marido e mulher tinham que dar duro para pôr o pão na mesa da família: Lilian era empregada do setor siderúrgico da empresa de carros populares Lucas, que tinha uma grande fábrica em Birmingham.
Como o desempenho de Ozzy na escola demonstrou estar entrando em uma interminável curva descendente, - trajetória desastrosa, em relação à de seus irmãos - e agora ele se mostrava muito mais interessado em quebrar garrafas de cerveja na rua com seus “coleguinhas”, logo papai Thomas e mamãe Lilian se empenham em tentar dar um outro rumo à vida do seu querido filhinho, visto que, como já rezava a velha máxima, “o ócio é a oficina do demônio” – demônio este que, por sinal, já desde essa época mostrava exercer uma certa atração sobre Ozzy, cujo único ponto de interesse, na escola, parecia ser o professor Parry Williams, que nos intervalos das aulas, costumava entreter os alunos contando-lhes estórias entremeadas de satanismo – pequenos contos de Edgar Allan Poe e H. P. Lovecraft, além de historietas nórdicas sobre as bruxas e espíritos das florestas. Nascia ali o crescente interesse de Ozzy por tramas e personagens diabólicos.
Foto ao lado: Uma das mais raras e curiosas imagens na história de Ozzy e do Black Sabbath. O roqueiro (o menino esquisitinho com cara de caxias! – terno de três botões, lado direito) estava na 6a. série, neste registro ao lado de seus coleguinhas de escola e do prof. Parry Williams (do lado esquerdo, ao alto), em torno do qual se criou a lenda de que seria o primeiro incentivador de Ozzy no domínio dos temas sobrenaturais que fariam a fama de sua banda e, conseqüentemente, de todo o heavy metal.
Dois meses após o seu aniversário de 15 anos, Ozzy sai do Instituto Escolar de Ensino de Tregarth – para nunca mais voltar. Seus pais lhe arranjam um emprego como aprendiz de bombeiro. Não dura mais do que três semanas, no entanto: o garoto alega que é muito difícil se inteirar de todas aquelas normas de segurança e, alegando haver se desentendido com os bombeiros-chefes, justamente por não se dar com os regulamentos do trabalho, deixa eles falando sozinhos numa das muitas cinzentas tardes de sexta-feira de Birmingham – para também nunca mais voltar. John Thomas e Lilian começam a perceber, a partir daí, que vai ser muito difícil domar o inconstante instinto rebelde de Ozzy.
Alguns dias após ter abandonado o primeiro serviço, um amigo dos pais de Ozzy consegue uma vaga para o rapaz como ajudante de uma casa de carnes próxima à casa deles. O salário era um pouco melhor do que ele receberia no corpo de bombeiros, e com um grande incentivo de seus pais (leia-se: um tremendo puxão de orelha de seu Thomas no filho), Ozzy se anima de ir conhecer o tal açougue. Lá chegando, até que se afeiçoa pelo serviço e resolve ficar – é um dos empregos em que Ozzy permanecerá por mais tempo, antes de bandear sua cabeça para a música. O garoto, já desde cedo bastante mal intencionado, acha um barato aprender o ofício de matar e sangrar cerca de 250 vacas por dia e arrancar fora tripas de carneiro...
Após quatro meses de árduo batente no açougue, Ozzy novamente se cansa, e alega que aquele trabalho é legal, mas é o tipo de serviço que não dá muito futuro a não ser que você seja um proprietário de fazenda e possa lucrar diretamente com a venda de carne. Era sempre assim: como para qualquer jovem de sua idade, ele se entediava facilmente, e logo arrumava alguma espécie de desculpa para largar o emprego. Assim, lá vai Ozzy novamente fazer uma nova tentativa, e desta vez, para que ele fique mais “sob controle”, é sua própria mãe que lhe ajuda a arrumar um emprego na fábrica de carros em que ela trabalhava.
Lilian havia sido transferida para a seção de testes com peças da fábrica, e ficara sabendo que estava sobrando uma vaga para testador de buzinas – este acabaria sendo, portanto, o primeiro grande contato direto de OZZY OSBOURNE com a profissão de músico... ou barulhento, como queiram!
É durante esta época que os primeiros problemas de Ozzy com a justiça acontecem. Recebendo uma miséria na fábrica, como era de se esperar, – os novatos precisavam adquirir muito tempo de casa para ganharem novos postos e começarem a receber um pouquinho melhor, e os sindicatos, na época, não tinham a força que têm hoje perante a Justiça Trabalhista inglesa – Ozzy, nos finais de semana, reencontra alguns velhos comparsas seus de gangue enquanto torra os seus poucos shellings nos pubs enfumaçados de Birmingham. Nestes ambientes, barzinhos tipicamente britânicos e enfumaçados onde a grande massa do proletariado inglês se reunia para se embebedar de lagers e ouvir bandas tocando de tudo, de blues e jazz a country & western americano, Ozzy começou a desenvolver o seu ouvido já acostumado a excessos para as melodias amplificadas das guitarras, baixos, bateria...
Foto ao lado: De aprendiz de delinqüente a uma das primeiras grandes estrelas do rock pauleira. O jovem Ozzy tivera uma infância miserável em Birmingham, cercado de frustrações, privações, e tendo que caçar todas as vezes em que quisesse comer algo diferente, o que explica a sua “paixão” por certos animais... Um pouco desse passado é suscitado por esta irônica foto de 1973, tirada com um urso empalhado!
Alguns indivíduos de péssima reputação nas cercanias, como Johnny ‘Rat’ Phillip, e outros, vários deles ex-colegas de escola de Ozzy, e que também haviam abandonado os estudos e rodado por toda a sorte de empregos e bicos de Birmingham, começaram a incutir na cabeça algumas idéias enquanto dividiam suas pints of beer. Um deles conhecia alguns endereços mágicos, gente que tinha posses, jóias, boas coisas pra se ter. “Boas coisas pra se pegar”, ria Johnny. Em meio às risadas e ao clima de descontração fortalecido pela bebida, Ozzy concorda com os parceiros, e então se reúnem para promover alguns assaltos.
O negócio da gangue de Ozzy, como passaram a ser conhecidos no submundo, não era a violência, e nem grandes assaltos. Poderiam realmente ser definidos como uma dessas milhares de ganguezinhas “pé-de-chinelo” que roubam miudezas e coisas supérfluas em geral, sobretudo de vitrines de lojas. Arrombaram algumas vezes algumas residências, de onde retiravam, em geral, roupas boas e de valor que encontravam, alimentos, e algumas jóias. Mas foi após um assalto a uma loja de roupas, que tinha uma vitrine com belos casacos e itens que chamavam muita atenção, que Ozzy se deu mal.
Numa noite de setembro de 1966, Ozzy e seu grupo quebram a vidraça da tal loja, cujo nome sumiu na névoa do tempo – ninguém parece querer se lembrar do nome do lugar que teve a honra de ser assaltado por uma das maiores estrelas ro rock! A ação da gangue não passa despercebida de um senhor que passava por ali durante a madrugada, em direção a sua casa – e que liga imediatamente para a polícia ir checar o roubo que está acontecendo ali, naquele exato momento. Quando os policiais estão chegando, e a gangue está quase terminando de recolher um punhado de blusas, calças, sapatos e jaquetas de marcas caras e famosas, um dos caras dá o alerta escandalosamente: “OS TIRAS ESTAO CHEGANDO!”, e o grupo dispara em desabalada correria. Ozzy é o que fica mais para trás, e consegue correr até certo ponto, cercado por uma equipe de quatro policiais. Entretanto, acuado pelos berros de “Vamos dispara chumbo!” dos tiras, ele se refugia em um beco, junto com um comparsa, e ali mesmo lhes é dada a voz de prisão.
Horas depois, um amigo de seu Thomas que morava próximo à delegacia do condado vai lhe dar a triste notícia. Um defensor público é nomeado para defender Ozzy, mas não há muito o que fazer: o moço passará o resto de sua vida sendo chamado de “idiota” pelo seu pai gozador, pois durante os assaltos Ozzy usava luvas... sem as pontas dos dedos! O ingênuo rapaz nem imaginava o que seriam impressões digitais. “Eu sei lá... os raios das impressões digitais. Nem sonhava que diabos deveria ser aquilo! Usava luvas sem pontas porque era legal, todo mundo usava... Pra mim, impressões digitais eram algo de computador, algo relacionado à eletrônica, um caralho desses qualquer!”, diria Ozzy tempos depois, em tom de comédia.
Como Ozzy era réu primário e confesso, e o seu advogado conseguira fazer uma boa defesa do lamentável grau de instrução do rapaz, chamando a atenção do juiz para o estado de pobreza em que viviam ele e sua família, as duras condições sociais da juventude do lugar e etc., Ozzy acabou pegando uma pena leve: 6 semanas na Winson Green Prison de Birmingham, por assalto. E apesar dos choros e lamentos de sua mãe, e das duras broncas de seu pai para não aproveitar a situação para se envolver mais ainda com a malandragem, Ozzy se sai até bem na tal penitenciária, fazendo vários colegas de cela e repartindo com eles vários truques bem típicos da juventude delinqüente da época: métodos de arrombamento, cuspes à distância, novas técnicas de ejaculação, emissão de diferentes sons por arroto, além de outras coisinhas. Foi através de um camarada com quem travou contato durante um dos banhos de sol que Ozzy aprendeu uma técnica que contribuiria em muito para o mito que se formaria em torno de sua imagem anos depois: a tatuagem. Os famosos tatoos que o roqueiro carrega com orgulho até hoje, em seu corpo, são fruto deste aprendizado ainda na prisão, e da doação que este conhecido de Ozzy lhe fez de um pequena agulha e um generoso pedaço de grafite. Com estas “ferramentas”, Ozzy se paramentou com os símbolos que, ao longo dos anos, jovens fanáticos por metal do mundo inteiro iriam reproduzir em seus próprios corpos: O-Z-Z-Y nos quatro dedos de sua mão esquerda, a palavra “Obrigado” nas palmas de suas mãos, e o mais curioso e engraçado: “carinhas alegres” nos seus dois joelhos, desenhadas de cabeça para baixo, para que todos os dias de manhã em que ele acordasse em sua cela, segundo o próprio cantor, elas lhe dessem “bom dia”.
Foto ao lado: O grande Tony Iommi: o mago das seis cordas do Black Sabbath.
E enquanto Ozzy amargava os seus últimos dias em Winson Green, esperando afoitamente pela hora de sair (aquele era só mais um lugar chato dentre tantos de Birmingham, e que logo perdera a graça...), um ex-colega seu da Birmingham Teaching Institute, chamado Frank Anthony Iommi (Tony Iommi), nascido em 19 de fevereiro de 1948 também no condado de Aston, Birmingham, assim como Ozzy, estava às voltas com um velho sonho seu, prestes a se realizar: montar uma banda. Depois de meses superando a dificuldade de, além de ser canhoto, ter que dominar uma guitarra com as pontas de dois dedos de sua mão direita amputadas, – Iommi as perdera durante um malfadado estágio trabalhando em uma máquina de corte de chapas de aço, em uma das inúmeras fábricas da cidade – o rapaz se sentia pronto para, enfim, arregimentar um pessoal e começar a explorar o território do jazz e do rock – dois estilos musicais caros ao guitarrista naquela época. O rock, por seu vigor e energia juvenil: Elvis, Chuck Berry, e toda a nova geração inglesa, que já inspirava os sonhos da maioria dos jovens britânicos de terem suas próprias bandas - os já célebres Beatles, ROLLING STONES, The Who, o pessoal de uma cidade industrial vizinha, The Animals (de Newcastle)... E o jazz porque, afinal, durante o longo período em que esteve treinando guitarra, invariavelmente Iommi curtia se perder nas longas viagens experimentais e improvisadas que o gênero acolhe. Para poder fazer bem as posições no braço do instrumento, Iommi adotou uma solução inventiva: pequenos tubos cilíndricos de metal (inicialmente, feitos na própria fábrica onde ele perdera as pontas dos dedos!) no lugar das pontas perdidas – e deu certo.
Foto ao lado: Nesta foto tirada durante um show da carreira solo de Ozzy (anos 90), pode-se perceber as famosas inscrições em tatuagem nos dedos do vocalista: o clássico tatoo “O-Z-Z-Y”, feito ainda na época da reclusão em Winson Green Prison...
Logo, Iommi conheceu o jovem aspirante a baterista William Ward (Bill Ward), nascido em Aston, Birmingham, em 5 de maio de 1948, e, junto a dois outros amigos seus, consegue formar a sua primeira banda, chamada The Rest. Tiveram que ensaiar muito para chegar finalmente ao som pretendido por Iommi, mas, finalmente, após quatro semanas, já tinham um setlist bastante razoável, composto, na sua maioria, por covers de Elvis e Little Richard, – o rockabilly dos anos 50 era o fermento de todas as bandas inglesas da época – e que eram tocadas... com extremo barulho e improvisação!
Para que fosse possível a realização de nossa pesquisa, foi consultado o seguinte material:
Black Sabbath: The OZZY OSBOURNE Years
by Robert V. Conte, C. J. Henderson
Paranoid: Black Days With Sabbath and Other Horror Stories
by Mick Wall - Paperback
Ozzy Unauthorized
by Sue Crawford - Paperback
Ozzy Talking: OZZY OSBOURNE in His Own Words
by OZZY OSBOURNE, Harry Shaw - Paperback
Black Sabbath: An Oral History
by Mike Stark, Dave Marsh (Editor) - Paperback
Top Rock especial: BLACK SABBATH – A História
Luiz Seman
A História do Black Sabbath
Revista SHOWBIZZ Especial
A Família Black Sabbath
pôster – Antonio Carlos Miguel, Ed. Som Três
As Diversas Sessões de Jimmy Page - Parte 01
As Sessões
1962
Neil Christian & the Crusaders
Para o próximo, é certo a presença de Page em “Get A Load of This”, lançado em julho de 1963. Nenhuma destes compactos fizeram qualquer presença nas paradas.
Em 1964 Page voltaria a contribuir em duas canções, “Honey Hush” e “Crusading”, lançados em maio. Depois, apareceria novamente em “I Like It” lançado em abril de 1965. Em 1966, Neil Christian & the Crusaders trocam a Columbia Records pelo selo Strike, onde lançam em março o compacto “That’s Nice” e “She’s Got The Action”, última participação de Jimmy Page com Christian. “That’s Nice” acabou se tornando o grande hit na carreira de Neil Christian, chegando a No.14 na Inglaterra.
John Carter, Ken Lewis, Viv Prince e Jimmy Page
Para Carter-Lewis & the Southerners, Jimmy Page participaria ainda de mais algumas gravações. Em agosto de 1963, sai “Skinny Minnie” que tem Page e também pontuaria bem nas paradas de sucesso. Além de compositores, John Carter e Ken Lewis acabariam tornando-se prestigiosos cantores de estúdio formando The Ivy League em 1964. The Ivy League apesar de ter seus próprios lançamentos é mais lembrado por participarem nos vocais de fundo e coro em todos os primeiros discos do The Who.
Mike Leander então apresenta Page para Jet Harris e Tony Meehan, dois renomados músicos, ex-membros da banda The Shadows. Este é considerado em muitos lugares como a primeira sessão de estúdio de Jimmy Page, e de fato é o primeiro em que ele trabalhou com músicos inteiramente profissionais. Embora Page ainda não lesse partitura, sua técnica impressionou o suficiente para este defeito se tornar irrelevante. Page na guitarra estava maravilhado por estar tocando em uma banda montado por duas lendas vivas do rock inglês, Jet Harris e Tony Meehan, respectivamente o ex-baixista e ex-baterista dos Shadows.
O resultado foi o instrumental “Diamonds” que se tornaria um hit inglês, chegando a No.1 nas paradas de sucesso. A dupla Meehan e Harris voltariam a trabalhar juntos com sucesso até meados de 1963 quando um acidente automobilístico denegriu consideravelmente a saúde de Harris. Tony Meehan voltaria a trabalhar em promoção de bandas na Decca, função que ele exerceu quando primeiro saiu dos Shadows. Jet Harris depois de recuperado voltaria a gravar e tocar ao vivo, formando a banda Jet Harris & the Diamonds.
1963
Mickie Most
Com 1963 caminhando em toda sua lucrativa glória, Jimmy grava para uma banda chamada Mickie Most & The Most Brothers. Este é o mesmo Mickie Most que mais tarde viria a se tornar um dos mais importantes produtores da Inglaterra, galgando sucessos para bandas como Herman’s Hermits, Lulu & The Luvvers e Donovan. Porém, entre 1962 e 63, ainda tentando fazer sua carreira como músico lucrar, ele grava com o auxilio do guitarrista Jimmy Page algumas faixas sob uma variação de nomes que vão desde apenas o mais sucinto, Mickie Most para o curioso Mickie Most & The Gear.
Como Mickie Most & The Most Brothers, é lançado em maio de 1963 “Mr Porter” e “Yes Indeed I Do”. Embora Page seja muitas vezes creditado por participar do compacto seguinte, “The Feminine Look” e “Shame On You Boy”, este na verdade é o trabalho de Jim Sullivan. Como Mickie Most, é a vez de “Sea Cruise” e “It's A Little Bit Hot” lançado em dezembro daquele mesmo ano. Seu último compacto sai em março de 1964, com o nome de Mickie Most & The Gear. As faixas são “Money Honey” e “That's Alright.” Todos esses lançamentos contam com a participação de Jimmy Page na guitarra. É provável que a gaita em “That’s Alright” seja tambem de Page. Em um artigo datado de 1965, Jimmy Page teria comentado que o solo em “Money Honey” era o seu favorito até então.
Ainda tem a canção “Night Comes Down” que embora gravada nessa ocasião, acabou ficando de fora e arquivada. O riff desta canção seria reaproveitado por Page na composição “How Many More Times”, repertório do LED ZEPPELIN. Ambas tem como fonte original o riff da canção “Come Back Home” de Howlin’ Wolf.
Mickie Most se tornaria um importante produtor e empresário ao "descobrir" atrações como The Nashville Teens e depois, The Animals. Durante estas sessões para o seu trabalho solo, Most e Page travam uma boa amizade rendendo muito trabalho ao guitarrista quando a carreira do produtor deslancha. Eles se desentenderiam porém em 1967, durante o periodo em que Most cuidava da carreira dos The Yardbirds. Mickie Most fundaria seu próprio selo, RAK em 1969. Sua antiga banda The Most Brothers continha também Alex Murray entre seus integrantes, que se tornaria produtor dos Moody Blues.
Brian Poole And The Tremoloes é uma banda de Dagenham, Essex que foi formada em 1959 por três colegas de escola, Brian Poole (vocais), Alan Blakely (guitarra e vocais) e Alan Howard (baixo). Dave Munden (bateria e vocais) e por último Rick Westwood (guitarra) completariam o quinteto.
Em 1962 fizeram um teste para Decca que lhes rendeu seu primeiro contrato. Essa é a banda que Mike Smith preferiu contratar no lugar dos BEATLES. Em 1963, Jimmy Page contribuiu na versão da banda para “Twist And Shout”, a Decca aproveitando do fato que a versão dos BEATLES, embora estando no LP, ainda não havia saído em compacto. No ano seguinte, para o sétimo compacto da banda, a canção “Candy Man” um lado B esquecido de Roy Orbson, voltou a contar com a guitarra de Jimmy Page. O compacto chegou a No.6 nas paradas britânicas. Em 1966, Brian Poole e The Tremoloes se separaram, cada um seguindo suas carreiras, ambos com relativo sucesso.
Brian Howard and The Silhouettes é uma banda de Mitcham em Surrey. Com o que conseguiu produzir entre 1962 e 1964, a média é de um compacto por ano. Jimmy Page participa apenas do segundo,“The Worryin’ Kind” e “Come To Me”, lançado em junho de 1963, pela Columbia. A banda é melhor lembrado pelo sua versão de “Back In The U.S.A” de Chuck Berry, seu último lançamento antes de desaparecerem.
Page gravou em 1963 a canção “Don't You Dig This Kinda Beat”, lado B do único compacto da banda Chris Ravel & the Ravers. Chris Ravel depois seguiu uma carreira relativamente bem sucedida como compositor, usando seu verdadeiro nome Chris Andrews. Ele havia sido ator quando criança e escolhera o nome artiístico Chris Ravel para se distanciar de sua antiga imagem. Novamente como Chris Andrews, grava com o auxilio de Page, os compactos “Yesterday Man” com “Too Bad You Don`t Want Me”, lançado em setembro e “To Whom It Concerns” com “It's All Up To You Now” em novembro de 1965, ambos pela Decca. Em 1966, ele se uniria ao grupo The Fleur de Lys, que também irá receber auxilio profissional de Jimmy Page.
Já The Marauders foi uma banda de r& b de Trent formados por Danny Davis e Bryn Martin nas guitarras, Kenny Sherratt no baixo, e Barry Sargent na bateria. Seu primeiro compacto, “That's What I Want” e “Hey What'd You Say”, fez um relativo sucesso e tem a participação de Jimmy Page. Lançado pela Decca, a canção “That's What I Want” é uma composição da dupla Carrter-Lewis. The Marauders teria ainda outros dois compactos lançados pela Decca antes de migrarem para Fontana. Seu último compacto foi em 1965. Não confundir com outras seis bandas americanas chamadas de Marauders.
Já a banda de Birmingham, Pat Wayne & The Beachcombers, tem a oferecer nesta lista sua versão de "Roll Over Beethoven” segundo compacto da banda lançado pela Columbia em 1963. A banda se chamava Pat Wayne & The Rockin’ Jaymen e foi formada em 1957.
Pat Wayne & The Beachcombers
Em 1963, com o estouro da Beatlemania, caçadores de talentos inundaram as cidades do norte e do interior. Assim, acabaram contratados porém alguem da gravadora achou que o nome poderia se confundido com a banda Peter Jay & The Jaywalkers então mudaram para The Beachcombers. Formados por Pat Wayne nos vocais, Brian "Monk" Finch e Dario Capaldi no saxofone, Mal Edwards no baixo, Jeff Roberts na guitarra, e Brian Sharpe na bateria, esta banda nada tem a ver com a banda The Beachcombers de Londres que tinha Keith Moon como baterista.
Apesar de Jeff Roberts insistir que o solo seja dele, acredita-se que seja na verdade Jimmy Page. Esta versão de "Roll Over Beethoven” foi gravado no estúdio de Abbey Road e lançado antes da versão dos BEATLES. A banda chegou a lançar outros compactos, todos com vendagem limitada. Pat Wayne deixou o grupo em 1964 continuando uma carreira solo igualmente obscura.
Três meninas de quinze anos de idade vencem um concurso de talentos realizado no Coventry's Orchid Ballroom em Coventry. São elas Georgina Oliver, Pamela Oliver, e Valerie Jones. Assistindo e impressionado, o empresário Larry Page as contrata, grava e depois vende a fita para a Decca. Pelo selo, chegaram a lançar três compactos enquanto ainda frequentavam o científico. Este trio ficou conhecido como The Orchids e seu primeiro compacto "Gonna Make Him Mine" com "Stay At Home," foi produzido por Shel Talmy. Como a maioria das produções Talmy, foi chamado para a sessão seus músicos de confiança, entre estes estando Jimmy Page. O segundo compacto foi o que realmente estourou na Inglaterra. Refiro-me a "Love Hit Me," com “Don’t Make Me Mad.” Este já é menos certo de ter contado com a participação de Page, embora especula-se mais que sim do que não. The Orchids continuariam até meados de 1965, fazendo discos que quem ouve jura tratar-se de um grupo de negras americanas. Não são. São brancas inglesas e seu material, embora não tenha vendido muito na época, é até hoje largamente respeitado pela qualidade.
Outro artista descoberto pelo empresário Joe Meek foi Heinz Bert, um alemão morando em Southampton. Meek colocou Heinz inicialmente como cantor dos Outlaws e depois dos Tornados antes de arruma-lhe sua própria banda. Em agosto de 1963 ele estreava com Heinz & The Saints e depois, Heinz & The Wild Boys.
Heinz conseguiu três hits entre 1963 e 1964, todos relativamente bons rocks. The Saints funcionava como sua banda apenas ao vivo enquanto The Outlaws era aquela com quem ele gravava.
Desta maneira, durante 1963 e início de 1964, nas canções “Just Like Eddie”, “Country Boy” e “Long Tall Jack”, ouvimos Heinz nos vocais, Ken Ludgren no violão acústico, Ritchie Blackmore na guitarra rítmica, Jimmy Page na guitarra eletrica e no solo, Chas Hodges no baixo, e Mick Underwood na bateria. Todo este material foi lançado pelo selo Decca.
Em abril de 1964, já como Heinz & The Wild Boys, Heinz lançou pela Columbia o compacto cujo lado A, “Diggin' My Potatoes.” Nesta faixa, temos Heinz nos vocais, Ritchie Blackmore na guitarra rítmica, Jimmy Page na guitarra eletrica com um gargalo de garrafa para soar como uma guitarra haviana, Burr Bailey no órgão, Brian Woods no baixo e Ian Broad na bateria.
A banda acabaria no inicio de 1965 e Heinz continuaria sua carreira se apresentando no circuito de cabarés.
The Zephyrs
Jimmy gravou em cinco compactos de uma banda de Finchley chamado The Zephyrs. Seus integrantes são John Hinde no baixo e vocais, John Peeby na guitarra, Mick Lease no órgão e John Carpenter na bateria.
O material gravado entre 1963 e 1964, foi produzido por Shel Talmy. Embora Talmy e Page nada tem com o primeiro compacto da banda que saiu pela Decca, estão trabalhando juntos nos cinco compactos seguintes.
Em agosto viria a sair “I Can Tell” e “Sweet Little Baby.” Já durante o ano de 1964, foram lançados os compactos "A Little Bit Of Soap” e “No Message”, "Wonder What I'm Gonna Do” e “Let Me Love You Baby”, “She's Lost You” e “There's Something About You.” O último, já lançado em 1965, foi "I Just Can't Take It” e “She Laughed,” lançados pela Columbia.
Esta banda não deve ser confundida com outra banda chamado The Zephyrs formada em Stockton em 1956. Mais antiga, continuaram até 1966 quando mudam de nome para The Zephrons, encerrando atividades em 1969. Embora nunca gravaram um disco, participaram de diversos concursos de talentos na televisão e rádio, dos quais ganharam vários. Tampouco confunda estes com a banda americana Zephyr de Denver, Colorado formado por Tommy Bolin em 1967. Zephyr lançou alguns álbuns e encerram atividades em 1972, muito embora alguns membros tentassem reformá-la em 1977.
Houston Wells & the Marksmen é outra banda trabalhada por Joe Meek. A banda foi formado em 1959 com Norman Hull na guitarra, Pete Willsher na guitarra slide, Brian Gill no baixo e Peter Nye na bateria mais Andrew Smith nos vocais. Chamados então de Andy Smith & the Coasters, mudaram para the Marksmen por causa da fama atingida pela banda americana homônima. Quando Joe Meek os leva para a Parlophone, foi decidido que o nome Andy Smith era comum demais, tendo sido criado para ele então o nome artístico, Houston Wells.
O forte deles era o country, que os diferenciava das outras centenas de bandas da época. Em termos de vendagem, o melhor lançamento da banda foi o terceiro compacto "Only The Heartaches", lançado em agosto de 1963 e que conseguiu ficar entre as trinta mais na Inglaterra, e dez mais na Irlanda. Em novembro, lançam “Blowing Wild” com “Crazy Dreams” como seu lado B. Neste está a guitarra de Jimmy Page. The Marksmen e Houston Wells se desentendem durante o fim de uma excursão na Irlanda. Wells iria continuar a gravar para Joe Meek, com seu mercado alvo voltado para a Irlanda. Ele gravaria geralmente usando a banda The Outlaws, embora sob o nome de The Marksmen. Quanto aos Marksmen originais, Pete Willsher se tornou um dos maiores especialistas em country steel guitar do Reino Unido.
The Redcaps
Outra banda entre os menos lembrados é The Redcaps. Seus integrantes contam com o baterista Alan Morley que viria a tocar com Chicken Shack em uma de suas muitas formações. O guitarrista e vocalista Dave Walker passou por bandas como Savoy Brown, Fleedwood Mac e Black Sabbath. Seu irmão Mick Walker, baixista da banda, se tornou um conhecido comediante. Mick Blythe, o outro guitarrista, sumiu.
Produzidos por Mike Smith, com direção musical de Mike Leander, The Redcaps não ficaram felizes em descobrir que os dois haviam chamado um guitarrista profissional para tocar em seu disco. Jimmy Page é creditado pelo solo de guitarra na canção “Talkin’ ‘Bout You”, clássico de Chuck Berry, fato que Dave Walker contesta, afirmando que o solo é dele. O compacto foi lançado em novembro de 1963 pela Decca.
Existiu outra banda chamado The Redcaps entre 1958 e 1962, que eram bem mais conhecidos. Passaram o ano de 1959 servindo como banda para o já popular baladeiro Cuddley Duddley. Depois acabariam mudando de nome unindo-se ao Johnny Kidd e transformando-se na terceira encarnação dos Pirates no verão de 1961. O nome The Redcaps tem sua origem provavelmente como uma variação para The Blue Caps, a famosa banda de Gene Vincent.
Chris Sandford
Chris Sandford é mais lembrado no Reino Unido como DJ da radio pirata Radio Caroline. No entanto, seu inicio foi como ator, chegando a fazer o papel de ‘Walter Potts’ em uma representação televisiva da peça “Coronation Street.” Na história, Walter era um leiteiro que se tornou cantor pop. Sua canção na peça “Not Too Little Not Too Much,” foi lançada como compacto pela Decca em novembro de 1963 e acabou ficando entre as vinte mais tocadas das paradas. Na gravação desta canção, Jimmy Page contribui na guitarra. É incerto que o lado B, “I’m Lookin’”, também tenha a participação de Page, embora seja bastante provável.
Cyrill Davies
Certamente entre os maiores prazeres do primeiro ano de sua carreira como músico de estúdio foi poder gravar para Cyril Davies and The All Stars. Cyril Davies e Alexis Korner são os dois grandes precursores do blues inglês que juntos formaram The Blues Incorporated. Sem os esforços destes dois músicos, dificilmente haveria a tradição de blues elétrico inglês que viria a surgir no decorrer daquela década. Entre sets da banda, costumava-se abrir espaço para artistas iniciantes, que quizessem se apresentar. Por exemplo, foi Alexis quem deu a primeira oportunidade para Brian Jones tocar blues em um palco, e foi Cyril quem convidou Mick Jagger e Keith Richards para fazerem o mesmo, criando a oportunidade para surgir os Rolling Stones.
Ao deixar o Blues Incorporated no final de 1962, Cyril Davies formou os All Stars que contava com Nicky Hopkins, Long John Baldry, Bernie Watson, Ricky Brown e Carlo Little, todos nomes de relativa importância dentro do desenvolvimento do rock inglês.
E entre os sets do All Stars, Jimmy Page e depois Jeff Beck apareceriam regularmente para “brincarem” um pouco. Jimmy Page foi convidado algumas vezes durante o ano de 1963 a se juntar aos All Star, porém Page sabia que como ‘sessionman’ ganhava mais dinheiro do que como integrante de uma banda, muito embora sem nenhuma notoriedade popular. Tambem lhe preocupava a hipótese de voltar a ficar doente após seguidas viagens.
Apesar de Page namorar a idéia de voltar a participar de uma banda, ele comentaria que a morte de Cyril em janeiro de 1964 lhe tirou todo o encantamento de uma apresentação ao vivo. Gravaram apenas um compacto em 1963 onde Page participou do lado B, “Not Fade.”
Soulspell (Blackmore, São Paulo, 27/11/10)
O SOULSPELL METAL OPERA é um projeto criado pelo baterista Heleno Vale, que conta uma saga através de Eras interpretada por ícones do Heavy Metal Nacional. Após o lançamento do primeiro ato da saga, A Legacy Of Honor, foi lançado o segundo álbum, intitulado The Labyrinth of Truths, que conta também com músicos internacionais como Jon Oliva (SAVATAGE), Roland Grapow (ex-HELLOWEEN) e Zak Stevens (SAVATAGE).
Rammstein (Via Funchal, São Paulo, 30/11/10)
Eu desejava um show do Rammstein há muito tempo, e desde que começaram os rumores que a turnê deles passaria pelo Brasil em 2010, eu decidi que iria. Tanto que comprei o ingresso logo que começaram a serem vendidos e para isto abri mão de outros shows que gostaria de ter ido, podendo ver, ao vivo, estes alemães, coisa que quase consegui em 1999, quando abriram o show do Kiss, mas que, por incompetência da organização na entrada, não pude entrar a tempo.
Só que estas dimensões reduzidas do palco e o fato do local ser fechado não afetou em nada toda a pirotecnia (piromania para ser mais exato) da banda, principalmente do performático vocalista Till Lindeman, que não se cansa de brincar com o fogo, chegando inclusive a queimar o tecladista Flake Lorenz na música Weisses Fleisch (de mentirinha) e um figurante na Benzin (daí de verdade, apesar dele usar uma roupa apropriada).
Fica claro que tudo é muito bem ensaiado e pensado, pois uma falha ou descuido pode gerar uma tragédia. Mas nada disto acontece, e a cada ato, a platéia fica mais impressionado e atônita. Era possível ver a cara de surpresa e contentamento a cada lado que se olhasse num Via Funchal totalmente lotado, extremamente quente e esfumaçado. Mas não é que além disso, existe a música?
Com um repertório multi-linguístico, combinando o francês na Frühling In Paris, inglês na Pussy e espanhol na Te Quiero Puta, além do alemão, o que se ouvia na galera era uma mistura de canto com embromation a cada música, mas até que algumas canções conseguiram ter seus refrões cantados em uníssono, como Du Hast e Ich Will, o que não é pouca coisa, considerando o número mínimos de pessoas lá que deveriam falar o alemão.