27 de dezembro de 2008

Discos Marcantes dos The Beatles VII







The Beatles - Abbey Road (1969)

Origem: Inglaterra
Produtor: George Martin
Formação Principal no Disco: John Lennon - Paul McCartney - George Harrison - Ringo Starr

Estilo: Rock / Prog Rock
Relacionados: Rolling Stones; Pink Floyd;
Destaque: I Want You (She's So Heavy)
Melhor Posição na Billboard: 1º


Abbey Road é o 12° e penúltimo álbum dos Beatles. Foi publicado em 26 de setembro de 1969, e em 01 de outubro nos EUA, levando o mesmo nome de uma rua de Londres onde ficava o estúdio Abbey Road. Foi produzido e orquestrado por George Martin para a Apple Records. Apesar de ter sido o penúltimo álbum lançado pela banda, foi o último a ser gravado. As músicas do último disco lançado pelos Beatles, Let It Be, foram gravadas alguns meses antes das sessões que deram origem a Abbey Road. O álbum é considerado um dos melhores do grupo e parecia que os momentos de turbulências tinham passado e tudo havia voltado ao normal entre eles, mas na verdade o maior problema da banda começou a esquentar: Guerra de poderes. Após a morte de Brian Epstein, Paul sugeriu que John Eastman, advogado de sucesso e pai de Linda Eastman, tomasse conta dos negócios mas os outros Beatles desconfiando e visando uma proteção maior ao legado de todos sugeriram que Allen Klein, (um cara que era promotor dos Stones e já vinha tentando roubar os Beatles de Epstein a muito tempo), era a melhor opção pelo seu jeito convicto de “homem das ruas”. Paul não concordou por achar absurdo pagar 15% de todos os lucros para Klein. Após a separação da banda, Eastman foi advogado da carreira solo de Paul e Allen Klein foi a justiça por ter roubado uma média de 5 milhões dos Beatles. O restante dos Beatles mantiveram contrato com Klein até 1977. George Martin produziu e orquestrou o disco junto com Geoff Emerick como engenheiro de som, Alan Parsons como assistente de som e Tony Banks como operador de fitas. Martin considera Abbey Road o melhor disco que os Beatles fizeram. E não é por menos: ele é o mais bem acabado de todos, um dos mais cuidadosamente produzidos (comparável somente a Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band). Sua estrutura foi bastante pensada e discutida, e as visões discordantes dos integrantes da banda só contribuíram para a riqueza da criação final. Também foi em Abbey Road que George Harrison se firmou como um compositor de primeira linha. Após anos vivendo sob a sombra de John Lennon e Paul McCartney, ele finalmente emplacou dois grandes sucessos com este álbum: "Here Comes the Sun" e "Something". Ambas foram regravadas incessantemente ao longo dos anos, sendo que Something chegou a ser apontada pela revista Time como "a melhor música do disco" e como a segunda música mais interpretada no mundo, atrás somente de "Yesterday", também dos Beatles. Este disco foi marcado pelo uso de novos recursos tecnológicos que estavam surgindo na época. Um deles foi o sintetizador Moog, que começava a ser utilizado em maior escala dentro do rock. Ele possibilitava que virtualmente qualquer som fosse gerado eletronicamente. O Moog pode ser notado claramente em músicas como "Here Comes the Sun", "Maxwell's Silver Hammer" e "Because". Por seu trabalho em Abbey Road, os engenheiros de som Geoff Emerick e Phillip McDonald ganharam o Grammy.


Lista das Faixas
Todas as canções escritas por Lennon/McCartney, exceto onde indique o contrário:
"Come Together" — 4:20
"Something" (Harrison) — 3:03
"Maxwell's Silver Hammer" — 3:27
"Oh! Darling" — 3:26
"Octopus's Garden" (Starkey) — 2:51
"I Want You (She's So Heavy)" — 7:47
"Here Comes the Sun" (Harrison) — 3:05
"Because" — 2:45
"You Never Give Me Your Money" — 4:02
"Sun King" — 2:26
"Mean Mr. Mustard" — 1:06
"Polythene Pam" — 1:12
"She Came in Through the Bathroom Window" — 1:57
"Golden Slumbers" — 1:31
"Carry That Weight" — 1:36
"The End" — 2:19
"Her Majesty" – 0:23



Origens do álbum

Após as desastrosas sessões de gravação do álbum então chamado de "Get Back" (mais tarde intitulado "Let It Be" para publicação), Paul McCartney sugeriu ao produtor George Martin que os Beatles se reunissem e fizessem um álbum "como nos velhos tempos... como a gente fazia antes", gravado ao vivo, sem overdubs e, logicamente, livres dos conflitos que começaram com as sessões do "Álbum Branco"). Martin pensou, levou em consideração o acontecido de ter sido produtor secundário do álbum Get Back e aceitou, mas com a condição que a banda se comportasse "como nos velhos tempos", e ele seria tratado como o “produtor dos velhos tempos” também. Queria o consentimento de John que aceitou numa boa pois eles estavam loucos para compôr e gravar. Porém algumas faixas como "Something" e “Golden Slumbers/Carry That Weight/The End” seguiram o estilo do “Àlbum Branco”, de gravar individualmente. Mas o resultado final acabou sendo este grande álbum, considerado por muitos críticos como o melhor da banda, e segundo a revista Rolling Stone o 14° melhor álbum de todos os tempos. Quando foi gravado na época do vinil, o álbum tinha dois lados bem distintos entre si, a fim de agradar tanto a Paul McCartney como a John Lennon individualmente. O lado A, que ia de "Come Together" a "I Want You", foi feito para agradar a Lennon. È uma coleção de faixas individuais, enquanto que o lado B (para agradar a McCartney) contém uma longa coletânea de curtas composições que seguem sem interrupção. A seqüência de juntar músicas inacabadas criadas por McCartney e Lennon em um enorme pout-pourri foi uma das grandes criações de Paul dentro dos Beatles, e da música, senão a maior. No entanto, diferente de “Sgt. Pepper's”, considerar Abbey Road um disco conceitual é um engano. “È um bom disco de Rock&roll”, disse Harrison.


Sobre as músicas

"Come Together" (Lennon/McCartney) - A música que abre "Abbey Road" é uma das marcas registradas de John Lennon. Ela foi feita a pedido do guru do LSD, Timothy Leary, que concorreria a governador da Califórnia e tinha como tema da sua campanha a frase: "Let's Get It Together" ou “Vamos Pra Frente Juntos”. A inspiração política não veio, mas Lennon terminou a música e a incluiu no disco. A "luz" veio de uma canção de Chuck Berry, "You Can't Catch Me", da qual John copiou inclusive parte de um verso. Anos depois, Lennon admitiu a "influência" de Berry e foi levado à Justiça, mas a ação acabou em um acordo. No decorrer da canção, John faz um barulho com a boca, uma espécie de “chuuunc!”, que na verdade ele quer dizer “shoot me”, algo como “atire em mim”, ou “injete em mim” (uma gíria pro uso de heroína). Paul McCartney não gostava desse trecho por achar que teriam problemas com justiça, ou fans e sabendo que John não retiraria, ele decidiu tocar seu baixo tão forte e alto de maneira que cobrisse a fala. John não queria guitarra nessa música, mas Paul achou que sem base e só no piano, o som ficaria vazio. Também deu uma idéia do solo que acabou entrando. George Martin escreveu numa nota do disco LOVE que “Come Together” é sua música favovita da carreira dos Beatles.


"Something" (Harrison) - A famosa balada de George Harrison, escrita para sua esposa na época, Patti Boyd, é considerada por muitos como o ponto alto do primeiro lado do disco. Ela representou, para críticos, a maturidade de George como compositor, marcada por uma melodia belíssima e pelo famoso estilo de guitarra do "beatle místico" já desenvolvida em “While My Guitar Gently Wheeps”. Foi escrita durante o “White Álbum”, e a primeira estrofe foi baseada na música “Something in the Way She Moves” de James Taylor, assinado pela Apple na época. Refinada durante as filmagens de Let It Be, (é possível ver Lennon dando umas dicas de composição para Harrison) a música foi oferecida para Joe Cocker, mas acabaram voltando atrás e gravando a canção. Primeira música de Harrison a ser lado A de um single, "Something" foi regravada por Frank Sinatra, que a considerava uma das grandes canções de amor da segunda metade do século 20, e que, ironicamente, atribua a autoria da canção à dupla Lennon/McCartney. È a melhor canção do álbum segundo Lennon e a melhor de George segundo McCartney. Paul canta essa música com Eric Clapton no “Concert for George” em 29 de novembro de 2002, 1 ano apóas sua morte. Michael Jackson, que nos anos 80 comprou os direitos das músicas Lennon/McCartney, confidenciou a Harrison que gostaria de ter a balada em seu catálogo.


"Maxwell's Silver Hammer" (Lennon/McCartney) - Perguntado ao Ringo posteriormente qual foi o pior momento ao lado dos Beatles, Ringo respondeu: “Sem dúvida, as gravações de “Maxwell's Silver Hammer”. Também não é pra menos: Levaram três dias inteiros pra gravar, inclusive com Lennon desistindo de participar dizendo que “era mais uma idéia estapafúrdia de Paul”, George teve que reprisar o solo muitas vezes e acabou cansando também e Ringo odiava a idéia de ter que tocar bateria sem bater na caixa, com a baqueta batendo na coxa pra marcar o tempo (só nos refrão ele toca normalmente). Paul argumentava que apenas queria “tudo dando certo”, ou seja, “tudo do seu jeito”. Apesar da melodia agradável, "Maxwell's Silver Hammer" conta, através de versos cheios de humor negro, a história de um maníaco homicida chamado Maxwell, que com seu martelo de prata sai matando todos por aí. Paul estava convencido de que ela seria um sucesso, o que acabou não ocorrendo.


"Oh! Darling" (Lennon/McCartney) - Esta canção de Paul é mais uma brincadeira ao estilo dos anos 50 do que uma composição a ser levada a sério. Toda a banda parece se divertir, e a qualidade dos Beatles como músicos fizeram de "Oh! Darling" um número famoso. Para poder realizar o vocal gritado e rasgado que caracteriza a música, McCartney realizava apenas um trecho da gravação dela por dia, no início da manhã, para que sua voz tivesse o tom e a força necessária. Lennon dizia durante as gravações que ele deveria fazer essa parte por ser mais seu estilo de voz. No álbum “Anthology 3” é possível ver uma versão que Lennon canta esse trecho e no final alguns trechos dele comemorando a saída do divórcio de Yoko e seu primeiro marido.


"Octopus's Garden" (Starkey) - Segunda colaboração de Ringo Starr para a banda como compositor (a primeira havia sido "Don't Pass Me By", do "Álbum Branco"). Foi inspirado em uma viagem a ilha de Sardinia, próximo a Itália, durante as férias do último disco, quando ao deparar-se com uma tour túristica que falava sobre a vida dos polvos. A guia turística dizia que os polvos para se proteger, juntavam pedras coloridas em frente a suas tocas criando uma espécie de jardim, assim sendo: “Octopus’s Garden” ou “Jardim dos Polvos”. Harrison ajudou Starr na composição (essa cena pode ser vista no filme "Let It Be"), porém George deu total crédito a Ringo. Além disso Harrison colaborou com Starr em suas músicas solo "Photograph", e "It Don't Come Easy". A letra simples que lembra temas infantis, a simpatia de Ringo e a competência dos outros Beatles em acompanhá-lo tornaram "Octopus's Garden" um número muito querido entre os fãs ao longo dos anos. Embora o baterista já tivesse tido duas músicas cantadas por ele nas paradas de sucesso ("Yellow Submarine" e "With a Little Help from My Friends"), essa foi a primeira e única vez que Ringo faria sucesso com uma composição sua nos Beatles. Em alguns shows da banda Oasis, Noel Gallagher canta essa música no final da canção “Whatever”.

"I Want You (She's So Heavy)" (Lennon/McCartney) - A composição menos convencional de John Lennon em Abbey Road. Uma das músicas mais longas dos Beatles (com 7 minutos e 47 segundos), é formada por duas melodias inacabadas, unidas em uma só canção, sendo a primeira ensaiada durante as seções de “Get Back” em fevereiro de 1969 com Billy Preston nos teclados, e a segunda durante o as seções de “Abbey Road”, com a duração de mais de 8 minutos (editada depois). Teoricamente esta é uma canção de amor, mas a fúria e a levada de Blues levam "I Want You" para o contraponto de “She’s So Heavy”. Muitos críticos a consideram como uma música de rock progressivo, por sua estrutura, o “solo falado” e a duração. Foi usado o sintetizador Moog durante a canção e no final, para o efeito “vento”. Foi pedido por Lennon ao engenheiro Geoff Emerick que “cortasse exatamente aqui” na marca de 7:44, criando um silêncio abrupto editado para o final do lado A. Também foi especulado representar a morte súbita de Paul, em 1966. Outra versão é de que o rolo de fita teria acabado mesmo, durante a gravação. Nessa data, 20 de agosto de 1969, durante as finalizações dessa música, foi a última vez em que todos os Beatles estiveram juntos, tocando em um estúdio. Existe um botleg com Paul cantando essa canção.


"Here Comes the Sun" (Harrison) - Este é outro grande sucesso de George Harrison em Abbey Road, regravado inúmeras vezes ao longo dos anos por artistas como Peter Tosh e Richie Havens. O clima cheio de otimismo desta música tem uma explicação, que ele deu em entrevista uma vez: “Escrevi essa música na época em que a Apple parecia uma escola: Assine isto, assine aquilo... Parecia que o inverno na Apple duraria para sempre, então um dia tirei folga pra ir a casa de Eric Clapton e o alívio de estar naquele jardim ensolarado era tão maravilhoso que peguei o violão de Eric e escrevi “Here Comes The Sun”. Foi inspirada na música “Badge” do Cream (banda de Clapton) e pode se notar a presença forte do sintetizador Moog, muito usado em Abbey Road. Contou apenas com George, Ringo e Paul, pois John estava se recuperando de um acidente de carro. A banda gravou as “palmas” e George e Paul gravaram os “backing vocals” muitas vezes para sobrepor o som. Com um capotraste na 7ª casa do violão, foi possível deixar o riff num Lá maior e com a mesma estrutura de “If I Needed Someone” com o padrão de frases repetidas ao longo da canção. Joe Brown cantou essa música em "Concert for George."


"Because" (Lennon/McCartney) - Considerada uma das mais belas harmonias da história do rock, comparável aos grandes momentos dos Beach Boys. Foi usado o sintetizador Moog por Harrison na introdução de guitarra e foi inspirada no “Moonlight Sonata” de Ludwig van Beethoven, que Yoko tocava enquanto Lennon pedia para tocar de trás pra frente (John sempre pedia isso). Cada vocal foi gravado em cada linha de microfone e sobreposto 3 vezes cada, totalizando 9 vozes. Enquanto gravavam os Beatles exigiram a presença de Ringo na sala de estúdio, mesmo sem participar, apenas para “dividir aquele momento de harmonia” segundo o engenheiro de som Geoff Emerick. As versões solo dos vocais podem ser ouvidas no disco Anthology 3. “Because” é interpretada por Elliot Smith e está na trilha sonora dos créditos finais de Beleza Americana (1999), filme de Sam Mendes.


"You Never Give Me Your Money" (Lennon/McCartney) - Aqui começa a grande obra de Abbey Road, o pout-pourri formado pelas canções inacabadas de John Lennon e Paul McCartney. Esta foi criada por Paul e divide-se, na verdade, em três cançonetas distintas: Em "You Never Give Me Your Money", a música em estilo clássico e a letra pessimista, mal disfarça sua insatisfação com os rumos da banda, principalmente os financeiros - culpando seu agente na época, Allen Klein. Ele dizia: “Ele só nos dava papéis e mais papéis e quando perguntavamos sobre dinheiro e a situação da Apple ele desconversava dizendo que eramos músicos e não homens de negócios”. Logo em seguida entra "Magic Feeling", com a voz de Paul lembrando cantores dos anos 50 e fala sobre estar desempregado e sem perspectivas de futuro, algo que remete em suas próprias situações: “But all that magic feeling/Nowhere to go” traduzindo: “Todo aquele sentimento mágico/Não há lugar para ir”. As vozes referenciais de “Because” e “Sun King” entram aqui também. Em seguida vem "One Sweet Dream", que descreve um sonho dourado, algo como a volta por cima: “One sweet dream/Pick up the bags and get in the limousine” ou “Um doce sonho/Pegue suas malas e entre na limousine” nessa parte da canção, George usa arpejos similares aos de “Here Comes The Sun” com um “amplificador Leslie” o que registra essa espécie de guitarra que mais tarde se tornaria sinônimo do “estilo Harrison”. E para finalizar, com um baixo inspirado e sons de grilos e outros bichos no final, uma frase com rima, onde os Beatles contam até sete e dizem que "todas as crianças boazinhas vão pro céu", emendando com a próxima, “Sun King”. Alguns trechos dessa canção voltam na música “Carry That Weight.”


"Sun King" (Lennon/McCartney) - Música escrita por Lennon cujo nome original da canção era “Here Comes The Sun King”, mas foi encurtado para “Sun King” a fim de evitar confusões com a música de Harrison “Here Comes The Sun”. Com um vocal triplo não tão elaborado como “Because” a música utiliza em seu meio alguma palavras em Inglês, Espanhol, Italiano e Português. Segundo Lennon: “Começamos a brincar de falar outras línguas e simplesmente misturamos tudo! Paul sabia um pouco de espanhol que aprendeu no colégio, inventamos algumas palavras sem sentido e o restante tiramos de jornais. “Los Paranóias”, por exemplo, era uma notícia sobre a gente”. Outro ponto interessante nessa música foi o efeito “cross-channel movement” que consistia em mudar o som de um canal pro outro (direita pra esquerda e ao contrário, simultaneamente). Em entrevista de 1987, George disse que, para o timbre da guitarra, se inspirou em “Albatross” da banda Fleetwood Mac com o reverb, ”Na época eu disse, vamos fazer igual o Fleetwood Mac com reverb... Não ficou muito parecido mas foi o ponto de origem”.


"Mean Mr. Mustard" e "Polythene Pam"(Lennon/McCartney) - Ambas as músicas são de John Lennon, compostas durante a viagem à Índia em 1968. “Mean Mr. Mustard” foi baseada num fato real descrito por um jornal sobre um homem miserável que escondia dinheiro onde podia para que as pessoas não o forçassem à gasta-lo. Ele não se inspirou muito pra escrever e obviamente descreveu no Anthology, anos depois como “um lixo escrito num pedaço de papel na India”. Foi encontrada uma versão DEMO gravada na casa de Harrison em Esher que aparece no Anthology 3, nela é possivel saber que o nome da irmã de Mustard era Shirley que foi mudado para Pam pela oportunidade de associar com a música seguinte: "Polythene Pam". Para compor "Polythene Pam", Lennon se inspirou no encontro que tivera anos antes com um amigo poeta de Liverpool, Royston Ellis (descrito por John na famosa entrevista pela Playboy em 1980, como “o homem que introduziu os Beatles nas drogas.”) e sua namorada Stephanie. Na ocasião, ela estava vestida com uma roupa de polietileno. Há também a história sobre Pat Hodgett, fã dos tempos do Cavern que costumava comer polietileno e era conhecido como Polythene Pat. Esta é a terceira música do medley seguida por “She Came im Through the Bathroom Window.”


"She Came in Through the Bathroom Window" (Lennon/McCartney) - Esta música composta por Paul McCartney faz parte da última canção do primeiro medley. No começo da emenda, John Lennon diz, "We'll listen to that now. (risos) Oh, look out!" Então alguém diz "You should…" que é cortado pela entrada da música. Mike Pinder da banda de R&B The Moody Blues, conta no DVD The Classic Artists Series: The Moody Blues lançado em 2006, que contou ao Paul uma história de uma groupie que entrou pela janela do banheiro de Ray Thomas, outro membro da banda e passou a noite com ele. Paul ouvindo o conto com sua guitarra na mão, em seguida disparou: “Ela entrou pela janela do banheiro...”. Paul gravou a guitarra solo enquanto George Harrison gravou o baixo. Levaram 39 takes para gravar a guitarra base e a bateria, e essa canção do medley demorou quase 2 dias para ficar pronta.


"Golden Slumbers" e "Carry That Weight" (Lennon/McCartney) - Estas são duas das mais conhecidas músicas de McCartney em Abbey Road. A primeira foi criada após o beatle ter visto em um livro de sua meia-irmã Ruth, um poema de Thomas Dekker, do século XVII, em formato de canção de ninar. Paul disse: “Pensei que eram muito tranqüilizadores, uma antiga canção de ninar, mas não conseguia ler a melodia na partitura. Então peguei os versos e coloquei minha música neles.” Ele também tentou atingir sua voz num ponto alto como se fosse uma ópera, porque era um tema muito épico. Na música seguinte, “Carry That Weight”, Paul aproveita para voltar a trocar farpas com os Beatles e com Allen Klein: “Boy, your gonna carry that weight/ for a long time” ou “Rapaz, você vai carregar esse peso/por um bom tempo”. Paul poderia estar cantando para Lennon, algo como “se você deixar a banda, você vai carregar esse peso por muito tempo” ou para si próprio que tentou ser o gerente da banda após a morte de Epstein. No filme “Imagine” de John Lennon, ele diz: “Paul estava cantando sobre todos nós”. No meio dela ele introduz trechos de “You Never Give Me Your Money”, com a letra diferente. Paul toca piano e guitarra, George toca baixo e guitarra e Ringo bateria. John não participou desse medley (apenas gravou os backings posteriormente, com os quatro juntos, uma raridade em suas cançoes) devido a um acidente de carro com Yoko e seu filho Julian. Uma orquestra foi adicionada após as gravações. Essa música é a terceira parte do segundo medley e conta com a próxima música “The End."


"The End" (Lennon/McCartney) - O título desta música de Paul McCartney diz tudo: ela não só fecha o disco, mas também a carreira dos Beatles antes da separação. Foi a última canção a ser gravada pelos Beatles e a última canção do medley. Lennon disse na entrevista da Playboy: “Aquilo é Paul McCartney. A frase final carrega uma filosofia cósmica que prova que quando Paul quer algo, ele consegue.” Ringo faz, o único solo de bateria em toda sua carreira. Paul dividiu o solo de guitarra em 3 partes e deu para George e John tocarem uma parte fazendo assim uma sobreposição de solos. “The End”, antes chamada de “Ending” era pra ser a última música do disco, mas “Her Majesty” acabou entrando no disco. Essa seqüência está presente até hoje nos shows de Paul McCartney e a frase final ecoará para sempre como o epitáfio da banda na história da música: “And in the end/The love you take/Is equal to the love you make” ou “E no final/O amor que você recebe/ È igual ao amor/Que você faz.”


"Her Majesty" (Lennon/McCartney) - Esta é a "faixa escondida" de Abbey Road. Ela surge após um silêncio de 14 segundos, no fim de "The End", e dura apenas 23 segundos, com Paul cantando acompanhado do violão. Originalmente ela estava entre as músicas "Mean Mr. Mustard" e "Polythene Pam" (O primeiro acorde da faixa é na verdade a última nota de "Mean Mr. Mustard", e a música acaba abruptamente porque ela emendaria com o primeiro acorde de "Polythene Pam"), mas como Paul não gostou da posição original da música, e pediu para o engenheiro de som John Kurlander, para retirar e destruí-la, porém era norma da EMI nunca jogar fora nem destruir nada dos Beatles. Então ele adicionou a música pra frente do final do disco para separá-la e esperar por uma futura aprovação o que acabou acontecendo. Paul disse mais tarde: “Foi um acidente, coisa típica dos Beatles”. O estilo “dedilhado” foi tirado da música “They’re Red Hot” de Robert Johnson, que influenciou outros guitarristas como Eric Clapton e Keith Richards. Ela foi criada por Paul após os Beatles terem recebido os títulos de Membros do Império Britânico (MBE) das mãos de Elizabeth II, em 1965. Na primeira edição do disco, ela não foi creditada na capa do LP (vinil), apesar de vir creditada no selo do disco vinil.



Capa

A famosa fotografia da capa do álbum foi tirada do lado de fora dos estúdios Abbey Road em 8 de agosto de 1969 por Iain Macmillan. A sessão de fotos durou dez minutos, John sempre muito apressado só queria “tirar a foto e sair logo dali, deveriamos estar gravando o disco e não posando pra fotos idiotas” detalhe: a idéia da foto era de Paul McCartney. Foram feitas seis fotos. Paul McCartney escolheu a que achou melhor. A foto foi objeto de rumores e teorias de que Paul estaria morto, vítima de um acidente de moto em 1966. Apesar de ter sido apenas uma brincadeira e puro marketing do grupo, a lenda ainda é assunto de alguns beatlemaníacos. Na capa do LP, os Beatles estão atravessando a rua em uma faixa de segurança a poucos metros do Estúdio Abbey Road, e ficou marcada para sempre para muitas pessoas. A foto conteria supostas "pistas" que dariam força ao rumor de que Paul estava morto: Paul está descalço (segundo ele, aquele dia fazia muito calor, e ele não estava aguentando ficar com nada nos pés), fora de passo com os outros, está de olhos fechados, tem o cigarro na mão direita, apesar de ser canhoto, e a placa do fusca, em inglês, “beetle” estacionado é “LMW” referindo se as iniciais de “Linda McCartney Widower” ou “Linda McCartney Viúva” e abaixo o "281F", supostamente referindo-se ao fato de que McCartney teria 28 anos se (if em inglês) estivesse vivo. (O I em "28IF" é realmente um "1", mas isso é difícil de se ver na capa. Um contra-argumento é que Paul tinha somente 27 anos no momento da publicação de Abbey Road, embora alguns interpretem isso como ele teria um dia 28 anos se ele estivesse vivo.) Os quatro Beatles na capa, segundo o mito "Paul está morto", representariam o Padre (John, cabelos compridos e barba, vestido de branco), o responsável pelo funeral (Ringo, em um terno preto), o Cadáver (Paul, em um terno, mas descalço - como um corpo em um caixão), e o coveiro (George, em jeans e uma camisa de trabalho denim). Além disso há um outro carro estacionado, de cor preta, de um modelo usado para funerais e eles andam em direção a um cemitério próximo a Abbey Road. Notem tambem que atrás do Paul tem um carro como se estivesse passado pelo mesmo lugar que ele está. Outra suposta pista seria que na contra-capa do álbum, ao lado esquerdo da palavra Beatles, teria 8 pontos formando o número 3 (sendo então "3 Beatles"). O homem de pé na calçada, à direita, é Paul Cole, um turista dos EUA que só se deu conta que estava sendo fotografado quando viu a capa do álbum meses depois. Obviamente que se o Paul da capa fosse um sósia, convenhamos que seria um sósia muito talentoso, pois esse grande disco e o restante da carreira de McCartney revelam o grande artista que ele é.


Curiosidades

Durante as gravações de Abbey Road, o engenheiro de som Geoff Emerick fumava muito os cigarros da marca "Everest". Por algum tempo, ficou decidido entre os Beatles que este seria o nome do disco. Eles até pensaram em fretar um jato e ir até o Everest tirar a foto pro disco. Mas como estavam em cima do prazo, decidiram atravessar a rua, e chamar de Abbey Road em homenagem ao estúdio que serviu a eles durante quase 10 anos.

Abbey Road é o álbum mais vendido dos Beatles.

Foi o primeiro disco a ser gravado com oito canais de audio.

Alan Parsons, o assistente de som, produziu o clássico de 73 "The Dark Side of the Moon" da banda inglesa Pink Floyd.

John Kurlander, o engenheiro de som, foi produtor e diretor de som da trilogia "O Senhor Dos Anéis."

O fusca da capa está atualmente no museu da Volkswagen em Wolfsburg, Alemanha.

Esse foi mais um trabalho dos Beatles envolvendo o polêmico número nove.
Sintomaticamente encerrando a carreira dos Beatles (Abbey Road = 9 letras), segue a linha de "Revolution 9" e que depois seria retomada por Lennon em sua carreira solo, # 9 Dream, e em diversas outras citações do ex-beatle.

Discos Marcantes dos The Beatles VI







The Beatles - The Beatles (1968)

Origem: Inglaterra
Produtor: George Martin
Formação Principal no Disco: John Lennon - Paul McCartney - George Harrison - Ringo Starr

Estilo: Rock
Relacionados: John Lennon; Paul McCartney; George Harrison
Destaque: While My Guitar Gently Weeps
Melhor Posição na Billboard: 1º


The Beatles é o nono disco oficial dos Beatles, lançado como disco duplo em 22 de novembro de 1968. É popularmente conhecido como “The White Álbum” (Álbum Branco), por não haver nome, e ser apenas um fundo branco com o nome da banda em relevo. A capa foi criada pelo artista pop Richard Hamilton e o título original era para ser “A Doll’s House”, mas uma banda britânica chamada “Family”, já tinha lançado um álbum com nome similar. Foi o primeiro disco lançado após a morte do manager Brian Epstein. Em 1997, “O Álbum Branco” foi nomeado o décimo melhor disco de todos os tempos pela “Music of the Millennium” da Classic FM. Em 1998 a Q magazine colocou como 17° lugar e em 2000 em 7° lugar. A Rolling Stone colocou como o décimo entre 500 álbuns e o canal VH1 como 11° lugar. De acordo com a Associação da Indústria de Discos da América, o disco é 19 vezes disco de platina e o décimo disco mais vendido nos Estados Unidos.


Lista de canções
Todas as faixas compostas por Lennon/McCartney, exceto onde indicado.


Disco 1

Lado A

"Back in the U.S.S.R." – 2:43
"Dear Prudence" – 3:56
"Glass Onion" – 2:17
"Ob-La-Di, Ob-La-Da" – 3:08
"Wild Honey Pie" – 0:52
"The Continuing Story of Bungalow Bill" – 3:13
"While My Guitar Gently Weeps" (George Harrison) – 4:45
"Happiness Is a Warm Gun" – 2:43

Lado B

"Martha My Dear" – 2:28
"I'm So Tired" – 2:03
"Blackbird" – 2:18
"Piggies" (George Harrison) – 2:04
"Rocky Raccoon" – 3:32
"Don't Pass Me By" (Ringo Starr) – 3:50
"Why Don't We Do It in the Road?" – 1:40
"I Will" – 1:45
"Julia" – 2:54

Disco 2

Lado A

"Birthday" – 2:42
"Yer Blues" – 4:00
"Mother Nature's Son" – 2:47
"Everybody's Got Something to Hide Except Me and My Monkey" – 2:24
"Sexy Sadie" – 3:15
"Helter Skelter" – 4:29
"Long, Long, Long" (George Harrison) – 3:03

Lado B

"Revolution 1" – 4:15
"Honey Pie" – 2:40
"Savoy Truffle" (George Harrison) – 2:54
"Cry Baby Cry" – 3:02
"Revolution 9" – 8:13
"Good Night" – 3:11


Concepção das composições

A maioria das canções do disco foi feita durante a meditação transcendental em Rishikesh, na Índia com Maharishi Mahesh Yogi. Embora fosse uma meditação profunda concebida inicialmente para livrar os membros de todas as obrigações e aflições de seu mundo, ambos Lennon e McCartney davam suas escapadas para, clandestinamente, “irem ao quarto um do outro esboçar algumas idéias.” Lennon disse tempos depois: “Eu escrevi minhas melhores músicas lá”. Beirando quase 40 músicas que foram inicialmente arranjadas e gravadas em Kinfauns, na casa de Harrison em Esher. Os Beatles deixaram Rishikesh antes do tempo, com Ringo indo primeiro (que tentou ficar mais tempo pressionado pelos companheiros, mas acabou partindo, se sentindo muito mal pelo tédio e pelo tempero forte da comida, já que tinha problemas de estômago) seguido por Paul. John e George foram embora juntos, algumas semanas depois. O motivo da partida de John foi o seu desapontamento com Maharishi, devido aos rumores do possível assédio dele para com Mia Farrow. Detalhes dessa história pode ser visto na música escrita por Lennon, "Sexy Sadie".


Sessões de gravação

O Álbum Branco foi gravado entre 30 de maio a 14 de outubro de 1968, com maior volume no estúdio “Abbey Road” e algumas sessões no “Trident Studios”. Apesar de produtivo, foram sessões indisciplinadas, e às vezes relapsas, com tensões crescentes entre os membros. Conciliando as gravações com a nova empresa Apple Corps, os companheiros de banda acabaram se tornando homens de negócios, o que desgastou e muito a relação entre eles. As gravações também foram marcadas pela presença da nova namorada de John, Yoko Ono, que criou mais uma tensão entre a banda já que nunca, nem mesmo Brian Epstein ou por vez George Martin, ficavam no estúdio quando os Beatles estavam compondo e gravando. Segundo Harrison: “John apresentou as instalações de Abbey uma vez, e ela nunca mais foi embora... Aparecia todo santo dia.” O autor Mark Lewisohn relata que o disco contou com a primeira seção de gravações há durar 24 horas, com Lennon, McCartney e Martin fazendo os últimos ajustes e a seqüência final de mixagem em um único dia.


Discordância e atritos do disco

Apesar do nome oficial do álbum ser apenas “The Beatles”, esse disco captura uma grande individualidade de seus integrantes. Os padrões de trabalho nele exercidos são drasticamente modificados com relação aquela sinergia e dinamismo de seus discos anteriores. Algumas vezes era possível encontrar McCartney trabalhando por horas em um estúdio, enquanto Lennon gravava em outro e Harrison e Ringo em um 3° estúdio ambos os quatro com engenheiros diferentes. “Pela primeira vez eu precisei ser 3 produtores” dizia Martin, que em uma ocasião com sua autoridade quase que ignorada pelos Beatles, deixou Chris Thomas na produção enquanto viajou num feriado. Durante uma dessas sessões com a gravação de "Helter Skelter" Harrison confessou ter sido um caos e se lembra de ter corrido pelo estúdio com os nervos a flor da pele. O produtor George Martin disse em entrevistas posteriormente, que trabalhar com os Beatles estava quase se tornando impossível, e que a relação com a banda mudou nesse período com suas maiores qualidades parecendo desfocadas e seus objetivos sem inspiração. Em 16 de Julho o engenheiro Geoff Emerick que trabalhou com os Beatles desde “Revolver”, anunciou que não trabalharia mais com a banda, por causa do desgosto e deterioração do ambiente de trabalho. Em 22 de agosto o baterista Ringo Starr sai abruptalmente explicando mais tarde que fez aquilo porque sentiu sua participação minimizada perante aos outros membros e que estava cansado do trabalho contínuo e demorado do disco. Os outros três imploraram para Ringo retornar o que aconteceu 2 semanas depois com flores lhe esperando, espalhadas por toda bateria (Cortesia de George Harrison). Mas a reconciliação foi só o começo do fim e segundo Ringo: “meses e anos de miséria.” Durante esse tempo Paul McCartney, multiinstrumentista, tocou bateria em "Back in the U.S.S.R." e "Dear Prudence".


Outros músicos

Eric Clapton, através de um convite de George Harrison, tocou a guitarra solo em "While My Guitar Gently Weeps". Harrison tão logo retribuiu colaborando na canção “Badge” para o último disco do Cream, “Goodbye Cream”. Harrison disse anos depois: “A presença de Clapton no estúdio serviu para desanuviar as tensões entre o grupo e eles tiveram uma melhora em seu comportamento na sua presença.” Nicky Hopkins também participa do disco tocando piano em “Revolution 1” e "Savoy Truffle" que também contou com uma seção de sopros. Jack Fallon, um violinista foi recrutado para "Don't Pass Me By" e uma orquestra de música clássica e alguns vocais de apoio contribuíram para a canção de ninar, "Good Night". Apesar da presença de todos e de Yoko Ono na música "Revolution 9", nenhum deles ganharam créditos no encarte do disco.


Avanços técnicos

O principal avanço na gravação desse disco, sem duvida, foi passar de 4 para 8 canais. Os estúdios de Abbey Road contavam com mesas de 4 canais mas também tinham mesas de 8 canais em estoque, compradas pela EMI e paradas por meses, esperando que alguém testasse. Os Beatles gravaram "Hey Jude" e "Dear Prudence" no Trident Studios em 8 canais, e quando descobriram que Abbey também tinha um desses, insistiram em usar e pediram para os engenheiros Ken Scott e Dave Harries que instalassem a máquina (sem a autorização dos chefes do estúdio) no estúdio n° 2, para o uso do grupo.


Composições não inclusas

Muitas músicas foram gravadas como DEMO, mas não fizeram parte desse álbum. Algumas delas: "Mean Mr. Mustard" e "Polythene Pam" (Ambas presentes no disco Abbey Road), “Child of Nature” que mais tarde se transformou em “Jealous Guy” do disco “Imagine” de John Lennon, e “What’s the New Mary Jane”. “The Long and Winding Road” de McCartney presente no disco Let It Be, “Jubille” que se tornou “Junk” no primeiro LP solo de Paul McCartney, “Etcetera” de McCartney gravada por Black Dyke Mills Band como “Thingumybob”, “Circles” e “Not Guilty” de George Harrison que só foi grava-la em 1982 no disco “Gone Troppo”, "Something" mais tarde em Abbey Road e “Sour Milk Sea” que Harrison deu a um amigo que era artista da Apple na época, Jackie Lomax, para o seu primeiro LP, “Is This What You Want”.


Edição final e Lançamento

O “Álbum Branco” foi o primeiro disco dos Beatles lançado pela Apple Records assim como foi o primeiro e único, disco duplo da carreira. O produtor George Martin era contra a idéia de se lançar o álbum duplo, e sugeriu que se pegassem as melhores canções e fizessem um disco só, com um trabalho mais forte, mas a banda não concordou. Em entrevista para o “The Beatles Anthology”, Starr diz que deveria ter sido lançado como 2 discos separados. Harrison reflete sobre a possibilidade de ter lançado muitas delas como Lado B, “mas havia uma batalha de egos em jogo”. Na época ele apoiou a idéia de um disco duplo para mostrar mais seu trabalho e “limpar” todo o catálogo de músicas naquele período. McCartney em contraste, diz que o disco saiu do jeito certo e que “a ampla variedade de músicas só serve para mostrar o seu charme”. “O Álbum Branco” foi lançado na mesma data que o segundo disco dos Beatles, “With the Beatles”.


Versão Mono

“O Álbum Branco” foi o último disco deles lançado com a mixagem alternativa mono, porém somente no Reino Unido. 29 canções do disco (exceto "Revolution 9") são encontradas versões de mixagem mono. Nos EUA, as versões mono já estavam passadas, então os discos só eram lançados em estéreo. Esse disco foi o primeiro a ser lançado lá somente em estéreo.


Singles

Embora "Hey Jude" nunca tenha tido a intenção de ser inclusa em nenhum LP, foi gravada durante “O Álbum Branco” e foi lançado como single antes do disco. O lado B, "Revolution" foi uma versão alternativa de "Revolution 1" presente no disco (que Lennon queria ter lançado no single mas os outros 3 disseram que era muito lenta). Então foi gravada essa nova versão, mais rápida, mais distorcida, quase uma canção precursora do que viria ser o Punk, e um solo de teclados inspirado de Nicky Hopkins foi gravado e colocado como Lado B de “Hey Jude”. Foi o primeiro compacto lançado pela Apple Records e o mais vendido da carreira dos Beatles. Em 1976 foi lançado 4 músicas desse disco como singles e parte da coletânea “Rock ‘n’ Roll Music”: "Back in the U.S.S.R.", "Ob-La-Di, Ob-La-Da", "Julia" e "Helter Skelter".


Capa

A capa foi elaborada pelo artista pop Richard Hamilton e uma de suas principais características foi o contraste com a capa vívida e cheia de cores do disco anterior, “Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band” elaborado por Peter Blake, criando assim, apenas uma capa branca, com o nome da banda em relevo. Além disso, o disco trazia uma espécie de número de série, para criar nas palavras de Hamilton: “a situação irônica de uma edição numerada de algo que tenha mais de 5 milhões de cópias.” Os lançamentos no EUA continha o nome do disco na cor cinza, enquanto que mais tarde nos lançamentos para CD o nome é na cor preta. Dentro do encarte, continha um mini-pôster, as letras das canções e fotos de familiares (Paul trabalhou como assistente de Hamilton, coletando essas fotos que trazia também um foto dele e outra de John ambos nús, porém essas fotos não foram parar no encarte para evitar confusão) e dos Beatles, tiradas por John Kelley. É o único disco dos Beatles que não traz eles estampados na capa. Muitos fãs na época ficaram tentando descobrir mensagens ocultas na capa simples de fundo branco.


Sobre as músicas

"Back in the U.S.S.R." de Paul McCartney foi gravada na época em que Ringo largou o grupo. Paul assumiu a bateria. A música é no estilo [[surf music]] dos Beach Boys e uma paródia à música de Chuck Berry, "Back In The U.S.A.".

A canção "Dear Prudence" foi composta na Índia por John Lennon, para animar Prudence, irmã de Mia Farrow, que fazia parte da troupe que por lá excursionava.

"Glass Onion" é uma música de John falando sobre fãs que tentavam descobrir mensagens subliminares nas músicas dos Beatles.

"Ob-La-Di, Ob-La-Da" é de Paul. John, George e Ringo ficaram cansados de tanto gravar esta música, que tomou cerca de 60 takes, a ponto de John declarar que odiava a canção. Se tornou primeiro lugar nas paradas de sucesso inglesas em uma regravação com o grupo Marmelade.

"Wild Honey Pie" foi composta e gravada somente por Paul.

"The Continuing Story Of Bungalow Bill" de John, trouxe a participação de Yoko Ono (mulher de John), de Pattie Boyd (mulher de George) e de Maureen Cox (mulher de Ringo) na vocalização.

Esse álbum tem participação especial (rara para os Beatles) do guitarrista Eric Clapton, em "While My Guitar Gently Weeps". A canção é uma composição de George Harrison, amigo íntimo de Eric. Embora Eric tenha feito o solo de guitarra da música, seu nome não foi creditado no álbum.

"Hapiness Is A Warm Gun", de John, foi banida da rádio BBC devido ao seu apelo sexual.

"Martha My Dear", de Paul, foi feita em homenagem à sua cachorra. Contou com a participação de músicos de estúdio e de George Harrison no contra-baixo e John na guitarra.

"I'm So Tired", escrita na Índia por John, se refere ao cansaço causado pela meditação.

"Blackbird", balada de Paul, gravada somente por ele.

"Piggies", outra música de George Harrison, não contou com a participação de John na gravação.

"Rocky Racoon", de Paul, contou com a participação de George Martin no piano ao estilo de velhos salões do oeste americano.

"Don't Pass Me By" primeira composição de Ringo Starr a ser gravada pelos Beatles, tendo este composto apenas mais uma música enquanto membro da banda: "Octopus's Garden", que aparece no álbum "Abbey Road".

"Why Don't We Do It In The Road?" de Paul, só foi gravada por Paul e Ringo. Foi a primeira música a ser gravada que não contou com a participação de todos os membros do grupo.

"I Will" de Paul, escrita para Linda Eastman, que mais tarde se tornaria sua mulher. Foi a primeira música que Paul dedicou a ela. A música não contou com a participação de John e George.

"Julia" de John, dedicada a sua mãe. Somente John participou da gravação. Em 2001, Sean Lennon, filho de John, cantou a música no especial em homenagem a John, Come Together.

"Birthday" uma das últimas músicas que John e Paul colaboram juntos para a composição. Contou com a participação de Yoko Ono e Pattie Boyd (mulher de George) na vocalização.

"Yer Blues" de John. John cantou a música no [[Rock and Roll Circus]] dos Rolling Stones junto a Eric Clapton e Keith Richards em 1968. Foi a única música dos Beatles que John cantou ao vivo no Festival de Toronto em 1969.

"Mother Nature's Song" composta e gravada somente por Paul.

"Everybody's Got Something to Hide Except Me and My Monkey" de John.

"Sexy Sadie", fala sobre a desilusão de John pelo fato do guru Maharishi ter supostamente tentado seduzir Mia Farrow.

"Helter Skelter" foi uma tentativa de Paul gravar a música mais barulhenta que ele pudesse fazer depois de saber que o grupo The Who havia feito algo semelhante em "I Can See For Miles". Especula-se que há uma versão de 27 minutos que não entrou no álbum e continua inédita até hoje. Em 1987, o grupo irlandês U2 regravou a música.

"Long, Long, Long" de George Harrison.

"Revolution 1" é praticamente uma versão acústica da música "Revolution", que apareceu em um compacto lançado anteriormente, junto com "Hey Jude".

"Savoy Truffle" George se inspirou em uma caixa de bombons, especialmente para seu amigo Eric Clapton, doido por doces.

"Cry Baby Cry" Por John que se baseou em histórias que ouvia quando era criança

"Revolution 9". A música é uma colagem de sons que posteriormente se tornaria o estilo dos três primeiros álbuns experimentais de John e Yoko. Paul foi o único beatle a não participar das gravações, chegando mais tarde a dizer que "aquilo não era música Beatle".

"Good Night", escrita por John para seu filho, Julian. Foi cantada por Ringo acompanhado em estúdio por uma orquestra e encerra o álbum.

Curiosidades

Charles Manson baseou-se em algumas canções do álbum para justificar uma série de assassinatos que praticou. Ele e seus seguidores invadiram casas de pessoas ricas em
Los Angeles e cometeram chacinas escrevendo com sangue das vítimas o nome das músicas "Helter Skelter", "Piggies" e "Blackbird". Segundo ele, estas músicas previam o apocalipse e uma iminente guerra racial.

Na época da meditação transcedental, Paul dizia que queria que o próximo disco se chamasse "Umbrella", ou seja "um guarda-chuva que cobrisse tudo", mas George já cansado das ideias de Paul para discos temáticos não concordou dizendo: "Viemos aqui para meditar ou pensar em disco novo?!"

Discos Marcantes dos The Beatles V








The Beatles - Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (1967)

Origem: Inglaterra
Produtor: George Martin
Formação Principal no Disco: John Lennon - Paul McCartney - George Harrison - Ringo Starr
Estilo: Rock
Relacionados: ???
Destaque: Getting Better
Melhor Posição na Billboard: 1º


Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band é o oitavo álbum lançado pela banda britânica de rock The Beatles. É frequentemente citado como o melhor e mais influente álbum da história do rock e da música. Gravado em 129 dias em aproximadamente 700 horas, foi lançado em 1 de junho de 1967 na Inglaterra, e no dia seguinte nos Estados Unidos. Considerado como álbum inovador desde sua técnica de gravação até a elaboração da capa. Pelo pouco apelo comercial, não foi tocado nas rádios, mas vendeu 11 milhões de cópias só nos Estados Unidos. Em 2003, a revista especializada em música Rolling Stone colocou Sgt. Pepper's no topo de uma lista de 500 melhores álbuns de todos os tempos.

Dois dos maiores sucessos da banda, Strawberry Fields Forever e Penny Lane, estariam em Sgt.Pepper´s, mas foram lançados como um single (compacto). O disco recebeu 4 Grammys, entre eles "Álbum do Ano".


História

Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band foi gravado na época que a Beatlemania estava em declínio. Os Beatles estavam cansados das turnês e tinham acabado de fazer uma em agosto de 1966. Devido às declarações de John Lennon dizendo que os Beatles eram mais populares que Jesus Cristo, algumas cidades não os receberam bem, e na Filadélfia eles acabaram enfrentado tumultos devido a esta declaração. Devido a isso tudo, os Beatles resolveram se tornar uma banda de estúdio e não mais excursionar. Para os críticos, isso significaria o fim da banda.

Retirando-se das turnês, pela primeira vez na carreira eles tiveram tempo de se dedicar mais ao próximo álbum. Para isso tiveram acesso ilimitado a tecnologia dos estúdios da Abbey Road, afinal eles eram o grupo de maior sucesso da EMI. Na época da gravação do álbum, os integrantes da banda tinham desenvolvido outros interesses musicais e começavam a incorporam uma variedade de influências. Eles estavam tomando familiaridade com novos instrumentos como por exemplo o órgão Hammond e o piano elétrico; familiarizando-se com vários instrumentos de cordas, de sopro, de percussão e alguns instrumentos exóticos como a sitar. Os Beatles também usaram o efeito do novo pedal wah-wah e da fuzzbox; aumentavam a velocidade de vozes e intrumentos com os microfones Leslie.

O Sgt. Pepper coincidiu com a introdução de importantes inovações na música. O trabalho de Bob Dylan, Frank Zappa, Velvet Underground, Jimi Hendrix, Phil Spector, e Brian Wilson estavam radicalmente redefinindo não só em termos de composição como de gravação. Os estúdios de gravação e a tecnologia tinham alcançado um alto grau de desenvolvimento. As velhas regras de composição estavam sendo abandonadas; as músicas tinham um complexo tema lírico e tornavam-se mais longas.

Pouco tempo depois da retirada dos palcos, os Beatles lançaram um compacto com "Penny Lane" e "Strawberry Fields Forever". A idéia de fazer um álbum conceitual, em que todas as canções estão ligadas, surgiu de Paul McCartney. A idéia central era fazer um álbum como se os Beatles fossem realmente a Banda de Sgt. Pepper's (ou Banda do Clube de Corações Solitários do Sargento Pimenta) porém o conceito foi abandonado a partir da segunda canção.

Gravado em uma época de psicodelia e experimentação, o álbum, produzido por George Martin é um precurssor de técnicas de gravação e composição. Foi o primeiro disco gravado em oito canais, com dois consoles de quatro canais. Foi, além disto, um êxito de vendas e popularidade. Incorporou técnicas muito inovadoras no mundo da música.

A idéia central do álbum consistiu na que os Beatles tomaram o papel da Banda do Clube de Corações Solitários do Sargento Pimenta, deixando para trás limitações e transformando o rock em objeto de culto. Em 13 canções levam ao límite o conceito do rock, agregando orquestações, instrumentos hindús, gravações tocadas ao revés e sons de animais. Rock, music hall, baladas, jazz e até música oriental se mesclam em Sgt. Pepper.



Lista de faixas

Todas as faixas foram compostas por John Lennon e Paul McCartney, exceto por "Within You Without You", composta por George Harrison.

"Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" - 2:02
"With a Little Help from My Friends" - 2:44
"Lucy in the Sky with Diamonds" - 3:28
"Getting Better'" - 2:47
"Fixing a Hole" - 2:36
"She's Leaving Home" - 3:35
"Being for the Benefit of Mr. Kite!" - 2:37
"Within You Without You" - 5:05 (George Harrison)
"When I'm Sixty-Four" - 2:37
"Lovely Rita" - 2:42
"Good Morning Good Morning" - 2:41
"Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (Reprise)" - 1:18
"A Day in the Life'" - 5:33


As gravações

Sobre as músicas

O disco começa com o ruído proveniente de um público expectador, que antecede os primeiros riffs de guitarra elétrica da canção que dá título ao disco, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band.

Depois dese tema, sem pausas nem silêncios, começa "With a Little Help from My Friends", cantada pelo baterista Ringo Starr. Antes da canção começar só se ouve Paul McCartney apresentando Billy Shears, que na verdade seria o nome de Ringo na banda fictícia de Sgt Pepper's. Ringo começa então a cantar "With a Little Help from My Friends", de autoria de John com colaboração de Paul McCartney na letra. "With A Little Help From My Friends" tornar-se-ia a número 1 nas paradas de sucesso em uma regravação com Joe Cocker um ano mais tarde.

"Lucy in the Sky with Diamonds" de John Lennon, sofreu especulação que suas iniciais - LSD - seriam em referência a droga que os Beatles consumiam, ainda que John tenha desmentido isto, alegando que o título aludía a um desenho de seu filho. A psicodélica melodia foi alterada ao extremo que se pensa que cada nota está com uma velocidade superior ou inferior à anterior. Devido a suposta menção às drogas a faixa foi banida pela BBC. Na época John e George Harrison já haviam experimentado LSD, mas em julho de 1967 Paul declarou na imprensa que também havia experimentado a droga. Em 2004, Paul McCartney disse em uma entrevista que "Lucy In The Sky With Diamonds" realmente era sobre LSD.

"Getting Better" é outro tema que mudaria as estruturas básicas do rock para transformar-las em algo totalmente novo. Com sua constante guitarra, este tema é um canto à felicidade e esperança de mudança. Neste título se evidência, na letra, o contraste das atitudes de Lennon e McCartney. Segundo os Beatles mesmos, "Getting Better" era uma frase muito repetida por Jimmy Nicol, o baterista que uma vez substituiu Ringo Starr em uma turnê.

"Fixing a Hole", parece ter sido influenciada pela época dos anos 20 ou 30, ainda que possuía também algo inovador, como a combinação de guitarras e teclado e a capacidade de McCartney de alternar entre harmonias. Esta canção foi apontada como uma referência ao uso de heroína, o que nunca foi confirmado.

"She's Leaving Home", uma bela peça musical contou com o uso de cordas clássicas e harpas, na dor de uma jovem que abandona seu lar. É comparada por muitos críticos com grandes obras da música clássica. Dizem que a idéia de compor-la surgiu de uma notícia que contava a história de uma jovem que fugiu de seu lar para poder viver com seu namorado, mas a esta verdadeira história não durou muito tempo já que a jovem voltou para casa na semana seguinte. Na canção, John e Paul cantam acompanhados por músicos de estúdio. Os arranjos da música não foram feitos por George Martin, o produtor dos Beatles. Segundo Paul, ele havia procurado George para fazer os arranjos, mas como este estava muito ocupado, Paul acabou chamando Mike Leander o que ocasionou um certo aborrecimento em George Martin na época.

O som da seguinte canção, "Being for the Benefit of Mr. Kite!", nos remete a um grande circo, com clavicordes, órgãos, uma bateria hipnótica, voz nasal e fria de Lennon, tém possivelmente uma das melhores atmosferas jamáis criadas por um produtor. Esta canção escrita por John foi inspirada em um cartaz de um circo de 1843.

"Within You Without You" é ao estilo hindú de autoria de George Harrison, com sua sitar e acompanhamento de violinos com escalas orientais enaquanto com sua voz nos fala de Deus, das pessoas e de amor. Só há a participação do próprio autor na gravação. Ela é acompanhada por músicos indianos e é baseada na música de Ravi Shankar. Foi a única composição de George a entrar no disco; ele também compôs e gravou "Only A Northern Song" que acabou ficando de fora e entrando no disco Yellow Submarine

"When I'm Sixty-Four", uma obra típica de McCartney, mostra uma história sobre o amor eterno, com ar de cabaret, devido ao uso de clarinetes, que a faz única e inconfundível, sem deixar de ser puramente ingênua. Esta canção foi escrita por McCartney na sua adolescência. Foi a primeira faixa a ser gravada para o disco.

"Lovely Rita" um pop renovado em contraste com a canção anterior, com excelentes pianos e vozes de McCartney e Lennon. Conta a história de Rita, uma "Meter Maid" (controladora de parquímetros).

Este tema contém uma misteriosa mensagem aludindo a suposta morte de Paul McCartney. A lenda da morte do músico dizia que ele havia morrido em um acidente de carro (por isso muitas de suas canções fazem alusão a este dia e esta data), não notou que as luzes do semáforo mudaram por estar olhando para uma inspectora de parquímetros (em ingles,Meter maids), esta mensagem se encontra na última cancão do álbum, ainda que realmente não se saiba ao certo sobre a lenda da morte de McCartney e sua substituição por William Campbell (de nome artístico Billy Shears).

"Good Morning Good Morning" com um galo cantando anunciando o amanhecer, para dar lugar a uma canção um tanto rara e acelerada. Foi idealizada por Lennon a partir de um aviso de cereais de milho Kellogg's, uma conhecida marca identificada por um galo. No final foram incorporados uma série de ruídos de animais que aparentemente comem uns aos outros. Com o ruído do galo passamos à próxima canção.

Quase chegando ao final, a "Reprise" da primeira canção tem basicamente seu mesmo ritmo, ainda que um pouco mais rápida, somando-se uma guitarra que a faz inconfundível e mantém um ritmo rockeiro.

Para terminar: "A Day in the Life", uma obra de arte criada tanto por Lennon como por McCartney, baseado em uma colagem de notícias tomadas de um jornal e suas respectivas reflexões na voz nasal e sonhadora de John, permitindo-lhe fazer uma visão crítica muito especial do que se descreve na canção. Todo em um meio difuso e quase acústico, que se vai sumindo pouco a pouco e ressurge em um ascendente ruído sinfônico até chegar as notas mais agudas possíveis para quebrar em um pedaço cantado e escrito por Paul McCartney. O relógio soa para sinalizar que este divisão não é acidental. Sua função era avisar a Paul quando devería começar cantar. A quantidade de instrumentos não era suficiente para chegar ao por isso a gravação foi superposta quatro vezes com leves diferenças de tempo. Desta forma parecia uma orquesta de 160 instrumentos. O resultado final soa como uma aterrisagem de um vôo, cortada súbitamente por um relógio despertador.


Músicas que ficaram de fora

Os Beatles gravaram outras canções na época que não fizeram parte do álbum.

"Strawberry Fields Forever", na verdade a primeira canção gravada para fazer parte do álbum, escrita por John Lennon com o título em referência ao orfanato de Salvação do Exército que ficava perto da casa em que John viveu na infância em Liverpool. "Penny Lane", escrita por McCartney, traz referências a sua juventude em Liverpool.

Tanto "Strawberry Fields Forever" e "Penny Lane" tinham sido originalmente gravadas para o novo álbum, mas em janeiro de 1967 o produtor George Martin respondeu a pressão da EMI para o lançamento de um novo single (os Beatles não lançavam um desde agosto de 1966) e lançou as duas canções em fevereiro de 1967. Como no reino Unido era prática não duplicar lançamentos de canções recém lançados em single nos álbuns, as duas canções ficaram de fora do Sgt. Pepper. As canções fizeram parte do lançamento norte-americano para a trilha sonora do filme Magical Mystery Tour ainda em 1967 e lançados no resto do mundo em 1973 no álbum com homônimo ao americano de 73. George Martin mais tarde diria que a decisão de excluir as duas canções de Sgt. Ppper's foi o maior engano de sua carreira.

"Only a Northern Song", uma composição de George Harrison com um cometário sarcástico em referência ao contrato dos Beatles com a companhia Northern Songs. Depois de gravar esta canção, George resolveu gravar outra composição sua para o álbum, "Within You Without You". "Only a Northern Song" foi lançada posteriormente como parte da trilha sonora para o desenho animado Yellow Submarine em 1968.

"Carnival of Light", uma composição de Paul McCartney com colagens sonoras. A canção jamais foi lançada nem oficialmente nem em bootlegs. backwards, sped up electric guitar noises has appeared on various filesharing networks.


A capa

Sgt. Pepper não só se destacou por sua música, mas pelo conceito e pela capa feita com uma fotografia de Michael Cooper com os quatro Beatles vestidos como sargentos diante de uma colagem feita por Peter Blake com vários rostos de pessoas célebres, entre os quais Marilyn Monroe, Marlon Brando, Bob Dylan, Cassius Clay, D.H. Lawrence e até Shirley Temple. Também apareceríam Karl Marx, Gandhi, Hitler e Jesus Cristo, mas estes foram deixados de fora. Jesus Cristo não foi incluído por causa da declaração um ano antes de John dizendo que os Beatles eram mais populares que Jesus Cristo, Gandhi foi retirado por receio da gravadora em ofender o mercado indiano. Para evitar processos a gravadora pediu autorização às personalidades. O ator Leo Gorcey teve sua imagem retirada por pedir um pagamento pelo uso da sua imagem. O rosto do ator mexicano Germán Valdés "Tin Tan" aparecía na capa, mas ele se não autorizou sua exibição na última hora, enviando em seu lugar uma árvore da vida de Metepec (planta tradicional mexicana) que aparece em canto da fotografia. Em 2007, o jornal britânico The Independent On Sunday afirma que o ditador nazista Adolf Hitler estaria escondido na capa, aparecendo em parte entre o baterista Ringo Starr e pelo atleta e ator Johnny Weissmuller.

Muitos acreditam que a capa contém uma mensagem oculta sobre a suposta morte de Paul McCartney, já que na parte inferior deles parece haver uma tumba adornada com flores e um contrabaixo (também feito de flores) e com 3 cordas apenas, o que significaría que faltava um Beatle.

Foi o primeiro disco que se vendeu com as letras das canções impressas. Mesmo se tentando evitar isto, já que as letras eram propiedade intelectual dos "fab four".



Lista de Celebridades que aparecem na capa do disco

Aldous Huxley
Albert Einstein
Albert Stubbins
Alberto Vargas
Aleister Crowley
Aubrey Beardsley
Bob Dylan
Bobby Breen
Carl Gustav Jung
Diana Dors
Dion DiMucci
Dr. David Livingstone
Dylan Thomas
Edgar Allan Poe
Fred Astaire
George Bernard Shaw
George Harrison
Huntz Hall
H. G. Wells
H. C. Westermann
Issy Bonn
John Lennon
Johnny Weissmüller
Karl Marx
Karlheinz Stockhausen
Larry Bell
Lenny Bruce
Lewis Carroll
Mae West
Marilyn Monroe
Marlene Dietrich
Marlon Brando
Max Miller
Oliver Hardy
Oscar Wilde
Paul McCartney
Richard Lindner
Richard Merkin
Ringo Starr
Robert Peel
Shirley Temple
Simon Rodia
Sonny Liston
Sri Lahiri Mahasaya
Sri Mahavatar Babaji
Sri Paramahansa Yogananda
Sri Yukteswar Giri
Stan Laurel
Stephen Crane
Stuart Sutcliffe
Terry Southern
The Petty Girl of George Petty
Lawrence of Arabia
Tom Mix
Tommy Handley
Tony Curtis
Tyrone Power
Wallace Berman
William S. Burroughs
W. C. Fields


Homenagens ao álbum

Um filme e sua trilha sonora, LP, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, foi lançado em 1978 homenageando não só o álbum original mas os Beatles, pois na produção da "RSO" contém músicas de outros álbuns dos Beatles também. O filme produzido por Robert Stigwood e estrelado por Peter Frampton (como Billy Shears) e Bee Gees (como the Hendersons) inclui a participação de Steve Martin---na sua primeira atuação em filmes---, no papel do Dr. Maxwell; George Burns, no papel do Mr Kite; Alice Cooper, no papel do Sun King; Billy Preston, no papel de Sgt. Pepper; e inclusive a participação de George Harrison e Linda McCartney, como convidados da Heartland; além de várias outras celebridades.

Em 1988 o New Musical Express lançou um álbum tributo chamdo Sgt. Pepper Knew My Father. As regravações das canções contaram com artistas como Wet Wet Wet, The Christians, e Sonic Youth entre outros.

Com o pseudônimo de The Beachles, o compistor e músico Clayton Counts misturou Sgt. Pepper's a Pet Sounds dos Beach Boys e lançou o trabalho Sgt. Petsound's Lonely Hearts Club Band em 2006.

A MOJO Magazine lançou o Sgt. Pepper...With a Little Help From His Friends em março de 2007, um tributo comemorativo pelo quadragésimo aniversário do álbum dos Beatles.
As regravações incluiram entre outros o Simple Kid e o Echo & The Bunnymen.

Uma regravação comemorativa do quadragésimo aniversário foi feita na rádio BBC em 1 de junho de 2007 e contou com a participação de Bryan Adams, Oasis, Travis e Stereophonics entre outros.


A capa também servido de inspiração por muito tempo:

The Rutles com o seu Sgt.Pepper's.

Frank Zappa and the Mothers of Invention no álbum We're Only in It for the Money em 1968

O desenho animado The Simpsons fez uma paródia da capa de Sgt. Pepper's e de Abbey Road.

A revista Mad em uma edição de agosto de 2002 apresentando a "50 piores coisas sobre música" ("The 50 Worst Things About Music").

O cantor brasileiro Zé Ramalho, na capa do álbum Nação Nordestina.

O cantor e guitarrista Jimi Hendrix tocava em seus shows a canção Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band

Prêmios

Os Beatles ganharam quatro prêmios Grammy pelo trabalho: "melhor álbum do ano", "melhor capa de álbum", "melhor álbum de música contemporânea" (atualmente conhecido como "melhor álbum vocal Pop") e "melhor engenheiro de som" (Geoff Emerick). Porém perdeu três indicações: "melhor desempenho" (para Anita Kerr), "melhor desempenho de grupo ou dupla" (para The Mamas & The Papas) e melhor arranjo intrumental (perdendo por "A Day In The Life" para "Strangers In The Night").

Discos Marcantes dos The Beatles IV






The Beatles - Revolver (1966)

Origem: Inglaterra
Produtor: George Martin
Formação Principal no Disco: John Lennon - Paul McCartney - George Harrison - Ringo Starr
Estilo: Rock
Relacionados: The Beach Boys; Bob Dylan
Destaque: Eleanor Rigby
Melhor Posição na Billboard: 1º


Revolver é o sétimo álbum do grupo de rock inglês The Beatles lançado em agosto de 1966. Atingiu o primeiro lugar nas paradas de sucesso americana e inglesa. É citado por especialistas como um dos melhores álbuns de rock de todos os tempos.

Considerado ainda mais inovador do que seu antecessor (Rubber Soul, de 1965), Revolver marca a adesão oficial dos Beatles ao Psicodelismo. Passeia desde a música oriental "Love You To", aos apelos vibrantes de "Got to Get You into My Life", da solidão lúgubre de "Eleanor Rigby", ao experimentalismo de "Tomorrow Never Knows" e o ufanismo de "Yellow Submarine". Nesta, particularmente, a chave da nova "abertura": "Vamos vivendo uma bela vida/Achamos para tudo uma saída/Céu azul, mar verde e belo/Em nosso submarino amarelo". Com os Beatles, o mundo embarcaria no submarino amarelo da fantasia, pronto para viver toda a loucura dos últimos anos da década.



Faixas

Todas as músicas foram compostas por Lennon/McCartney, excepto as anotadas.

1. "Taxman" (Harrison) – 2:39

John (pandeiro e vocalização), Paul (guitarra solo e vocalização), George (baixo e vocais principais), Ringo (bateria).

2. "Eleanor Rigby" – 2:07

Paul (vocais), músicos de estúdio (4 violinos, duas violas e dois violoncelos).

3. "I'm Only Sleeping" – 3:01

John (violão e vocais principais), Paul (baixo e vocalização), George (guitarra solo e vocalização), Ringo (bateria).

4. "Love You To" (Harrison) – 3:01

George (vocais principais), Anil Bhagwat (tabla), músicos de estúdio (cítaras, percussão).

5. "Here, There, and Everywhere" – 2:25

John (vocalização), Paul (violão e vocais principais), George (guitarra solo e vocalização), Ringo (bateria).

6. "Yellow Submarine" – 2:40

John (violão e vocalização), Paul (violão e vocalização), George (pandeiro e vocalização), Ringo (bateria e vocais principais), músicos de estúdio (metais).

7. "She Said She Said" – 2:37

John (violão e vocais principais), Paul (vocalização), George (guitarra solo e baixo), Ringo (bateria).

8. "Good Day Sunshine" – 2:09

John (vocalização), Paul (vocais principais), George (vocalização), Ringo (bateria), George Martin (piano).

9. "And Your Bird Can Sing" – 2:01

John (guitarra rítmica e vocais principais), Paul (baixo e vocalização), George (guitarra solo e vocalização), Ringo (bateria e pandeiro).

10. "For No One" – 2:01

Paul (baixo, piano e vocais principais), Ringo (bateria e pandeiro), Alan Civil (trompa).

11. "Doctor Robert" – 2:15

John (maracas, harmônio e vocais principais), Paul (baixo e vocalização), George (guitarra solo), Ringo (bateria).

12. "I Want to Tell You" (Harrison) – 2:29

John (pandeiro e vocalização), Paul (baixo, piano e vocalização), George (guitarra solo e vocais principais), Ringo (bateria).

13. "Got to Get You into My Life" – 2:30

John (pandeiro), Paul (baixo e vocais principais), George (guitarra solo), Ringo (bateria), George Martin (órgão), Eddy Thornton (trompete), Ian Hamer (trompete), Les Conlon (trompete), Alan Branscombe (sax tenor), Pete Coe (sax tenor).

14. "Tomorrow Never Knows" – 2:57

John (pandeiro e vocais principais), Paul (baixo e efeitos sonoros), George (cítara e guitarra solo), Ringo (bateria), George Martin (piano).


Sobre as músicas

George Harrison aumenta sua participação como compositor

Pela primeira e única vez, George consegue colocar três músicas de sua autoria em um álbum dos Beatles. "Taxman" é uma crítica aos altos impostos ingleses cobrados de pessoas com altos ganhos como os Beatles. No trecho em que George canta "Mr. Wilson" e sobre "Mr. Heath" ele refere-se especificamente a Harold Wilson (Primeiro Ministro Inglês do Partido Trabalhista) e a Edward Heath (Lìder da oposição do Partido Conservador) políticos da época. "I Want To Tell You" fala sobre a sua dificuldade em se expressar em um momento que vivia uma avalanche de pensamentos. E "Love You Too", George traz mais uma vez o uso de instrumentos indianos, a tabla e cítara e ele é o único a participar da gravação da música.



Influências das drogas

Há suposições de que músicas como "She Said, She Said", "Dr. Robert", "Got To Get You Into My Life" tenham sido escritas durante o uso de drogas.

Na música "She Said She Said" John supostamente se inspirou em sua segunda experiênica com LSD. Há um trecho que diz "I know what it's like to be dead" ("Eu sei como é estar morto") frase que Peter Fonda teria lhe dito após tomar ácido. Nela George toca baixo na música após Paul largar as gravações em decorrência de uma briga com John Lennon.

"Dr. Robert" fala sobre um médico que receitava anfetaminas a seus pacientes famosos. Paul reconheceria mais tarde que "Got To Get You Into My Life" falava de sua experiência com a maconha e foi feita inspirada na Soul Music americana com o uso de metais.

A música "Lucy in the Sky with Diamonds" (que viria a integrar o álbum seguinte, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band) teria sido composta após os integrantes da banda consumirem a droga LSD, e o título da canção seria uma alusão à sigla (Lucy in the Sky With Diamonds).



Estilo psicodélico

"Tomorrow Never Knows" uma das primeiras músicas ao estilo do emergente rock psicodélico. A música foi inspirada no livro de Timothy Leary, "O Livro Tibetano da Morte". Inicialmente se chamaria "The Void" ou "Mark I".

Há ainda grandes influências psicodélicas nas músicas Doctor Robert e She Said She Said, duas músicas que aparentemente falam sobre drogas, ou mais especificamente o LSD.



Diversidade musical

"Eleanor Rigby" é mais uma música de McCartney com arranjos orquestrados e somente com a participação de Paul (assim como foi feito em "Yesterday"). Iria se chamar "Miss Daisy Hawkins". Mas o nome da música foi mudado para "Eleanor Rigby", em homenagem a um túmulo que ficava perto do local onde a antiga banda de John, the Quarymen se apresentava. "Yellow Submarine" escrita por Paul e cantada por Ringo, tem em sua letra um tema infantil que depois seria aproveitada para dar título a um desenho animado feito pelos Beatles. Traz sons de bolhas, barulho de água e outros barulhos gravados em estúdio.

Em "And Your Bird Can Sing" os Beatles usaram solo duplo de guitarra e era uma das músicas de John que ele não gostava. Em "I'm Only Sleeping", George fez o solo de guitarra e depois tocou o som ao contrário.



Baladas clássicas

McCartney novamente escreve suas baladas. "For No One", ele escreveu para sua namorada na época (Jane Asher) e se chamaria inicialmente "What Did I Die?" . E a clássica "Here, There And Everywhere" que eram uma das músicas preferidas de John.



Capa do álbum

Criada pelo alemão Klaus Voormann, amigo dos Beatles desde a época em que eles foram tocar em Hamburgo. A capa traz uma ilustração feita com desenhos e colagens de fotos (feitas pelo fotográfo Robert Whitaker).

Discos Marcantes dos The Beatles III






The Beatles - Rubber Soul (1965)

Origem: Inglaterra
Produtor: George Martin
Formação Principal no Disco: John Lennon - Paul McCartney - George Harrison - Ringo Starr
Estilo: Rock'n'Roll / Folk Rock
Relacionados: Beach Boys; The Byrds; Bob Dylan
Destaque: Norwegian Wood
Melhor Posição na Billboard: 1º


Rubber Soul é o sexto álbum lançado pelo grupo de rock The Beatles. Foi gravado aproximadamente em quatro meses e lançado em 1965 sendo produzido por George Martin. É citado por muitos críticos de música como o álbum em que os Beatles começaram a tornar seu som mais eclético e sofisticado.

Naquela altura, depois de amenizada a força primitiva do Rock, com a explosão do folk-rock e da surf music, cada grupo passou a utilizar-se de todas as potencialidades que os estúdios de gravação podiam oferecer. Os próprios Beatles superaram sua fase adolescente, passando pelas brincadeiras colocadas em filmes por Richard Lester, até o profundo universo poético que começaram a desenvolver com o álbum Rubber Soul. Realizaram então verdadeiras "rupturas", como a letra surrealista e o uso do sitar em "Norwegian Wood", o lirismo de "In My Life" e "Michele", a solidão pungente de "Nowhere Man", enfim, Rubber Soul foi considerado o mais inovador álbum de música pop lançado até então.


Faixas

Todas as músicas foram compostas por Lennon/McCartney, excepto as anotadas.

1.Drive My Car

John (pandeiro e vocais principais), Paul (baixo, piano e vocais principais), George (guitarra solo e vocal de apoio), Ringo (bateria)

2.Norwegian Wood (This Bird Has Flown)

John (violão e vocais principais), Paul (baixo e harmonias vocais), George (sitar), Ringo (pandeiro)

3.You Won't See Me

John (pandeiro e vocal de apoio), Paul (baixo, piano e vocal principal), George (guitarra solo e vocal de apoio), Ringo (bateria),Mal Evans (Órgão Hammond)

4.Nowhere Man

John (violão e vocais principais), Paul (baixo e vocais principais), George (guitarra solo e vocais principais), Ringo (bateria)

5.Think For Yourself (Harrison)

John (pandeiro e vocal de apoio), Paul (baixo com fuzz e vocal de apoio), George (guitarra solo e vocais principais), Ringo (bateria e maracas)

6.The Word

John (guitarra rítmica e vocais principais), Paul (baixo, piano e vocais principais), George (guitarra solo e vocais principais),Ringo (bateria e pandeiro) George Martin (harmonium)

7.Michelle

John (violão e backing voca), Paul (baixo e vocais principais), George (violão e vocal de apoio), Ringo (bateria)

8.What Goes On (Lennon/McCartney/Starkey)

John (guitarra rítmica e vocal de apoio), Paul (baixo e vocal de apoio), George (guitarra solo), Ringo (bateria e vocais principais)

9.Girl

John (violão e vocais principais), Paul (baixo e vocal de apoio), George (sitar e vocal de apoio), Ringo (bateria)

10.I'm Looking Through You

John (violão e vocalização), Paul (baixo e vocais principais), George (guitarra solo e pandeiro), Ringo (bateria e órgão Hammond)

11.In My Life

John (vocais principais), Paul (baixo e vocalização), George (guitarra solo), Ringo (bateria), George Martin (piano)

12.Wait

John (pandeiro e vocais principais), Paul (baixo e vocais principais), George (guitarra solo), Ringo (bateria e maracas)

13.If I Needed Someone (Harrison)

John (pandeiro e vocal de apoio), Paul (baixo e vocal de apoio), George (guitarra solo e vocais principais), Ringo (bateria), George Martin (harmonium)

14.Run For Your Life

John (violão e vocais principais), Paul baixo e vocal de apoio), George (guitarra solo e vocal de apoio), Ringo (bateria), George Martin (pandeiro)


História

Foi a primeira vez que um álbum dos Beatles teve capa e nome semelhante no Reino Unido e nos Estados Unidos. Antes de Rubber Soul, nos Estados Unidos, a gravadora lançava seus álbuns com nomes, capas e seleção de músicas diferentes. Porém o Rubber Soul americano tinha uma seleção de músicas um pouco diferente da versão britânica. Trazia duas músicas do álbum anterior (Help!) e não trazia quatro músicas do Rubber Soul britânico. As músicas que não foram incluídas no Rubber Soul americano foram mais tarde lançadas no álbum Yesterday...And Today. Nos Estados Unidos, o álbum vendeu 1,2 milhões de cópias em nove dias após seu lançamento.

Praticamente na mesma época do lançamento do álbum, foi lançado um compacto que trouxe duas músicas de grande sucesso, "We Can Work It Out" e "Day Tripper". "We Can Work It Out" foi composta por John e Paul e tornou-se na época a que mais tempo levou para ser gravada (12 horas). O compacto se tornou o que mais rapidamente se vendeu, superando o compacto da música "Can't Buy Me Love" que tinha o record anteriormente.


Sobre As Músicas

"Drive My Car" foi escrita por Paul com uma contribuição de John em algumas partes. Paul chegou aos estúdios da Abbey Road com uma letra que dizia : "I Can Give You Golden Rings, I Can Give You Anything." (ou seja, "eu posso te comprar um anel de ouro, eu posso te dar qualquer coisa"), John vetou a letra por lembrar uma canção de Paul feita anteriormente, "Can't Buy Me Love". Com letra nova surgiu "Drive My Car". Paul explicou: - "A verdade é que não entendo muito de carros. Quando tenho de ir a um mecânico, fico confuso e digo a ele "Bem...hum...eu acho que...não tá muito legal".

John escreveu "Nowergian Wood" embora tenha tido a colaboração de Paul em algumas partes. A letra era inspirada em uma relação extraconjugal de John, na época casado com Cynthia Lennon. George usou um instrumento indiano pela primeira vez em uma música, o sitar. George estava estudando música indiana na época, acabou comprando um sitar e a usou pela primeira vez em uma música de rock. Foi mais uma música de John composta com influênica de Bob Dylan. "Nowhere Man" outra canção de John, tem uma letra mais filosófica.

Paul escreve sobre a crise em seu namoro com Jane Asher em "You Won't See Me". Jane na época não retornava suas ligações telefônicas, ignorando-o. Paul também escreve sobre ela em "I'm Looking Through You". Nesta música, alguns críticos acreditam que Paul gravou todos os instrumentos pois o estilo de guitarra e bateria tocada não se assemelham ao de George e Ringo respectivamente."Michelle" é mais uma balada de Paul, com algumas frases em francês.

Após a separação dos Beatles, John disse que compôs praticamente sozinho com uma pequena contribuição de Paul a música "In My Life", Paul no entanto disse que ajudou na composição do começo ao fim. George Martin toca piano ao estilo barroco na música.

"The Word" foi escrita por John e Paul e segundo eles sob influência da maconha. "Run For Your Life" é uma composição de John baseada na música "Baby Let's Play House" de "Elvis Presley".

Discos Marcantes dos The Beatles II





The Beatles - A Hard Day's Night (1964)

Origem: Inglaterra
Produtor: George Martin
Formação Principal no Disco: John Lennon - Paul McCartney - George Harrison - Ringo Starr - George Martin
Estilo: Rock'n'Roll
Relacionados: Beach Boys; Elvis Presley;
Destaque: If I Fell
Melhor Posição na Billboard: 1º


A Hard Day's Night é o terceiro álbum dos Beatles, pela gravadora, Parlophone, lançado em 1964, na Inglaterra, acompanhando o lançamento do filme homônimo.
A versão britânica do álbum não representa exatamente a trilha sonora do filme, como a versão americana que contém as músicas instrumentais do filme, além das músicas interpretadas pelos Beatles. A versão americana do álbum, no entanto, não contém todas as canções da versão britânica. A versão britânica também foi lançada com a capa mostrando o nome da banda e do álbum, enquanto a capa da versão americana realça o título com a manchete: "ORIGINAL MOTION PICTURE SOUND TRACK" ("trilha sonora original do filme").

O álbum foi o primeiro a trazer só composições de Lennon/McCartney. Trouxe também músicas de sucesso como "Can't Buy Me Love" e a primeira balada popular escrita por Paul McCartney, "And I Love Her".

O filme, em preto e branco foi dirigido por Richard Lester. Mostrava a história de uma banda de rock que era perseguida por fãs histéricos. Após perseguições de fãs, entrevistas, e muito humor, a banda realiza um show na televisão. O filme mostra um pouco da realidade dos Beatles na época. No Brasil, o álbum e o filme foram lançados pelo nome de "Os reis do iê, iê, iê".



Faixas

Lado 1

A Hard Day's Night
I Should Have Known Better
If I Fell
I'm Happy Just to Dance with You
And I Love Her
Tell Me Why
Can't Buy Me Love

Lado 2

Any Time at All
I'll Cry Instead
Things We Said Today
When I Get Home
You Can't Do That
I'll Be Back


Sobre as músicas

"A Hard Day's Night" teve seu título sugerido por Ringo. Após um dia exaustivo de trabalho Ringo disse "It's been a hard day...and I looked around and saw it was dark so I said, ...night!" ("Foi um dia duro... e eu olhei ao redor e vi que estava escuro, então eu disse, ...noite"). Os dizeres de Ringo inspiraram o título do filme e consequentemente da música. Embora creditada a Lennon/McCartney, foi John quem compôs a música e a cantou também. Paul o acompanhou no vocais em alguns trechos. Além de "A Hard Day's Night", John compôs e cantou "I Should Have Known Better", "Any Time at All", "When I Get Home", "You Can't Do That" e "I'll Be Back".

Mais uma vez, John escreveu uma música e a deu para George cantar. "I'm Happy Just to Dance with You" foi a única canção cantada por George no álbum que não inclui nenhuma música de composição própria.

"Can't Buy Me Love" foi escrita por Paul e cantada por ele. A música foi lançada em compacto antes do álbum (junto a "You Can't Do That"), em março de 1964 e foi uma das primeiras que só trouxe a voz de um dos Beatles, os outros não se juntaram a Paul nem em coro. Foi a quarta música dos Beatles a atingir o primeiro lugar nas paradas de sucesso inglesa, e o terceiro compacto a vender mais de um milhão de cópias na Inglaterra. Antes de gravar esta música nos estúdios, Abbey Road, os Beatles a gravaram em Paris no Pathé Marconi Studios, junto as versões em alemão de "She Loves You" e "I Want to Hold Your Hand".

"Things We Said Today" Paul escreveu para sua namorada na época, a atriz Jane Asher.
A canção fala sobre as "coisas que nós dissemos" quando nós encontramos pela última vez, devido a seus compromissos, Paul e Jane não se encontravam com muita frequência.

John e Paul dividem os vocais principais em "If I Feel" e "Tell Me Why", ambas compostas principalmente por Lennon.

A música "You Can't Do That" foi feita devido a uma briga que John teve com sua mulher Cyntia, após vê-la conversando numa festa com o ex-beatle dos tempos de Liverpool, Stuart Sutcliffe. Foi a primeira música dos Beatles que George gravou usando uma guitarra de 12 cordas. Depois ele a usou também na música "A Hard Day's Night".


Curiosidade

Este álbum contém apenas treze canções, em vez das quatorze que eram de costume aparecer nos álbuns dos Beatles (nas versões britânicas). Os contos dizem que Ringo estava doente no dia que os Beatles tinham agendado para gravar a 14º canção para o álbum e, como ele não pode ir ao estúdio, arranjaram um baterista substituto que só prestou para eles ensaiarem, enquanto a 14º canção nunca foi gravada em tempo para a produção do disco.



Discos Marcantes dos The Beatles






The Beatles - With The Beatles (1963)

Origem: Inglaterra
Produtor: George Martin
Formação Principal no Disco: John Lennon - Paul McCartney - George Harrison - Ringo Starr
Estilo: Rock and Roll
Relacionados: Beach Boys; The

With The Beatles é o segundo álbum do grupo de rock inglês The Beatles, lançado em 22 de novembro de 1963, no mesmo dia em que o presidente dos EUA John Kennedy era assassinado em Dallas, Texas.

Gravado quatro meses após ser lançado o primeiro álbum, repetia a fórmula de Please Please Me. Selecionaram-se 8 composições próprias de Lennon/McCartney e incluiu-se novamente 6 covers das prediletas do repertório dos Beatles.George Harrison comparece com uma composição própria "Don't Bother Me" neste trabalho cujo carro-chefe firmou-se até hoje com a música "All My Loving".


Faixas

It Won't Be Long (Lennon/McCartney)- John (guitarra rítmica e vocais principais; Paul (baixo e vocal de apoio); George (guitarra solo e vocal de apoio); Ringo (bateria).

All I've Got To Do (Lennon/McCartney)- John (guitarra rítmica e vocais principais), Paul (baixo e vocalização), George (guitarra solo), Ringo (bateria).

All My Loving (Lennon/McCartney) - John (guitarra rítmica e vocal de apoio), Paul (baixo e vocais principais), George (guitarra solo e vocal de apoio), Ringo (bateria).

Don't Bother Me (Harrison)- John (guitarra rítmica e pandeiro), Paul (baixo e cravo), George (guitarra e vocais principais), Ringo (bateria e bongôs).

Little Child (Lennon/McCartney)- John (guitarra rítmica, harmônica e vocais principais), Paul (baixo, piano e vocais principais), George (guitarra solo), Ringo (bateria).
Till There Was You (Willson)- John (violão), Paul (baixo e vocais principais), George (violão), Ringo (bongôs).

Please Mister Postman (Dobbin/Garrett/Garman/Brianbert) - John (guitarra rítmica e vocais principais), Paul (baixo e vocalização), George (guitarra solo e vocalização), Ringo (bateria).

Roll Over Beethoven (Berry)- John (guitarra rítmica), Paul (baixo), George (guitarra solo e vocais principais), Ringo (bateria).

Hold Me Tight (Lennon/McCartney)- John (guitarra rítmica e vocal de apoio), Paul (baixo, piano e vocais principais), George (guitarra solo), Ringo (bateria).

You Really Got A Hold On Me (Robinson)- John (guitarra rítmica e vocais principais), Paul (baixo e vocalização), George (guitarra solo e vocais principais), Ringo (bateria), George Martin (piano).

I Wanna Be Your Man (Lennon/McCartney)- John (guitarra rítmica, órgão Hammond e vocalização), Paul (baixo e vocalização), George (guitarra solo), Ringo (bateria, maracas e vocais principais).

Devil in Her Heart (Drapkin)- John (guitarra rítmica e vocalização), Paul (baixo e vocalização), George (guitarra solo e vocais principais), Ringo (bateria e maracas).

Not a Second Time (Lennon/McCartney) - John (guitarra rítmica e vocais principais), Paul (baixo e vocalização), George (guitarra rítmica e vocalização), Ringo (bateria), George Martin (piano).

Money (Bradford/Gordy)- John (guitarra rítmica e vocais principais), Paul (baixo e vocal de apoio), George (guitarra solo e vocal de apoio), Ringo (bateria), George Martin (piano).


História

Os Beatles já desfrutavam de uma certa popularidade na Inglaterra quando lançaram o álbum With The Beatles. Após lançarem o primeiro álbum, eles se dedicaram a tournês pela Inglaterra como grupo de apoio.

Em Abril de 63, lançaram um compacto com a música "From Me To You" e em agosto o compacto que tinha a música "She Loves You". Ambas as músicas atingiram o primeiro lugar nas paradas de sucesso da Inglaterra. Em outubro, fizeram a primeira tournê a um país estrangeiro depois de se tornarem conhecidos em toda Inglaterra, foram tocar na Suécia. Em 4 de Novembro, tocaram ao vivo no Royal Variety Perfomance na presença da rainha-mãe da Inglatera.

Praticamente na mesma época do lançamento do álbum os Beatles lançaram a música "I Want To Hold Your Hand" que seria um de seus maiores sucessos e a primeira música a fazer sucesso nos Estados Unidos.


Sobre as músicas

"Till There Was You" foi composta em 1957, para o musical da Broadway The Music Man. Os Beatles a tocaram no Royal Command Perfomance, de 63 e em sua primeira apresentação no programa americano de televisão de Ed Sullivan, em 64.

A música "I Wanna Be Your Man" foi escrita no dia em que os Beatles conhecerem os Rolling Stones, para Mick Jagger e Keith Richards, os vocalistas da banda. Os Rolling Stones a lançaram no Segundo Compacto. No dia seguinte foi gravada pelos Beatles, e apareceu no álbum With The Beatles. John e Paul acharam a música simples demais e a deram para Ringo cantar. Embora a versão dos Beatles seja mais conhecida atualmente, a versão dos Stones fez mais sucesso na época do lançamento.

"All My Loving" se tornou o grande sucesso do álbum. Foi a primeira música que Paul McCartney escreveu a letra antes. Foi a primeira música que os Beatles apresentaram no programa de televisão americano de Ed Sullivan, em 64. Paul escreveu a respeito de sua namorada na época, Jane Asher.

Novamente John escreve uma música inspirado em Smokey Robinson, "All I've Got To Do".

George Harrison aparece pela primeira vez cantando uma música de sua autoria, "Don't Bother Me", segundo George ele escreveu a música quando estava doente em um quarto de hotel em Bournemouth. A música é um recado para um jornalista que cobrava dele composições próprias. O título traduzido é "Não Me Amole". George também cantou "Roll Over Beethoven", música de autoria de Chuck Berry que os Beatles sempre tocavam em seus shows.