20 de janeiro de 2010

Pearl Jam - Immagine In Cornice







Ano:2007
Direção: Danny Clinch
Duração: 92 Minutos


O Pearl Jam lança um Documentário-show: Imagine in Cornice – Picture in a frame. O dvd foi todo gravado em pelicula, com textura de filme, onde temos todo o acompanhamento de uma turnê da banda pela Itália.
Em setembro de 2006, a banda excursionou por várias cidades da Itália, este filme-show captura músicas como ¨Alive¨, ¨Even Flow¨, ¨Better Man¨, bem como um cover do Neil Young, ¨Rockin´in the free world¨ e muito mais interpretadas por Eddie Vedder em frente a uma multidão de fãs italianos. Toda a vibração de um grande show de rock, com imagens sensacionais de paisagens italianas, bastidores dos shows, é como se o fã fosse transportado para um show da banda. Entre os momentos curiosos está a tentativa de Eddie Vedder em aprender palavras em italiano para falar as multidões, além de ensaios da banda e muito mais.

Festivais Ao Ar Livre no Brasil que não aconteceram





Como diz a sua avó, ‘de boas intenções o inferno está cheio’. E nos anos de chumbo da ditadura brasileira, não foram poucas as tentativas de se organizar o nosso “Woodstock”, um gigantesco nó na garganta de músicos, promotores, empresários e visionários em geral.


A primeira e grande tentativa frustrada aconteceu ainda em 1969, o mesmo ano de Woodstock. O Festival Primavera estava agendado para acontecer nos dias 15 e 16 de novembro, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo e estava sendo organizado pelo artista plástico Antonio Peticov e sua piradaça agência Lesmazul. A festança seria de graça e para cuidar da trilha sonora lisérgica estavam escalados shows de: Os Mutantes, Beat Boys, Som Beat, Gal Costa, Beatniks, Rogério Duprat, Os Leif’s, O Bando, Vikings, Pulguentos, Vermelho, Sic Sunt Res, Mustangs Atômicos, Grupo Sonda, Cleans, Equipe Mercado e Tim Maia.



Pouco antes do início do Festival, Peticov recebeu uma intimação da prefeitura, onde um assessor avisava que se aquela bagunça hippie realmente viesse a acontecer o pior poderia acontecer. O jeito foi suspender tudo em cima da hora, o que não evitou de centenas de jovens aparecerem no dia do Festival, sem ao menos saber que a festa já tinha terminado antes mesmo de começar.

Muitos jovens vinham inclusive de outros estados e o jeito mais prático foi dispersar a turma com um som acústico, feito pelo pessoal do Beatniks. Seis anos depois, em 1975 o fantasma voltava a aparecer e de forma cada vez mais ostensiva. Em São Paulo, a Secretaria da Segurança Pública proibiu, como sempre em cima da hora, o Festival Aleluia, que aconteceria no autódromo de Interlagos. O motivo alegado foi a algazarra causada pelos jovens em outro festival que tinha acontecido naquele mesmo ano, o Festival de Águas Claras, realizado em Iacanga, interior de São Paulo. Os banhos da galera a vontade, a quantidade de drogas e o número de cabeludos que ficaram perdidos na pequena cidade assustou a Secretaria, que temeu que algo semelhante acontecesse em Interlagos.

Em nota oficial, emitida três dias antes do início do festival, a Secretaria alegava que a organização do evento, a cargo do radialista e diretor artístico da rádio Difusora, Cayon Gadia, não obedecia às formalidades legais: o alvará teria supostamente sido solicitado em cima da hora e de maneira incorreta. Na verdade o que pesou na decisão da Secretaria foi o fato de semanas antes do festival, a polícia havia apreendido um traficante, munido de vários tipos de LSD’s que seriam, segundo o próprio, distribuídos durante o Festival Aleluia. Em Porto Alegre algo semelhante aconteceu em abril daquele mesmo ano. Uma nova marca de jeans havia preparado um mega-lançamento com um festival de rock no autódromo de Tarumã. Por razões semelhantes, as autoridades gaúchas vetaram o evento, autorizando-o somente para um local de menor porte, em recinto fechado e ‘organizado com todas as medidas visando prevenir a ação de marginais e traficantes’.

O maior prejuízo quem levou foi Fernando Westphalen, diretor da Rádio Continental de Porto Alegre e organizador do evento, ao lado do disc-jóquei Cascalho. O sujeito tinha até fretado um Boeing que traria as bandas do Rio de Janeiro e de São Paulo. O avião foi inclusive pintado com as cores e logotipos do tal jeans. A imprensa da época ainda noticiou o desespero do músico gaúcho Hermes Aquino, que importou um baixo Fender por uma verdadeira fortuna e sonhava em ‘incrementar o seu som’ e se tornar famoso no país inteiro com o festival que não aconteceu.

Ainda também em 1975, logo após o sucesso da primeira edição do Hollywood Rock, no RJ, a marca de cigarros que dava nome à festa resolveu patrocinar uma excursão nacional de Erasmo Carlos e sua CIA. Paulista de Rock junto com Rita Lee & Tutti Frutti. O roteiro, traçado estrategicamente por Nelson Motta, trazia apresentações em mais de 40 cidades e meses depois, seria a vez do Terço e dos Mutantes seguirem o mesmo roteiro.

Com os cancelamentos em São Paulo e em Porto Alegre, e com o rock ficando cada vez mais sujo na imprensa brasileira, a Hollywood retirou o patrocínio e deixou todo mundo na mão. Segundo Motta, muita grana foi investida em equipamentos, pesquisas mercadológicas, contratação de frotas de caminhões e kombis, ensaios e contratos com empresários.



Na metade da década de 70, os festivais ao ar livre no Brasil pareciam ter chegado ao fim. As autoridades estavam instruídas em só liberar concentrações em lugares fechados. Milhares de cabeludos soltos seria subversivo demais...

Quinze minutos de fama no lugar de Keith Moon





“Algum maluco tinha falado para Keith sobre um tranqüilizante para animais, que se misturado com álcool dava um barato interessante. Esse tranqüilizante era colocado numa pistola e disparado contra o animal. Keith tomou uma dose inteira desse tranqüilizante! Depois do desmaio, fomos ver como ele estava e ele parecia morto. Mesmo assim resolvemos continuar...” Pete Townshend (depoimento extraído do home vídeo "Thirty Years of Maximum R&B")

O “banquinho” da bateria do The Who é um dos lugares mais cobiçados do Rock. Depois da morte de Keith Moon em 1978, o Who teve vários bateristas que tentaram em vão ao menos fazer algo parecido com que Moon fazia. Kenny Jones tinha tocado no Small Faces (depois Faces) e era da turma de Pete Townshend. Tudo parecia “em casa”, mas Jones era um bocado “duro” para realizar as maluquices percussivas de Moon. Depois inventaram de chamar o experiente Simon Phillips, ótimo baterista, técnico e preciso, mas nada a ver com o Who. Phillips é ótimo tocando temas mais complexos, no Rock mais básico o cara se atrapalha (basta conferir sua performance tocando "Stairway To Heaven" ao lado de Jimmy Page no Arms Cooncert, aquele show para arrecadar fundos para o tratamento de Ronnie Lane).

Depois veio Zak Starkey, filho de Ringo Starr, que se não é perfeito, ao menos é o que mais se assemelha ao estilo original de Moon. O que pouca gente sabe é que o Who teve um outro baterista além de todos esses, um sujeito chamado Thomas Scot Halpin.

Uma tour que prometia


O The Who estava na América para dar início a tour do disco "Quadrophenia", seu mais audacioso projeto, que até hoje divide a opinião dos fãs no quesito ópera-rock definitiva (uns dizem que "Tommy" é a melhor ópera do Who, mas eu fico com "Quadrophenia" e não abro). Os quatro lados do vinil contavam uma excitante história de um rapaz louco para achar sua identidade, tudo bem no centro do movimento Mod inglês da metade dos anos 60. A data marcada para a estréia da tour era dia 20 de novembro de 1973, e o local o Cow Palace em São Francisco. Meses antes da apresentação, a expectativa tanto do público como da crítica era enorme. Todos queriam conferir como que o Who se sairia tocando aquelas audaciosas passagens do "Quadrophenia". Três semanas antes da estréia, os 13.500 lugares do Cow Palace foram vendidos em quatro horas.

Show inusitado

Naquela noite que entraria para a história, o Lynyrd Skynyrd fez o show de abertura. Não precisa nem lembrar que esses então garotos do Sul arrasaram. Estavam promovendo seu primeiro álbum ("Pronounced Leh-Nerd Skin-Nerd"), que acabara de ser lançado. Abrir para uma banda do porte do The Who era algo que precisava ser honrado e eles não deixaram por menos.


Com a casa lotada e repleta de uma moçada alegre, barulhenta e doidona (estamos em Frisco man’) o The Who já entrou detonando três clássicos de seu já vasto e imponente repertório: "I Can’t Explain", "Summertime Blues" e "My Generation". Passadas as três primeiras músicas, havia chegado a hora mais esperada do concerto, a execução das músicas do badalado "Quadrophenia". Seria um arraso conferir tudo aquilo ao vivo!

Depois da introdução de "I Am The Sea", o baixista John Entwistle chamava a bola da vez para si e mandava "The Real Me" (uma das mais impressionantes linhas de baixo do Rock!). A agressividade da canção já deixava todo mundo maluco. O Who ousava como sempre e ia apresentando seu denso e emocionante novo material na forma de "The Punk And The Godfather", "I'm One", "Helpless Dancer", "5.15" e "Sea And Sand".

Tudo ia perfeitamente bem até que na metade de "Drowned", Keith Moon começou a trazer o andamento para trás (como os músicos costumam chamar quando o andamento da música vai retardando). Moon estava com a aparência péssima, sendo que a “ainda” a metade do show se aproximava e parecia que ele tinha corrido uma maratona completa. O batera cantou "Bell Boy" com muito esforço, trazendo todas suas forças para gritar aquele famoso “get the fucking baggage out!”. Logo após ainda vieram "Doctor Jimmy" e "Love Reign O'er Me", todas do álbum "Quadrophenia".


Depois de apenas alguns minutos com o palco escuro, começa a rolar a introdução de "Won't Get Fooled Again", mas algo estava completamente errado: Keith Moon não havia executado suas partes de bateria, ele simplesmente não entrou na música. Pete Townshend, Roger Daltrey e John Entwistle viraram imediatamente para trás e viram Moon completamente inconsciente, desmaiado sobre as peças da bateria! Os roadies vieram e rapidamente levaram Moon para o backstage, colocando-o debaixo de uma ducha gelada, tentando a todo custo reanimar o baterista. A banda terminou a música sem baterista, logo se retirando do palco. Ninguém na platéia tinha a mínima idéia do que estava acontecendo. Moon parecia que tinha apagado mesmo e o primeiro integrante da banda pego de surpresa pelo desespero foi Pete Townshend, que voltou ao palco e abriu o jogo com a galera, dizendo que Moon estava mal, mas que eles estavam fazendo de tudo para trazê-lo de volta ao tablado. O guitarrista ainda ironizou: “O pior de tudo é que sem ele nós não somos um grupo!”.

Depois de meia hora de interrupção, Moon estava pelo menos com os olhos abertos (graças a uma poderosa injeção de cortisona) e o Who resolve voltar ao palco do Cow Palace, como sempre, ovacionados pelos presentes. Moon foi aparecendo timidamente no canto esquerdo do palco quando Pete o agarrou (nitidamente dando-lhe um belo tranco) e o trouxe bem para o meio do palco, dando a impressão que tudo estaria bem. Começaram até a trocar uns tapas, como sempre faziam nos shows, e Pete ergueu o punho de Moon como se este fosse o vencedor de alguma luta. Apesar das brincadeiras, estava na cara que Moon não estava nada bem.

Pete arrastou Moon até seu kit e a tensão começava a tomar conta do imenso Cow Palace. O baterista ficou lá sentado com cara de apavorado e Pete começou a afinar sua guitarra, tudo isso com a platéia fazendo aquele habitual barulho infernal. Daltrey, Townshend e Entwistle se olhavam entre si e encaravam Moon. “Magic Bus” seria a próxima música. Moon até que levou bem o início da canção, batendo seus bastões de madeira entre si, como sempre fazia em "Magic Bus". Na hora dele entrar com a bateria em si, aconteceu o que já era esperado; Moon despencou sobre o chimbau e ficou apoiado entre as caixas e os tons, completamente inconsciente. Os roadies carregaram o baterista para o backstage enquanto que os outros três membros do Who passaram a improvisar, tentando ao menos entreter a platéia. Towshend puxou um riff e Daltrey o acompanhou com a voz. Sem pausa já emendaram uma versão de "See Me Feel Me". Foram sem bateria até o final da canção, com Daltrey fazendo a marcação em um pandeiro.

Um membro da equipe avisou a banda que Moon estava totalmente sem condições, inclusive já a caminho do hospital. Townshend relembrou o episódio anos mais tarde, no documentário "Thirty Years of Maximum R&B": “Num certo ponto daquele show, Keith estava tocando muito mal. Ele caiu pra trás e ficou desacordado por uns instantes. A equipe o levou para os camarins e deram-lhe uma injeção, que o fez recuperar-se um pouco. Ele voltou, tocou mais meia música e desabou novamente...”.

Pete, sem sequer consultar Daltrey e Entwistle, foi falando no microfone: “Alguém aqui sabe tocar bateria?” Até aí todo mundo estava pensando que o guitarrista estava só brincando, mas de repente, ele solta com um tom de voz bem sério: “Eu preciso de um bom baterista!”.

Você deve estar se perguntando: “Que ousadia querer substituir Keith Moon!” Faltavam somente três músicas para o fim do show e confesso que também não sei o que se passou na cabeça de Pete Towshend, que na edição de janeiro de 1974 da revista Rolling Stone explicou melhor: “Quando Keith desmaiou naquela noite, o nosso show tinha se transformado numa imensa humilhação. Eu queria manter o show rolando, tudo que eu menos desejava era encerrar tudo naquela situação constrangedora e ver todo mundo ir pra casa resmungando depois de ter esperado oito horas na fila!” Ainda bem que eles resolveram continuar, pois é justamente nesse momento que entra na história o nosso herói dessa matéria...

Um caso para se contar aos bisnetos

Sabe aquele show histórico que você assistiu na sua juventude? Aquele que provavelmente você irá contar para as próximas gerações, atazanando o coitado do seu filho, neto e quem sabe, até bisneto?

Essa sua história sobre tal show não é nada, perto da história que um tal de Thomas Scot Halpin tem para contar para seus primogênitos. Halpin, com 19 anos de idade na época, era um simples fã da banda inglesa. O garoto de Muscatine, Iowa, assistiu aquele show do Cow Palace junto com um amigo também de Muscatine, Mike Danese. Ambos precisaram recorrer aos cambistas para conseguir um ingresso, já que o espetáculo estava completamente “sold out” três semanas antes.

Halpin e Danese gastaram uma bela grana mas conseguiram duas cadeiras laterais bem próximas ao palco, de onde curtiram bastante os praticamente 70 minutos de show com Keith Moon na bateria. Com o colapso do baterista e com um desesperado Townshend perguntando por um substituto, um mar de braços se ergueu no Cow Palace e rapidamente havia se formado uma fila de bateristas na entrada do palco.


Halpin estava a mais de um ano sem tocar o instrumento, fato esse ignorado pelo seu amigo Mike Danese, que sentiu a possibilidade de Halpin subir naquele palco e tocar com ninguém menos que o The Who. Danese passou a gritar e pular tão insanamente que acabou chamando a atenção do lendário empresário Bill Graham (padrinho e mentor das mais importantes casas de shows da América: os Fillmores, o Winterland Ballroom, e outras).

Graham chegou para a dupla e perguntou a Halpin se ele estaria confiante para sentar na bateria de Keith Moon, encarar aquelas 13.500 pessoas e tocar as três músicas que ainda faltavam ser executadas pela banda. Danese sem deixar Halpin abrir a boca, garantiu para Graham que seu amigo era o melhor baterista da platéia e que não se arrependeria da escolha. Em cerca de dois minutos, Halpin já entrava no palco e estava cumprimentando Townshend. Os roadies o levaram até a bateria e lhe mostraram todas as peças, dando-lhe um par de baquetas.

No final da década de noventa, Halpin chegou até a ser entrevistado por um jornal de São Francisco e relatou: “Eu caminhei para a bateria do meu maior ídolo no mundo da música e sentei no banco dele, que ainda estava quente... Pete falou no meu ouvido: 'Você tem que me seguir, olhe sempre pra mim e me acompanhe que tudo dará certo'...”


O jovem substituto de Moon, ficou no palco por cerca de 15 minutos e tocou com o Who: “Smokestack Lightning”, “Spoonful” e “Naked Eye” encerrando o fatídico concerto. “Eu toquei aquelas três músicas com eles e a platéia, ao contrário do que eu pensava, não arremessou nada no palco e nem me vaiou”, relembra Halpin. A revista Rolling Stone ainda elegeu Halpin, só de gozação, um dos músicos-revelação daquele ano de 1973. O figura ainda declarou para a revista: “Tudo aconteceu tão rápido que nem tive tempo para pensar no que estava acontecendo! Não deu tempo nem de ficar nervoso!”.

Em “Smokestack Lightning” e “Spoonful”, o jovem baterista deu conta do recado, sem chegar a comprometer o resultado final. Agora botar o coitado para tocar “Naked Eye” foi loucura! O cara se perdeu completamente nas viradas alucinantes que só Moon sabia executar. Pete ainda tentou ensiná-lo dando alguns toques, o que não adiantou nada, pois “Naked Eye” foi um verdadeiro desastre. Estava acabado naquele instante o mais bizarro show da carreira do Who.

Festa no Backstage

O show já havia se encerrado, mas o sonho que Thomas Scot Halpin estava vivendo acordado estava longe de acabar. A convite de Roger Daltrey, Halpin e seu amigo Mike Danese foram gentilmente convidados para uma “festinha particular” com a banda e equipe no Backstage. Daltrey, que naquela altura bebia Jack Daniel’s direto no gargalo da garrafa, se mostrava muito gratificado com a participação de Halpin naquela ocasião. Ofertou uma jaqueta da Quadrophenia Tour para o jovem baterista e ainda lhe garantiu que mandaria entregar um cheque de U$ 1000 ao rapaz, como retribuição a “canja” daquela noite.

Halpin e Danese foram um dos últimos a sair do local. Ficaram impressionados com o tamanho da mesa de comida servida para a banda e equipe. Encheram a barriga e ainda levaram comida pra casa. Meses depois, Halpin recebeu uma carta escrita a mão por Pete Townshend, onde o músico agradecia aquela participação no Cow Palace. Mas nada do cheque prometido.

Graças a aqueles quinze minutos de fama, o cara ainda descolou uma audição para o cargo de baterista do Journey, mas é óbvio que não ficou com o cargo que foi assumido pelo “monstro” Aynsley Dunbar.


Depois daquela fatídica abertura de tour, o Who continuou na estrada promovendo o magnífico "Quadrophenia". O grupo partiu direto para Los Angeles, onde fariam algumas apresentações. Keith Moon chegou de cadeira de rodas e passou a maior parte do tempo dormindo no hotel. Dois dias depois o baterista estava recuperado e quebrou tudo (como sempre) nos shows do L.A. Fórum.

Em 1976, o The Who voltou para São Francisco e foi fazer um show no Winterland. Halpin foi lá conferir seus ídolos novamente e encarou uma espera de quatro horas em frente a entrada das limosines da banda para tentar conseguir um ingresso. Sem sucesso e esbanjando frustração, o cara conseguiu achar Bill Graham, que o reconheceu e fez questão de levá-lo para finalmente conhecer seu ídolo Keith Moon.

Hoje, aos 50 anos de idade, Thomas Scot Halpin é um pintor não tão bem sucedido. Largou a música e fica todo assanhado quando o assunto é aquele show de 1973. Confessou que adoraria rever o vídeo do show, gravado de forma amadora em 2 câmeras P&B e propriedade exclusiva dos arquivos de Bill Graham (morto num acidente aéreo em 1991). Mas pode ter certeza que o que Halpin mais adoraria ver, é o cheque de U$1.000 prometido por Roger Daltrey, que até agora não chegou e nem adianta mais chegar, já que Halpin faleceu recentemente, aos 54 anos de idade, de causa ainda não esclarecida.

Set List apresentado pelo Who no show do Cow Palace:

I Can't Explain
Summertime Blues
My Generation
I Am The Sea
The Real Me
The Punk And The Godfather
I'm One
Helpless Dancer
5.15
Sea And Sand
Drowned
Bell Boy
Doctor Jimmy
Love Reign O'er Me
Won't Get Fooled Again
Magic Bus
See Me Feel Me
Smokestack Lightning
Spoonful
Naked Eye

Bon Scott, o eterno Rocker...




Rockstars gostam de exibir garotas, mansões, harleys, aeronaves, iates e sua coleção particular de guitarras. Ainda bem que nem todos os astros do rock pensam dessa forma. O ex-vocalista do AC/DC era o tipo de astro que descia do palco após o show e ia direto para o bar, onde conversava francamente com os fãs sem nenhum ataque de estrelismo.



Bon atendia cada um deles, trocava idéias, autografava álbuns e pagava drinks para as garotas. Para nossa sorte, um dos maiores ícones do rock era gente boa.

Ronald Belford ‘Bon’ Scott nasceu em Kirriemuir, na Escócia, no dia 9 de julho de 1946, bem na ressaca do pós-guerra.

Aos seis anos de idade, Bon seguiu de mudança com seus pais e seus irmãos para a casa de sua tia, em Sunshine, um subúrbio de Melborne, na Austrália. Graeme, um dos irmãos de Bon, sofria de asma e seu médico recomendou que a família se mudasse o mais breve possível para o oeste do país, uma área mais seca e quente. Foi assim que a famíla Scott se mandou para Fremantle, uma pequena cidade próxima a Perth.

Foi ali que Bon começou a se interessar por música, aprendendo a tocar gaita de fole. Aos 11 anos de idade ele já estava como membro oficial da banda de seu pai, por onde permaneceu por cinco anos. Sempre que sobrava um tempo, Bon sentava na bateria e ficava brincando. Não demorou muito para ele se tornar um baterista de verdade.

Em 1961, Bon abandonou a escola e passou a trabalhar de qualquer coisa que pintasse pela frente. Foi pescador, caminhoneiro, motorista de trator, balconista, bartender, carteiro e operário de uma indústria.

Sua primeira banda de rock, The Spektors, serviu para colocar o garoto em contato com suas primeiras groupies. Não é a toa que com apenas 16 anos de idade ele já era autuado por roubar galões de petróleo, fornecer dados pessoais falsos à polícia e importunar algumas garotas pela cidade. Durante dois anos, o garoto ficou sob custódia de uma repartição que cuidava de ‘crimes na infância’, chegando inclusive a cumprir pena numa cadeia especial para adolescentes.

Quem não gostava nada dessa farra eram os pais de Bon, nessa altura, bastante amargurados com os rumos tomados pelo adolescente. Tais episódios foram cruciais na trajetória do músico, que passou a criar uma determinação assustadora buscando arrumar um emprego e ganhar uma grana, enfim, fazer as coisas acontecerem e literalmente limpar a barra com seus coroas.


Após deixar a cadeia, Bon continuava praticando bateria nos fundos da casa de seus pais e tocava em pubs com os Espektors. Com Vince Lovegrove, Bon fundou o Valentines, onde dividia os vocais principais com o amigo. Além de emplacar o hit “My Old Man’s A Groovy Old Man”, a banda lançou alguns compactos e rodou intensamente o circuito de clubes noturnos. Numa dessas apresentações serviram de banda de abertura para uma das principais bandas da cena australiana do período, os Easybeats. Foi quando Bon travou um primeiro contato com George Young, irmão mais velho de Malcolm e Angus, e metade do time Vanda & Young, o lendário duo de produtores da Albert Productions, responsável pelos clássicos álbuns do AC/DC.


A imagem pop dos Valentines acabou sendo abalada pelo envolvimento com drogas de seus integrantes, o que levou a banda a ruir rapidamente, em 1970. Bon não se intimidou, mudou para Adelaide e se juntou a um grupo local mais pesado e ousado, o Fraternity, apaixonados pelo hard rock e pelo progressivo que tomava conta[bb] do planeta. As revistas especializadas já publicavam matérias especiais com a banda, caracterizando Bon como o ‘cara selvagem’ do Fraternity.


Com a banda, Bon lançou dois álbuns: Livestock, de 1971 e Flaming Galah, de 1973 e também alguns compactos.

O grupo tentou alucinadamente descolar algum reconhecimento pela Inglaterra, inclusive fazendo algumas tours pela pátria mãe da cena roqueira da época, mas não conseguiram nada além de meia dúzia de seguidores. Chegaram a abrir shows do Status Quo, Black Sabbath e do Geordie, banda que tinha Brian Johnson nos vocais, o sujeito que substituiria Bon no AC/DC, em 1980!


Em 1973, o Fraternity mudou seu nome para Fang e lá pela metade do ano estavam encerrando as atividades de vez. Bon e mais alguns ex-integrantes fundaram o Mount Lofty Rangers que teve vida curta, pois o vocalista sofreu um grave acidente de moto no início de 1974, que o deixou em três dias de coma e o impossibilitou de continuar na estrada por algum tempo. No lugar de Bon, escalaram Jimmy Barnes, figura lendária na Austrália, que depois integraria as bandas Cold Chisel e Living Loud.

Bon continuava trabalhando como motorista em Adelaide. Cantava e tocava bateria nas horas vagas. Costumava também dirigir a Van de uma nova banda, o AC/DC, que contavam então com os ofícios do vocalista Dave Evans.


Os irmãos Young não estavam nada contentes com o direcionamento Glam que Evans estava dando para o AC/DC. Nessa mesma altura, Bon se ofereceu para ser baterista do grupo, no entanto, o que os irmãos Young precisavam era de um frontman que encarnasse todo o pique daquela banda. Bon topou o desafio[bb] e o resto é história.



Depois de vários álbuns de estúdio e um ao vivo fenomenal, o AC/DC perdeu seu eterno vocalista num verdadeiro golpe de má sorte.

A tragédia teve início numa tradicional noite de bebedeira, coisa que Bon estava realmente acostumado. Bon e um amigo seu, chamado Alistar Kinnear, foram tomar alguns drinks no Music Machine, um clube noturno localizado em Camden Town. Depois de muitas rodadas, a dupla se mandou para Ashby Court, onde Bon vivia naquela época. No caminho, Bon literalmente apagou no banco[bb] de trás do veículo. Kinnear não deu muita bola e seguiu adiante. Quando chegou na casa do vocalista do AC/DC, Kinnear tentou acordar Bon e levá-lo para a cama, porém não conseguiu acordar seu companheiro, que estava num avançado estado de embriaguez.




Kinnear desistiu da idéia e seguiu dirigindo para seu próprio apartamento. Chegando lá, nova tentativa frustrada de tirar o amigo bêbado do veículo. O jeito foi deixar Bon ‘dormindo’ no banco de trás do automóvel, um Renault 5.

Quando Kinnear voltou na manhã seguinte para ver seu amigo, já era tarde demais. Bon estava morto, praticamente congelado dentro do pequeno automóvel. O sujeito ainda levou o amigo às pressas para o Kings College Hospital, de Londres, que declarou que o músico já chegou sem vida nas dependências do pronto socorro.

O atestado de óbito informou que Bon Scott havia falecido em decorrência de envenenamento alcoólico agudo e ‘death by misadventure’ (morte por desventura, ou por desgraça).

Nos jornais da época foi também noticiado que o músico teria se sufocado com o próprio vômito e que a baixa temperatura da madrugada e suas constantes crises de asma colaboraram para a tragédia daquela fria manhã de 19 de fevereiro de 1980, um dos dias mais tristes do rock n’ roll.



Hoje na história do Rock no mundo - 20/01




Elvis Presley é promovido a sargento do Exército


[20/01/1960] Há 50 anos

Promovido a sargento do exército, após três anos de serviço, Elvis Presley receber um aumento de salário de 22,94 dólares por mês.


Bob Dylan volta aos palcos

[20/01/1968] Há 42 anos

Bob Dylan faz sua primeira apresentação depois do grave acidente de moto, tocando com o grupo The Band no famoso Carnegie Hall, em Nova York. O show era uma homenagem a Woody Guthrie, que havia morrido aos 55 anos, em setembro, do ano anterior.


Jerry Lee Lewis atormenta autoridades


[20/01/1973] Há 37 anos

Jerry Lee Lewis faz seu primeiro show no Grand Ole Opry, uma famosa casa de shows de Nashville, no Tennessee. Para conseguir esta proeza ele precisou acatar algumas exigências das autoridades locais, como não tocar nada que fugisse do gênero country e não transformar a apresentação em um show de obscenidades. Ele até cumpriu com a promessa - pelo menos, até a metade do set. No final, mandou os clássicos "Great Balls of Fire", "Whole Lotta Shakin' Goin' On", "Good Golly Miss Molly" e gritou ao microfone: "Eu sou o rock and roll, o country, o western, o rhythm 'n blues e o cantor de blues do caralho".


Ozzy morde a cabeça de um morcego


[20/01/1982] Há 28 anos

Durante um show em Des Moines, Iowa, nos Estados Unidos, como parte da turnê do álbum "Diary of a Madman", Ozzy Osbourne pega um morcego jogado da platéia e arranca a cabeça do animal com os dentes. Na seqüência, ele foi hospitalizado e submetido a um pesado tratamento anti-rábico. Mais tarde, Ozzy disse ter pensado que o morcego era de brinquedo.


Vocal dos Beach Boys mete bronca


[20/01/1988] Há 22 anos

Durante um jantar no Waldorf Astoria Hotel, em Nova York, Elton John anuncia a imortalização dos Beach Boys no Hall da Fama do Rock And Roll. O vocalista do grupo, Mike Love, subiu ao palco para comentar a homenagem e, para a surpresa de todos, começou a dizer coisas sem nexo e a insultar diversas celebridades. A bronca sobrou até para Mick Jagger, Paul McCartney, Bruce Springsteen e a cantora Diana Ross.

Hoje na história do Rock Brasileiro - 20/01





- 1951: Nasceu, em São Paulo (SP), Wagner Tadeu Benatti, mais conhecido como Bitão, guitarrista e vocalista do conjunto Pholhas.

- 1965: Nasceu, no Rio de Janeiro, Sérgio Henrique Figueiredo Serra, o Sérgio Serra ex-guitarrista do Ultraje à Rigor. Serra entrou para a banda durante a gravação do segundo disco Sexo! (1987) e ficou até o final da turnê do disco Por Quê Ultraje à Rigor? em 1991. Serra também tocou com Barão Vermelho, Lobão, Telefone Gol, entre outros artistas. Em 2002 Serra voltou para o Ultraje.

- 1971: Nasceu em Ohio, EUA, Derrick Green, vocalista do Sepultura.

ATENÇÃO - 1973: Entre os dias 20 e 31 de janeiro os músicos do Recife Lula Cortês e Laílson (de Holanda Cavalcanti) gravaram o cultuado e sempre atual disco Satwa. Quase que inteiramente instrumental, o disco tem a participação de Robertinho do Recife na música “Blue do Cachorro Muito Louco”. Esse é um disco de suma importância para a música do Recife e da cena psicodélica da época. Segundo matéria publicada no site Senhor F “o som predominante do disco é um folk nordestino/oriental”. Clássico absoluto!

ATENÇÃO - 1983: Aconteceu, na Praia do Pepino (RJ), o show de lançamento da coletânea Rock Voador, da WEA. Dela participaram as bandas Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens, Sangue da Cidade, Celso Blues Boy, Malu Vianna, Maurício Mello & Cia Mágica e Papel de Mil.

- 1984: A banda carioca Brylho lançou seu primeiro disco. Destaque para “A Noite do Prazer”. A banda era formada por Arnaldo Brandão (baixo), Cláudio Zoli (guitarra e vocal), Rogério Rafael (bateria) e Paulo Zdanowski (guitarra).


http://efemeridesrockbrasileiro.blogspot.com/