15 de dezembro de 2009

Young at Heart(Young @ Heart)







Sinopse:

Ao longo dos últimos 25 anos existe um coral de idosos que vivem em Northampton, Massachusetts, que se recusam a deixar idade e problemas de saúde os colocarem para baixo.
Trata-se um documentário baseado na vida de 24 idosos que integram o grupo.
Young At Heart é um coral como nenhum outro.
Graças às versões das músicas de Outkast, Radiohead, Jimi Hendrix, Sting, The Clash, Sonic Youth, James Brown, Coldplay, receberam críticas sensacionais pelo mundo todo.
O documentário acompanha as 7 semanas de ensaios para o novo show " Alive and Well".

Ficha Técnica:

Título Original: Young @ Heart
País de Origem: Inglaterra
Gênero: Documentário,Musical
Tempo de Duração: 107 minutos
Ano de Lançamento: 2007
Site Oficial:
Estúdio/Distrib.: Fox Searchlight
Direção: Stephen Walker/
Sally George

Elenco:

Joe Benoit...Himself - aged 83
Helen Boston...Herself - aged 76
Louise Canady...Herself - aged 77
Elaine Fligman...Herself - aged 83
Jean Florio...Herself - aged 83
Len Fontaine...Himself - aged 86
Stan Goldman...Himself - aged 76
Jeanne Hatch...Herself - aged 79
Eileen Hall...Herself - aged 92
Donald Jones...Himself - aged 76
Fred Knittle...Himself - aged 80
Norma Landry...Herself - aged 78
John Larareo...Himself - aged 74
Patricia Larese...Herself - aged 75
Miriam Leader...Herself - aged 87

Histórias Perdidas Do Rock Brasileiro - Livro





Histórias Perdidas, como o próprio título diz, trata desses bravos guerreiros e das táticas, frequentemente guerrilheiras, que eles usavam para mostrar que para além de amar os Beatles e os Rolling Stones, o importante era fazer um som. Não era fácil, mas como prova esse que é o primeiro livro de uma série, eles sempre davam um jeito de anunciar: aumenta que isso aí é Rock’n’Roll.

HISTÓRIAS PERDIDAS DO ROCK BRASILEIRO
Autor: Nelio Rodrigues
ISBN 9788578840266
128 páginas
Formato: 14 x 21
Editora NitPress
www.nitpress.com.br



Sobre o livro:

É comum se pensar no rock brasileiro apenas a partir dos anos 1980, com o surgimento e a afirmação de bandas como Blitz, Paralamas, Legião, Titãs e tantas outras. Quando se olha um pouco mais para trás, fala-se de Jovem Guarda, Mutantes, Secos e Molhados e pouco, muito pouco mais. Tudo certo, os citados são todos expressões de sucesso do rock nacional.

Mas paralelamente à Jovem Guarda e mesmo antes, como escreve Nelio Rodrigues, os bravos guerreiros do rock já empunhavam suas guitarras. Nos anos 1960, eles eram combatidos à esquerda e à direita.

Os primeiros viam os cabeludos apenas como um grupo de alienados a serviço do imperialismo americano, mesmo que sem se dar conta. Os outros, como potenciais subversivos que ameaçavam a sagrada família. Aliavam-se a uns e outros a precariedade do equipamento nacional, o desinteresse das gravadoras e as dificuldades de arranjar um palco. Mas eles estavam ali, furando os bloqueios, trazendo sons e comportamentos que se espalhavam pelo outro lado do Atlântico.

Histórias Perdidas, como o próprio título diz, trata desses bravos guerreiros e das táticas, frequentemente guerrilheiras, que eles usavam para mostrar que para além de amar os Beatles e os Rolling Stones, o importante era fazer um som. Não era fácil, mas como prova esse que é o primeiro livro de uma série, eles sempre davam um jeito de anunciar: aumenta que isso aí é Rock’n’Roll.
Fábio Rodrigues


Livro instigante. Estudo sério e responsável sobre os primórdios do Rock carioca. Neste primeiro volume, para além de entrevistas com músicos/protagonistas da época, contam-se as Histórias Perdidas de bandas como Os Selvagens, The Cougars, Analfabitles, The Red Snakes, All Stars, Sound Factory, Faia, Karma e Lodo. O livro ainda inclui discografia das bandas citadas, e ilustrações.
Pedro de Freitas Branco



Sobre o autor:

Pesquisador de música, Nélio Rodrigues é autor também dos livros Os Rolling Stones no Brasil e Sexo, Drogas & Rolling Stones, este em coautoria com José Emilio Rondeau.

Punk Hardcore - O som underground da Califórnia




O cenário da musica punk atual é hardcore. O som que é feito pelas bandas mantém o velho espírito dos anos 70 vivo. O trabalho continua sendo duro, todos os punk rockers sabem que a receita para uma banda ser aceita pelos fãs está na autenticidade do seu som, na sua atitude, e é claro na energia dos shows.


O estado da Califórnia nos Estados Unidos é notoriamente conhecido como o berço de muitas bandas punks, e o local tem um estilo próprio de fazer hardcore, que apesar da sua agressividade natural, muitas vezes faz das melodias trabalhadas a sua marca registrada. A escola Californiana é tão forte que em toda a parte do mundo é possível encontrar bandas que definem o seu som como hardcore Californiano. Também é importante dizer que lá o Punk Rock está fortemente ligado ao Skate. O número de praticantes do esporte que se identifica com a sonoridade do estilo é tão grande que o som também é chamado por muitos de Skate Rock.

O Mundo dos Negócios Punks

Quem movimenta o mercado fonográfico punk não são as grandes gravadoras, nem empresários renomados. Esse trabalho sujo é feito pelos próprios artistas, que organizam seus "Recording Labels" e fazem existir um verdadeiro circuito alternativo.

A gravadora Epitaph Records é propriedade de Bratt Gurevitz, ex-integrante da banda Bad Religion. Ao se desligar de seu grupo ele resolveu investir nos negócios, produzindo outras bandas, e hoje já são mais de oitenta. Seu endereço é no coração de Los Angeles, na histórica avenida Sunset Bulevard.

A Fat Wreck Chords, que foi fundada por Fat Mike, o impagável e legendário líder da banda Nofx, fica em San Francisco. Tratando dos negócios juntamente com sua mulher, Fat tem o seu próprio time de artistas, com os quais mantém um estreito relacionamento.

Vale lembrar que San Francisco é a cidade do polêmico Jello Biafra, o vocalista da controvertida banda Dead Kennedys, um dos pioneiros do hardcore nos anos 80. È la que fica a famosa região de East Bay Punk Area. Jello foi um dos pioneiros em trabalhar para a cena promovendo shows, e ele mesmo tem a sua própria gravadora chamada Alternative Tentacles.

Outro exemplo do trabalho solidário dos punks atuais é o selo Hell Cat, criado por dois integrantes da banda Rancid, Tim e Lars. O selo está hospedado junto a Epitaph. Inspirados por suas próprias origens, abrem espaço para algumas bandas que tocam Ska, estilo que está relacionado à musica punk.

A Kungfu Records é a casa da banda The Vandals. Ela tem filiais na Europa e no Japão, e também trabalha com diversos filmes e vídeos de artistas punks.

È muito comum encontrar à venda nas lojas especializadas da CA, coletâneas realizadas por essas gravadoras custando apenas cinco ou seis dólares. Esse é o preço equivalente ao de uma carteira de cigarros, e prova que o principal interesse dos punks não é se encher de dinheiro, mas se divertir com o som que fazem.

Punks Famosos???

Nos anos 90 três bandas de punk rock atingiram uma posição de destaque no cenário da música pop. Seus discos atingiram grandes números de cópias vendidas, e elas passaram a fazer parte do gosto musical de pessoas que não ouvem punk rock ou desconhecem o estilo. Fecharam contratos com grandes gravadoras, seus vídeos fizeram sucesso na MTV, atingiram as capas das revistas famosas. Essas bandas são: Green Day, Offspring e Blink 182.

O fato é que as três são provenientes da cena punk alternativa, e antes de serem contratados por grandes gravadoras de musica pop elas faziam parte do time de bandas das pequenas empresas fonográficas da Califórnia. Assim, o Offspring lançou o seu cd "Smash", que lhe abriu as portas do showbusiness pela Epitaph. Já o Green Day era da Lookout Records. E o Blink 182 em seu começo de carreira tocava na Kung Fu.

A reação natural dos fãs que prezam pela condição alternativa do estilo foi renegar a trajetória de sucesso dessas bandas. As acusações mais comuns são as de que trabalhando com grandes industrias fonográficas se troca o espírito punk por dinheiro, sendo os artistas tachados de mercenários. Se especula que os grandes empresários interferem negativamente no som das bandas, mas a verdade é que por bem ou por mal elas ajudaram a difundir o punk rock ao grande público e abriram as portas das rádios FM para o estilo.

Mesmo assim é bom lembrar que existem exemplos do oposto. A banda Pennywise já recusou vários convites de grandes gravadoras. Prefere manter-se fora do showbusiness. Também costuma cancelar shows em tours ou festivais quando julga que o preço cobrado pelo ingresso é caro demais para os seus fãs.

Um aspecto importante a ser considerado ao se debater a fama do som punk é a existência do movimento Grunge no início da década passada. Foi a moda que tomou conta do mundo e o epicentro de tudo isso foi o estado de Seattle. Na mesma época, no estado da Califórnia, a realidade da cena punk continuava sendo a mesma, dentro de sua normalidade. E mais do que isso, enquanto todos os olhares estavam voltados para a cena Grunge, muitas bandas de hardcore novas surgiram com força e conquistaram um público fiel com a seqüência de seu trabalho nos anos seguintes.

O Show

O maior festival de musica punk do mundo se chama Vans Warped Tour. Ela atravessa toda a América do Norte, chega em alguns lugares da Europa, e em alguns outros países também, mas nunca veio ao Brasil. Vans, o principal patrocinador, é uma marca de ligada ao Skate. Em 2002 foram mais de cem bandas escaladas para participar. Cada etapa do festival acontece simultaneamente em sete palcos diferentes, com atrações para agradar aos gostos até dos punks mais ecléticos.

Pennywise

A banda foi formada em 88 na praia de Hermosa Beach, em Los Angeles. Em 96 passou por uma fase difícil quando morreu Jason, o baixista da banda. Mas continuou forte e contando com uma fanática legião de seguidores entre punk rockers, skatistas e surfistas. A relação com os fãs pode ser exemplificada no concurso que promoveu a participação de quinze sortudos anônimos nos vocais do seu novo cd chamado “Land Of Free”.

Bad Religion

Tudo começou em San Fernando Valey, subúrbio de Los Angeles no inicio dos anos 80. É uma das bandas punks mais tradicionais em atividade, e fez a sua fama dentro de uma Kombi viajando muito para fazer shows em bares pequenos de locais distantes. A volta de Bratt Gurevitz, guitarrista e compositor que havia saído da banda, foi festejada pelos fãs no novo álbum, chamado “The Process Of Belief”.

The Vandals

A maioria dos Vândalos vive em Long Beach, famosa praia de Los Angeles. Seu primeiro álbum foi lançado em 82, e a banda mantém a mesma formação de integrantes há quase quinze anos, o que garante um entrosamento perfeito no palco e fora dele também. Têm muitos albuns lançados e estão gravando um novo trabalho que deve ficar pronto nos próximos meses.

Down By Law

Dizem que a ética do trabalho árduo reserva um lugar para o DBL nos livros da história do Punk Rock. Tendo lançado o seu álbum de estréia em 91, o grupo sempre acreditou que fazer punk rock se trata de destruir as estruturas falidas da sociedade e construir algo melhor em cima (o que mostra os seus princípios genuinamente Nihilistas e totalmente punks). Seu novo álbum se chama “Punkrockdays” e traz o melhor da sua carreira.

Rancid

Fundado em 91, conta com ex integrantes de uma banda de ska punk chamada Operation Ivy. Sua marca registrada são os cabelos moicanos espetados que usam no melhor estilo de visual punk. Eles não perderam seu gosto por ska, que ainda é presente no trabalho da banda, mas mostraram em seus cds que sabem fazer hardcore agressivo de qualidade. Seu trabalho mais recente, assim como o primeiro, não tem título e leva apenas o nome da banda.

Nofx

Em atividade desde 83, é uma das bandas mais bem humoradas da história. Liderada pelo lendário baixista Fat Mike, o grupo leva a vida tocando e se divertindo, e isso está nas suas letras e nos seus shows, para delírio de seus fãs. Com a entrada de El Hefe no início dos anos 90, algumas musicas receberam o som de um trumpete que ele toca com habilidade. Eles acabam de lançar um cd duplo com raridades e sobras de estúdio.

Hi Standart

Eles vieram da cena Underground do Japão, onde começaram em 91. E agora estão radicados na Califórnia, e conhecidos em todo o mundo. Esses três punks orientais fazem um hardcore melódico de qualidade. Estão preparando o oitavo lançamento de sua carreira, que vai se chamar “Angry Fist”.

No Fun At All

O som enigmático do NFAA representa o que há de melhor em termos de hardcore Californiano. O detalhe é que eles são Suecos. Sua carreira durou apenas oito anos. Desde o seu começo em 94, até o último show em um pequeno bar na sua cidade natal na Suécia no ano passado, foram algumas centenas de milhares de álbuns vendidos e muitos shows ao redor do mundo. Eles deixaram saudade.

Face To Face

Outra banda que começou no princípio dos anos 90 e logo atingiu o gosto dos fãs na Califórnia. Para provar isso, basta lembrar que a banda pôs há alguns anos atrás algumas músicas disponíveis em formato de mp3 em um site especializado. Havia uma votação para os melhores sons, e o total de votos do Face to Face ultrapassou o número de dois milhões. Já participou de mais de vinte coletâneas e compilações de hardcore.

Bracket

No começo da carreira faziam shows em San Francisco Bay Area no começo dos anos 90. O som que eles fazem conta com uma sólida parede de guitarras, um genuíno rítmo punk na bateria, e bons vocais melódicos. Seguem uma linha bem humorada, chegando às vezes ao sarcasmo. Lançaram recentemente um cd ao vivo com dezessete músicas.

No Use For A Name

São da cidade de Sunnyvale, CA. Desde 87 fazem hardcore melódico de primeira linha. Eles também prezam por tocar um som tipo Old School. Tanto que já gravaram com Ed Stasium, produtor de muitos discos dos Ramones. “Hard Rock Bottom” é o nome de seu obra recentemente lançada.

Strung Out

O som é definido como técnico, agressivo, melódico e emocional. Além disso a banda acredita na fusão de punk, metal e rock progressivo. São expoentes da cena musical do sul da Califórnia e estão completando dez anos de carreira lançando um novo cd chamado “An American Paradox”.

Vodoo Glow Skulls

Classificar o tipo de som feito pelo VGS é uma tarefa difícil. Entre guitarras rasgadas e a batida punk da bateria está sempre presente um excelente naipe de metais que caracteriza suas músicas. Podem tocar composições instrumentais elaboradas, skas enlouquecidos, e hardcores cheios de fúria. O seu novo álbum “Symbolic” é prova de que o VGS é uma banda que criou seu próprio estilo.

Union 13

Eles são mexicanos, mas moram em East Los Angeles. Fazem um som pesado e rápido, e muitas de suas letras são políticas. Cantam em inglês e em espanhol, e definem o seu som como East Los Hardcore. Eles já têm três CDs gravados e no momento estão fazendo shows na Europa.

Tommy, a Alegoria do Rock



Um paralelo entre o álbum Tommy, do The Who com os rumos tomados pelo rock nos anos seguintes ao seu surgimento e ápice. Levando em consideração o período do rock que vai do final dos anos 60 até o começo dos anos 70 com a época do surgimento das grandes bandas, existem similaridades interessantes entre a história da ópera-rock e o ciclo de ascensão e queda que se tornou comum nas grandes formações de rock.

Em 1969 foi lançado pelo The Who o disco Tommy, uma ópera rock que narra a história de um garoto cego, surdo e mudo que, depois de passar por diversos traumas se cura e se transforma numa espécie de líder religioso que perde a credibilidade de seus fiéis no final. Muito já foi dito a respeito dessa obra, mas descartando o trivial, Tommy é mais que uma ópera-rock bem sucedida; ela é um retrato do período que vai da formação até a queda das principais bandas de rock da época e dos processos de massificação e mitificação ocorrentes nas mesmas.

Analisando a história, pode-se atribuir ao personagem Tommy a personificação da mente criativa das bandas de rock fortemente pertubada por eventuais traumas na infância e adolescência, entre outros. Tommy quando criança fica cego, surdo e mudo ao ver o pai matar o amante da mãe. Sua única reação é o fechamento para as opiniões externas, consequentemente não externando os próprios sentimentos e idéias. Criando um paralelo com a realidade, temos grandes mentes do rock que tiveram traumas de infância, traumas estes que acabaram por se refletindo ao longo de suas carreiras em suas obras, como resposta à submissão aparente a qual se sujeitavam.

Tommy sofre outros tipos de violência, encarados como novas fontes de traumas: o espancamento pelo primo e o estupro pelo tio. Podemos atribuir à esse momento do espancamento um simbolismo com a não-aceitação por parte da sociedade às diferenças que caracterizavam Tommy (Um ser alheio à realidade brutal que o cercava) e o estupro pode ser entendido como uma frustração e/ou um trauma sexual sofrido pelo personagem que acabaria sendo refletido em sua personalidade. Sendo assim, são exemplos de alegorias da rejeição e da confusão sexual ocorrentes durante a adolescência que acabam por marcar o indivíduo durante toda a vida.

A válvula de escape para todo esse sofrimento acumulado durante a infância e adolescência vem a ser o jogo de Pinball. O Pinball pode ser interpretado como a própria música, onde o indivíduo até então fechado para o mundo pode expôr as suas idéias.No caso, seus sentimentos são expostos não para serem ouvidos e apreciados; o Pinball (ou a música) funcionam como uma forma de comunicação com o mundo. Então, a música estava funcionando absolutamente como forma de expressão.

Coube ao pai de Tommy (no caso, as gravadoras) tranformar o talento do filho em dinheiro. Obviamente, os pais de Tommy ficam ricos, se aproveitando da genialidade do filho reconhecida até mesmo pelos veteranos do ramo ("Pinball Wizard" é a exclamação da até então "fera" do Pinball reconhecendo em Tommy um jogador superior).

A partir de então segue-se a busca pela cura de Tommy. Um especialista percebe que a principal referência de Tommy era o espelho. Isso pode significar no caso do compositor de rock o forte egocentrismo (característica muito presente no próprio Townshend, por exemplo) que o liga à sua obra. A chave para a cura de Tommy seria a quebra do espelho, que no caso seria a abnegação do "Eu" e a percepção do mundo que o rodeava. Sendo assim, ocorre a quebra do espelho e segue-se a cura de Tommy.

Após a descoberta das sensações do mundo, Tommy crê saber os caminhos e as respostas para as dúvidas existenciais da humanidade, tornando-se um líder religioso e sendo seguido e obedecido por multidões. Esse é o simbolismo mais forte. O líder são as próprias bandas de rock que construiram para si um mito, sendo veneradas pelos seus fãs. Esses fãs esperam das bandas as atitudes e palavras que eles cobram de si, lhes faltando a coragem que essas bandas possuem de contestar e de quebrar parâmetros. Essa idéia fica mais explícita em "Listening to You": "Ouvindo você / Retiro minhas idéias / A seus pés / Me emociono / De você / Ouço a música".

Mas logo, os seguidores (no caso, os fãs) percebem que há um caminho tortuoso a se percorrer. É dito a eles que, se quiserem atingir o status e o nível que Tommy atingiu, será necessário que lhes tampem os ouvidos, a boca e os olhos; ou seja, Tommy sugere que todos tenham de passar pelos mesmos sofrimentos e limitações que ele passou para poderem se desenvolver e se tornarem grandes também.

Logo, os seguidores revoltados destronam Tommy. Um dos versos da canção "We're Not Gonna Take It" diz: "Nós vamos pegá-lo / Vamos estuprá-lo / Melhor do que isso / Vamos esquecê-lo."... Esse verso sintetiza o que é a decadência de um astro de rock, o ostracismo. Tommy não pode ser um líder iluminado se seus seguidores não o quiserem como um, e o mesmo acontece com as bandas. Com incrível senso visionário, Tonwshend escreveu o que viria a ser a odisséia das principais bandas do final da década de 60 e ínicio de 70. No final da década de 70 surge o Punk e as principais bandas como Led Zeppelin, The Who e Rolling Stones começam a dar sinais de decadência, inevitavelmente culminando num fim cinzento e indefinido, deixando nos ouvintes a sensação saudosista de um possível porém improvável renascimento.

Discos Marcantes do Sparks






Sparks - Kimono My House(1974)

Origem: Alemanha

Produtor: Muff Winwood

Formação Principal no Disco:
Russell Mael - Ron Mael - Martin Gordon - Adrian Fisher - Norman "Dinky" Diamond

Estilo: Rock Pop

Relacionados: Queen/Todd Rundgren/Elton John

Destaque: This Town Ain't Big Enough for Both of Us

Melhor Posição na Billboard: 101o


Os irmãos Ron and Russell Mael nasceram e cresceram no seio da boemia bem-vestida da Los Angeles dos anos 60: Sunset Strip, Pj's, Whisky a Go-Go, Johnny Rivers, Beach Boys, Trini Lopez, viram o Buffalo Springfield nascer (e morrer) junto com o Love de Bryan MacLean e de Arthur Lee, os Doors de Jim Morrison e toda a cena californiana do folk e do psicodélico, do Dead ao Jefferson Airplane. No entanto, eles detestavam quase tudo daquilo: para eles, aquele folk era soporífero demais. Cedo assumiriam o seu lado anglófilo, preferindo ouvir o que vinha do outro lado do Atlântico, Kinks e Who. Mesmo adotados por Al Grosmann (produtor de Dylan e Peter, Paul And Mary) e Todd Rundgren, não fizeram muito sucesso na América. No começo dos 70, se exilaram na Inglaterra. Foi ali que o Sparks começou a sua trajetória internacional. E o sucesso viria justamente a partir da Europa. Russell e Ron, com Adrian Fisher na guitarra e Dinky Diamond na percussão o quarteto daria a luz à sua obra-prima, Kimono My House, em maio de 1974. Quem apostou as fichas neles foi a Island, que tinha larga experiência em aventuras desse tipo — em sua maioria, sempre bem sucedidas. Caso é que o Sparks, dentro (e fora) do espírito de época, baseado num honesto power pop ia um tanto além do cânone, em criações que primavam pelo ecletismo musical que passava por uma reelaboração peculiar do glam (Barbecutie, Lost And Found) e do experimentalismo do Rocy Music e de David Bowie em vocais bizarros a la castratto ( como em This Town Ain't Big Enough for Both of Us) sob os auspícios de Russell, que vagamente lembram (vagamente) Huey Smith And The Clowns. O curioso é ver que, a despeito do enorme sucesso que o Sparks gozava tanto nas Ilhas Britânicas quanto na Alemanha e em boa parte do continente europeu, eles estacaram na metada da lista da Billboard. Só retornariam aos Estados Unidos no fim da década, já em outra gravadora (a CBS, embora a Island distribuisse os discos na Inglatera) mas sem conseguir emplacar como nos tempos do Kimono My House que, aliás, tem uma das capas mais engraçadas de todos os tempos.

Sparks




Russell Mael & Ron Mael


Informação geral

Origem:Los Angeles, Califórnia

País:Estados Unidos

Gêneros:Rock, Pop, rock psicodélico

Período em atividade:1970 - Presente

Gravadoras:Edel Records

Página oficial:www.allsparks.com

Integrantes:Ron Mael,Russell Mael

Sparks é uma banda estado-unidense de rock e pop formada em Los Angeles em 1970 pelos irmãos Ron Mael (tecladista) e Russell Mael (vocalista).

A história dos Sparks mede cinco décadas, da chegada no final dos anos anos 1960, da experimentação eletrônica no final dos anos 1970, e estourando completamente no começo dos anos 1980 nos E.U.A , e retornando nos anos 1990.

Os irmãos Ron e Russell Mael cresceram em Pacific Palisades,Los Angeles,fizeram vários hits mas o mais destacado é "This Town Ain't Big Enough for Both of Us" que foi regravado pela banda British Whale.

Discografia

1971 Sparks/Halfnelson
1972 A Woofer in Tweeter’s Clothing
1974 Kimono My House
1974 Propaganda
1975 Indiscreet
1976 Big Beat
1977 Introducing Sparks
1979 No. 1 In Heaven
1980 Terminal Jive
1981 Whomp That Sucker
1982 Angst in My Pants
1983 In Outer Space
1984 Pulling Rabbits Out of a Hat
1986 Music That You Can Dance To
1988 Interior Design
1994 Gratuitous Sax & Senseless Violins
1998 Plagiarism
2000 Balls
2002 Lil’ Beethoven
2006 Hello Young

Hoje na história do Rock no mundo - 15/12





Grace Slick e o movimento black power


[15/12/1968] Há 41 anos

Enquanto o Jefferson Airplane continuava divulgando o lançamento do álbum "Crown of Creation", que estava entre os dez álbuns mais vendidos nos Estados Unidos, a vocalista Grace Slick aparece na celebração do movimento black power, com o corpo pintado de preto e usando luvas pretas. A atitude não agradou muita gente e custou ao grupo o cancelamento de vários shows no semestre seguinte.


Sex Pistols não consegue visto para os EUA

[15/12/1977] Há 32 anos

Dois dias antes de uma apresentação no programa da rede NBC, "Staurday Night Live", os Sex Pistols não conseguem visto para entrar nos Estados Unidos. Elvis Costello foi convidado para substituí-lo. Devido a este imprevisto, os eventos do grupo só foram remarcados a partir do dia 29.


The Who faz shows restritos

[15/12/1977] Há 32 anos

O The Who faz o primeiro de dois shows fechados, para membros do fã-clube, nos estúdios da TV Shepperton, em Middlesex, na Inglaterra. As apresentações foram filmadas e incluídas no documentário "The Kids Are Alright", dirigido por Jeff Stein.


Pink Floyd lidera a parada na Grã-Bretanha

[15/12/1979] Há 30 anos

Enquanto o álbum conceitual do Pink Floyd, "The Wall", mantinha-se entre os discos mais vendidos na Grã-Bretanha, o single "Another Brick In The Wall (Part II)" atinge o topo da parada, onde permaneceria por cinco semanas consecutivas.


James Brown pega seis anos de prisão

[15/12/1988] Há 21 anos

Depois de atravessar dois estados norte-americanos, fugindo da polícia, James Brown, é sentenciado a seis anos de cadeia. A perseguição de carro, promovida pelo pai do soul, foi o fato derradeiro em um ano cheio de complicações com a Justiça.

Hoje na história do Rock Brasileiro - 15/12




- 1988: Entre 15 e 28 de dezembro o Sepultura gravou o disco Beneath the Remains, lançado em maio do ano seguinte. Os destaques são “Inner Self”, “Sarcastic Existence” e a faixa título.

- 1999: O Barão Vermelho lançou o disco só de regravações Balada. Os destaques são “Quando o Sol Bater na Janela do Seu Quarto” (Legião Urbana), “O Tempo Não Pára” (Cazuza) e “Eu Queria Ter Uma Bomba” (Barão Vermelho).

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