4 de dezembro de 2009

O Poder do Soul (Soul Power)









Sinopse

Em 1974, o produtor Hugh Masekela e o músico Stewart Levine convenceram o empresário esportivo Don King a produzir no Zaire, em paralelo à luta pelo título mundial dos pesos pesados entre Muhammad Ali e George Foreman, um festival musical centrado no orgulho negro e na ligação da “soul music” com a África. Assim nasceu o Zaire ‘74, três dias de concertos em Kinshasa, reunindo nomes como James Brown, BB King e Miriam Makeba no auge de suas carreiras. Mais de trinta anos depois, o conjunto de imagens inéditas traz as apresentações e os bastidores dessa história.


Informações Técnicas

Título no Brasil: O Poder do Soul
Título Original: Soul Power
País de Origem: EUA
Gênero: Documentário
Tempo de Duração: 93 minutos
Ano de Lançamento: 2008
Estréia no Brasil: 11/12/2009
Site Oficial:
Estúdio/Distrib.: Sony Pictures
Direção: Jeffrey Levy-Hinte

Elenco

Muhammad Ali ... O Próprio
James Brown ... O Próprio
Celia Cruz ... A Própria
B.B. King ... O Próprio
Don King ... O Próprio
Miriam Makeba ... A Própria
The Spinners ... Themselves
Bill Withers ... O Próprio

Trailer:




Comentários

Posso considerar um dos melhores filmes que assisti esse ano! Um filme com cara de documentário, ótima filmagem e qualidade! Realmente um achado. Indico a todos.

Pensadores e autores que inspiraram o Heavy Metal: Aleister Crowley





O pensador britânico Edward Alexander Crowley, mais conhecido como Aleister Crowley (1875-1947), foi um dos mais respeitáveis ocultistas de todos os tempos, tendo sua obra sido considerada influente na literatura, na música, nas artes visuais; nas expressões mais significativas da metade do século XX.


Crowley nasceu em 1875, filho de um pastor de uma seita fundamentalista protestante, tendo sido educado sob a égide de um protestantismo vitoriano, que foi uma das manifestações mais repressoras de que já se teve notícia e Crowley, juntamente com alguns artistas de vanguarda de sua época, teve a ousadia de se colocar contra todo esse sistema de valores e criar um sistema próprio.



Tanto o protestantismo quanto o catolicismo foram duas correntes doutrinárias, propagadoras de culpa e normas de conduta social repressoras, que encontraram na segunda metade do século XIX incluindo a primeira metade do século XX, forte abrigo nas sociedades burguesas em ascensão. Aleister Crowley, gerado neste período, manifestou sua repulsão às religiões cristãs através do seu livro “A Tragédia do Mundo”, afirmando, por exemplo, que não queria discutir as doutrinas de Jesus, pois elas seriam responsáveis pela degradação do mundo à sua condição atual. Além disso, o ocultista considerava o cristianismo a causa e o sintoma da escravidão. Expressando seu descontentamento com o cristianismo, ele ressalta:

"essa religião que eles chamam de cristianismo; o diabo que eles honram chamam de Deus. Aceito essas definições, como um poeta faria, para ser inteligível à sua época, e é o Deus e a religião deles que eu odeio e vou destruir". (The World´s Tragedy, New Falcon Publications. p XXXIX, 1994)

O pensamento de Crowley, uma mistura de Nietzsche e Rabelais, parece sintetizar conceitualmente o campo imaginário dos signos/significados do heavy metal: coexistência de forte presença niilista nietzschiana, com negação da presença divina, que inclui o imaginário do cronista francês François Rabelais, homem contemporâneo do iluminismo, que afirma: “o riso é a marca do homem” - flagrante imagem positivista.

Considerado mago, personalidade que determinou novas formas de comportamento no campo das artes, ficou amplamente conhecido por também ser um anti-cristão e se auto-denominava "A Grande Besta" (To Mega Therion, em grego), se referindo à besta do Apocalipse (último livro do Novo Testamento, que contém terríveis revelações sobre os destinos da humanidade), título do álbum clássico da banda suíça de metal Celtic Frost, lançado em 1985. A título de referência, um versículo do livro do Apocalipse que faz referência ao número da besta é: “Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é um número de um homem, e seu número é seiscentos e sessenta e seis” (Ap 13,18).



Além do Celtic Frost, outras grandes bandas de metal foram influenciadas por Crowley. Bruce Dickinson, vocalista da banda inglesa Iron Maiden é um de seus admiradores com mais destaque, o que fica evidente em inúmeras composições tanto no Iron Maiden quanto na sua carreira solo. Para Dickinson,

"Crowley é sem dúvida a figura mais inspiradora do universo do ocultismo. Leio e estudo Crowley desde minha pré-adolescência. Ele é sem dúvida a inspiração definitiva para todos aqueles que amam o ocultismo e dedicam suas horas vagas para entender o submundo em que vivemos". (retirado do site Morte Súbita)



Um exemplo notório da inspiração causada pelo ocultista é a música intitulada “Man of Sorrows, do disco "Accident of Birth" (Sony BMG, 2004), que faz referências a Crowley, um jovem de 12 anos que desejava ser quando crescer, o Anticristo. A seguir, temos um trecho da música supracitada.

Aqui em uma igreja
Um pequeno garoto está ajoelhado
Ele ora para um Deus que ele não conhece
Que não pode sentir
Todos seus pecados da infância
Ele vai se recordar
Não vai chorar, lágrimas ele não vai chorar

Homem sofredor, não posso ver seu rosto
Homem sofredor, você saiu sem deixar rastro
Um pequeno garoto pergunta, o que foi isto tudo?
Sua jornada acabou? Ou apenas começou?

Visões de um mundo novo vindo das cinzas do velho
"Faças o que tu quiseres"
Ele gritou de sua amaldiçoada alma
Um visionário torturado, um profeta de nosso vazio
Perguntando por que, Perguntando por que

Além de várias canções inspiradas em Crowley, Dickinson dirigiu o filme "Chemical Wedding", que trata da história de um tímido professor da universidade de Cambridge que é possuído pelo ocultista, devido a investigações e experimentos científicos.






A banda polonesa de black metal chamada Behemoth gravou em 2001 o disco Thelema 66". Thelema refere-se à doutrina religiosa elaborada por Crowley e divulgada em 1904. A lei de Thelema está inserida no seu livro de maior difusão, o Livro da Lei (Liber AL e Liber Legis) e traz mensagens de revolução do pensamento humano, da cultura e religião, como os preceitos: "Faze o que tu queres há de ser toda a Lei” e "Amor é a lei, amor sob vontade".

O primeiro preceito citado motivou e influenciou o pensamento de vários jovens na revolução das drogas, comportamentos sexuais e os movimentos que tinham como base a idéia anticristã, e também movimentos históricos tais como: contracultura, movimento estudantil de 1968, o anarquismo tardio. Esta mudança de comportamento e de ideologia dos jovens foi mais acentuada na década de 1960, quando o movimento da contracultura estava no auge em países como Inglaterra e Estados Unidos, depois amplamente combatido pela cultura de massa da década de 1970 e início de 1980, onde a sociedade retorna a um conservadorismo disfarçado simbolizado na figura dos yuppies.

O segundo preceito de Crowley, "Amor é a lei, amor sob vontade", foi um significativo instrumento identificador do movimento pacifista Flower Power, slogan utilizado pelos hippies dos anos 60 até o começo dos anos 70 como um símbolo da ideologia da não-violência e de repúdio à Guerra do Vietnã, termo que foi utilizado pela primeira vez pelo poeta Allen Ginsberg em 1965. Desde então ele é freqüentemente utilizado para se referir aos anos 60.

Paradoxalmente, o citado preceito é encontrado em várias letras e títulos de músicas do metal, como é o caso da banda inglesa de metal industrial Coil, que no final do vídeo-clipe da música "Tainted Love", metáfora para AIDS, aparecem flashes das frases "Love is the law" e "love under will". A banda de metal inglesa Carcass, que recentemente, novembro de 2008, apresentou um show no Brasil, repete a frase "Hate is the law, love under will", uma espécie de variação ou interpretação da regra de Crowley, na música "Firm Hand" do álbum "Swansong", o que também denota a influência do ocultista nas bandas de metal do cenário contemporâneo.

Na mesma época em que Crowley praticava suas magias na Europa, o escritor norte-americano Howard Lovecraft também exercia alguma influência nas bandas de metal nas primeiras décadas do século XX. Lovecraft produzia textos de teor fantástico, fabular, literatura de forte potência geradora de imagens que proporcionaram grande prestígio para o mesmo; literatura imagética, inspiradora na elaboração da arte gráfica das capas dos discos de metal, apesar do autor não desenhar as criaturas de terror em suas obras. No próximo segmento, será apresentada a relação de algumas bandas de metal com o trabalho de Lovecraft.

Pensadores e autores que inspiraram o Heavy Metal: Friedrich Nietzsche





É inegável que a literatura e a música, possuem uma conexão e uma correspondência que tem se conservado durante séculos. Segundo o texto "Goethe e o romantismo musical: uma abordagem pedagógica" (FLUC, História da Música), do professor Doutor José Maria Pedrosa Cardoso, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, a relação entre poesia e música é um fato quase natural documentado pelo menos desde a Grécia dos aedos (artistas que cantavam as epopéias, composições gregas religiosas ou épicas, acompanhando-se de um instrumento musical de cordas chamado cítara) até à poética contemporânea.


O heavy metal é um estilo musical nas quais inúmeras bandas se inspiram em conteúdos culturais para a composição de suas músicas, seja no campo da literatura, das artes plásticas, do cinema, da história ou da mitologia, o que faz com que compositores deste estilo musical possam ser considerados aedos contemporâneos.

Neste artigo, dividido em três capítulos, será apresentada a contribuição de três notórios pensadores para o heavy metal: o alemão Friedrich Nietzsche, que influenciou, sobretudo, as bandas do subgênero black metal; o inglês Aleister Crowley, mago e pensador que tem suas idéias referenciadas em letras de inúmeras bandas de metal; e o norte-americano Howard Lovecraft, escritor do gênero fantástico que serviu de inspiração tanto para as letras quanto para a arte-gráfica da capa de discos de várias bandas.



Friedrich Nietzsche

O filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) inspirou muitos outros pensadores e, irrefragavelmente, músicos do gênero musical heavy metal (este termo será abordado no capítulo 3, termo este que originou na Inglaterra no fim da década de 1960). Muitos músicos, particularmente os de black metal, subgênero do heavy metal, consideram-no um iluminador esclarecido por suas idéias niilistas, misantrópicas e anti-cristãs.

Nietzsche era considerado no seu tempo um profundo descrente religioso. Um de seus conhecidos enunciados é: "Deus está morto: não existe qualquer instância superior, eterna. O Homem depende apenas de si mesmo". Esta expressão de conteúdo niilista indica que a crença em Deus é oposta aos princípios de realidade e da vida de Nietzsche, quando se verifica a idéia de que se você é um super-homem, não precisa da idéia Deus.

Outro exemplo que reforça esta idéia é o fragmento abaixo, retirado da obra "Assim Falou Zaratustra, um Livro para Todos e para Ninguém" (1883-85).

O Homem Superior
(Tradução: Pietro Nassetti)
Quando pela primeira vez estive com os
homens cometi a loucura do solitário, a
grande loucura: fui para a praça pública.
E como falava a todos, não falava a
ninguém. E de noite tinha por
companheiros volatins e cadáveres; eu
próprio era quase um cadáver!
A nova manhã trouxe-me uma nova
verdade; aprendi então a dizer: "Que me
importam a praça pública e a populaça e
as orelhas compridas da populaça?"
Homens superiores, aprendei isto
comigo, na praça pública ninguém
acredita no homem superior. E se
teimais em falar lá, a populaça diz:
"Todos somos iguais".
"Homens superiores – assim diz a
populaça. – Não há homens superiores;
todos somo iguais; perante Deus um
homem não é mais do que outro; todos
somos iguais!"
Perante Deus! Mas agora esse Deus
morreu; e perante a população nós não
queremos ser iguais. Homens
superiores, fugi da praça pública!

Segundo Nietzsche, foi por causa dos preceitos do Cristianismo que a elite européia se enfraqueceu ideologicamente, pois tirou desta sociedade a capacidade de retaliação e retórica, deixando-a passiva em termos de reflexão. O pensador alemão considerava ainda o cristianismo uma religião de homens privados da liberdade de pensamento que louvavam a pobreza, a modéstia e o medo, opondo-se à ética dos fortes, signo da política implementada pelos senhores romanos. A bondade, humildade, piedade e amor ao próximo, constituem valores inferiores para Nietzsche. Um super-homem é um forte, um aristocrata (no sentido de personalidade), um grande egocêntrico que cria suas próprias leis e regras e que não segue as de outras ideologias. Em seguida, apresentamos as ressonâncias do pensamento de Nietzsche conduzidas por músicos, pensadores abaixo citados:

A banda black metal norueguesa Gorgoroth, indubitavelmente é uma das mais influenciadas pelas idéias nietzschianas. Os álbuns intitulados "Antichrist" (1996), "Twilight of the Idols" (2003) e a música instrumental "Will to Power" representam forte presença da filosofia Nietzschiana.



"Antichrist":
Tradução: "Anticristo". Titulo original: "O Anticristo - Praga contra o Cristianismo" ("Der Antichrist. Fluch auf das Christentum", 1888) – Nesta obra, Nietzsche conduz suas críticas mais agudas a Paulo de Tarso, o codificador do cristianismo e fundador da Igreja, acusando-o de deturpar o ensinamento de seu mestre.









"Twilight of the Idols":
Tradução: "Crepúsculo dos Ídolos". Título original: "Götzen-Dämmerung, oder Wie man mit dem Hammer philosophiert". Obra escrita em 1888 onde difama as crenças, os ídolos (ideais ou autores do cânone filosófico), e analisa toda a gênese da culpa no ser humano.







"Will to Power":
Tradução: "A vontade de poder". Obra nietzschiana póstuma onde apresenta as considerações mais ontológicas a respeito das doutrinas de vontade de poder e de eterno retorno e sua capacidade de interpretar a realidade. Wikipédia, a enciclopédia livre.

Em uma entrevista concedida ao sítio virtual Metal Crypt, em abril de 2005, o músico norueguês Roger Tiegs que tem o pseudônimo de Infernus, da banda Gorgoroth, afirma que Nietzsche é a sua principal influência como autor. "Definitivamente, as obras Crepúsculo, O Anticristo e Ecce Homo estão entre os meus 5 livros favoritos." Na entrevista, Infernus exalta Nietzsche e Satã. "Salve Nietzsche = Salve Satan!"

No documentário "Metal, A Headbanger’s Journey", o vocalista Kristian Espedal da já referenciada banda Gorgoroth afirma que "o satanismo é a liberdade que permite que o indivíduo cresça e se torne o super-homem. Todo homem que nasce para ser rei, se torna rei. Todo homem que nasce para ser escravo não conhece Satã."

Rolf Rasmussen, pastor da Igreja de Asane, em Bergen, ilustra de modo subseqüente a presença de uma hierarquia de um comportamentos de uma elite ao afirmar que o black metal "é na verdade uma religião elitista. Somente para os melhores, os mais fortes e os mais bem-sucedidos. Não é para o íntimo e para o fraco. E, seguindo somente esta linha, não existirá muitos seguidores".

A banda inglesa de black Metal Anaal Nathrakh também apresenta forte influência de Friedrich Nietzsche. Pelos títulos de suas músicas "Human, All Too Fucking Human" e "Revaluation of All Values" percebemos a referência direta das primeiras passagens do livro "Assim falou Zaratrusta". Esta última música refere-se à sugestão de Nietzsche sobre a moralidade anti-cristã para o futuro.

"Human, All Too Fucking Human":
Refere-se a obra nietzchiana chamada "Humano, Demasiado Humano", um Livro para Espíritos Livres (Menschliches, Allzumenschliches, Ein Buch für freie Geister, publicada em 1886).

"Revaluation of All Values":
Em 1888, Nietzsche escreveu o que pretendia ser o prefácio do primeiro volume de sua "Transvaloração de todos os valores", "talvez o mais orgulhoso prefácio já escrito". "Este livro pertence aos homens mais raros. Talvez nenhum deles sequer esteja vivo. É possível que se encontrem entre aqueles que compreendem o meu Zaratustra: como eu poderia misturar-me àqueles aos quais se presta ouvidos atualmente? - Somente os dias vindouros me pertencem. Alguns homens nascem póstumos".

Outro bom exemplo de influências nietzschianas no metal é o álbum da banda de black e viking metal (novas formas de gênero do metal) Bathory intitulado "Twilight of the Gods", lançado em 1991, que traz na contra-capa o seguinte trecho de Friedrich Nietzsche, escrito em 1871:



"O, what harm do we not bring upon our self in search of the utter freedom in this modern age of madness. Man will need to ask herself: -"now that we seek to record all our origin, We have also proven that god is not. Who will now tell us so that we will listen, when we have broken the last of the laws of nature when we shouted "freedom. Liberty" and held nothing against the elimination of the first?" one may indeed fear this era, for it is not only the moment of truth and of repentance. For it is also truly...........The twilight of the gods!"




Tradução por Tadeu Salgado: "Ó, aquilo que não nos trazem danos em busca da completa liberdade nesta idade moderna de loucura. O homem precisará perguntar para ele mesmo: agora que nós buscamos registrar toda nossa origem, nós temos provado que Deus não existe. Que agora irá dizer-nos que nos dêem ouvidos, quando temos quebrado a última das leis da natureza, quando gritou 'liberdade'. Liberdade e realizou nada contra a eliminação da primeira? Pode, de fato, ter medo desta era, para ele não é apenas o momento da verdade e do arrependimento. Por isso também é verdadeiramente ........... O crepúsculo dos deuses!"

Este fragmento se torna a forma de um emblema da era moderna em que, segundo Nietzsche, as pessoas irão perceber que Deus não existe e que nada poderá salvá-las. Será o período da "Decadência dos deuses", tradução do título do álbum.

Na obra de Friedrich Nietzsche nomeada "A Gaia Ciência" (1882), conhecida também como "Alegre Sabedoria", ou "Ciência Gaiata", encontramos no terceiro capítulo a famosa frase nietzschiana: "Deus está morto. Deus continua morto. E fomos nós que o matamos", pronunciado pelo Homem Louco em meio aos mercadores hereges. (A Gaia ciência, §125)

Esta citação inspirou vários músicos de bandas de metal. Como exemplo, podemos citar a música chamada "Totengott” ("Deus morto", em alemão), da banda suíça de metal Celtic Frost.

A banda de metal californiana Machine Head compôs uma música intitulada "I’m Your God Now", também inspirada na frase de Nietzsche. A seguir, um pequeno trecho editado e traduzido da música:

Sua vida não é sua, você é somente meu escravo
Eu sou seu Messias da dor
Não há tempo para rezar
Porque sou seu Deus agora

Outra obra nietzschiana que influenciou bandas de metal foi "Além do Bem e do Mal, Prelúdio a uma Filosofia do Futuro", de 1886. Neste livro são expostos os conceitos de vontade de poder, a natureza da realidade considerada de dentro dela mesma, sem apelar a ilusórias instâncias transcendentes, perspectivismo e outras noções importantes do pensador. Critica as filosofias metafísicas em todas as suas formas, e fala da criação de valores como prerrogativa nobre que deve ser posta em prática por uma nova espécie de filósofos (Wikipedia). Para Nietzsche, esta é a obra mais importante, pois abrange grande parte de seus temas. At The Gates e Dismember, duas importantes bandas suecas de metal têm duas músicas intituladas "Beyond Good And Evil".

Na Grã-Betanha, 31 anos depois do nascimento de Nietzsche, surge outro pensador que influenciou de modo impreguinante as bandas de metal: Aleister Crowley onde iremos apresentar na próxima parte sua contribuição intelectual para os músicos de Metal.

Pensadores e autores que inspiraram o Heavy Metal: H. P. Lovecraft





O norte-americano Howard Philips Lovecraft (1890-1937) foi um dos principais escritores do gênero terror e fantástico na história da literatura ficcional de narrativa. A diferença de Edgard Allan Poe, expoente do mesmo gênero de literatura, que tinha predileção pelo mórbido, Lovecraft expõe o indizível: quase sempre inicia suas histórias com um narrador que faz saber ao leitor a ocorrência de um fato tão grotesco e assustador que não pode ser revelado; mas, subitamente, como se instado pelo interlocutor, decide abrir mão do silêncio, tornando o leitor testemunha ativa da ficção.


Diferentes biografias relatam que Lovecraft era um homem que tinha contínuos pesadelos; muitos pesquisadores consideram que este fato o ajudou a criar uma obra com características simbolistas, uma linguagem em que predominava a preocupação estética e que foi marcada pelo subconsciente. Sua obra influenciou importantes nomes do heavy metal mundial, como as bandas Metallica, Cradle of Filth, Black Sabbath e Iron Maiden.



“Nós fomos inspirados pelos textos de Robert E. Howard, H.P. Lovecraft, Eliphas Levy, Aleister Crowley (...) e tudo isso acabou entrando nas letras de 'Morbid Tales' (disco de estréia do Celtic Frost, lançado em 1984 pela Noise Records) (...). Tinha muita influência, muita 'inspiração' de fora da música naquela época”, afirmou Martin Eric Ain, baixista da banda de metal sueca Celtic Frost.

O repertório onírico de imagens fabulares amedontradoras provindo das experiências visuais de Lovecraft, tem como destaque Cthulhu, um personagem ficcional que influenciou diversas bandas de metal e que aparece no seu conto mais conhecido, “O chamado de Cthulhu”. Cthulhu é “um ser gigantesco e vagamente humanóide, com asas e tentáculos de polvo na boca”. Ele dorme na sua cidade submersa por água e se comunica com os humanos através dos sonhos. Várias bandas representam a imagem do que seria Cthulhu nas artes gráficas de seus álbuns e, como a maioria destas representações assemelha-se a uma figura demoníaca, diversas pessoas acreditam que estas bandas são satânicas ou anti-cristãs, fomentadoras de imagens e sons que produzem o medo. A emoção mais forte e antiga do homem é o medo, e a espécie mais forte e antiga de medo é o medo do desconhecido, segundos estudos da psiquiatria. Alguns estudos apontam para a hipótese de que a verdade admitida deve firmar para sempre a autenticidade e dignidade das narrações fantásticas de horror como forma literária. Em que pese o racionalismo de Howard Lovecraft, a verdade admitida neste caso é a que ele sabia lidar de forma impactante com o medo das pessoas.

Historicamente, a parte leiga dos fãs ignora que grande parte dos músicos de heavy metal é somente admiradora do ideário de Lovecraft, e não exatamente de imagens profanas ligadas ao satanismo.




Cliff Burton, ex-baixista do Metallica, era um grande admirador da obra de Lovecraft, e foi quem introduziu a obra do escritor aos membros da banda, mostrando-lhes um estranho, mas ao mesmo tempo, um cativante mundo imaginário. Várias letras de músicas do Metallica são inspiradas nos temas lovecraftianos, com destaque para a música instrumental "The Call of Ktulu", ou seja, “O chamado de Cthulhu” do disco Ride the Lightning. O conto “O chamado de Cthulhu” ainda inspirou a banda sueca de heavy metal melódico Crystal Eyes, que no ano de 2006 lançou o disco “Dead City Dreaming”, no qual a arte gráfica da capa e a temática das letras fazem referência ao Cthulhu.






A figura do ser Cthulhu na capa do DVD do Cradle Of Filth

Verifica-se que a imagem demoníaca acima referida alcança ampla repercussão nas letras e artes gráficas direcionadas ao heavy metal: Daniel Lloyd Davey, mais conhecido como Dani Filth, compositor e vocalista da banda inglesa de metal Cradle of Filth, demonstra sua admiração por Lovecraft através das letras de suas músicas. Como exemplo, tem-se a música "Cthulhu Dawn", segunda música do disco "Midian" lançado em 2000 e uma coletânea chamada "Lovecraft and Witch Hearts", lançada em 2002. Em 2005, a banda lançou o DVD "Peace Through Superior Firepower", cuja imagem da capa mostra como seria a figura do ser Cthulhu, que Lovecraft apenas descrevia.

Uma das artes gráficas mais conhecidas da história do heavy metal, presente no álbum ao vivo "Live After Death" da banda inglesa Iron Maiden é, de algum modo, um tipo de homenagem ao escritor Lovecraft, haja vista que na lápide da sepultura de Eddie8 (ilustração 2) está escrito.

That is not dead
Which can eternal lie,
And with strange aeons
Even death may die. 9




O trecho supracitado, que trata da vida após a morte, pertence ao "Necronomicon", que significa o "Livro dos Nomes Mortos". Os antigos povos como os do Egito e da Mesopotâmia, tinham a tradição de escrever suas práticas funerárias em papiro ou tábuas de cerâmica. Este material, considerado pela História como documentos eram chamados pelos gregos de "Necronomicon", o que, provavelmente, inspirou Lovecraft a escrever literatura semelhante, porém se faz necessário esclarecer que o autor nunca desejou publicar esta obra comercialmente. As publicações que se encontram no mercado surgiram de modo clandestino, de origem e autoria suspeitas. A mesma citação acima ilustrada é encontrada na música "Banshee", pertencente ao álbum "Lupine Essence" da banda de metal alemã Suidakra.

Após investigação em bancos de imagens e sítios virtuais específicos sobre o heavy metal, encontramos ramificações nas formações das bandas de metal influenciadas pela cultura lovecraftiana. Como exemplo, a finlandesa Dawn of Relic: no álbum de estréia chamado "One Night in Carcosa", a terceira música chama-se "The last dance of Sarnath", que é uma referência ao livro de Lovecraft intitulado "A Maldição de Sarnath" lançado em 1920. Em 2003 a banda em questão lançou o disco "Lovecraftian Dark", que pelo nome, percebe-se que é regado a Lovecraft. No álbum "Communion" da banda ateniense de death metal sinfônico Septic Flesh, está presente a música "Lovecratf’s Death". Segundo o MySpace que apresenta o verbete oficial da banda "é uma história imaginária descrevendo sua última hora neste mundo; as letras são basicamente um estranho quebra-cabeça criado através dos títulos dos seus livros, que são combinados com intuito de criar um significado específico”.



A obra de Lovercraft não ficou limitada apenas ao cenário norte-americano e europeu do heavy metal. Lovecraft também influenciou a obra de diversos músicos brasileiros de bandas de metal. A banda Sanctifier, do Estado do Rio Grande do Norte, produziu um álbum intitulado "Awaked by Impurity Rites", cuja arte gráfica representa a cerimônia do despertar de Cthulhu, além da temática das letras também serem baseadas nos trabalhos do autor.






A cerimônia do despertar de Cthulhu na capa do Sanctifier

Sucessos de Crosby, Stills & Nash (and Young)

















































Esse ultimo é mais um pequeno(muito pequeno) trecho de um documentario de TV...vale a pena ver!

Hoje na história do Rock no mundo - 04/12




Keith Richards apaga em show dos Stones


[04/12/1965] Há 44 anos

Durante um show dos Rolling Stones, no Memorial Hall, em Sacramento, na Califórnia, o guitarrista Keith Richards toma um choque fulminante e fica inconsciente por sete minutos. A guitarra dele havia feito contato com o microfone. Na ocasião, a banda estava tocando a música "The Last Time".


Led Zeppelin confirma a dissolução


[04/12/1980] Há 29 anos

Pouco mais de dois meses após a morte do baterista John Bonham, os membros remanescentes do Led Zeppelin anunciam a dissolução oficial do grupo. Através de um comunicado, eles mostraram o desejo de não continuar, devido "a morte do querido amigo".


Roy Orbison faz seu último show

[04/12/1988] Há 21 anos

Roy Orbison faz aquele que seria seu último show, em Highland Heights, perto de Cleveland, em Ohio. Dois dias depois, ele morreria vítima de um ataque cardíaco.


Van Halen faz show de graça em Dallas


[04/12/1990] Há 19 anos

O Van Halen faz um show de graça em Dallas, no Texas, cumprindo a promessa que havia feito há três anos, quando o vocalista Sammy Hagar perdeu a voz durante uma apresentação.


Frank Zappa morre aos 52 anos


[04/12/1993] Há 16 anos

Prestes a completar 53 anos de idade, no dia 21 de dezembro, Frank Zappa perde a batalha contra o câncer na próstata e morre, em sua casa, na cidade de Los Angeles. Ele havia descoberto a doença há dois anos.

Hoje na história do Rock Brasileiro - 04/12




- 1959: Nasceu, no Rio de Janeiro, Marcelo Knudsen, mais conhecido como Bob Gallo, ex-vocalista do João Penca & Seus Miquinhos Amestrados. Data exclusiva!

ATENÇÃO - 1982: Aconteceu o show de lançamento do 1º disco do Barão Vermelho. A apresentação foi realizada no Circo Voador, já localizado nos Arcos da Lapa. O disco foi gravado em apenas quatro dias no mês de maio e lançado em 27 de setembro. Os destaques são “Down em Mim”, “Billy Negão”, “Bilhetinho Azul”, “Posando de Star” e “Ponto Fraco”, entre outros. A entrada desse show custou 1.000 cruzeiros, quantia que na época era popularmente chamada de ‘um barão’.


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