30 de novembro de 2010

Honeydripper - Do Blues ao Rock







A história se passa no Alabama, ironicamente, na cidade de Harmonia em 1950 onde oficialmente todos os cidadãos são livres para ir e vir, mas no fim das contas, a maioria acaba escravizada nas plantações de algodão. A mão de obra das fazendas é garantida pelo xerife do povoado (Stacy Keach), que preenche o trabalho nas lavouras com pessoas acusadas de “vadiagem” que para não irem pra cadeia, se obrigam a pagar a fiança com o trabalho nas lavouras. Um dos poucos negros empreendedores da região é Tyrone Purvis (Danny Glover) que administra o bar Honeydripper. O problema é que seu estabelecimento está ultrapassado. Ameaçado por gangsteres e a beira da falência, sua última tentativa de salvar o negócio é promover um show com um guitarrista de Nova Orleans, famoso no rádio. O espetáculo irá contrariar a lógica de Tyrone que se opõe ao uso da guitarra. Para ele, o instrumento acaba contaminando as raízes do blues. Suas convicções começam a ser revistas com a chegada do jovem Sonny (Gary Clark Jr.) à cidade, que tentará a sorte com seu “instrumento do mal”.
- Quantos anos têm essa guitarra?
- Essa é a segunda que criaram. O diabo ficou com a primeira…





Twisted Sister (Via Funchal, São Paulo, 27/11/2010)


Sabe quando alguém te fala: se a pessoa precisa se encher tanto assim de maquiagem, é para disfarçar a falta de alguma coisa? Pode até ser que isso se encaixe em determinadas situações, mas definitivamente a carapuça não serve para os integrantes do TWISTED SISTER.
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Antes de discorrer sobre a atração principal da noite de 27/11, que tal falar um pouco sobre a banda de abertura, o SALÁRIO MÍNIMO? Afinal, os caras fizeram um show de abertura que conseguiu aquecer bem o público que já estava no Via Funchal. Commúsicas como “Noite de rock”, “Delírio estelar”, “Anjo” e “Cabeça metal”, a casa de shows entrou no verdadeiro clima do rock n’ roll depois que os brasileiros pisaram no palco. CHINA LEE canta muito e quem resolveu ficar do lado de fora para entrar só quando o TWISTED SISTER começasse, perdeu um baita show. Não é sempre que se vê um público tão receptivo com bandas de abertura.
O intervalo entre um show e outro foi marcado por clipes do MOTORHEAD  que passavam nos telões, lembrando da apresentação da banda em abril do ano que vem. Isso só podia significar uma coisa: deixar a platéia ainda mais ensandecida e ansiosa pela entrada do TWISTED SISTER no palco. O simples fato de terem baixado a bandeira que fez parte do cenário, fez todomundo gritar loucamente.
E foi depois de uma introdução com “It’s a long way to the top” do AC/DC que a banda deu as caras – dessa vez, sem maquiagem – para os paulistanos que gritavam, aplaudiam, assobiavam ou manifestavam qualquer ato de idolatria. “What you don’t know”, “The kids are back” e “Stay hungry” foram suficientes para confirmar aquilo que escrevi no começo da resenha: DEE SNIDER e seus companheiros de banda não precisam de maquiagem, perucas e roupas extravagantes para mostrar algum tipo de talento. Eles já o têm. O vocalista parece um louco com aquele cabelão a lá Elba Ramalho, correndo sem parar em cima do palco, bangueando com tanta fúria que a impressão que se tem é de que a cabeça dele vai se soltar do pescoço em questão de segundos. JAY JAY FRENCH, MARK ANIMAL MENDONZA e EDDIE OJEDA também mostraram muita presença de palco indo para bem perto do público o tempo todo.
DEE SNIDER além de ter uma voz poderosíssima ao vivo, ainda é simpático e conversou o tempo todo com o Via Funchal. Disse que o português dele podia não ser bom, mas que naquela noite todos falavam a mesma língua: a língua do heavy metal. E essa língua foi falada várias vezes em músicas como “You can’t stop rock n’ roll”, “The fire still burns” e lógico em “We’re not gonna take it”. Foi lindo ver todo mundo cantando o refrão mesmo depois que a música tinha acabado e mais lindo ainda ver a banda voltar a tocar “We’re not gonna take it/No, we aint gonna take it/ we’re not gonna take it anymore” mais uma vez.
Em seguida, foi hora de prestar uma homenagem a RONNIE JAMES DIO com “Long live rock n’ roll”. Afinal, mestres como ele devem ser lembrados o tempo todo; e com certeza DIO deve ter ficado orgulhoso em ver que ainda existe salvação para o país do samba.
Depois de “Burn in hell”, AJ PERO mandou ver no solo de bateria com suas baquetas brilhosas e com trechos de músicas conhecidas como “Rock n’ roll” do LED ZEPPELIN, “Painkiller” do JUDAS PRIEST e a própria “We’re not gonna take it”. Em seguida, guitarristas, baixista e vocalista voltam ao palco para mandar ver em “I wanna rock”. Por mais que seja um dos clichês do hard rock, não tem como não se empolgar com ela. DEE SNIDER, só para não perder o costume, quis testar o poder e a empolgação dos brasileiros, fazendo-nos repetir rock várias vezes até ficar convencido de que era aquilo mesmo que nós queríamos.
Essa foi a deixa para os caras saírem do palco, fazendo com que os presentesficassem mais insanos ainda, querendo, implorando por mais TWISTED SISTER. E eles voltaram, para saciar essa vontade. Depois de “Come out and play”, DEE SNIDER além de apresentar os integrantes da banda, fez questão de ressaltar que eles eram os 5 membros originais da formação. “S.M.F” foi a última música de um show que provou que poucas bandas conseguem sair de trás de suas fantasias sem medo de serem bem-sucedidos.
E respondendo à clássica pergunta what do you want to do with your life? A resposta está na ponta da língua: we wanna rock!
SET LIST – SALÁRIO MÍNIMO
Eu Não Quero Querer Mais
Beijo Fatal
Dama da Noite
Jogos de Guerra
Delírio Estelar
Anjo
Cabeça Metal
Noite de Rock

SET LIST – TWISTED SISTER
What You Don´t Know
The Kids are Back
Stay Hungry
Captain Howdy
Shoot ‘em Down
You Can’t Stop Rock ‘n’ Roll
The Fire Still Burns
We’re Not Gonna Take It
Long Live Rock ‘n’ Roll
I Am (I’m Me)
Under the Blade
The Price
Burn In Hell
Drum Solo
I Wanna Rock
BIS:
Come Out and Play
S.M.F.


Twisted Sister (Master Hall, Curitiba, 26/11/10)

Um grande público presenciou na última sexta-feira (26 de novembro) o show de abertura da turnê brasileira da banda Twisted Sister na capital paranaense. Os expoentes do Hard Rock norte americano subiram ao palco do Curitiba Master Hall para apresentar um repertório recheado de clássicos da música pesada da década de 80. Como prometido, o show começou cedo, pouco depois das 23 horas. Quem deixou para chegar tarde, perdeu boa parte do espetáculo. Muita gente não teve a oportunidade de ver o show de abertura dos curitibanos do Motorocker, que começou bem cedo.


Canções como “The Price”, “I Wanna Rock”, “We’re No Gonna Take It” e “Under The Blade” criaram um clima de nostalgia. Entre outras músicas, podem se destacar também “The Fire Still Burns”, “Burn In Hell”, “Shoot em Down” e “Stay Hungry”. A banda executou um repertório abrangendo toda a carreira, sem deixar de apresentar clássicos como “You Can’t Stop Rock N Roll”, “SMF” e “Come Out And Play”. Que eu me lembre, o repertório foi praticamente igual ao executado na capital paulista no dia seguinte. O Twisted não deixou de recordar discos como “Under the Blade” (1982), “Stay Hungry” (1984) e “Come Out And Play” (1985). O show foi preparado para os fãs que nunca tiveram oportunidade de ver a banda de perto.
Com mais de 25 anos de carreira, a banda ainda continua com sua formação original e esbanjando vitalidade. Ao conversar com o público, o guitarrista Jay Jay French demonstrou que tem um carinhoespecial pelo Brasil. “É o país da América do Sul em que marcamos duas datas. Temos muitos fãs e merece respeito”, disse.
O vocalista Dee Snider demonstrou que, aos 55 anos de idade, ainda tem muito a oferecer. Sua presença de palco envolveu a platéia e expôs por que diante do público ele é o líder do Twisted Sister. “You can’t stop rock ‘n roll”, cantou ele, fazendo uma referência ao estilo musical que consagrou a banda em meados da década de 80.
Vale destacar também o desempenho dos demais membros do Twisted. Eddie Ojeda demonstrou ser o homem dos solos, ao “castigar” sua guitarra, e o baterista Aj Pero teve seu momento de brilho ao fazer um solo composto com introduções de clássicos do rock. Já o baixista Mark Mendoza tocou de uma maneira pouco convencional, esmurrando seu instrumento.
Abertura de primeira
espetáculo ainda contou com a abertura da banda curitibana Motorocker, que executou canções do CD “Igreja Universal do Reino do Rock” e do novo trabalho “Rock na Veia”. Na apresentação, a banda mostrou que tem uma legião de fãs fiéis. A presença do Motorocker confirma que a banda se tornou o grupo oficial de abertura dos grandes shows de Curitiba. O currículo dos curitibanos inclui também Nazareth, DEEP PURPLE, Motorhead e Glenn Hughes. Há fã que já começa a pedir a presença do Motorocker no Rock in Rio 2011. Será possível?

God Save The Queen (Rio de Janeiro e São Paulo, 17/11/10 e 19/11/10)


Na última semana Rio de Janeiro e São Paulo tiveram, mais uma vez, o privilégio de ouvir, ver, e deliciar-se ao som da banda argentina Dios Salve la Reina, ou como é mundialmente conhecida: God Save the Queen.
No Rio de Janeiro, o show aconteceu no dia 17/11 no Vivo Rio, onde mesmo com a casa sem a lotação total, apresentou um número muito grande de apreciadores da música e da banda, que é reconhecida mundialmente como uma das melhores ou a melhor cover da banda Queen.
Falando com quem esteve lá, o problema da não lotação deve-se a dois fatores: divulgação e preços salgados, que giravam em torno de R$ 110,00 mais as taxas de conveniência. Outro fator levantado também por alguns fans de QUEEN é que um show deste porte não deve acontecer com o público sentado, pois Freddie Mercury e sua trupe foram os precursores dos grandes shows em estádios de futebol, onde todo mundo fica de pé pulando e cantando.
Mas, considerações à parte, o show do Rio estava muito aconchegante, e a banda realmente conseguiu cativar os presentes. Pablo, o vocalista que imita Freddie em todos os mínimos detalhes, a cada show que passa (e eles estiveram aqui no país já umas 5 vezes), demonstra estar cada vez mais afinado.
A banda tocou no Rio os grandes hits do QUEEN como: "Somebody to love", "Love of my life", "Radio gaga" (com direito a uma platéia enlouquecida batendo as palmas), "The show must go on" e "I want break free" (com direito a vermos Pablo de peruca e peitos)... entre outro sucessos.
O destaque neste show, foi uma música da carreira solo de Freddie Mercury, “I was born to love you”, seguida na íntegra pela platéia. Conversamos com alguns fans após o show e claro que houve músicas que segundo eles deveriam estar no set list, mas QUEEN, para quem gosta de boa música, sabe que um show de cerca de 2 hs é muito pouco, pois a banda detém uma dos repertórios mais respeitados e elogiados do mundo.
"Igualzinho!"
Este era o pensamento da grande maioria das pessoas que estiveram tanto no Rio como em Sampa, quando se depararam com Pablo cantando ou imitando Freddie Mercury nos shows do grupo argentino Dios Salve a la Reina, mais conhecido como God Save The QUEEN, banda tributo de um dos maiores nomes do rock internacional: QUEEN.
Diferente do que estamos habituados a presenciar, o espetáculo aconteceu em um ambiente de teatro, com cadeiras, mezanino e público contido, como não poderia deixar de ser, já que em todo o momento as pessoas permaneceram sentadas.
Em São Paulo, o show aconteceu no dia 19/11 no HSBC – onde a base do show foi a mesma do Rio de Janeiro. Desta vez, Matias (que faz o “papel” de Roger Taylor – baterista) não usou peruca loira, aderiu às mechas loiras e a banda esmerou pelo trabalho de parecer-se cada vez mais com os integrantes originais.
A banda argentina ao vivo consegue similaridades de voz e de comportamento dos integrantes do QUEEN, o que fez o público levantar-se das mesas e curtir o show de pé, cantando junto cada um dos clássicos do grupo.
O destaque emocionante para todo latino é o coro uníssono em "Love of my life", momento que foi lembrado depois por alguns fans com quem conversamos que fez o Freddie Mercury “original” (como disseram) engolir as lágrimas no Rock in Rio I.
O show de São Paulo teve um público maior que no Rio e bem mais caloroso, e a noite de quinta-feira terminou em grande estilo: um grande show, com grandes momentos, grandes emoções para todas as idades.
O decorrer do show, como era de se esperar, foi uma viagem no tempo ao percorrer praticamente toda a carreira do QUEEN, só com clássicos... e claro que em um determinado momento, os fans e presentes não resistiram: levantaram-se das cadeiras e curtiram o som do QUEEN como se deve: ”participando intensamente”.
A banda, que já foi elogiada por Brian May (guitarrista do Queen) e teve a benção de Jer Buklsara (mãe de Freddie Mercury), vem se tornado ícones musicais e ídolos tanto quanto a banda inglesa, pelo trabalho e talento de seus integrantes.
GOD SAVE THE QUEEN formou-se em 1998, na cidade de Rosario, na Argentina. O principal objetivo do grupo foi fazer uma reprodução precisa do concerto ao vivo do QUEEN, alcançando seus estilos, sons e a estética original do inesquecível show que o QUEEN realizou em Buenos Aires no ano de 1981, extasiando mais de 80.000 pessoas.
Os integrantes são Pablo Padín (voz, piano e violão), Francisco Calgaro (guitarra e teclados), Matías Albornoz (bateria) e Ezequiel Tibaldo (baixo). Cada um deles representa um integrante original do QUEEN em cena e eles desenvolvem um repertório não só das músicas que o QUEEN tocava ao vivo, mas também com canções que o QUEEN somente apresentou em estúdio, como a parte em ópera de "Bohemian Rhapsody".
Tanto no Rio como em São Paulo, após o concerto a banda recebeu os fans, entre eles alguns ganhadores de promoções de rádios, TV, sites etc... e outros fans que pacientemente esperam ser atendidos.. e foram...
É neste momento, que pra esta fan que vos relata o evento, a semelhança de Freddie se faz maispresente. Pablo, que é um gigante no palco, fora dele é muito doce, atende a todos simpaticamente e com muita humildade e acrescento: é um homem de porte pequeno, como o original (Freddie tinha cerca de 1.70 ou 1.72 de altura - e fora do palco era muito na dele..).. Talvez por isso Jer Bulsara tenha dito certa vez: "Meu Deus, como você se parece com ele..." Pablo parece muito com Freddie, uma semelhança que vai além dos trejeitos, roupas, bigode....
Quem perdeu o show da banda, perdeu a oportunidade de ver um show muito bom, que com certeza voltará ao Brasil para agradar aos ouvidos e olhos de muitos fans. Sem dúvida um show internacional imperdível! É como eu disse certa vez; é o mais próximo do QUEEN que poderemos chegar.. então meus queridos.. enjoy it!!!!!
Lady Taylor (site www.QueenBrazil.com) – é fã da banda QUEEN desde 1981, já viu mais de 12 concertos da banda QUEEN com Freddie Mercury e Paul Rodgers nos vocais. Também já esteve com a banda original (85), com a nova formação (08) e em locais especiais para os fãs (casa do Freddie Mercury), Mountain Studios e estátua de Freddie Mercury (Montreux) e a estrela que homenageia Mercury em Felthan.

Hard Rock - Aqueles que ficaram para trás - Parte 5

Bandas negligenciadas e desconhecidas, este é o enfoque básico destas linhas. Mostrar ao leitor outras opções em termos de nomes do Hard Rock, estilo que já estava bastante saturado quando sucumbiu no começo dos anos 90 em função da ascensão meteórica do grunge.


Após esta brusca mudança no mercado fonográfico que afetou tantas pessoas, muitos destes conjuntos seguem com sua carreira aos trancos e barrancos, porém somente alguns poucos conseguem manter certo status no agora único mercado que realmente ainda valorizava o hard rock, ou seja, o mercado japonês. Porém, a imensa maioria dos grupos não tinha condições financeiras e nem psicológicas para continuar na ativa e optam por encerrar suas atividades, seguindo outros rumos, sejam musicais ou profissionais.
Então aí vão mais algumas bandas que nunca conseguiram alcançar o sucesso maciço, muitas vezes até merecido. Algumas amadas pelo público, outras relativamente desconhecidas, mas que nem por isso deixaram de liberar alguns bons discos.


LITTLE CAESAR


Little Caesar

(1989 Geffen)

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A partir da segunda metade dos anos oitenta a gravadora Geffen começa a investir pesado no Hard Rock, tendo grandes nomes em seu cast. Sempre procurando novos conjuntos para assinar, acabam por escutar um EP chamado “Name Your Poison”, cuja capa trazia a figura de um preservativo e as quatro canções chamam no ato a atenção. O nome da banda? Little Caesar.

Vindo de Los Angeles, Califórnia, este quinteto tinha um visual bem sujo, o completo oposto do glam tão em alta na época. Seu fundador e vocalista Ron Young vinha acompanhado dos guitarristas Louren Molinare e Apache, no baixo Fidel Paniagua e Tom Morris na bateria. Contrato na mão e bem apoiado financeiramente, o Little Caesar debuta em grande estilo, com um trabalho produzido pelo competente Bob Rock.
Apesar do visual à la Hells Angels, sua música era um contraste com sua imagem. Seu Hard Rock vinha curtido no AEROSMITH dos velhos tempos, nas melhores referências dos anos 60 e 70, além do indispensável blues. A voz de Ron é bastante rude e os riffs empolgam pelo fato de serem bem melodiosos, tudo embalado com aquela distorção já clássica. O disco abre com a empolgante “Down-N-Dirty”, destacando-se ainda “In Your Arms”, “Rock-N-Roll State Of Mind” e “From The Start”, ótimos exemplos de rock´n´roll pesadão. Traz ainda covers inusitados, como “Chain Of Fools” de Aretha Franklin e “I Wish It Would Rain” do Motown.
Com faixas despretensiosas que acabaram por agradar, Little Caesar consegue ótimas notas na mídia especializada, porém seus tatuados integrantes passavam uma imagem marginal muito vinculada aos já citados temidos motoqueiros e a MTV não colocava seus clips na programação. Resumindo, este ótimo disco acabou por ser um fiasco entre o grande público consumidor.
Com estes resultados, o quinteto já não é mais prioridade para a gravadora. A banda insiste, troca seu guitarrista Apache por Earl Slick, liberando em 1992 “Influence”, infelizmente com uma sonoridade bem mais clichê. Logo a seguir são abandonados pela gravadora e o Little Caesar tem seus integrantes partindo para outras alternativas, com Ron Young passando um tempo no The Four Horsemen e no desconhecido Manic Eden. Em 98 Little Caesar retorna novamente com “This Time It´s Different...!!!” e acaba por sumir do mapa de vez.

TYKETTO

Don´t Come Easy
(1991 - Geffen Records)

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Tyketto vem de Nova York e é considerada por grande parte dos amantes do hard rock como uma das mais injustiçadas bandas do gênero. Na realidade este quarteto apareceu num péssimo momento, bem no ano de 1991, quando o grunge despontou com tudo e consequentemente derrubou os outros estilos musicais que dependiam das rádios norte-americanas para sobreviver.

Recém saído do Waysted (ler “Hard Rock - parte 04”), o vocalista Danny Vaughn se junta com Brooke St. James (guitarras), Jimi Kennedy (baixo) e Michael Clayton (bateria). O Tyketto fez bonito logo com seu primeiro registro chamado “Don´t Come Easy” de 91, apresentando um rock´n´roll bem AOR, soando como uma versão mais pesada de Foreigner e Journey.
Apesar do talento de cada um dos músicos, sem dúvida alguma o ponto alto desta banda era a voz majestosa de Danny. Do começo ao fim o que se escuta são melodias pegajosas, guitarras elétricas e acústicas bem encaixadas, ou seja, tudo elaborado para agradar os apreciadores deste estilo. Canções como a ótima “Forever Young” e a balada “Standing Alone” são cultuadas até os dias de hoje.
Trazendo agora Jamie Scott no contrabaixo, seu segundo disco “Strenght In Numbers” não é tão bom quanto seu antecessor e como já foi citado, o hard rock perdia terreno nas rádios. Para piorar, Danny Vaughn também abandona seu posto em 1995 para ficar mais tempo com sua esposa, bastante doente. O Tyketto coloca ainda mais dois discos no mercado com a voz de Steve Augeri, mas infelizmente não são nem sombra deste debut.
Augery substitui o posto de Steve Perry no Journey e Danny acaba por montar seu projeto “Vaughn”, com quatro registros lançados. Sua atual banda chama-se “From The Inside”, cujo CD foi inclusive lançado no Brasil em 2004 e possui canções bem diversificadas.

HAVANA BLACK

Indian Warrior
(1989 Capitol Records)

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Vindo da gélida Finlândia, começou sua carreira em 1984 inicialmente sob o nome Havana Blacks. Foram, ao longo do tempo, lançando inúmeros singles e dois discos, tocando em todas as oportunidades que apareciam. Com uma imagem influenciada pela filosofia e maneira de vida dos nativos norte-americanos e tendo como música um rock´n´roll meio retrô, foram aos poucos se tornando bem conhecidos no circuito dos pequenos bares e clubes de seu país.

Em função de sua persistência, a procura pela música do Havana Blacks começa a romper as fronteiras da Finlândia. Decididos a começar os trabalhos de marketing no sentido de expandir a área de atuação da banda, tomam a decisão política de retirar a letra “s” de seu nome, simplificando para Havana Black (assim evitavam-se prováveis problemas legais com os famosos charutos cubanos, negros norte-americanos, etc, etc.....). Assim sendo, em 1988 liberam “Indian Warrior”, seu terceiro disco e primeiro lançado à nível internacional.
Contando com Guts nas vozes, Crazy na guitarra, Risto no contrabaixo e J.T. na bateria, este trabalho mostra o quanto este quarteto finlandês era influenciado pelo rock setentista, soando como uma mistura bastante expontânea de Bad Company com Blackfoot, aliados também à veia hard dos anos 80. Canções proeminentes como “Hoo Myself”, “Lone Wolf” e “Shoot You Down” representam muito bem a musicalidade deste pessoal.
Este trabalho foi uma das boas e agradáveis surpresas deste ano, com vídeos rolando na MTV, tours pelos EUA e Europa ao lado de Great White e MSG, entretanto o disco não obteve o desejado reconhecimento. O Havana Black segue em frente, liberando em 91 o excelente “Exiles In Mainstream” e o apenas razoável “Growing Wings”, além do EP “Leftovers For The Right People”, quando por fim encerram suas atividades pelo fato de não haver mais interesse na música que tocavam.

VINNIE VINCENT INVASION

Vinnie Vincent Invasion
(1986 – Crysalis Records)

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Quem viveu nos anos 80 lembra-se de como eram bonitas as guitarras do disco “Lick It Up” do Kiss, que fez grande estardalhaço pelo fato de seus músicos decidirem enfim retirar suas máscaras. E estas guitarras cheias de distorção e ótimas melodias eram tocadas por Vinnie Vincent, que não agüentou por muito tempo o estrelismo de Gene Simmons e Paul Stanley.

O fato é que, uma vez tendo decidido ser ELE a estrela, Vinnie pede para ser dispensado do KISS. Como já tinha um nome reconhecido mundialmente, parte logo em seguida para seu projeto solo batizado simplesmente de Vinnie Vincent Invasion. Prepara suas próprias composições, recruta Robert Fleischman, seuamigo e vocalista dos velhos tempos, e gravam algumas demos.
A gravadora Crysalis adorou o que ouviu e logo assina um contrato milionário com a nova banda para a gravação de seu primeiro disco. Agora com Dana Strum no baixo e Bobby Rock nas baquetas, este quarteto norte-americano apresentava um visual glam que faria o Poison se roer de inveja. Independente deste aparato andrógino, este seu primeiro disco lançado em 1986 era pesadíssimo, com fortes linhas vocais e solos de guitarras realmente matadores. Foi um sucesso imediato.
Entretanto, constrangido com o visual carregadíssimo de maquiagem, Fleischman se recusa a excursionar parecendo uma boneca. Vinnie, bastante indignado e não abrindo mão deste apelo visual, acaba recrutando Mark Slaughter, cuja voz é praticamente idêntica à do ex-vocalista. O curioso é que desde o início já houve certa tensão entre Vinnie e Mark e a situação somente piorou quando a gravadora quis focar também a atenção no novo cantor para o próximo disco. Já dá para imaginar, não?
Em 1988, apesar do segundo disco “All Sistem Go” não ser tão direto quanto o primeiro, também conseguem chamar a atenção, porém a situação interna do Vinnie Vincent Invasion estava totalmente deteriorada e a banda acaba neste mesmo ano. Vinnie Vincent até tentou reativar o projeto com outras formações, porém não conseguiu... Quanto a Mark Slaughter e Dana Strum, estes sempre foram bons amigos e montaram o Slaughter, que lançou cinco álbuns muito bons. Já Bobby Rock fez fama com os irmãos-barbie Nelson.

DANGEROUS TOYS

Dangerous Toys
(1989 – Columbia Records)

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Esta banda é de Austin, Texas, chamava-se inicialmente Onix e contava com uma vocalista feminina. Porém conflitos internos acabam resultando na expulsão da garota e Scott Dalhover (guitarra), Mike Watson (baixo) e Mark Geary (bateira) resolve colocar Jason McMaster como vocalista e não hesitaram em renomear a banda para Dangerous Toys.

Seu rock´n´roll com cheiro sulista somado à voz distintiva e gritada de Jason começa a chamar a atenção nos locais onde tocam e como as gravadoras estavam cheias de disposição em relação a novos talentos, logo assinam com a Columbia e liberam em 1989 este debut auto-intitulado. Aqui suas canções são bastante despojadas, conseguindo emplacar nas rádios “Scared” e “Teas´n, Pleas´n”, com seus clips rodando direto na MTV. Mas também merecem destaque “Take Me Drunk”, “Ten Boots (Stompin')” e “Feels Like A Hammer”, esta última com uma bela voz feminina muito bem encaixada.
Logo nas primeiras apresentações acrescentam Danny Aaron para a segunda guitarra e partem para excursões com seu ídolo Alice Cooper, JUDAS PRIEST, entre outros. Era uma excelente fase para o Dangerous Toys, que tem uma participação na trilha sonora no filme Shocker com a música “Demon Bell”, em co-autoria com o fazedor de hits Desmond Child. Felizes com a repercussão de suas canções, continuam em turnê com The Cult e Bonham pelos EUA.
Em 91 colocam no mercado “Hellacious Acres”, seguindo exatamente a mesma linha musical que foi um sucesso em seu primeiro disco. Conseguem ainda bastante destaque, porém não como no passado. Em 1992 começam os verdadeiros contratempos: perdem o guitarrista Danny, mudam para uma gravadora independente para lançar seu próximo trabalho “Pissed”, que acabou sendo gravado em apenas um mês, tendo como resultado vendas bem além do esperado. Desnecessário citar que os problemas somente aumentaram e seu quarto registro foi ainda pior... Entre projetos paralelos e novos integrantes, o Dangerous Toys segue persistente, tocando em pequenos locais ainda nos dias de hoje.

KINGS OF THE SUN

Kings Of The Sun
(1988 – RCA Records)

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Aqui temos uma banda muito boa. Este quarteto vem da Austrália, tendo como embrião os irmãos Jeffrey Hoad (voz) e Clifford Hoad (bateria), que tocavam no Young Lions. Após a dissolução deste, a dupla Hoad se junta com o guitarrista Ron Thiessen e o baixista Anthony Rags, batizando-se por fim como Kings Of The Sun. Lançam o single “Bottom Of My Heart” em 1986, que obteve bom destaque em seu país, o que permitiu que a banda assinasse com a RCA Records.

A banda parte para tocar nos EUA e apesar do projeto estar começando a colher seus frutos, o guitarrista abandona o grupo pouco antes de o King Of The Sun entrar em estúdio para iniciar os trabalhos deste seu primeiro disco, que acabou sendo gravado como um trio mesmo, sob a tutela do produtor Eddie Kramer. Homônimo, foi lançado em 1988 e a reação do público foi bastante positiva. Suas canções são bem próximas do hard rock de Los Angeles, mesclado a algo de ZZ Top e Circle Of Power, com um resultado final realmente empolgante.
Logo a seguir voltam aos Estados Unidos da América abrindo para Joe Satriani e na Europa tocam com o KISS. Fato engraçado ocorre no final deste ano: já de volta ao seu país e durante a apresentação em que estão abrindo para o Guns n´ Roses em Melbourne, o vocalista Jeffrey abaixa suas calças diante da audiência e critica duramente o Guns. O resultado foi desastroso, pois ficaram mal-vistos em sua própria nação. Pelo jeito seus conterrâneos preferiam o Guns n´ Roses...
Entretanto, se trancam novamente em estúdio para gravar seu próximo trabalho, que sai sob o nome “Full Frontal Attack” e a partir daí as coisas desandam. Além de o Kings Of The Sun estarem queimados com o público australiano, seu novo registro não é tão atraente quanto seu antecessor. Desanimados, Rags e Morris deixam a banda alguns meses depois. Kings Of The Sun, com novos membros, lança ainda o ótimo “Ressurrection” em 93 e sai praticamente de cena, fazendo algumas apresentações esporádicas em seu país, abrindo para grandes nomes do rock pesado mundial, como Sammy Hagar e Kiss.

GREAT WHITE

...Twice Shy
(1989 – Capitol Records)

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Formado em Los Angeles em 1981 pelos amigos de escola Mark Kendall e Jack Russell, o Great White teve grande rotatividade entre seus integrantes com o passar do tempo. Nos primeiros anos a banda não se fixava em um único estilo, pois começou tocando Heavy Metal, descambou para o hard farofa e, por fim, se fixou num rock n´roll cheio de influências do blues.

Mesmo tendo seus fãs e se apresentando com os grandes nomes do rock pesado nos anos 80, o Great White nunca chegou a fazer muito sucesso. Porém, em 1989 estouraram com seu sexto álbum de estúdio, o espetacular “...Twice Shy”, vendendo tanto que ganharam platina dupla duas vezes, além da indicação para o Grammy para a canção “Once Bitten Twice Shy”.
Este disco traz em sua formação Jack Russell na voz, os guitarristas Mark Kendall e Michael Lardie, o baixista Tony Montana e na bateria Audie Desbrow, sendo que aqui começa a transição para o bonito rock´n´roll que passaram a executar a partir de então. Em “...Twice Shy” estes músicos fizeram um disco que considero clássico, porém realmente estouraram com a já citada “Once Bitten Twice Shy”, que nada mais era que um cover de Ian Hunter!!! E o pior é que todas as outras músicas são muito superiores a esta; aqui estão os melhores trabalhos de guitarras da banda, não dá para entender mesmo...
De qualquer maneira, já na excursão para “...Twice Shy” o guitarrista Kendall se afasta temporariamente por estar com uma hemorragia causada por excesso de álcool ( !!! Vai beber assim...!!! ). Mesmo rodando inúmeros países, seu momento de glória foi bem curto, pois já a partir do muito bom álbum “Hooked” o público já não possui tanto interesse assim no Great White.
Mas como Russel e Kendall amam sua música e as estradas, continuando a lançar inúmeros trabalhos, alguns bons, outros nem tanto, e conseguindo pequena publicidade esporádica. O Great White somente aparece nos grandes noticiários em 2002, quando no dia 20 de fevereiro, durante uma apresentação no clube The Station, em Rhode Island, a tragédia vem em chamas. Os efeitos pirotécnicos usados logo no início do show causam um enorme incêndio, onde morrem 96 pessoas, incluindo aí o guitarrista Ty Longley da própria banda.
A partir disso, entre processos para averiguar quem seriam os verdadeiros culpados, os donos do clube ou a banda, o Great White vem colocando no mercado somente coletâneas e tudo parece bastante incerto para o futuro. É aguardar para ver.

Vinny Appice: "Dio, um irmão, líder e meu melhor amigo"


O baterista Vinny Appice (HEAVEN & HELL) é destaque em uma nova entrevista  para o site Sea Of Tranquility discutindo o novo DVD ao vivo do HEAVEN & HELL, "Neon Nights", lançado em tributo ao grande RONNIE JAMES DIO. Segue abaixo um trecho.
Se há um tributo à altura de Ronnie, o "Neon Nights" parece sê-lo. Vendo-o como a última performance filmada do Ronnie, não só estava a banda pegando fogo naquela noite, mas a platéia era enorme e os elementos de produção do show, tanto o áudio quanto o vídeo, são soberbos. Como foi aquela noite para você, e como é a sensação de ver essa apresentação em Wacken agora e saber que foi a última vez que o Ronnie apareceu ao vivo no palco em frente às câmeras?
Vinny: "Bem, foi um festival tão grandioso, com tantas pessoas, que você podia sentir a energia de todos os fãs no palco. Olhando pra trás eu fico feliz por ter sido a última performance em vídeo do RJD e ter sido em uma noite sem qualquer problemas técnico, além da banda estar pegando fogo. Achei que foi uma das melhores noites do Ronnie. Ele cantou tão bem e curtiu tanto aquela noite!"
O falecimento do Ronnie foi duro para toda a comunidade do hard rock e do metal, provavelmente mais do que qualquer outro artista na memória recente. Ele parecia ser um daquelas figuras que nunca envelhecem, adorado pelos fãs, amigos e familiares e o embaixador do 'heavy metal' que viveria eternamente, que eu acho que foi o que tornou a morte dele tão difícil para todos nós. Você era muito próximo do Ronnie por tantos anos – você pode nos dar algumas palavras sobre sua relação com ele, e como você está lidando com a perda de seu amigo e colega de banda?
Vinny: "Eu conheci o Ron quando estava com 23 anos. Ele se tornou meu colega de banda mas ainda mais importante, um irmão, líder e meu melhor amigo. Nós tínhamos tanta coisa em comum, principalmente a vontade de tocar todas as noites e detonar um ao outro no palco. Eu realmente sinto falta de estar perto dele; A sensação é a de que começaremos a ensaiar em breve e que ele vai estar lá."
Antes do anúncio da doença de Ronnie, a banda tinha planejado outra turnê mundial. Além disso, havia composições ocorrendo para um possível álbum em sequência ao "The Devil You Know"?
Vinny: "Não, não havia nada, mas o Ronnie tinha algumas músicas que ele fez no estúdio dele. O Tony e o Geezer talvez estivessem trabalhando em algumas idéias e riffs também. Mas nenhuma sessão de composição oficial da banda aconteceu."
A entrevista completa (em inglês) está no link a seguir.
Fonte desta matéria (em inglês): Brave Words & Bloody Knuckles